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1. IMPRESSÃO INICIAL
Inspeção rápida
Problema potencialmente fatal
Identificação geral do tipo de problema (circulatório, respiratório, neurológico)
Ajuda a identificar: urgência de tratamento e urgência de transporte
O que observar?
Aparência: impressão do nível de consciência
* Tônus
* Interação da criança
* Fala
* Choro
* Consolabilidade
* Olhar
Respiração: presença de sinais de esforço respiratório
* Esforço visível (batimento de asas nasais, retração de fúrcula, balancin...)
* Sons ouvidos sem auxílio do estetoscópio (estridor, sibilância, gemência...)
* Alguma posição específica assumida pelo paciente (sentado, em posição de tripé...)
* Taquipneia ou bradpneia aparentes
* Ritmo respiratório patológico
* Expansibilidade (reduzida, assimétrica)
Circulação: inspeção rápida para avaliar cor e aspecto da pele + sinais de hemorragia
aparente
* Palidez e cianose má perfusão e oxigenação dos tecidos
* Pele ruborizada pode indicar desde febre até “choque quente”
Obs.: Choque quente: choque distributivo, com padrão de vasodilatação e baixa resistência
vascular periférica
* Rendilhado perfusão inadequada e/ou oxigenação inadequada
* Sangramentos visíveis; petéquias; púrpuras; sufusões hemorrágicas
Mãe adentra o PS infantil trazendo ao colo lactente de 3 meses e referindo tê-lo encontrado
“desacordado” no berço. Em sua impressão inicial você nota criança com cianose central,
hipotônica, sem movimentação e aparentemente sem movimentos respiratórios.
Obs.: Suspeita de parada resposta, pulso e presença ou não de movimentos respiratórios
Resposta ausente
Pulso ausente
Respiração ausente
PCR RCP
2. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
A. VIA AÉREA: avaliar a patência da via aérea
Observar
Movimentação tórax/ abdome
Sons respiratórios (roncos, estridor)
Esforço respiratório, retrações
Entrada de ar
Classificação
Pérvia: vias abertas e desobstruídas à respiração normal
Presenváveis: obstruídas, mas podem ser preservadas por medidas simples
(posicionamento da cabeça, elevação do queixo, etc)
Não preserváveis: vias aéreas obstruídas que não podem ser preservadas sem
intervenções avançadas (IOT, crico, máscara laríngea, etc)
Obs.: Se identificarmos a necessidade de alguma conduta nesse momento (posicionamento,
Guedel, intubação, ...) devemos primeiro intervir para depois prosseguir com a avalição.
B. RESPIRAÇÃO
Frequência Respiratória
C. CIRCULAÇÃO
Frequência Cardíaca e Ritmo Cardíaco: ausculta, ECG (monitor) ou ondas de pulso
(oxímetro)
Obs.: FC ≥ 180 bpm em lactentes e ≥ 160 bpm em crianças acima de dois anos deve ser
interpretada como sinal de gravidade
D. DISFUNÇÃO: avaliação rápida da função neurológica por meio de sinais que reflitam a
perfusão cerebral
Escala AVDI ou Glasgow
Glicemia capilar
Neonatos: ≥ 45 mg/dL
Crianças: ≥ 60 mg/dL
E. EXPOSIÇÃO
Hemorragias ativas
Petéquias, púrpuras, sufusões hemorrágicas (meningococcemia)
Outras lesões de pele
Evidências de trauma (contusões, fraturas, hematomas, ferimentos...)
