04/04/2022

Biomedicina
- Una -

Profa. Flávia Mesquita

flavia.mesquita@prof.una.br

Átomo
É a menor estrutura da matéria que apresenta as propriedades
de um elemento químico.

Estrutura do átomo
Núcleo: nucleons (prótons e nêutrons)
Órbita: elétrons

Número Atômico (Z)

Número de nêutrons (N)
Número de massa ( N + Z )
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Representação:

Número
de massa

Símbolo
Número
Atômico

Calculando a massa de um átomo:

a) O elemento ouro (Au) possui 79 prótons (p) e 118 nêutrons(n),

qual seu número de massa (A)?
A=Z+n
A = 79+118
A = 197
b) Um átomo de ferro (Z= 26) possui número de massa igual a
56. Quantos nêutrons existem em seu núcleo?
n=A–Z

n = 56 – 26
n = 30
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Estabilidade nuclear

 Núcleos estáveis: aqueles que preservam sua identidade de

elemento químico.
12
6C

 Núcleos instáveis: aqueles que podem sofrer um processo

espontâneo de transformação (desintegração) e se converter
em um outro nuclídeo. Pode haver a emissão de radiação.
11
6C
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Estrutura do átomo

Isótopo, Isótono, Isóbaro

Isótopo
Nuclídeos que possuem o mesmo número atômico (Z),
diferentes número de massa (A).

A
ZX

11 C 12 13 C 14 C
6 6C 6 6

Estrutura do núcleo do átomo

 Os núcleos são ~10.000 vezes menor que a nuvem eletrônica

– espaços vazios
 Tendem a se repelirem devido a carga (+)
 Presença de forte energia de ligação no núcleo:
energia nuclear - glúon

Glúon
P ou N
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 Desintegração espontânea do núcleo de determinados

elementos com emissão de partículas ou radiação
eletromagnética até atingir o estado estável.

 A natureza das radiações emitidas é característica das

propriedades nucleares do nuclídeo que está se desintegrando.

 Podem ser:
 Natural : 234U, 235U, 232Tório

 Artificial : 137Cs, 60Co, 131I

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As principais emissões radioativas são:

 Partículas (possuem massa)

Partícula alfa ()
Partícula beta (-)
Partícula pósitron(+)

 Radiações eletromagnéticas
Raio X
Raio gama ()

Partícula ou radiação alfa (α)

 Partículas positivamente carregadas;

 Constituídas de 2 prótons e 2 nêutrons (He);
 Quando um núcleo emite uma partícula α, há um
decréscimo de 2 prótons e 2 nêutrons.

α
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Séries de
decaimento
radioativo
natural

8 transformações

Partícula ou radiação alfa (α)

 Podem ou não emitir raios gama

 Curto alcance no ar: 1-2 cm

 Pode ser barrada por uma folha de papel

 É perigosa se penetrar no corpo: inalação ou ingestão

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Partículas ou radiação beta (β-) e pósitron (β+)

 São antimatéria do elétron (e-, e+).
 Podem ser barradas por chapas de alumínio de 6mm de
espessura.

 Em relação às partículas alfa:

 São menores.
 Possuem menor massa e menor ionização.
 Penetram mais em materiais e tecidos.
 Grandes exposições com alta energia podem causar
queimaduras na pele.

Partícula ou radiação beta (β-)

 Ocorre quando o núcleo possui maior quantidade de
nêutrons em relação a prótons.
 Um nêutron é convertido em próton por transmutação.
 Necessário emissão de um “elétron (-)” (β-).
 O núcleo quando em estado excitado libera radiação gama
junto com β-
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Partícula ou radiação pósitron (β+)

 Ocorre quando o núcleo possui maior quantidade de

prótons em relação a nêutrons.
 Um próton é convertido em nêutron por transmutação.
 Necessário emissão de um “elétron (+)” (β+).

Carbono-11 Boro-11

6 prótons 5 prótons
5 nêutrons 6 nêutrons

Partícula ou radiação pósitron (β+)

 O e+ colide com outro elétron aniquilando-se.

