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GUIA PRÁTICO DE

ABORDAGEM XABCDE

GUIA DE ENFERMAGEM
BEM VINDO!
Obrigada por adquirires o Guia Prático de Abordagem
XABCDE!

Este Guia permite realizar uma avaliação holística de um cliente em


situação de Emergência ou Urgência. Este será o primeiro volume
da Coleção “Enfermagem na Emergência” constituída também
pelo segundo e terceiro volume, Emergências Médicas e
Emergências de Trauma, respetivamente.

QUEM SOU EU?

• Enfermeira desde de 2021


• Atualmente a tirar uma Pós
Graduação em Emergência e
Cuidados intensivos
• Trabalho num serviço de Medicina
Interna
Sumário

1. Abordagem XABCDE………………………………………………………………3

1.1. Segurança………………….………………………………………………………..4

1.2. X (Controlo do Sangramento Externo Grave)..…..……………….…….5

1.3. A (Manejo da Via Aérea e Estabilização da Coluna Cervical)….…….6

1.4. B (Respiração)………………………………………………………………………9

1.5. C (Circulação)……………………………………………………..………………13

1.6. D (Incapacidade)…………………………………………..…………………….18

1.7. E (Exposição)……………………………………………………………………..22

2. Abordagem secundária……………………………………….………………..23

2.1. Parâmetros vitais…………………………………………………………..……23

2.2. Recolha de informação - CHAMU………………………………..………..23

2.3. Observação Sistematizada……………………………………………………24


ABORDAGEM XABCDE

• Controlo do Sangramento Externo Grave


x (Hemorragia Exsanguinante)

• Manejo da Via Aérea e Estabilização da Coluna


A Cervical (Airway)

B • Respiração (Ventilação e Oxigenação) (Breathing)

• Circulação (Perfusão e outras hemorragias)


C (Circulation)

D • Incapacidade (Disability)

E • Exposição (ambiente) (Evironment)


SEGURANÇA

A segurança de todos os profissionais de emergência é a


principal consideração na abordagem de qualquer cena.

• Em ambiente pré hospital é fundamental aproximar-se da vítima e efetuar


uma rápida avaliação do local da ocorrência e determinar a segurança do
local.

• Na primeira avaliação deve-se observar atentamente o cenário/local e as


suas características, uma vez que fornece informações importantes sobre
o padrão da lesão. A cinemática permite suspeitar de 90% das lesões
da vítima de trauma.

• A primeira preocupação deve ser a segurança da equipa, das


vítimas e de terceiros.

• Só após a avaliação inicial, a equipa deve decidir se estão reunidas as


condições de segurança necessárias e avançar para prestar
cuidados à(s) vítima(s).

• Num primeiro momento é possível recolher vários dados importantes


sobre o estado da vítima sem que para tal seja necessário tocar na
vítima.

• O primeiro contacto com a vítima deve centrar-


se em 3 pontos vitais:
1. Há hemorragia exsanguinante?
2. A via aérea (VA) está permeável?
3. A vítima respira?
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CONTROLO DO SANGRAMENTO EXTERNO GRAVE

A hemorragia exsanguinante pode matar um paciente mais


rapidamente que outros mecanismo de trauma (poucos
minutos).
É necessário controlar a hemorragia imediatamente.

Tipos de hemorragia
• Capilar: abrasões, não põe a vida em risco.
• Venosa: controlada por pressão manual direta, normalmente não põe
vida em risco, a não ser que seja prolongada ou numa veia de grande
calibre.
• Arterial: hemorragia difícil de controlar, sangramento mesmo das
artérias pequenas pode colocar a vida em risco.

Arterial Venosa Capilar

Abordagem
1. Compressão direta: contínua e por pelo menos 3 minutos.
2. Torniquetes: Quando a compressão direta não é eficaz. Aplicar
torniquete acima da lesão e apertá-lo até deixar de sentir pulso
periférico.
3. Ácido Tranexâmico: até 3 horas após a lesão. 1G de ATX em 10
min e 1G em perfusão ao longo de 8horas.
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MANEJO DA VIA AÉREA E ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA
CERVICAL

As vítimas inconscientes e em decúbito dorsal podem


apresentar Obstrução da Via Aérea (OVA).
Se a vítima está alerta e fala, assume-se que a via aérea (VA)
está permeável,

Traum a: Estabilização da coluna cervical em posição neutral


(estabilização manual ou com outros dispositivos apropriados à correta
imobilização), mantendo alinhado o tronco/pescoço e cabeça. O colar
cervical só deve ser aplicado após inspeção e palpação do pescoço para
despistar lesões.