Evidências de maus tratos
TEMPERATURA CENTRAL
3. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Exame físico mais detalhado (desde o começo)
Anamnese dirigida
RESUMINDO
FEBRE SEM SINAIS LOCALIZATÓRIOS
Ocorre de forma aguda, com duração média de 2 a 3 dias (sempre < 7 dias)
História detalhada + Exame físico não consegue determinar a causa
Etiologia
Viral é a mais comum
Bacteriana: risco de bacteremia oculta (hemocultura positiva, presença de FSSL e criança
mantém estado geral preservado inicialmente)
1. MENORES DE 90 DIAS: temperatura retal ≥ 38ºC (pode ser o único sinal de infecção)
A. FATORES DE RISCO
a.1) Idade: quanto mais novo, maior o risco
a.2) Sinais de Toxemia neonato tem sinais limitados de infecção
o Sinais negligenciados: hipoglicemia, hipotermia e inapetência
o Outros sinais
Sucção débil
Letargia
Choro fácil
Choro fraco
Dispneia
Dificuldade respiratória (taquipneia, retrações torácicas, batimento de asas nasais)
Apneia
Hipotonia e convulsões
Irritabilidade
Sintomas gastrointestinais (vômitos e diarreias)
Icterícia idiopática
Palidez cutânea
Sinais de sangramento (petéquias, abscessos)
a.3) Prematuridade: <37 sem 10-12x maior incidência de sepse
a.4) Infecção materna: Strepto grupo B+; febre; corioamnionite
a.5) Intensidade da febre (apenas entre 22-60 dias): T>38,5ºC
a.6) Foco ao exame físico
a.7) Risco social
a.8) Outros: imunossupressão, imunodeficiência, imunização atrasada e comorbidades
B. MANEJO
b.1) Neonatos (≤ 28 dias)
o Internação
o ATB endovenosa até resultado das culturas SEMPRE
o Triagem infecciosa TUDO!
Hemograma: leucócitos totais, índice neutrofílico, plaquetopenia
Marcadores inflamatórios: PCR, VHS e procalcitonina
Urina 1
LCR: citologia, bioquímica e bacterioscopia
RX tórax
Culturas: hemocultura, uricultura, cultura do LCR
Hemograma
Urina 1 + bacterioscopia + urocultura
RX tórax se sintomas respiratórios e/ou leuco > 20.000
LCR se sinais e/ou sintomas neurológicos e/ou piora clínica (agitação,
rebaixamento, alteração de fontanela)
Tratamento
Foco encontrado
Urina com nitrito positivo
Leucocitúria
Bacterioscopia urina positiva
Leucocitose > 20.000 em não vacinados
Marcadores inflamatórios positivos
CHOQUE
Insuficiência cardiovascular aguda que compromete a entrega de O2 e nutrientes
necessários para sustentar as necessidades metabólicas teciduais
Fisiopatologia
Estágios
1. Compensado ou normotenso: mecanismos compensatórios conseguem manter a
perfusão tecidual nos órgãos nobres
Aumento da RVS
Aumento da FC
Redirecionamento do fluxo sanguíneo para órgãos vitais
Sinais precoces: pulsos finos (primeiro os periféricos e depois os centrais), FC alta, TEC
lentificado (extremidades frias) e redução do nível de consciência
2. CHOQUE CARDIOGÊNICO
Alteração no débito cardíaco problema pode estar na pré carga, pós carga, contratilidade
miocárdica, relaxamento diastólico, FC, etc.
