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Introdução a Dietoterapia

Tipos de dietas hospitalares

Professora: Paula Brielle


         
Segunda-feira (dietoterapia)
Encontro Data Aula tipo
1 22/fev Introdução a dietoterapia teórica/ remota
2 01/mar Dietoterapia nas doenças do TGI superior teórica/ remota
3 08/mar Dietoterapia nas doenças do TGI inferior teórica/ remota
4 15/mar Dietoterapia nas doenças do hepaticas teórica/ remota
5 22/mar Dietoterapia nas doenças do pancreas e vesicula teórica/ remota
6 29/mar nutrição e cirurgias do TGI teórica/ remota
7 05/abr Dietoterapia da obesidade e DM teórica/ remota
8 12/abr Dietoterapia dos transtornos alimentares teórica/ remota
9 19/abr revisão + casos clínicos teórica/ remota
10 26/abr AV1 teórica/ remota
11 03/mai dietoterapia das doenças ósseas e reumatológicas teórica/ remota
12 10/mai Dietoterapia nas doenças do cardiovasculares teórica/ remota
13 17/mai Dietoterapia nas doenças pulmonares teórica/ remota
14 24/mai Dietoterapia nas doenças neurológicas Teórica/remota

15 31/mai Dietoterapia nas doenças renais teórica/ remota


16 07/jun revisão + casos clínicos teórica/ remota
17 14/jun AV2 teórica/ remota
18 21/jun correção e lançamento de notas teórica/ remota
19 28/jun AV3 teórica/ remota
20 05/jul correção e lançamento de notas  Teórica/remota
         
DIETOTERAPIA
 Tratamento de indivíduos portadores de
determinada patologia através da alimentação
Ofertar
ao
organismo
debilitado
OBJETIVO NUTRIENTES
NUTRICIONAIS e BIOLÓGICAS do
paciente para MANUTENÇÃO ou
RECUPERAÇÃO
ADEQUADOS, do ESTADO
NUTRICIONAL do indivíduo.
de
NÃO EXISTE “DOENÇA” E SIM “DOENTES”
forma
A Dietoterapia inicia-seque
com AVALIAÇÃO NUTRICIONALmelhor e depois
se
do diagnóstico nutricional, adapte ao
parte-se para o cálculo das
NECESSIDADES NUTRICIONAIS TIPO
DE DOENÇA e
Fundamentos da Dietoterapia

O ambiente hospitalar é hostil e impessoal

Contribuindo para  ingestão alimentar

Inadequado estado nutricional

 Morbi-mortalidade
OBJETIVOS DA DIETOTERAPIA:

A dieta como único tratamento da enfermidade;

A dieta como parte do tratamento associada aos


fármacos;

Para prevenir ou diminuir o aparecimento dos


sintomas;

Identificar e excluir alimentos que possam


provocar intolerância

Modificar a textura para que possa ser ingerida.

Normas para orientação alimentar


FATORES INDISPENSÁVEIS NA
PRESCRIÇÃO DA DIETA

•Diagnóstico da enfermidade e/ou


síndrome
fisiopatológica predominante

•Momento evolutivo da enfermidade (aguda


ou
crônica)

•Síndromes fisiopatológicas concomitantes

•Estado do aparelho digestivo


Equipe Interdisciplinar

Nutricionista Médico Enfermeira

A DIETA É COADJUVANTE DE TODO E QUALQUER


TRATAMENTO CLÍNICO
Estado Nutricional Vs Sucesso Terapêutico

  número de complicações;

  número de infecções hospitalares;

  da morbimortalidade;

  do tempo e custo de internação.


Fundamentos da Dietoterapia

Paciente ÚNICO Prescrição individualizada da


dieta

Fatores a serem considerados na individualização:


Peso, estatura, estado nutricional, requerimentos calóricos,
distribuição de macronutrientes, necessidade de restrição de
nutrientes (ex: sódio, potássio, proteínas e outros), hábitos e
preferências alimentares.
Atribuições do Nutricionista Clínico
 Realizar a avaliação do EN do paciente;
 Elaborar a prescrição dietética;
 Formular a dieta;
 Acompanhar a evolução nutricional do paciente;
 Adequar a prescrição dietética de acordo com a evolução
 nutricional
Registro e tolerância
claro e precisodigestiva;
da evolução nutricional;

