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microbiologia

Aula 1: Introdução aos fungos  Tinea nigra - Hortae (Exophiala)


werneckii
Morfologia
 Piedra branca – Trichosporon spp
 Micélio vegetativo: sustentação e  Piedra preta - Piedraia hortae
absorção de nutrientes.
Pitiríase versicolor
 Micélio aéreo: reprodução e
disseminação. Popularmente conhecida como “pano
branco”, a pitiríase é uma micose
A coloração dos micélios é determinada
superficial benigna e crônica com lesões
por diferentes pigmentos.
caracterizadas por placas hipo ou
hiperpigmentadas escamosas, que podem
confluir cobrindo extensas áreas do
corpo.

Tinea nigra

Nela, como manifestações clínicas


observam-se manchas marrons ou negras
- planas, úmidas, pouco ou não
descamativas – com o contorno nítido,
Micoses superficiais
únicas ou confluentes, sendo as palmas
São infecções causadas por fungos que das mãos ou as plantas dos pés os
colonizam as camadas queratinizadas da principais locais afetados.
pele, pelos e unhas; assintomáticas e não
A transmissão está associada ao contato
invasivas.
direto com o ambiente marinho, águas de
 Pitiríase versicolor - Malassezia esgoto, solo, etc.
spp
Piedra preta

Micose crônica e assintomática, com


nódulos duros, irregulares e aderidos, de
castanho escuro a preto. Geralmente
associado ao couro cabeludo.

Piedra branca

É uma infecção fúngica crônica e


assintomática da cutícula do pelo,
caracterizada pela presença de nódulos
firmes e irregulares, de coloração
esbranquiçada ou acastanhada, causada Aula 2: Micoses cutâneas
pelo gênero Trichosporon.
Micoses cutâneas se caracterizam por
 T. inkin: Piedra branca genital. serem causadas por fungos que invadem
 T. ovoides: Piedra branca da barba toda a espessura da capa córnea da pele
e bigode. ou a parte queratinizada intrafolicular
 T. cutaneum: Pêlos axilares. dos pelos ou a lâmina ungueal.

Localização: pelos das áreas perianal e Dermatofitose


pubiana, cabelos, pelos axilares e região
Infecção de pele, pelos ou unhas causada
da barba.
por grupo de fungos queratinofílicos ->
Outras infecções: onicomicose (micose dermatófitos.
de unha) e tricosporonose
Agentes etiológicos:
(imunocomprometidos).
 Epidermophyton: pele e unhas.
 Microsporum: cabelo e pele.
 Trichophyton: pele, cabelo e
unhas.

Quadro clínico: despigmentação, PLACAS


ANULARES, prurido e perda de cabelo,
lesões tipicamente cutâneas conhecidas
como tineas.
Tinea pedis (frieira): relacionada com o  Micetoma (eumicetoma e
uso constante de calçados fechados e actinomicetoma).
umidade, causa fissuras e coceira entre
Esporotricose
os dedos do pé e a variação clínica da
lesão depende da espécie, sítio É uma infecção granulomatosa crônica,
anatômico e status imunológico do subcutânea ou sistêmica, do homem e de
hospedeiro. As lesões podem ser animais, causada pelo fungo Sporothrix
pruriginosas, interdigitais, vesiculosas, schenckii.
eritematosas e com descamação.
Na maioria dos casos, a implantação é
Tinea corporis: caracterizada por lesões traumática e, nos humanos, os casos
em placa, eritematosas com bordos estão relacionados a atividades
elevados e pústulas descamativas. ocupacionais e recreacionais e à
manipulação de gatos doentes
Tinea capititis (couro cabeludo): lesões
(transmissão zoonótica).
inflamatórias ou não e/ou alopecia.

Tinea manum: lesões nas mãos.

Tinea cruris: lesões presentes nas


regiões genitais ou próximas.

Tinea unguium (onicomicose): manchas


brancas na superfície da unha cm intensa
hiperceratose.

Aula 3: Micoses subcutâneas


Cromoblastomicose
As micoses subcutâneas se caracterizam
por resultar da inoculação de um fungo É uma micose crônica, granulomatosa e
patogênico por ocasião de um supurativa da pele e tecido subcutâneo
traumatismo, manifestando-se como (evolução lenta) causada pela implantação
tumefação ou lesão supurada da pele ou traumática de uma variedade de fungos
do tecido subcutâneo. demáceos que formam corpos
escleróticos no tecido.
 Esporotricose: Sporothrix
schenckii. Agentes etiológicos (fungos geofílicos):
 Cromoblastomicose: família Fungos da família Dematiaceae (fungos
Dematiaceae. demáceos).
Micoses sistêmicas com caráter
endêmico, fungos dimórficos e doenças
graves.

 Paracoccidioidomicose
 Histoplasmose
 Blastomicose norte-americana
 Coccidiodomicose

Paraccocidioidomicose
Micetomas
Micose sistêmica causada pelo fungo
É o nome coletivo de micoses produzidas Paracoccidioides spp, adquirido por via
por algumas espécies de fungos ou de inalatória. Tem evolução clínica aguda,
actinomicetos aeróbios, os quais, nos subaguda ou crônica.
tecidos, se organizam em um agregado
de hifas ou filamentos bacterianos, Os paracoccidioides possuem dimorfismo

denominados grãos. térmico, ou seja, em temperatura


ambiente apresentam-se em forma
Síndrome clínica: edema, fístulas e miceliar (infectante) e em tecido ou in
secreção contendo grãos. vitro encontram-se em forma
leceduriforme (parasitária).
Doença crônica de evolução lenta, pode
atingir músculos e ossos. Diagnóstico: exame micológico direto,
anatomopatológico ou sorológico.
 EUMICETOMAS: origem fúngica.
Infecção em que predominam Histoplasmose
fibrose e fistulização, com
escassa drenagem de pus. Afeta Levedura intracelular – sistema

mais os pés, e não há monocítico fagocitário.

comprometimento do estado geral. Reservatórios: morcegos / aves (fezes),


 ACTINOMICETOMAS: origem cavernas, grutas, galinheiros, ocos de
bacteriana. Classificados em árvores, casas abandonadas...
endógenos (facial, cérvico-facial
toracopulmonar e abdominal) e Transmissão: inalação de conídios (fase

exógenos (localização podal). filamentosa).