Causas
IC sistólica
IC diastólica
Distúrbio eletrolítico
Miocardiopatias
A. ANAFILÁTICO
Mediadores inflamatórios desencadeiam vasodilatação
Vasodilatação perda de tônus
Tratamento: adrenalina (vasopressor) e anti-inflamatórios
B. NEUROGÊNICO
Perda do tônus simpático + vasoplegia vasodilatação choque quente
Causas
Trauma raquimedular
Anestesia epidural
Tratamento: adrenalina
C. SÉPTICO
Deve-se suspeitar em qualquer criança com quadro infeccioso
Atenção especial em sinais de infecção grave: alteração do nível de consciência (choro
inconsolável, irritabilidade ou baixa interação) e/ou alteração na perfusão tecidual
Critérios (2020)
SEPSE: presença de infecção (suspeita ou comprovada) e SIRS, sendo essa definida
pela presença de critérios clínicos e laboratoriais (Tabela 1)
SEPSE ASSOCIADA A DISFUNÇÃO ORGÂNICA: presença de infecção associada a
disfunção orgânica (Tabela 2)
CHOQUE SÉPTICO: sepse acompanhada de Disfunção Cardiovascular, sendo essa
definida por:
Hipotensão; OU
Necessidade de droga vasoativa; OU
Sinais de comprometimento da perfusão
RESUMINDO
3. Avaliação secundária;
4. Reavaliação → reavaliação;
A ventilação deve manter boa pressão boa saturimetria elevação visível do tórax
Lesões traumáticas que mais alteram a ventilação
Pneumotórax hipertensivo toracocentese de alívio (2º EIC com abocath 16 ou 18)
* MV abolido, tríade de Beck, sinais de choque obstrutivo, desvio de traqueia e
hipertimpanismo à percussão
Obs.: Tríade de Beck= hipotensão, hipofonese de bulhas e estase jugular)
Pneumotórax aberto curativo oclusivo de 3 pontas
Hemotórax drenagem
* MV abolido, bulhas abafadas, estase jugular, sinais de choque obstrutivo e macicez
à percussão
Obs.: Em alguns casos, pode ser necessária uma toracocentese antes da drenagem para
descomprimir um pouco
Procurar
(1) fraturas abertas ou fechadas
(2) sinais de sangramento ativo
(3) hematomas
(4) ferimentos corto contusos ou lacerações.
Obs.: Além disso, é importante prevenir a hipotermia, pois a presença dela piora a acidose no
organismo e atrapalha a entrega de oxigênio nos tecidos.
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
Insuficiência Cardiopulmonar
COMPRESSÕES
1/3 do AP do tórax (4 cm RN / 5 cm criança / 6 cm adolescente)
Frequência 100 a 120/min
Permitir retorno total do tórax
Alternar socorrista (2 minutos)
Minimizar as interrupções (limitar a 10 segundos)
VIA AÉREA
Discreta hiperextensão
Inclinação da cabeça com elevação do queixo
No trauma: fazer a anteriorização da mandíbula
RESPIRAÇÃO
Via aérea não avançada: 30:2 (1 socorrista) e 15:2 (2 socorristas).
Paciente intubado
* 1 ventilação a cada 2-3 segundos (20-30 ventilações/min)
* Assincrônicas com as compressões
* Elevação do tórax
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA
Obs.: Monitorização do ritmo cardíaco (apenas!) - avaliar ritmo (monitorização + gel condutor o mais
rápido possível)
VIA AÉREA AVANÇADA
Pode ser necessária, principalmente se for de causa hipóxica
IOT; dispositivos supraglóticos; cricotireoidostomia
ACESSO VENOSO
Endovenosa (periférico, administração em bolus e sem interromper as compressões)
Intra-óssea (tibial anterior, fêmur distal, crista ilíaca ou maléolos)
Endotraqueal (vasopressina, atropina, naloxone, epinefrina e lidocaína)
AVALIAÇÃO DO RITMO E
DESFIBRILAÇÃO
MEDICAÇÕES
Adrenalina: vasoconstricção/aumenta PAD Ao/ aumenta a pressão de perfusão
coronárias e cérebro -> 0,01 mg/kg a cada 3-5 min “ciclo sim - ciclo não” usada em
ritmos chocáveis e em não chocáveis (refratária ao 1º choque - quando o choque
não funcionou, assim = desfibrilação de novo, compressões pelos próximos 2 min
+ administração)
Outros medicamentos
* Anti-arrítmicos: em ritmos chocáveis
Amiodarona (podemos utilizar até 3x): arritimias refratárias a desfibrilação (após 3
choques)
Lidocaína: arritmias refratárias a desfibrilação
Sulfato de magnésio: TV polimórfica - Torsades de Pointes
* Outros agentes: glicose (hipoglicemia), cálcio (hipercalemia) e bicarbonato de sódio
(Acidose)
RESUMO
O suporte avançado de vida é composto por 5 passos principais: (1) estabelecimento de via
aérea avançada, se necessário (2) acesso venoso periférico ou intraósseo ou endotraqueal, (3)
separação e administração de drogas, (4) avaliação do ritmo em chocável ou não chocável e
(5) desfibrilação caso haja necessidade.