Pesquisar sinais de obstrução da via aérea:


• Inspecionar cavidade oral e remover corpos estranhos, sangue,
vómitos, secreções, dentes partidos e próteses dentárias soltas
• Identificar edema da língua, úvula e de outras estruturas
• Cianose central é um sinal tardio de OVA

• Sinais de obstrução total:


• Ausência de ruídos respiratórios, respiração
paradoxal e uso da musculatura acessória da
ventilação.

• Sinais de obstrução parcial


• Ruídos respiratórios: gorgolejo, ressonar ou
estridor.
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Manobras Manuais de Desobstrução das Vias Aéreas

Extensão e elevação Subluxação da mandíbula em


da cabeça doentes com suspeita de lesão
vértebra medular

Adjuvantes da Via Aérea

TUBO DE MAYO/GUEDEL
• Resolve a maioria dos problemas da Via Aérea
• Difícil de tolerar se cliente consciente

TUBO NASOFARÍNGEO
• Fácil de tolerar
• Pode causar epistaxis. Contraindicado se trauma instável
da face e fratura da base do crânio

MÁSCARA LARÍNGEA
• Fácil de colocar
• Não protege via aérea a 100% (risco de aspiração -
colocado acima das cordas vocais) - recomendado
colocar SNG

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TUBO ENDOTRAQUEAL
• Via definitiva
• Protege Via Aérea a 100%

Critérios para estabelecer Via Aérea Definitiva


• Apneia
• Vítima com Glasgow = ou < 8
• Lesão da Via Aérea Superior
• Risco aumentado de aspiração
• Traumatismo instável da face
• Convulsões mantidas
• Incapacidade de manter via aérea permeável ou oxigenação
adequada
• Falência Respiratória

Inspecionar Pescoço e pesquisar por:


• Tumefações ou feridas
• Vasos sangrantes
• Crepitação (presença de enfisema cutâneo e/ou fratura
da laringe)
• Desvio da traqueia (em condição normal deve estar na posição
mediada). Se apresentar desvio, hemotórax maciço ou pneumotórax
hipertensivo
• Ingurgitamento jugular (Tamponamento cardíaco, compressão dos
grandes vasos, pneumotórax hipertensivo, insuficiência cardíaca em
contexto de EAP)

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RESPIRAÇÃO (VENTILAÇÃO E OXIGENAÇÃO)

Avaliar a ventilação:
• Respiração é adequada ou inadequada?
• Há necessidade de administração de Oxigénio?

Risco de vida Imediato - Ventilação


• Apneia
• Ova inferior (asma grave, edema pulmonar)
• Hipóxia
• Pneumotórax Hipertensivo
• Tamponamento Cardiaco
• Pneumotórax aberto
• Hemotórax maciço
• Retalho costal móvel

Respiração e Ventilação
• Entrega de O2 nos alvéolos
• Remoção de CO2 dos alvéolos

A Frequência respiratória (FR) é controlada pela concentração de CO2


(PaCO2 no sangue) e esta altera-se de forma a manter os níveis de PaCO2
normais. Assim:
• Se PaCO2 aumentado, a FR aumenta para promover a eliminação de
CO2
• Se PaCO2 diminuído, a FR diminui de forma a reter CO2

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Não trauma Trauma

Pneumotórax Traumatismo torácico aberto ou


fechado

Edema Agudo do Pulmão Contusão pulmonar

Hipoventilação por sobredosagem de Hemotórax/Pneumotórax


Opiáceos

Retalho costal

Pesquisar
• Manifestações de dificuldade respiratória
• Sudurese
• Cianose central
• Presença de respiração abdominal
• Utilização de musculatura acessória (tiragem e adejo nasal)

