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ISSN: 2525-8761
RESUMO
A síndrome do impacto do ombro é uma afecção comum do ombro, que se manifesta
devido à dor e inflamação, principalmente quando são realizados movimentos acima da
cabeça. O objetivo principal é observar a eficácia do tratamento fisioterapêutico em um
paciente com bursite e tendinite. Trata-se de um relado de caso de uma paciente do sexo
feminino, professora, 38 anos, que em Julho começou a sentir dor no ombro direito,
limitando de realizar alguns movimentos e logo após, procurou um médico e após a
realização dos exames foi diagnosticada tendinopatia do supraespinhal e do infraespinhal
e bursite e foi encaminhada a fisioterapia. Na avaliação fisioterapêutica, foi possível
observar dor constante, pouco edema, limitação de movimento e fraqueza muscular.
Diante os resultados obtidos neste estudo mostrou a redução da dor de 10 para 0 (de
acordo com a escala de EVA), o ganho da amplitude articular em todos os movimentos
do ombro, e melhora da força muscular (de grau 2 para o 5). Diante os resultados obtidos
neste estudo e levando em consideração a literatura descrita, fica evidente que a conduta
fisioterapêutica citado em relato alcançou o resultado esperado em 20 atendimentos. Na
2ª avaliação, observou-se diminuição da dor e ganho na amplitude de movimento, na 3ª,
ausência da dor e ganho de força muscular e na última avaliação, já havia restaurado a
amplitude de todos os movimentos, continuava sem dor e com uma boa força muscular.
Portanto, sugere realização de novos estudos de caso com um número maior de pacientes,
com isso, torna-se mais possível comprar com os dados que foram adquiridos no estudo.
ABSTRACT
Shoulder impingement syndrome is a common condition of the shoulder, which manifests
itself due to pain and inflammation, especially when movements are performed above the
head. The main objective is to observe the effectiveness of physical therapy treatment in
a patient with bursitis and tendonitis. It is a case report of a female patient, teacher, 38
years old, who in July started to feel pain in her right shoulder, limiting herself to perform
some movements and soon after, she went to a doctor and after the exams she was
supraspinatus and infraspinatus tendinopathy and bursitis were diagnosed and referred to
physiotherapy. In the physiotherapeutic evaluation, it was possible to observe constant
pain, little edema, limited movement and muscle weakness. In view of the results obtained
in this study, it showed a reduction in pain from 10 to 0 (according to the VAS scale), a
gain in joint amplitude in all shoulder movements, and an improvement in muscle strength
(from grade 2 to grade 5) . In view of the results obtained in this study and taking into
account the described literature, it is evident that the physical therapy conduct mentioned
in the report achieved the expected result in 20 visits. In the 2nd assessment, there was a
decrease in pain and gain in range of motion, in the 3rd, absence of pain and gain in
muscle strength and in the last assessment, it had already restored the range of all
movements, remained painless and with good muscle strength. Therefore, it suggests
carrying out new case studies with a larger number of patients, with that, it becomes more
possible to buy with the data that were acquired in the study.
1 INTRODUÇÃO
Conforme ressalta Nordin et al (2003) o complexo do ombro é composta por 4
articulações, sendo elas: articulação glenoumeral, acromioclavicular, esternoclavicular e
escapulotorácica. O conjunto dos movimentos que são formados por essas articulações e
as estruturas musculares que atuam sobre elas, faz com que o ombro seja a articulação
mais móvel do corpo humano, permitindo a mão posicionar no espaço para ter uma boa
função. Com isso, mostra que quanto maior a mobilidade maior será a instabilidade,
Segundo Germain (2002) o complexo articular do ombro é composto por
músculos, ossos, tendões e ligamentos que ligam o membro superior ao tórax e tem como
função de mobilidade do braço com uma amplitude enorme, permitindo boa estabilidade,
além de necessitar de força para executar suas atividades do dia-a-dia, como por exemplo,
mover objetos pesados.
A articulação do ombro realiza movimentos de abdução, adução, flexão, extensão,
rotação interna, rotação externa e circundução, quanto maior a mobilidade, mais alto será
o grau de instabilidade desse membro. O ombro é uma região muito importante por unir
diversas articulações, além de ser susceptível a diversos traumas (SOUZA, 2001).
