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CIRURGIA GERAL - ENDOSCOPIA | 1.

Endoscopia Urgências: Corpo Estranho 1

1. ENDOSCOPIA URGÊNCIAS: CORPO ESTRANHO


Corpo estranho § Salivação/afagia  sinais de obstrução
esofágica
Epidemiologia
è • Risco de broncoaspiração
o Baixa mortalidade  reconhecer sinais de o EDA de emergência; Avaliar IOT
alarme! § Sintomas respiratórios  Garantir via aérea
o 80% dos casos resolve espontaneamente (prioridade!)
§ 10-20% exige tratramento EDA § Sinais de perfuração
• 95% de sucesso • Febre (ausente se ingesta do corpo
• 0-5% de complicações estranho recente)
o 98% é acidental • Taquicardia
o Em adultos o corpo estranho mais comum são • Enfisema subcutâneo; sinais flogísticos
os alimentos locais
§ 80% desses adultos tem esôfago normal § O que fazer?
§ 20% desses adultos apresentam alterações • Possibilidade de acometimento de via aérea
• Atenção para esofagite eosinofílica (estridor, dispneia, afagia...)  garantir via
o Em crianças o corpo estranho mais comum é aérea
moeda • Possibilidade de perfuração  TC
o Pontos de impactação do esôfago: o Avaliar coleção, lesão vascular,
§ Esfíncter esofágico superior (cricofaríngeo) comprometimento de outros órgãos  cirurgia
§ Compresão pelo arco aórtico x EDA (ou combinado) conforme achados.
§ Compressão pelo brônquio fonte esquerdo • Sinais de alarme conforme tipo de corpo
§ Esfíncter esofágico inferior estranho  estratificar entre emergência,
Avaliação inicial
è urgência e não urgente.
o História direcionada e sintomas § Manejo não endoscópico
§ Dificuldade: pacientes psiquiátricos e
presidiários
§ Tempo desde a ingesta do corpo estranho
§ Tipo do corpo estranho pode ser um sinal de
alarme
• Ex. Bateria, palito de dente, faca, etc.
o Quadro clínico
§ Disfagia/afagia  sinais de obstrução
completa do esôfago (risco de
broncoaspiração)
§ Dor/desconforto  Pode persistir após
migração do corpo estranho
o Sinais de alarme
§ Para caracterizar emergência/urgência
§ História  Tipo do corpo estranho
(perfurocortante, bateria, imã...)

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o Exemplos:
§ Sinal de duplo halo – Bateria
• CD: remoção por EDA (emergência)

§ Ausência de sinal de duplo halo – Moeda Medidas não endoscópicas


è
• Avaliação em perfil revela moeda em via o História natural
aérea § Passagem pelo esôfago
• Conduta: remoção por broncoscopia • A maioria dos corpos estranhos são
expelidos em 4-6 dias (até 4 semanas)
§ Diâmetro >2-2,5 cm habitualmente não
passam pelo piloro e devem ser retirados por
endoscopia (não urgente)
§ Comprimento > 5-6 cm pode causar isquemia
e perfuração
• Corpo estranho de risco  não ultrapassa
do ângulo duodenal superior
o Observação é aceitável em casos de
§ Corpo estranho não perfurocortante
• Exceto pilhas, baterias e imãs
§ < 2 cm de diâmetro e < 5 cm de comprimento
§ Seguimento com RX semanal
• “Prazo” – 3 a 4 semanas
• Prova: Seguir as orientações acima
• Vida real: Retirar assim que possível
o Pacote de drogas
§ Perfuração § ATENÇÃO: não tentar remoção endoscópica
• TC para estratificar o comprometimento • Pode romper o pacote de drogas
• Cirurgia x EDA (ou combinado) conforme e desencadear overdose e maiores
achados complicações até evoluir para óbito

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§ Tratamento conservador é bem sucedido, o Dilatação para tratamento de estenose


muitas vezes § Sondas termoplásticas
• Manter o paciente internado e em § Balão de dilatação
observação Acessórios endoscópicos
è
§ Cirurgia se necessário o Cap
Indicações de endoscopia
è o Capuz de silicone  Evita complicações na
o Emergência (Remoção preferencialmente em 2h retirada do corpo estranho
- até 6h) o Overtube  Protege contra broncoaspiração
§ Obstrução esofágica (sinais: salivação, o Pinças de corpo estranho, alça, basket
afagia...)
§ Bateria no esôfago (pode causar: squemia,
descarga elétrica, lesão química
§ Objetos perfurantes no esôfago (até 35%
perfura)
o Urgência (remoção em até 24 h)
§ Outros corpos estranhos esofágicos sem
obstrução
§ Objetos perfurantes e bateria no estômago ou
duodeno proximal
§ Imãs no alcance da EDA (esôfago, estômago,
duodeno
§ Objeto > 6 cm de comprimento
o Não urgente
§ Pode ser ambulatorial
§ Moeda no estômago  pode aguardar até 4
semanas
§ Objeto rombo > 2,5 cm de diâmetro também
pode ser removido no ambulatório
Tratamento endoscópico
è
o IOT se necessário  considerar:
§ Jejum
§ Suspeita de complicação
§ Risco de aspiração Resumão
è
o Emergência (retirada < 6h; idealmente < 2h)
§ Bateria no esôfago
§ Obstrução esofágica
§ Perfurocortante no esôfago
o Urgência (retirada < 24h)
§ Bateria no estômago
§ Perfurocortante no estômago
o Para a remoção do corpo estranho pode § > 6 cm no estômago ou duodeno proximal
§ Empurrar o bolo alimentar para o estômago (alcance da endoscopia)
o Biópsias se necessário (suspeita de neoplasia, § Imãs no alcance da endoscopia
esofagite eosinofílica, etc) § Outros corpos estranhos no esôfago

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o Não urgente (retirada > 24h; pode ser


ambulatorial)
§ Moeda ou diâmetro > 2,5 cm no estômago
o Suspeita de complicação
§ TC antes
o Não retirada ou fora de alcance
§ Observação (internado se corpo estranho de
risco: perfurocortante, pacote de drogas, etc)
§ Seriar RX

Questões – Endoscopia

1. (MedCOF) Mulher, 50 anos, sem antecedentes


mórbidos prévios comparece ao PS por queixa de
afagia e hipersalivação com início há cerca de 30
minutos enquanto comia “galinhada”. Ao exame
físico, FC 90, PA 120x80 mmHg, ausência de
enfisema de subcutâneo. Refere desconforto cervical.
Com base nessas queixas, qual é a melhor hipótese
diagnóstica e conduta inicial?
A. Obstrução esofágica por corpo estranho.
Intubação (sequência rápida) para endoscopia de
emergência.
B. Perguração esofágica por corpo estranho. TC de
pescoço.
C. Obstrução esofágica por corpo estranho.
Sintomáticos e observação para endoscopia na
urgência após completar período de jejum.
D. Perfuração esofágica por corpo estranho.
Endoscopia de emergência para retirada do
corpo estranho.

Gabarito – Endoscopia

1. A

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