Retorno da circulação espontânea (RCE) verifica-se a o ritmo, pulso e a frequência
cardíaca do paciente;
Ritmo ideal = ritmo sinusal;
Presença de pulso;
Frequência cardíaca > 60 bpm
BRONQUIOLITE
Infecção viral aguda do trato respiratório inferior que afeta < 24 meses
PRIMEIRO episódio de sibilância, associado a infecção viral, em crianças menores de 2 anos
de idade
Agentes etiológicos
VSR (principal- 70-80%)
Parainfluenza 1, 2 e 3
Influenza A e B
Rinovírus
Adenovírus
Imunopatologia
Expressão de citocinas pró-inflamatórias com posterior infiltração perivascular ou
peribrônquica por células mononucleares (neutrófilos e linfócitos)
Resposta desequilibrada entre Th1 e Th2
Obs.: As manifestações extrapulmonares podem incluir encefalite, cardiomiopatia e hepatite
Diagnóstico é clínico! História + Exame físico típicos
Pródromo de sintomas de uma infecção viral aguda do trato respiratório superior com:
* Rinorreia com ou sem febre por até 2 dias
* Seguido por progressão para o trato respiratório inferior com um ou mais sintomas
incluindo tosse persistente, taquipneia e aumento do trabalho respiratório demonstrado
por:
Escalenos ou retrações intercostais
Gemido ou batimento de asas nasais
Sibilos ou estertores na ausculta
Investigações diagnósticas
Gasometria
Hemograma completo é inespecífico
Eletrólitos séricos
Urinálise ou urocultura
Medições de gases sanguíneos, quando sinais de desconforto respiratório grave ou
insuficiência iminente
Raio X: hiperinsuflação alveolar
Tratamento
Não existem terapêuticas, como antivirais específicos, para uso rotineiro.
A abordagem profilática assume papel relevante na prevenção da BAV proteger o bebê
de exposição viral aleatória
Critérios de internação
* Bebês<3m (atenção especial para<6sem)
* Comorbidades (Ex.: cardiopatias)
* Imunodeficiência já conhecida
* Saturação de O2<92% (manter entre 92-94%)
* Prematuros
* Anomalias congênitas de vias aéreas
* Social
Critérios de alta
* Clinicamente estável
* Aceitando líquidos adequadamente
* Mantendo saturação de O2>92% por 4 horas incluindo período de sono
A. MIGRÂNEA (ENXAQUECA)
Causa mais comum de cefaleia crônica em crianças
Fatores desencadeantes
Alimentos (queijo, chocolate, embutidos, fritura, cítricos, shoyu)
Bebidas (vinho tinto, destilados)
Odores (perfume, combustível, desinfetante, tinta)
Alteração do ritmo de sono e estresse
Diagnóstico É CLÍNICO!
a.1) Migrânea sem aura
Cefaleia recorrente manifestando-se em crises que duram de 4 a 72 horas.
Características típicas: localização unilateral; caráter pulsátil; intensidade moderada
ou forte; exacerbação por atividade física rotineira e associação com náusea e/ou
fotofobia e fonofobia.
Tratamento
Sintomático
o Paracetamol 10 a 15mg/kg/dose 4/4h
o Dipirona 6 a 10mg/kg/dose 4/4h
o Ibuprofeno 10 a 20mg/kg/dose 6/6h
o Naproxeno 2,5 a 5mg/kg/dose 6/6h
o Clorpromazina 0,25-0,5mg/dose 6/6h
Preventivo
Critérios
2-3 crises/mês
Interferência nas atividades diárias
Alterações sensitivas e motoras
Preenchimento de diário (freq., intensidade, duração e limitações)
B. CEFALEIA TENSIONAL
Características
Localização bilateral;
Frontotemporal;
Mais raramente acomete ombro ou pescoço;
É em pressão ou aperto;
Não impedem as crianças de estudar ou brincar;
Minoria apresenta fotofobia ou fonofobia;
Não ocorrem vômitos ou vômitos associados.