Hall (2005), diz que diversas estruturas compõe o complexo do ombro, contudo,
quando estão relacionadas a Síndrome do Impacto do Ombro (SIO), algumas merecem
destaque: as articulações escapuloumeral e acromioclavicular, as bursas subacromial e
subdeltoidea, o arco acromioclavicular, os ligamentos glenoumerais e coracoumeral, os
tendões dos músculo bíceps braquial e do manguito rotador e o músculo deltoide.
Andrews (2000) relata que as duas bursas subdeltoidea e subacromial estão
localizadas acima da articulação glenoumeral de forma de evitar o atrito entre os tecidos
moles e as partes ósseas. Essas bolsas são relevantes nos deslizamentos dos tendões dos
músculos da cabeça longa do bíceps braquial e supraespinhoso que ocorrem abaixo do
acrômio. Essas bursas fornecem nutrientes aos músculos do manguito rotador.
O manguito rotador é composto pelos tendões dos músculos supraespinhal,
infraespinhal, subescapular e redondo menor, tem múltiplas funções, sendo sua principal,
estabilizar o ombro, na qual mantém o úmero centralizado na cavidade glenóide durante
os movimentos de elevação anterior (MOREIRA et al., 1998).
Oliveira (2010) relata que o supraespinhoso, é o músculo do ombro que mais
sobrecarrega pelo fato de estar localizado entre o acrômio e a cabeça do úmero, com isso,
durante os movimentos de abdução e flexão pode haver compressão nessa região com
cargas continuas que resultam em uma inflamação, fraqueza muscular, calcificação,
degeneração, falta de flexibilidade e ruptura do tendão. Pacheco (2010) diz que o músculo
infraespinhoso tem origm na fossa infraespinhal da escápula e se insere no tubérculo
maior do úmero.
A síndrome do impacto do ombro é uma afecção comum do ombro, que se
manifesta devido à dor e inflamação, principalmente quando são realizados movimentos
acima da cabeça. As causas mais comuns são bursite subacromial, tendinite nos músculos
do manguito rotador e tenossinovite, na qual quando não são tratadas a tempo, podem
modificar as estruturas envolvidas (WILDE et al., 2003).
Souza (2001) diz que a fisioterapia tem grande importância na reabiliatação da
síndrome do impacto do ombro (SIO), diminuindo a dor, inflamação e estimulando a
funcionalidade e independência do indivíduo. A reabilitação do complexo do ombro pode
ser dividida em 4 fases, sendo elas: fase I - no controle da dor e inflamação, II -
restauração da amplitude, III – fortalecimento da muscultatura e IV – propriocepção do
membro superior e da cintura escapular. Diante disso, o fisioterapeuta analisa quais as
técnicas que são mais adequadas à condição do paciente.
Diante disso, o trabalho tende a responder a seguinte pergunta: o tratamento
fisioterapêutico tem eficácia na melhora do quadro da dor, inflamação e limitação de
movimento do ombro?
O presente trabalho justifica-se de mostrar a importância do tratamento
fisioterapêutico na melhora da dor no ombro. Optou-se pelo tema, através de um
atendimento com o paciente diagnosticado com bursite e tendinopatia do supraespinhoso
e infraespinhoso.
Sendo assim, esse estudo teve como objetivo principal observar a eficácia do
tratamento fisioterapêutico em um paciente com bursite e tendinite, e seus específicos
como descrever a avaliação e o protocolo de tratamento fisioterapêutico e avaliar a
evolução do paciente durante o tratamento.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho trata-se de um relado de caso de uma paciente L.F.S. do sexo
feminino, professora, 38 anos, que após ficar afastada da escola devido à pandemia, em
Julho começou a sentir dor no ombro direito e limitando de realizar alguns movimentos,
devido a isso, procurou o médico onde o mesmo fez alguns testes ortopédicos e solicitou
uma ultrassonografia para um melhor diagnóstico. Após ter feito o exame, retornou ao
médico no dia 11/08/2020, onde foi diagnosticada com tendinopatia do supraespinhal e
infraespinhal e bursite e foi encaminhada para a fisioterapia.
Mesmo com a dor e limitação de movimento, a paciente só iniciou o tratamento
fisioterapêutico em 01/09/2020, mais de 2 meses após os primeiros sintomas.
No primeiro atendimento foi realizada a avaliação fisioterapêutica com a ficha de
anamnese, onde a paciente relata hábitos de vida, história da doença atual e pregressa,
sinais vitais e foi possível aplicar alguns testes ortopédicos: Neer, Jobe, Yerganson e Palm
Up.