• Presença de ruídos respiratórios


• Gorgolejo (secreções, necessidade de aspirar)
• Estridor (redução do calibre das vias aéreas)

• Avaliar Frequência Respiratória


• FR >35 crpm é marcador de gravidade (rápida deteorização e
exaustão
• Avaliar amplitude, simetria e padrão respiratório

• Pesquisar e identificar possíveis deformidades torácicas

• Palpação do tórax, e pesquisar:


• Dor
• Instabilidade da parede torácica
• Crepitações

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• Percussão do tórax, e pesquisar
• Diminuição ou ausência de murmúrio
(suspeita de pneumotórax hipertensivo)
• Hiperresonânica (pneumotórax)
• Macicez (suspeitar de derrame pleural,
hemotórax ou consolidação pulmonar
(pneumonia))

Auscultação
• Murmúrio vesicular
• Bilateral e simétrico?
• Sinais de consolidação pulmonar (aumento dos sons
auscultatórios)
• Sibilos (redução do calibre - sinal de broncoconstrição)
• Ausência ou diminuição do murmúrio

Monitorização
• SpO2
• Capnografia

Administração de Oxigénio
Em casos de SpO2

Insuficiência Respiratória Aguda > 95%

Doente crítico 90 - 92%

Grávidas > 97%

DPOC 88 - 92% e Pa O2 >60 mmHg

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Sinais de Pneumotórax Hipertensivo (podem não estar todos
presentes)
• Dispneia
• Diminuição ou ausência do murmúrio
• Enfisema subcutâneo
• Distensão das jugulares
• Instabilidade hemodinâmica
• Desvio da traqueia (sinal tardio)

Tratamento Pneumotórax Hipertensivo


• Descompressão com agulha no espaço pleural do lado afetado
• Locais:
• 2º espaço intercostal na linha hemiclavicular do lado afetado
• 5º espaço intercostal na linha axilar anterior do lado afetado

Ponderar Via Aérea Avançada


• Apneia
• Incapacidade de manter permeabilidade da VA
• Incapacidade de proteger VA (vómitos, corpos estranhos, outros)
• Lesões com compromisso da VA
• TCE com necessidade de ventilação assistida
• Oxigenação inadequada

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CIRCULAÇÃO (PERFUSÃO E CONTROLO DE OUTRAS
HEMORRAGIAS)

1. Identificar e Controlar Hemorragia (Interna/Externa ou


Arterial/ Venosa
2. Avaliar perfusão (Débito cardíaco e Volume de sangue)

Risco de vida
• Hipovolémia
• Alterações metabólicas
• Tromboembolismo
• Tamponamento cardíaco

An te c i p a r ne c e s s id ade de i n te r ve nção
cirúrgica
• Lesões que podem exigir cirurgia imediata
(transporte imediato para Unidade de Saúde com
Bloco Operatório)
• Hemorragia torácica maciça
• Hemorragia intraperitoneal/Retroperitoneal
• Disjunção da bacia com hemorragia não controlada
• Lesões vasculares graves

Pesquisar, inspecionar e palpar


• Pesquisar hemorragias visíveis (Epistáxis, Hematemese, Melenas,
Hematoquésias, Retrorragias, Feridas)
• Avaliar a pele (coloração, temperatura e humidade)

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• Palpar e caraterizar o pulso central e/ou periférico (amplitude,
preenchimento regularidade e frequência)
• Avaliar o tempo de preenchimento capilar
• Avaliar o estado de preenchimento venoso (repleção de volume
por hipovolémia)
• Avaliar e registar outros sinais de ineficácia do débito cardíaco
(alteração do nível de consciência e redução da diurese)

Monitorizar
• FC, ritmo cardíaco, SpO2, EtCO2
• Pressão arterial
• Uma diastólica baixa é mais frequente em
estados de vasodilatação (sépsis, anafilaxia)
• A proximidade entre a diastólica e a sistólica é
mais frequente nos estados de vasoconstrição (insuficiência
cardíaca, hipovolémia).
• O doente em choque mas com reserva para compensar o choque pode
ter a pressão arterial ainda em valores normal;
• Se vítima crítica reavaliar pulso, pressão arterial e frequência cardíaca
em contínuo ou cada 5 minutos.