Orientação do paciente, família ou quanto à
preparação (alta);
responsável
 Assegurar os padrões de qualidade e higiene (gêneros,
rótulos, amostragem, manipulação, etc);
 Estudos para novas formulações;
 Treinamento;
 Registro de todas as atividades;
 Supervisão.
Determinação das diretrizes,
prescrição e necessárias
condutas para a
baseadas
prática da no estado clínicoalimentação,
nutricional
do paciente

Prescrição médica
vs
prescrição dietética
Determinação de nutrientes ou da
composição de nutrientes da
dieta, mais adequada às necessidades
específicas do paciente, de acordo
com a prescrição médica
Tudo ok até aqui?
DIETA NORMAL = DIETA SAUDÁVEL

 Uma dieta considerada equilibrada é aquela na


qual o fornecimento de nutrientes deve ser
adequado a manutenção, reparação e
crescimento dos tecidos.

 Para consegui-la, a ingestão de alimentos deve


apresentar-se de forma variada, moderada e
proporcional.
Dietas terapêuticas
As dietas terapêuticas podem ser classificadas
segundo as modificações qualitativas e quantitativas
da dieta normal, as quais incluem:

 Nutrientes- Modificação de um ou mais nutrientes


básicos (proteínas, carboidrato, gordura, minerais e
vitaminas). Os tipos e a quantidade de nutrientes são
modificados quando são identificados problemas com
sua utilização. Os ajustes dos nutrientes podem ser de
duração aguda ou crônica.
 Energia- O conteúdo energético será modificado de acordo com
o excesso ou déficit ponderal apresentado pelo paciente. Em
algumas situações, a modificação da ingestão energética é
simplesmente adotada como medida preventiva.

 Textura- A modificação na consistência dos alimentos tem como


objetivo melhorar a aceitação do paciente, facilitar o processo de
mastigação e deglutição e reduzir o trabalho mecânico na
presença de doenças do trato gastrointestinal.
Modificações dietéticas da dieta normal

1. Físicas (consistência, temperatura e volume):


1. Consistência

2. Temperatura
• Fria - cirurgias orais, náuseas e vômitos.
• Morna - usual.
• Normal (1kcal/1g)
• Diminuído (< 1kcal/1g)
• Aumentado (> 1kcal/1g)
1.3. Volume
• Reduzido - Necessidade de restrição, conc.
• Aumentado - Reposição de líquidos/nutrientes
Dietas com modificações na
proporção de nutrientes:

 Hipossódica/assódica
 Laxante
 Constipante
 Hipercalórica/Hipocalórica
 Hiperprotéica/Hipoprotéica
 Hipolipídica
 Hipoglicídica
 Com aumento de líquidos
 Controle de potássio (K)
 Sem lactose
 Sem glúten
 Sem irritantes gástricos
Modificações dietéticas da dieta normal

2. Químicas (quantidade/qualidade de nutrientes):

1. Quantidade:
 Dieta com aumento de nutrientes:
- Hipercalórica - DPE / Desgastes energéticos
- Hiperprotéica - Cirurgias/ queimaduras
 Dieta com redução de nutrientes:
- Hipocalórica - Obesidade.
- Hipoprotéica - IRC
Modificações dietéticas da dieta normal

2. Qualidade:

-Dieta constipante - Inclui alimento com poucos


resíduos.
-Dieta laxante - Rica em resíduos. Estímulo aos
intestinos.
-Dieta sem irritantes gástricos - Pobre em
substâncias ácidas e irritantes, como condimentos e
frituras.
Bora dar
um
break?
TIPOS DE DIETAS QUANTO A
CONSISTÊNCIA – DIETAS
PROGRESSIVAS HOSPITALARES
Dieta Normal ou Geral ou Livre