Foram realizadas 4 avaliações: a primeira foi no dia 01/09/2020, primeiro dia de
fisioterapia, a segunda avaliação dia 08/09/2020 no 7º dia do tratamento, a 3º avaliação,
dia 15/09/2020 com 14 dias de fisioterapia e a última avaliação, dia 21/09/2020, no final
da fisioterapia.
Na avaliação fisioterapêutica, L.F.S. relatou como queixa principal dor constante
e limitação de movimento. Durante a inspeção e palpação foi possível verificar a presença
de pouco edema na região do ombro e dor ao toque.
No quadro álgico, foi utilizado a Escala Visual Analógica (EVA) da dor, sendo
que a paciente graduava sua dor numa escala numérica de 1 a 10. Na qual 0 significa sem
dor e 10 muita dor. No 1º dia, a mesma relatou sentir dor intensa, no 2º dia de avaliação,
a mesma relatou dor moderada apenas ao movimento de abdução e rotação externa, na 3º
avaliação, a mesma não relatava dor, apenas uma tensão muscular durante a extensão do
cotovelo e na 4º avaliação a mesma continuava sem dor e melhora da tensão.
3 RESULTADOS
Quadro Álgico
Utilizou-se a Escala Analógica Visual (EVA) para mensurar a dor. Na primeira
avaliação realizada, a paciente graduou sua dor intensa, em 10,0, a mesma estava fazendo
o consumo de anti-inflamatório e analgésico. Na 2º avaliação, com dor moderada com
nota 5,0, na 3º avaliação a paciente relatou 0,0, ou seja, não estava sentindo dor, mantendo
esta nota até a última avaliação.
Amplitude de Movimento
Observou-se ganho de ADM em todos os movimentos do ombro nesses 20 dias
de Fisioterapia. A partir da 2ª semana de tratamento, a paciente conseguiu a amplitude
completa nos movimentos de flexão, extensão, abdução, adução e rotação interna, devido
a um incômodo, a rotação externa estava limitada, só a partir da 3ª semana, que observou
uma melhora, alcançando assim, sua amplitude completa.
Gráfico 3: Goniometria.
4 DISCUSSÃO
Cardozo et al (2003), ressalta que a fisioterapia é bastante utilizada no tratamento
da síndrome do impacto do ombro, com diversas modalidades, tais como a eletroterapia
(tens, ultrassom, laser), termoterapia, terapia manual e exercícios terapêuticos. Magee et
al (2013) diz que a terapia manual, incluindo a mobilização e manipulação, também são
utilizadas neste tratamento.
O presente artigo mostrou que a paciente apresentava pouco edema na região,
porém, encontrava-se com muita dor, inflamação, limitação na amplitude de movimento
e fraqueza muscular.
Para a redução da dor, edema e inflamação, utilizou-se recursos como Ultrassom
(US), TENS convencional, dry needling, técnica de ventosateriapa, kinesio taping, terapia
manual e o uso da crioterapia. Rocha (2003), diz que o ultrassom é um recurso eletro-
físico mais utilizado no tratamento para tratar a dor, a inflamação, danos
musculoesqueléticos e promove a cicatrização dos tecidos superficiais. A maioria destes
aparelhos utilizam frequência de 1 ou 3MHz, a frequência de 1 MHz é recomendado nas
lesões profundas, em tecidos com profundidade de 3 a 5 cm, já a frequência de 3 MHz é
indicado nas lesões mais superficiais, com profundidade de 1 a 2 cm.
Conforme ressalta Morgan et al (2011), a eletroterapia tem efeitos fisiológicos no
sistema músculo-esquelético e neural, tais como: aumento do calibre do vaso, estimulação
do músculo, redução de edema, analgesia, diminuição da inibição reflexa, fortalecimento
e facilita a cicatrização de lesões nos tecidos moles.
De acordo com Butts et al (2016), a técnica de agulhamento à seco (AS) ou dry
needling, é utilizado no tratamento da dor miosfacial, embora seja confundidad com
acupuntura, é uma técnica ocidental que é baseada em diversos princípios
neurofisiológicos.
Cao et al (2014) ressalta que a ventosaterapia é uma técnica tradicional da
medicina chinesa (MTC), na qual é indicada para a redução da dor. Essa técnica, consiste
na aplicação de copos (existem vários materiais), em um acuponto ou pode até mesmo
aplicar na área da dor.