Controlar hemorragia
• Hemorragias internas/ocultas significativas podem ocorrer no tórax,
abdómen, pélvis ou ossos longos;
• Estabilizar e imobilizar fraturas: pélvicas, fémur, úmero.
• Se hemorragia externa/visível:
1. Compressão manual direta no local da hemorragia
2. Aplicação de garrote em posição proximal relativamente à
lesão, se compressão manual não eficaz.

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• Nas vítimas de TRAUMA excluir rapidamente a possibilidade de
hemorragia (externa e/ou oculta). Se detetar hemorragia interna
iniciar protocolo com Ácido Tranexâmico se lesão inferior a
3horas.

Identificar sinais de choque


• Considerar se vítima com sinais indicadores de choque:
• Alteração do estado de consciência
• Hipotensão
• Extremidades frias, pálidas, suadas e/ou com aumento do tempo
de preenchimento capilar
• Diminuição dos débitos urinários

• Posicionar a vítima:
• Se hipotensão: decúbito dorsal;
• Se grávida, evitar a compressão aorto-cava: Decúbito lateral,
no plano (Trauma) lateralizar 30º para a esquerda ou deslocar
o útero manualmente para a esquerda;

• O doente com dor torácica cardíaca e suspeita de SCA deve


receber:
• O2 (a menos que esteja contraindicado:
DPOC)
• Aspirina
• Nitroglicerina
• Morfina (criteriosamente monitorizada para
o controlo da dor sem deprimir a respiração);

• Pesquisar a tríade de Beck caracterizada por hipotensão,


ingurgitamento jugular e sons abafados. Esta é indicadora de

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Tamponamento Cardíaco. Nos clientes com esta condição deve ser
realizada pericardiocentese.

• Em todas as emergências com hipotensão/choque, TRAUMA ou


não, considerar a possibilidade de existência de hipovolémia até
prova em contrário.
• Considerar a administração de fluídos IV, a menos que
estejam presentes sinais claros de doença cardíaca (angor,
sinais de insuficiência cardíaca) a todos os doentes com
extremidades frias e frequência cardíaca elevada.

Fluidoterapia
• Estabelecer acesso venoso periférico (vítima de trauma crítica: 2
acessos de grande calibre):
• Colocar acesso vascular curto (porque
permite melhores débitos) e de bom
calibre (14 ou 16 G);
• Colher sangue (hemograma, bioquímica,
coagulação e tipagem);

• Considerar a administração rápida de fluidos (reanimação


volémica) nos doentes com instabilidade hemodinâmica, se não
houver contraindicação (insuficiência cardíaca descompensada)
• Monitorizar em contínuo ou cada 5 min a pressão arterial,
pulso e a perfusão periférica;

• No doente com sinais de edema pulmonar (dispneia, taquipneia,


taquicardia e crepitações à auscultação pulmonar, secreções
pulmonares rosadas e arejadas), reduzir os fluidos IV. Pode ser
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necessário administrar medicamentos vasoativos (nitratos, aminas) e
diuréticos;

• Normalmente, os soros administrados na fase pré-hospitalar numa


vítima de trauma (adulto) não são suficientes para originar um edema
pulmonar, mesmo em doentes cardíacos.

• Nos casos em que há hemorragia significativa não controlada


(hemorragia interna com choque), limitar os fluidos enquanto a
causa da hemorragia não estiver controlada (assegurar PAM >60
mmHg, PAS [80,90] mmHg, caso contrário está comprometida a
perfusão dos órgãos).

• Avaliar a resposta à administração do bólus inicial de fluídos:


• Nas vítimas que respondem ao bólus com valores de PA normais e
se mantém estáveis pode assumir-se perda
ligeira a moderada de volume (15 a 20%);

• Nas vítimas com fraca resposta ou sem


resposta ao bólus de fluido inicial, a
perda sanguínea é extensa ou
contínua, ou então, o diagnóstico de
choque hipovolémico foi tardio.