 Gera par de raios gama de 511 KeV.
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Partícula ou radiação pósitron (β+)

https://www.sciencephoto.com/media/630045/view/fluorodeoxyglucose-decay

Radiação gama ()

 É emitida por um núcleo atômico, quando este emite
outros tipos de radiação: α, β- ou β+.
 Ao liberar uma das partículas, ele ainda possui energia
em excesso que é emitida para estabilizá-lo.
 É uma onda eletromagnética, da mesma natureza da luz
com a mesma velocidade de 300.000 km/s.
 É altamente penetrante e não possui massa nem carga
elétrica.
 Pode ser bloqueada por chapa de chumbo de alguns
centímetros de espessura.
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Poder de Poder de
Decaimento Emissão Alcance
penetração ionização

Alfa (α) 2P e 2N 1-2 cm no ar Baixo Alto

Beta (β-) N P
Médio Médio Médio
Pósitron (β+) P N

Onda
Gama () eletromagnética Alto Alto < que alfa
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Símbolo internacional da radiação

 É um fenômeno natural ou artificial, pelo qual alguns

elementos químicos, chamados radioativos, são capazes
de emitir radiações.

 Um decaimento radioativo ocorre quando isótopos

instáveis têm seus núcleos rompidos em razão da
instabilidade atômica.

 O decaimento é estatístico.
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Meia-vida (t1/2)

 É o tempo necessário para a atividade do radionuclídeo cair

à metade.

 Cada radionuclídeo tem uma meia-vida única.

 18F: 110 minutos
 99mTc: 6 horas
 131I: 8 dias

 137Cs: 30 anos

 14C: 5730 anos

 238U: 4.470 milhões de anos

Meia-vida (t1/2)

 É possível prever a atividade restante em qualquer época do

futuro.

Ex.: Às 8 horas havia 100 mCi de 11C (t1/2 de 20min). Quanto

de atividade terá às 9 horas?

8:00 – 100mCi
8:20 – 50mCi
8:40 – 25mCi
9:00 – 12,5mCi

1 mCi = 3,7×107 Becquerel

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Meia-vida (t1/2)
 = ln2
A = A0e-t t½
 A = atividade da amostra
Ln2 = 0,693
 A0 = atividade inicial
 e = função inversa da função exponencial
 t = tempo de decaimento
 λ= constante de decaimento radiativo
 t½ = tempo de meia-vida
 ln = logaritmo neperiano

Meia-vida (t1/2)

1. Uma amostra de 99mTc possui 120 mCi às 5h. Calcule a

atividade que terá o 99mTc às 23h. (T1/2 = 6 horas).

2. Preciso de 11mCi de 18F às 14h, quanto de 18F terei que

produzir às 6h? (T1/2 = 2h).
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Radiação Ionizante

Radiação
• São os modos pelos quais um átomo libera energia
 Ondas eletromagnéticas
 Partículas

β- β+
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Radiação Ionizante
Radiação

β- β+

Fontes de radiação
• Qualquer material ou dispositivo que emite radiação ionizante.
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Contaminação x Irradiação
Irradiação
• É a exposição de um objeto ou um corpo à radiação, o que pode
ocorrer a alguma distância, sem necessidade de um contato
íntimo.
• O paciente não se torna "radioativo" e não há nenhum perigo de
"contaminar" outras pessoas ou o meio ambiente.

Contaminação x Irradiação
Contaminação
• Resulta da entrada de material radioativo no organismo por
injeção, inalação, ingestão, ferimentos ou absorção pela pele.
• Ocorre em pacientes que fazem uso de procedimentos de
Medicina Nuclear.
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Efeitos biológicos
https://www.youtube.com/watch?v=WzUmXlHI-M8

Classificação dos efeitos biológicos

• Em função do nível de dano

 Hereditário (genéticos): os quais se manifestam na prole do
indivíduo como resultado de danos causados nas células dos
órgãos reprodutores.
 Somáticos: que acontecem na própria pessoa irradiada.
Imediato ou tardio

• Em função da dose e forma de resposta:

- Efeitos Estocásticos ou Determinísticos
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Efeitos Biológicos da Radiação

• Os efeitos biológicos acontecem em intervalos de tempo que

vão de minutos a anos.

• Os danos causados podem ou não serem recuperados.

 Dano recuperável: diminuição de leucócitos, infertilidade

masculina temporária.

 Dano não recuperável: catarata, leucemia, câncer.

Efeitos Biológicos da Radiação

 Em função da dose e forma de resposta
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Efeitos Biológicos da Radiação

 Efeito Determinístico:
•Existe uma relação previsível entre a dose e a dimensão
do dano esperado.
• Os efeitos só aparecem a partir de uma
determinada dose - Morte celular -

Queda de cabelo, necrose tecidual,

leucopenia, náuseas, vômitos,
anemia, febre, esterilidade,
hemorragia, perda de apetite.

Efeitos Biológicos da Radiação

 Efeito Determinístico:
• Ex.: Queimadura

 Odesson Silva: vítima do acidente

do Césio-137 em Goiânia.