Segundo Chang et al (2015), a Kinesio Taping (KT), é muito utilizada como
recurso para auxiliar na diminuição do edema e dor, melhorar a estabilidade da
articulação, porém, este recurso não limita os movimentos funcionais do ombro.
De acordo com Dutton (2010), as técnicas de terapia manual são diversas e o
fisioterapeuta deve determinar qual abordagem deve aplicar de acordo com a necessidade
5 CONCLUSÃO
Este estudo de caso limitou-se a uma única paciente com tendinite do
supraespinhoso e infraespinhoso e bursite. Assim, o tratamento utilizado neste estudo
apresentou um resultado positivo na paciente analisada, considerando-se as condições
experimentais descritas, no que diz respeito à melhora funcional, a dor e a amplitude de
movimento em pacientes com disfunções do ombro decorrentes das tendinopatias do
manguito rotador.
Diante os resultados obtidos neste estudo e levando em consideração a literatura
descrita, fica evidente que a conduta fisioterapêutica citado em relato alcançou o resultado
esperado em 20 atendimentos. Na 2ª avaliação, observou-se diminuição da dor e ganho
na amplitude de movimento, na 3ª avaliação, observou-se ausência da dor e ganho de
força muscular e na última avaliação, já havia restaurado a amplitude de todos os
movimento, continuava sem dor e uma boa força muscular.
Portanto, sugere realização de novos estudos de caso com um número maior de
pacientes, com isso, torna-se mais possível comprar com os dados que foram adquiridos
no estudo.
REFERÊNCIAS
ANDREWS, James R. Reabilitação física das lesões desportivas. 2. Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000.
BIASOLI, M.; et al., Aspectos gerais da reabilitação física em pacientes com osteoartrose.
Rev. Bras. Med., v. 60, n. 3, 2003.
BUTTS R, et al., Peripheral and spinal mechanisms of pain and dry needling mediated
analgesia: a clinical resource guide for health care professionals. Int J Phys Med
Rehabil. 2016;4(2):2-18.
CAO H, et al., Cupping therapy for acute and chronic pain management: a systematic
review of randomized clinical trials. J Tradit Chin Med. [Internet]. 2014 [cited May 13,
2018];1(1):49-61. Available from: https://ac.els-cdn.com/S2095754814000040/1-
CHANG WD, et al., Effects of Kinesio Taping versus McConnell Taping for
patellofemoral pain syndrome: a systematic review and meta-analysis. Evid Based
Complement Alternat Med. 2015;471208.
CUTTER, N.C., KEVORKIAN, C.G. Provas Funcionais Musculares. 1 ed. São Paulo:
Manole, 2000.
HALL SJ. Biomecânica da extremidade superior. In: Hall SJ. Biomecânica básica. 4a
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p. 179-219.
ANEXO
I - DADOS PESSOAIS
NOME: _____________________________________________ DN:
__________________
IDADE: ___________ SEXO: M( ) F( ) ESTADO
CIVIL:________________________
PESO:_______ ALTURA:_______ PROFISSÃO:
_________________________________
DATA DE AVALIAÇÃO: ____/____/____ TELEFONE:
____________________________
II - ANAMNESE
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
____________________________________________________
QUEIXA PRINCIPAL:
________________________________________________________
H.D.A.
_____________________________________________________________________
MEDICAMENTOS EM USO:
__________________________________________________
SINAIS VITAIS: PA: ______________ FC: ____________ FR:
_____________
PRATICA ATIVIDADE FÍSICA: SIM ( ) NÃO ( )
Que tipo de atividade:
___________________________________________________
Quantas vezes na semana:
________________________________________________
Duração:
_____________________________________________________________
Nota _______________________
V – AMPLITUDES DE MOVIMENTO
MEMBRO DIREITO MEMBRO ESQUERDO
FLEXÃO
EXTENSÃO
ABDUÇÃO
ADUÇÃO
ROTAÇÃO INTERNA
ROTAÇÃO EXTERNA
VI - FORÇA MUSCULAR
CLASSIFICAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR
0 Ausente Ausência de ação muscular palpável
1 Mínima Contração muscular palpável.
2 Fraca Move o membro, mas com amplitude de movimento incompleta.
3 Regular Move o membro com amplitude completa de movimento contra a
gravidade.
4 Boa Amplitude completa e força muscular contra alguma resistência.
5 Normal Amplitude completa e força muscular contra resistência total.
Grau _______________________