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INCAPACIDADE (DISABILITY)

Avaliação da função cerebral, a qual é uma medida indireta


de oxigenação cerebral

Condições risco de vida


• Tóxicos;
• Alterações metabólicas;
• Estado de consciência deprimido;
• TVM com lesão cervical alta;
• Convulsões

Estado de consciência - Escala de Coma de Glasgow

Escala de Coma de Glasgow Pontuação

4 - Abre os olhos espontaneamente


3 - Abre os olhos à voz
Abertura ocular
2 - Abre os olhos à dor
1 - Não abre os olhos

5 - Discurso orientado
4 - Discurso confuso
Resposta verbal 3 - Palavras inapropriadas
2 - Palavras incompreensíveis
1- Nenhuma

6 - Obedece a ordens
5 - Localiza a dor
4 - Movimento de retirada
Resposta Motora
3 - Flexão anormal
2 - Extensão anormal
1- Nenhuma

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Pontuação Escala de Coma de Glasgow Gravidade

13 - 15 Ligeiro

8 - 12 Moderado

3-8 Grave

Lateralização da resposta motora


• Comparação da mobilidade, força e sensibilidade (MFS) dos membros de
um hemicorpo com o outro hemicorpo.
• Para este efeito (avaliação do MFS) pode utilizar-se a escala pré-
hospitalar para AVC de Cincinnati, que utiliza a avaliação de 3 achados
físicos:
• Queda facial;
• Debilidade dos braços;
• Fala anormal.

• Vítimas com aparecimento súbito de 1 destes 3 achados tem 72% de


probabilidade de um AVC isquémico, se os 3 achados estiverem presentes
a probabilidade é >85%.

Avaliação pupilas

• Reatividade à luz
• Reativas
• Não reativas
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• Tamanho e simetria

ISOCÓRICAS: Condição normal. Pupilas


iguais

ANICÓRICAS: Pupilas diferentes


(suspeita hemorragia/lesão)

MÍDRIASE: Pupilas dilatadas (ex: álcool,


drogas)

MIOSE: Pupilas contraídas(ex: drogas,


intoxicações por químicos, hemorragia)

Avaliar/pesquisar
• Na suspeita de TVM, a imobilização da coluna vertebral deve ser
mantida até avaliação radiológica na unidade de saúde;
• Excluir choque neurogénico (disfunção no sistema nervoso
simpático):
• PA diminuída mantendo FC normal;
• Pele quente, rosada e seca (sobretudo abaixo do nível da
lesão);
• Na ausência de TCE pode-se apresentar alerta/lúcido,
orientado, mas sem reflexos;
• Pesquisar Tríade de Cushing associada a hemorrragias e ao aumento
da PIC, caracterizada por hipertensão, bradicardia e bradipneia

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• Estratégias para diminuir a PIC
• Cabeça posicionada na linha média
• Elevação da cabeceira a pelo menos 30º
• Sedação adequada
• Pressão arterial sistólica >110 mmHg

• É essencial excluir a presença de choque hipovolémico preenchendo


a vítima, se choque medular ponderar administração de
vasopressores;

• Excluir condições que influenciam o nível de consciência:


• Hipóxia (administrar O2 em alta concentração,
optimizar a ventilação);
• Hipotensão (abordar com fluidoterapia);
• Excluir uso de potenciais depressores
do SNC: Fármacos, Drogas ou Álcool.
• Se indicado considerar a possibilidade de
administrar antagonistas específicos (ex.
naloxona para os opióides);
• Hipoglicemia (se glicemia <60 mg/dl, administrar glucose:
Dextrose a 30%);

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EXPOSIÇÃO (AMBIENTE)

A exposição é um passo essencial para encontrar todas as


lesões

Corrigir condições com risco de vida:


• Hipotermia;
• Amputação;

• Remover roupa e avaliar a vítima (tendo


em atenção a privacidade e dignidade da
vítima);

• No caso de existir membros amputados, avaliar a


possibilidade de reimplante e preservar a porção amputada em condições
apropriadas;

• Promover medidas para prevenir hipotermia (ex. cobertores, mantas


térmicas, temperatura da célula sanitária);

• No trauma penetrante expor para avaliar precocemente as axilas e a


região posterior.