 Objetivo: manter o estado nutricional de pacientes


com ausência de alterações metabólicas
significativas ou risco nutricional.
 Indicação para uso: pacientes com capacidade de
mastigar e digerir adequadamente os alimentos.
 Características: distribuição e quantidades
normais de todos os nutrientes. Não existe
restrição no tipo ou no método de preparo dos
alimentos servidos. Dieta nutricionalmente
adequada.
Dieta Normal
Grupo Alimentar Alimentos Alimentos Evitados
Recomendados
Pães, Grãos e seus produtos Ricos em gordura
Cereais, Arroz e integrais e pobres e açúcar (ex:
Massas em gordura. croissant,
bolos recheados, folhados,
etc).
Hortaliças Frescas. Frituras; enlatadas
com sal e/ou óleo.
Frutas Frescas, e a fruta em vez Conservas com calda
de seu suco. de açúcar.
Leite, iogurte Com pouca gordura e sal. Ricos em gordura e sal.
e queijo
Carnes, Magros, sem pele Ricos em gordura e
aves, peixes e ovos e gordura. sal, como os frios em
geral.
Gorduras, óleos Todos com moderação. Nenhum.
e
Recomendações
 Evitar frituras;
 Utilizar hortaliças frescas;
 Preferir o cozimento a vapor das hortaliças ( perda de nutrientes);
 Usar molhos de salada pobres ou sem gorduras;
 Preferir frutas frescas e com casca;
 Contar como uma porção de frutas somente os sucos 100% puros;
 Retirar as gorduras visíveis das carnes;
 Selecionar as carnes assadas, grelhadas ou preparadas no vapor;
 Limitar a quantidade de gorduras e adicionados aos
açúcares alimentos no momento do preparo ou à
mesa;
 Dispor as preparações de forma harmoniosa.
Exemplo de cardápio - dieta normal
DESJEJUM
Mamão – 100g
Inhame – 100 g Queijo
Coalho – 1 fatia Café
com leite -200 ml
COLAÇÃO
Abacaxi – 150 g
ALMOÇO
Salada crua – 100 g
Salada de batata – 100g
Feijão – 150 g
Arroz – 120 g
Bife acebolado – 100g
LANCHE
Goiaba – 150 g
JANTAR
Sopa de legumes com carne– 200ml
Pão– 100g
Queijo coalho– 30g
Café com leite – 200 ml
CEIA
Biscoito Maria – 5 und
Leite – 300ml
Dieta Normal em Pedaços