Aula 4: Micoses profundas Diagnóstico: cultura.

Blastomicose norte-americana
Infecção aguda ou crônica causada pelo forma pulmonar primária. Pele, no
Blastomyces dermatitidis, um fungo sistema nervoso central, em ossos
dimórfico capaz de provocar doença no e articulações e no aparelho
homem e em animais. gênito-urinário.

Manifestações clínicas: Diagnóstico laboratorial:

 Blastomicose pulmonar (no mínimo  Exame micológico direto: escarro,


70%). líquido cefalorraquidiano,
 Blastomicose cutânea – inoculação exsudato de lesões tegumentares,
cutânea é rara. pus de abscesso, lavado brônquico,
 Blastomicose osteoarticular. aspirado de lesões ósseas e de
 Outros órgãos: SNC, rins, articulações, urina, aspirado de
próstata, epidídimo... medula óssea e linfonodos...
 Histopatológico: presença de
Histopatológico: formato globoso,
estrutura arredondada, parede
paredes finas, refringentes, com
grossa e endosporos.
brotamento único, em que a célula-filha
 Cultura 25ºC (método mais útil
se prende a célula-mãe por ligação de
para diagnóstico): hifas septadas,
base larga.
hialinas, ramificadas com
Cultura: hifas, conidióforos e, nas artroconídios.
extremidades desses, conídios
Aula 5: Micoses oportunistas
arredondados e globosos.
São infecções cosmopolitas causadas por
Coccidioidomicose
fungos de baixa virulência, que convivem
Agente etiológico: Coccidioides immitis e pacificamente com o hospedeiro, mas, ao
C. posadasii encontrarem condições favoráveis, como
distúrbios do sistema imunodefensivo,
Formas clínicas:
desenvolvem seu poder patogênico,
 Pulmonar primária: 60% dos invadindo os tecidos.
indivíduos infectados evoluem para
 Candidíase sistêmica
a cura espontânea.
 Criptococose
 Pulmonar progressiva: sintomas
 Zigomicose (mucormicose)
não regridem após 2 meses
 Hialo-hifomicoses
(crônica).
 Feo-hifomicoses
 Coccidioidomicose disseminada:
 Pneumocistose
acomete 0,2% dos pacientes com
Sendo as duas primeiras por leveduras e  C. gatti: regiões
as demais por fungos filamentosos. tropicais/subtropicais/temperado
> paciente imunocompetente.
Critérios para considerar um fungo
como agente causal de uma micose
oportunista

 Observação do fungo ao exame


microscópico direto e de
preferência em fragmento de
tecido
 Isolamento do mesmo agente em
culturas seriadas
 Não identificação de outro agente
patogênico

Candidíase

Infecção hospitalar endógena.


Manifestações clínicas:
Agente etiológico: fungos do gênero
Candida.  Pulmonar: assintomática.
 Disseminada (90%):
Candidíase oral, vulvovaginal, cutânea, meningoencefacilite, lesões
muco-cutâneo, sistêmica, endocardite. ósseas, lesões na pele, próstata

Diagnóstico laboratorial: exame direto (possível reservatório).

ou cultura. Patologia:

Criptococose  Meningite: forma clínica mais

Morfologia em vida saprobiota e frequente.

parasitária: leveduras capsuladas sem  Cutânea: resulta da disseminação

dimorfismo. hematogênica do fungo.

Cápsula polissacarídica: Diagnóstico: direto, histopatológico,

glucuronoxilomanana (GXM). cultura, LCR (aglutinação látex) ou Ágar


CGB.
 C. neoformans: cosmopolita >
paciente HIV. Zigomicose
Atingem o homem por via inalatória ou  Aspegilose broncopulmonar
por traumatismo, raramente via alérgica
digestiva; - Crescimento rápido, micélio  Cutânea - ferida cirúrgica, unha,
aéreo abundante; - São encontrados em otomicose
pães úmidos, solo e vegetais; - São  Invasiva/disseminada: rara e
termotolerantes. muito grave

Mucormicose rinocerebral: doença grave Penicilose:


(evolução rápida), mau prognóstico
 Principal agente: Penicillium
Necrose e enfartamento de vasos
marneffei
(invasão), localizada nos seios paranasais,
 Dimórfico
olho, cérebro, pulmões. Diabete mellitus,
 Principalmente indivíduos com
mais associado à cetoacidose diabética e
AIDS – disseminada
uso de corticoides ou outros
 Porta de entrada pulmonar
imunossupressores.
 Febre, perda de peso, lesões de
Diagnóstico laboratorial: histopatológico, pele com aspecto necrótico
cultura e identificação.  Alta letalidade, resistência aos
antifúngicos disponíveis
Hialohifomicose

Micoses oportunísticas causadas por


fungos hialinos

Localização: cutânea, abscesso cerebral,


pulmonar, sistêmica.

Menos frequentes, porém refratárias ao


tratamento.

Aspergilose:

 Possui como agentes etiológicos:


A. fumigatus, A. niger e A. flavus.
 Forma pulmonar, mais frequente
(broncopneumonia necrosante)
 Aspergiloma (bola fúngica) –
cavitação preexistente
(imunocompetente)

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