Diagnóstico é de exclusão!
Criança com quadro clínico não sugestivo de enxaqueca ou de outras enfermidades
Tratamento
Sintomático
o Evitar métodos farmacológicos
o Se necessário: analgésicos comuns ou AINEs
Profilático
o Antidepressivos tricíclicos
o Tratamento comportamental
o Fisioterapia, se comprometimento muscular
o Uso de toxina botulínica (ainda é uma dúvida)
C. CEFALEIA EM SALVAS
Pertence ao grupo das cefaleias trigeminoautonômicas (CTAs)
Crises de dor estritamente unilateral, forte, a qual é orbital, supraorbital, temporal ou ocorre
em qualquer combinação dessas áreas
Duração 15-180 minutos
Ocorre desde em dias alternados até 8x/dia
Dor está associada a injeção conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia,
sudorese frontal e facial, miose, ptose e/ ou edema palpebral, ipsilaterais à dor, e/ou a
inquietude ou agitação.
Diagnóstico
Tratamento
Crise: sumatriptano subcutâneo e inalação de O2 em máscara sem recirculação.
Analgésicos comuns e opióides são ineficazes e não devem ser utilizados.
Profilaxia de longo prazo: verapamil, lítio, topiramato, divalproex.
Obs.: O médico da urgência deve encaminhar o paciente para avaliação pelo neurologista em nível
secundário
2. CEFALEIA SECUNDÁRIA
Associada a diversos quadros clínicos
Critérios diagnósticos
Causas mais frequentes
Doenças infecciosas
Hemorragia intracraniana
Trauma craniano
Processos inflamatórios
Anamnese
Características da dor
* Instalação;
* Localização;
* Tipo: pulsátil, em pressão, em pontada;
* Duração dos episódios;
* Frequência
Intensidade da dor
* Leve criança continua brincando
* Moderada criança mantém suas atividades, mas reclama
* Forte criança para de brincar e se deita
Obs.: Escalas analógico-visuais podem ser aplicadas a partir dos 2 anos
Fatores de melhora ou piora
Fatores desencadeantes
* Ingestão de determinados alimentos
* Jejum prolongado
* Sono excessivo, sono não reparador
* Esforço físico
* Abstinência à cafeína
* Comorbidades psiquiátricas
RED FLAGS: são sinais de alerta para um evento potencialmente grave e, neste caso,
indicam a maior probabilidade de cefaleia secundária.
As três questões iniciais de pesquisa são:
1) Existem características de cefaleia secundária na dor do paciente?
2) Existem características de cefaleia secundária no exame físico do paciente?
3) Existem características no paciente que aumentam a chance de cefaleia secundária?