 Expôs o pó de Ce137 na mão por

cerca de 2 minutos.
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Efeitos Biológicos da Radiação

 Efeito Determinístico:
• Ex.: Necrose

a) Paciente exposto a uma dose de 11

Gy: apresentou descamação seca
após um mês.

b) Paciente exposto auma dose de 18

Gy: apresentou necrose cutânea
após 6 meses.

Efeitos Biológicos da Radiação

 Efeito Determinístico:
• Necrose

• Lesão na pele em homem de 40 anos

submetido a múltiplas coronariografias
• 63 minutos de exame.
• Cerca de 18 a 21 meses depois do
procedimento, evidencia-se necrose
dos tecidos
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Efeitos Biológicos da Radiação

 Efeitos Estocásticos:
 Efeitos em que a probabilidade de ocorrência é proporcional à
dose de radiação, sem a existência de limiar, ou seja, baixas doses,
abaixo dos limites estabelecidos pelas normas “podem” induzir
algum efeito.
- Transformação celular -

Tumores sólidos, leucemia, doenças

hereditárias

Efeitos Biológicos da Radiação

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Interação da Radiação com as

células
Ação das radiações ionizantes

Radiação Átomos e Efeitos

ionizante moléculas biológicos

• Ocorre transferência de energia.

• Provoca ionização ou excitação dos átomos.
• Provoca alterações das moléculas.
• Fenômenos bioquímicos e fisiológicos: tardios ou momentâneo

Interação da Radiação com as

células
• Os danos podem ser causados de duas formas:
33% dos
danos

67% dos
danos
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Interação da Radiação com as

células
• Danos diretos:
Quebra de uma fita
Alteração de
uma base

Sítio sem
base
Quebra da fita dupla

Interação da Radiação com as

células
Danos indiretos
• Interação da radiação com as moléculas de água no organismo
humano.
• Formação de radicais livres: H+ e OH- Roubam átomos das
• Altamente reativos. moléculas de DNA

• Deslocamento pela corrente sanguínea.

• Interagem com as moléculas de DNA, promovendo assim sua
ionização.
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Interação da Radiação com as

células
• Danos diretos e indiretos:

Interação da Radiação com as

células
Ação das radiações ionizantes
 A radiação pode prejudicar sistemas biológicos danificando o
DNA das células. Se esse dano não for devidamente reparado, as
células podem dividir de forma descontrolada.
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EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO

Recuperação DNA danificado

celular Enzima detecta o

dano

DNA polimerase:
construção do DNA e
revisão e remoção do
dano

DNA reparado

Outras Interação Celulares

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Interação da Radiação com as

células
Ação das radiações ionizantes
 A radiação pode prejudicar sistemas biológicos danificando o
DNA das células. Se esse dano não for devidamente reparado, as
células podem dividir de forma descontrolada.

EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO

Recuperação DNA danificado

celular Enzima detecta o

dano

DNA polimerase:
construção do DNA e
revisão e remoção do
dano

DNA reparado
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Doses de radiações
•Faixas de dose utilizadas pelo UNSCEAR (Comitê Científico
das Nações Unidas sobre Efeitos da Radiação Atômica)

(Radiação: efeitos e fontes, Programa UNEP, 2016)

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Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Portaria SVS/MS n° 453, de 1 de
junho de 1998. Diretrizes de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e
odontológico.
CARDOSO, E. de M. Apostila: Aplicações da energia nuclear. Comissão Nacional de
Energia Nuclear – CNEN. Rio de Janeiro, RJ.
LEYTON, F.; CANEVARO, L.; DOURADO, A. et all. Riscos da Radiação X e a Importância
da Proteção Radiológica na Cardiologia Intervencionista: Uma Revisão Sistemática. Rev.
Bras. Cardiol. Invasiva vol.22 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2014.
MAZZILLI, B.P.; FILHO,C.R.R.; KODAMA, Y.; SUZUKI, F.F.; DELLAMANO, J.C.
MURANO, J.T. SANCHES, M.P. VICENTE, R. BELLINTANI, S. A. Noções Básicas de
Proteção Radiológica. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, IPEN. São Paulo,
SP. Ago, 2002.
TAUHATA, L.; SALATI, I.P.A.; PRINZIO, R.; DI PRINZIO, AR.. Radioproteção e dosimetria
– Fundamentos. Instituto de Radioproteção e Dosimetria – IRD/CNEN. 5ª rev. Rio de
Janeiro. RJ. Ago.2003.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Princípios básicos de segurança e
proteção radiológica. 3ª ed., set. 2006.