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Giovanna Bertoldi, ATM23

Febre reumática

Introdução:

• É uma inflamação não supurativa (não acompanhada de pus) que ocorre devido a uma sequela
por infecção de Streptococcus - acometendo VA superiores (faringe ou tonsilas)

• Período de latência de 2-3 semanas após a infecção por Streptoccous - quando irão surgir sinais/
sintomas característicos da febre reumática (sinais articulares, cardíacos ou neurológicos)

• É considerada uma doença “da pobreza” - nos países desenvolvidos houve uma redução
considerável da quantidade do número de casos (devido acesso à saúde, possibilidade de
antibioticoterapia, medidas de higiene)

• Predisposição genética

• Não ocorre em todos os streptococcus: ocorre nos subtipos reumatogênicos (beta-hemolíticos do


grupo A)

- Devido à proteína M e à N-acetil-beta-D-glucosamine da membrana do agente infeccioso

• Os anticorpos formados reagem com a miosina e outras proteínas, agredindo o coração

Quadro clínico:

• Pode se manifestar de forma aguda ou


crônica

• Forma aguda: geralmente em crianças de


5-15 anos; rara em adultos

- História precedida por infecção da faringe


e tonsilas

- Se manifesta após 2-4 semanas da


infecção, de uma forma
inespecífico

- Não há sinais patognomônicos

- Observar: febre, palidez cutânea,


mal estar

- Acometimento maior: artrite, nódulo


subcutâneo, comprometimento do SNC,
acometimento cardíaco

Diagnóstico:

• Critérios de Jones: divide manifestações clínicas e


laboratoriais em maiores e menores

• 2 maiores e 1 menor indicam alta probabilidade

• Artrite: com caráter migratório e assimétrico, sendo


geralmente a primeira manifestação.

• Cardite: pericardite aguda, miocardite, IC,


taquicardia, ritmo de galope, endocardite.

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Giovanna Bertoldi, ATM23
• Coreia de Sydenham: movimentos involuntários do tronco e membros, fraqueza muscular e
distúrbios emocionais - pode ser a única manifestação!

• Manifestações cutâneas: eritema marginado ou anular, nódulos subcutâneos

• Outras manifestações: dor abdominal, epistaxe, anemia, dor precordial

Exames:

• Caracterização de infecção prévia por estreptococo do grupo A: presença de anticorpos


(antiestreptolisina O, antiestreptoquinase, antideoxirribonuclease B e anti-hialuronidase) ou
isolamento nas vias aéreas superiores do agente

• ECG: alargamento do PR, BAV, alongamento do espaço QT e alterações de onda T

• Ecocardiograma: detecta lesões valvares subclínicas, espessamento subvalvar/ valvar

• Nada de específico par febre reumática!

Diagnóstico diferencial:

• Em crianças, pode-se pensar ainda em doenças do tecido conectivo, artrite reumatoide juvenil,
artrite reativa, doenças malignas, , artrite associada à síndrome da imunodeficiência, artrite
associada à doença intestinal

• Nos adultos, as possibilidades incluem artrites secundárias a vírus, fibromialgia, artrite pós-
infecciosa, bursites e tendinites, doenças metabólicas e depressão

Tratamento da doença ativa:

• Erradicação do agente desencadeador da doença – Penicilina por 10 dias (em alérgicos, uso da
Eritromicina)

• Alívio sintomático das manifestações articulares agudas e prevenção das sequelas – repouso,
além do AAS (em crianças 80 a 100mg/Kg/dia e para adultos 4 a 8g/dia em 4 a 5 tomadas, com
tempo por não menos de 30 dias)

Prevenção:

• Prevenção primária – tratamento da infecção estreptocócica com Penicilina

• Prevenção secundária – Penicilina G Benzatina 1200.000 U mensalmente para adultos e crianças


com mais de 25Kg e 600.000 U para as com menos de 25Kg (tempo mínimo de 5 anos após o
último episódio agudo e não suspensão antes dos 22 anos e nos pacientes com cardite/sequelas
valvares 10 anos de tempo mínimo ou até no mínimo os 40 anos)

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