Grupo 1- Características da dor
Mnemônico SNOOP
Dor abdominal recorrente em consultório
Doença Celíaca
Definição: enteropatia crônica e permanente desencadeada pelo glúten, causada por
atrofia da mucosa do intestino delgado causando má absorção
Epidemiologia: 1/400 brasileiros, mal diagnosticada (1 a cada 8)
Formas clínicas:
● forma clássica: primeiros anos de vida, com diarreia crônica, anorexia, déficit de
crescimento, distensão abdominal, atrofia da musculatura glútea
● forma atípica: manifestações digestivas ausentes ou em segundo plano, principais
queixas: baixa estatura, anemia, osteoporose, artralgia, elevação das enzimas
hepáticas, perda de peso
● forma assintomática: alterações sorológicas e histológicas da mucosa do intestino
delgado
● forma potencial: alterações sorológicas com mucosa intestinal normal
Diagnóstico: suspeita clínica - teste sorológico - biópsia intestinal (endoscopia)
Tratamento: retirada do glúten da dieta, cuidado com panos de prato e utensílios na
cozinha pois podem causar contaminação cruzada
Migrânea abdominal
Definição: Variante da enxaqueca caracterizada por episódios recorrentes de dor
periumbilical, de forte intensidade, em que nenhuma causa organica é encontrada
Clínica: dor abdominal com fatores desencadeantes como chocolate, queijo, frutas cítricas,
que ocorrem juntamente com mudança de comportamento e humor, fotofobia, sintomas
vasomotores
Epidemiologia: 0,5 a 4%, mais comum em crianças do sexo feminino, história familiar de
enxaqueca
Diagnóstico:
● episódios paroxísticos
● intervalos de semanas a meses,
● dor incapacitante
● padrão específico para cada paciente
● associada a anorexia, vômito, cefaleia, fotofobia, palidez
● os sintomas não são explicados por outra condição médica
Tratamento: narcóticos, antidepressivos e anticonvulsivantes
Fobia Escolar
Definição: recusa prolongada de ir a escola devido a distúrbio emocional ou medo
relacionado à situação escolar
Epidemiologia: prevalência de transtornos de ansiedade na infância varia de 10 a 20%, a
frequência relacionada a ansiedade de separação é de 50-75% nos 2 anos
Quadro clínico: Dificuldades de sono, dores de cabeça, unhas roídas, medo, dor de
barriga, agitação, alterações do apetite. Os sintomas predominantes nas manhãs e
melhoram à medida que o dia avança, aumento dos sintomas quando há separação do
cuidador
Tratamento: psicoeducação e psicoterapia
Cefaleia
Cefaleia Primária
Definição: dor de cabeça é o principal ou único sintoma e não são decorrentes de doenças
orgânicas específicas .
● Migrânea
Epidemiologia: causa mais comum de cefaleia crônica em crianças. Incidência de
3-4% no pre escolar, 10% no escolar e 25% no adolescente
Fatores desencadeantes: alimentos, bebidas, odores e alteração do ritmo do sono e
estresse
Diagnóstico: clínico, com 4 a 5 crises no mês, duração de 1 a 48h, dor uni ou
bilateral pulsátil, de intensidade moderada a forte, acentuada pelo esforço físico,
náuseas
● migrânea com aura: fenômenos visuais e sensitivos
Tratamento: sintomáticos e preventivo com BCC, BB, anti histamínicos,
antidepressivos tricíclicos
● Cefaleia tensional
Localização bilateral, frontotemporal, dor em pressão ou aperto, mais raramente
acomete ombro ou pescoço,
Diagnóstico de exclusão não sugestivo de enxaqueca ou outras enfermidades
Tratamento: sintomáticos e profiláticos com antidepressivos tricíclicos
● Cefaleia em salvas
Ataques de dor muito intensa, localizada próximo ao território de distribuição do
nervo trigêmeo, unilateral afetando regiões supra orbital e temporal. Associada com
lacrimejamento, congestão nasal, rinorreia, sudorese facial, miose, ptose ou edema,
inquietação e agitação. Dor dura de 15 a 180 minutos podendo ocorrer 1x em dias
alternados ou até 8x em um dia.
Tratamento: sumatriptano subcutâneo e inalação de oxigênio. Para longo prazo:
verapamil, lítio, topiramato e divalproex.
Cefaleia Secundária
Causas principais: Doenças infecciosas, hemorragia intracraniana, trauma craniano e
processos inflamatórios.
Outras causas: hipoglicemia, dietas, mudanças do hábito de sono e estado pós convulsivo,
Sinais de alerta: SNOOP
● S: sintomas sistêmicos - febre, perda de peso, anticoagulação, gestação, câncer,
infecção por HIV
● N: sintomas neurológicos - papiledema, alteração do nível de consciência,
meningismo, assimetria na função dos nervos cranianos
● O: pacientes acima de 50 anos sem histórico
● O: outras condições associadas: TCE, uso de drogas, cefaleia desperta o sono,
manobras de valsalva
● P: história da dor é diferente ou progressiva