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Profª Mônica Duarte Pimentel

CASO CLÍNICO
GRUPO 1
ASSISTÊNCIA À MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA /
URGÊNCIAS GINECOLÓGICAS

Alunos: Aliccia Schowambach, Guilherme Alves Schirm, Letícia Maira


Tavares, Luma Alves Pietri, Pedro Augusto Moreira
Anamnese
Identificação
Paciente M.P.T., 29 anos, casada, dona de casa e
residente de Contagem-MG.

Queixa Principal
"Dor forte na parte debaixo da barriga”

História da Moléstia Atual


Paciente é encaminhada para o pronto atendimento ginecológico após começar a
sentir dor pélvica há 15 dias, de intensidade 8/10, em pontada, principalmente após
relações sexuais com o marido. Relata presença de corrimento vaginal anormal
fétido e mucopurulento há 7 dias e febre de 38,7°. Fez uso de AINEs mas sem
resolução.
História Gineco-Obstétrica
História Menstrual
Menarca aos 12 anos; Ciclos regulares com intervalos de 28
dias, duração de 4-5 dias.

História Obstétrica
G2P1(C)A1; Última gestação há 5 anos.

História Sexual
Sexarca aos 16 anos, tem parceiro fixo há 6 anos e relata relações sexuais desprotegidas
com o mesmo, faz uso de método contraceptivo hormonal oral. Alega que há 3 meses
iniciou o tratamento para infecção por clamídia, mas não finalizou o tratamento por ter
apresentado uma melhora dos sintomas.
História Pessoal Pregressa
Paciente relata que sofreu um aborto espontâneo há 7 anos e realizou
curetagem para remoção de resquícios no útero. Segunda gestação sem
complicações. Nega internações e cirurgias além da cesárea e da curetagem,
nega uso de medicamentos contínuos, além do MAC. Cartão de vacina em dia.

História Familiar
Mãe: 55 anos, G3P3(1N, 2C)A0, hipertensa.
Pai: 58 anos e sem comorbidades. Sem outras
doenças de destaque na família.

História Social e Econômica


Nega tabagismo e etilismo, alimentação normal e balanceada. Relata que a única atividade
física praticada são os serviços domésticos. Mostrou-se insegura quando questionada sobre
o ambiente e a convivência familiar. Mora com o marido e o filho de 5 anos em casa própria
que possui saneamento básico. Marido é o provedor financeiro e trabalha como pedreiro.
Exame Físico
Dados Vitais Revisão de Sistemas
PA: 130x80mmHg;
SC: Pulsos periféricos palpáveis, cheios, amplos e
FC: 102bpm;
simétricos. Ritmo cardíaco regular, em 2 tempos, BNF,
FR: 21 irpm; sem sopro.
Sat: 96%;
Temperatura: 38,8ºC SR: Tórax simétrico, sem retrações ou abaulamentos.
Paciente eupnéica, sem esforço respiratório. Sons
claros pulmonares, com murmúrios vesiculares
Dados Antropométricos: fisiológicos, sem ruídos adventícios.

Peso: 65kg; SGI: Abdome plano, com dor a palpação na região do


Altura: 1,67m; hipogástrio e à descompressão brusca. Rigidez discreta
IMC: 23,38 de parede e ausência de visceromegalias, ruídos aéreos
presentes e sem alterações.

Ectoscopia Membros inferiores sem edemas, panturrilhas livres.


Paciente orientada, cooperativa, reativa,
Presença de hematomas pelo corpo por queda
inquieta e ansiosa. Regular estado geral, segundo informações colhidas.
pálida, desidratada +/++++, anictérica,
acianótica.
Exame ginecológico
Exame especular:
Inspeção:
Colo uterino hiperemiado, nota-se
Grandes e pequenos lábios com presença de corrimento purulento com
desenvolvimento normal, hiperemiados, odor fétido saindo do orifício uterino
pelos pubianos em disposição habitual.
Presença de lacerações na vulva e em
região perineal

Toque
Dor à mobilização do colo uterino e
fundo de saco de Douglas; Dor à
palpação anexial.
Questiona-se novamente sobre a relação familiar da
paciente, pois os achados do exame físico foram
sugestivos de violência. Prioriza-se nesse momento
estabelecer um ambiente seguro, de acolhimento e de
escuta até que...
Paciente revela que se sente insegura e ameaçada
pelo marido. Recentemente, descobriu relações
extraconjugais do mesmo, e além disso, diz que o seu
comportamento é controlador e agressivo, que por
isso, comete violência psicológica, física e sexual. A
paciente, em demonstração de medo, não parece ter
ciência da gravidade real da situação.
Qual a hipótese diagnóstica?
DIP
IST (recorrência de clámidia)
Violência doméstica
Diagnóstico
Exame Clínico;
Exames complementares como revisão laboratorial,
laparoscopia com evidência de DIP. Comprovação
laboratorial de infecção cervical.

Tratamento
Antibioticoterapia que englobe clamídia e gonorreia;
Videolaparoscopia, laparotomia, drenagem de
abscesso se necessário.
Conduta
Paciente necessita de internação para ATB EV e
de observação para avaliação cirúrgica pela
equipe médica;

Tratamento e prevenção de ISTs;

No quesito violência, oferecer acolhimento e


atendimento psicológico à paciente; É uma
ocorrência de notificação compulsória
(Secretaria de Saúde e autoridades policiais).
Conclusão do caso
Referências
1. PASSOS, Eduardo Pandolfi et al. Rotinas em Ginecologia. 7. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.

2 BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para


Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 211 p. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_atecao_integral_i
st.pdf. Acesso em 26 nov. 2023

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