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AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

• A avaliação secundária permite identificar possível lesões


com risco para os membros e outros problemas menos
significativos

PARÂMETROS VITAIS
• Avaliar de 5 em 5 minutos no doente crítico e de 15 em 15 minutos
no doente não crítico:
• Frequência Cardíaca
• Frequência Respiratória
• Pressão Arterial
• Dor
• Saturação de Oxigénio
• Capnografia

RECOLHA DE INFORMAÇÃO
• Devemos tentar recolher informações importantes que podem ser
relembradas pela mnemónica CHAMU:
C: Circunstâncias do acidente
H: História anterior de doenças ou gravidez
A: Alergias
M: Medicação Habitual
U : Última refeição

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OBSERVAÇÃO GERAL/SISTEMATIZADA
• Uma equipa bem treinada deve completar a avaliação em 7 a 10 minutos
• A Avaliação Secundária deve incluir um exame objetivo, feito da
“cabeça aos pés”, inspecionando, palpando, auscultando e percutindo
sempre que possível e indicado, na sequência:
1. Cabeça e pescoço;
2. Tórax;
3.Abdómen;
4. Bacia e períneo;
5. Membros superiores e inferiores;
6. Dorso e superfícies posteriores.

Cabeça e Pescoço

• Palpar/Pesquisar: contusões, lacerações,


depressões, abrasões, hematomas, equimoses,
edemas, eritema, enfi sema subcutâneo,
crepitações;
• Inspecionar: simetria da face, pupilas (tamanho
e reatividade à luz), distensão das jugulares,
estabilidade/ desvio da traqueia.

• Palpar/Pesquisar: Crânio, Face (nariz, boca, região interna e posterior


das orelhas, órbitas), região cervical posterior;
• Inspecionar: perda de liquido pelo nariz/olhos/ouvidos, instabilidade dos
ossos da face, Hematomas retro-auriculares e peri-orbitais, alteração dos
sons auscultatórios ou rouquidão da voz.
Trauma

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Tórax

• Inspecionar e Palpar: Enfi sema, Crepitações,


Expansão torácica e simetria, Cicatrizes, medicação
transdérmica, dispositivos médicos implantados
(PMD, CDI e outros);
• Auscultação: sons respiratórios e cardíacos;
• Percutir: parede torácica.

• Inspecionar e Palpar: Clavículas e Tórax (Instabilidade Torácica? Fratura


de Esterno? Instabilidade da grelha costal (movimentos paradoxais da
parede torácica)? Feridas abertas?
• Auscultar: sons respiratórios e sons cardíacos; Percutir: parede torácica.

Trauma

Abdómen

• Inspecionar e Palpar: cicatrizes, distensão


abdominal (mulher grávida?), descoloração, palpar
quadrantes abdominais (rigidez? mole/depressível?
dor?), sinais de lesão interna (contusões, abrasões e
outros)?

Bacia e Períneo

• Inspecionar e Palpar: abrasões, lacerações , contusões, incontinência


intestinal e vesical, Períneo (hemorragia rectal ou genital).

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• Inspecionar e Palpar: Dor? Crepitações? instabilidade da cintura
pélvica? Períneo (Priapismo? Alteração do tónus do esfíncter anal?
Hematomas?)
Trauma

Membros Superiores e Inferiores

• Inspecionar e Palpar: evidências de trauma


(crepitações, dor, movimentos anormais dos ossos e
articulações), equimose, eritema (não usual),
coloração, função sensório-motor e pulso distal de
cada membro (comparando bilateralmente).

• Inspecionar e Palpar: Comparar tamanho dos membros inferiores,


Rotação (externa/interna)?

Trauma

Dorso e Superfícies Posteriores

• (ROLAMENTO) Inspecionar e Palpar: dor, contusões, hematomas,


feridas, abrasões, Coluna (deformidades, crepitação).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Manual de Abordagem à vítima (para médicos e enfermeiros). INEM, 1ª


Edição, 2012

PHTLS, Prehospital Trauma Life Support, NAEMT National Association of


Emergency Medical Technicians. 8ª Edição

Guia Prático de Abordagem XABCDE - Guia de Enfermagem 28


GUIA DE ENFERMAGEM

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