 Objetivo: Fornecer uma nutrição adequada a pacientes


com dificuldade na utilização de talheres.
 Indicações para uso: Pacientes adultos e idosos que
apresentem dificuldade na utilização de talheres
(deficiências ou limitações motoras em braço e mão) e
que não necessitem de dietas modificadas em
nutrientes. Ex: pós-acidente vascular cerebral,
traumatismos ósseos e deficientes físicos.
 Características: Alimentos de preparo simples, macios,
picados ou cortados em pequenos pedaços,
proporcionando facilidade de manuseio com as mãos.
Dieta Normal em Pedaços
Grupo Alimentar Alimentos Recomendados Alimentos Evitados
Pães, Cereais, Arroz e Todos os pães sem cascas ou Pães e cereais com nozes
Massas sementes, cereais instantâneos. e
outras oleaginosas, ou
com sementes.
Hortaliças Todas as hortaliças cortadas em Hortaliças fritas, muito
pequenos pedaços. temperadas ou com tecido
muito fibroso (ex: brócolis)
Frutas Todas as frutas frescas, Todas as frutas com caroço e
congeladas ou enlatadas, sem com casca.
caroços ou sementes; frutas
cítricas sem casca; maçãs
cortadas em pequenos pedaços,
sem o centro.
Leite, iogurte e queijo Todos os leites e bebidas Nenhum.
lácteas, iogurtes e sorvetes.
Carnes, aves, peixes e Todas as carnes, peixes e aves Carnes fritas; carnes com
ovos cortados em pequenos pedaços. grande quantidade de
tecido fibroso.
Gorduras, óleos e Todos com moderação. Nenhum.
Recomendações
 Evitar alimentos como nozes, pipocas, frutas e
hortaliças com cascas e sementes, balas duras e
outros, devido ao risco de engasgar;
 Utilizar utensílios especiais para ingerir
líquidos, como canecas e copos com duas abas,
canudos tortos e outros.
Exemplo de cardápio - dieta normal em
pedaços DESJEJUM
Maçã cortada– 100g
Pão de forma sem casca– 100 g
Queijo ricota – 1 fatia
Café com Leite -200 ml
COLAÇÃO
Abacaxi em pedaços– 150 g
ALMOÇO
Salada crua cortada– 100 g
Salada de batata – 100g
Feijão – 150 g
Arroz – 120 g
Bife acebolado cortado– 100g
LANCHE
Goiaba em pedaços – 150 g
JANTAR
Sopa de legumes com carne em tiras– 200ml
Pão de forma sem casca - 100g
Queijo ricota – 1 fatia
Café com leite – 200 ml
CEIA
Leite – 300ml
Dieta Branda
 Objetivo: Fornecer uma dieta contendo o mínimo
possível de fibras que foram abrandadas pela cocção
ou mecanicamente, e uma quantidade moderada de
resíduos, de fácil digestão.
 Indicação para uso: Utilizada como transição entre
uma dieta líquida e uma normal. Utilizada na presença
da gastrite ou úlcera péptica, náuseas e vômitos.
 Características: Normal em todos os nutrientes e
isenta de alimentos flatulentos.
Dieta Branda
Grupo Alimentar Alimentos Recomendados Alimentos Evitados
Pães, Cereais, Arroz Pães moles, de forma, Pães duros ou com
e Massas bolinhos cozidos ou assados moles, sementes, biscoitos
biscoitos amanteigados,
sem recheio e gordura, panquecas, pastelarias.
torradas, cereais cozidos,
arroz, massas em geral.
Hortaliças Todas cozidas, exceto as flatulentas.
Hortaliças folhosas cruas, brócolis,
feijões, couve-flor,
pepino,
pimentão e outras formadoras de
gases.
Frutas Todas cozidas. Todas as cruas e as cítricas.
Leite, iogurte e queijo Com pouco sal e gordura. Queijo Queijos muito gordurosos
minas, ricota, coalho. (ex: provolone).
Carnes, aves, peixes e Carnes sem gordura, cozidas, Carnes duras, crocantes,
ovos moídas, desfiadas, purê, ensopadas empanadas. Ovos fritos.
ao molho, grelhadas ou assadas.
Ovos mexidos.
Gorduras, óleos Todos, sem excesso. Nenhum.
e
açúcares
Recomendações
 Evitar café, álcool, condimentos, pimenta, catchup,
maionese, mostarda, refrigerantes, água com gás, sucos
artificiais, etc.
 O baixo teor de fibras pode resultar em obstipação
intestinal  suco de ameixa, frutas laxantes.
 As fibras podem ser incluídas gradativamente à dieta,
de acordo com a tolerância do paciente.
Exemplo de cardápio - dieta branda
DESJEJUM
Maçã cozida– 100g
Pão de forma sem casca– 100 g
Queijo ricota– 1 fatia
Suco -200 ml
COLAÇÃO
Pêra ao vapor com canela– 150 g
ALMOÇO
Salada de jerimum, chuchu e batata – 100g
Arroz – 160 g
Carne moída– 100g
LANCHE
Doce de goiaba em pedaços– 150
g
JANTAR
Sopa de legumes com carne em tiras– 200ml
Pão de forma sem casca - 100g
Queijo minas – 100g
Leite desnatado– 200 ml
CEIA
Biscoito Maria – 5 und
Leite desnatado – 300ml
Dieta Pastosa

 Objetivo: fornecer uma dieta que possa ser mastigada e


deglutida com pouco ou nenhum esforço.
 Indicação para uso: pacientes com dificuldades na
mastigação ou deglutição devido à inflamação, danos
neurológicos, distúrbios neuromotores, retardo mental
severo, doença esofágica, alterações anatômicas da boca
ou esôfago, e uso de próteses dentárias. É indicada
àqueles com risco de broncoaspiração.
 Características: normal em todos os nutrientes. Os
alimentos estão na forma de purê ou amassados, exceto
se naturalmente macios.
Dieta Pastosa
Grupo Alimentar Alimentos Recomendados Alimentos Evitados
Pães, Cereais, Arroz Todos que possam Pães duros ou com
e Massas ser transformados em pastosos: sementes, biscoitos amanteigados,
amido pastelarias.
de milho, aveia, creme de arroz e Cereais secos, contendo
outros. passas,
nozes ou sementes.
Hortaliças Purê de batata, batata- Hortaliças folhosas cruas. Hortaliças
doce, cenoura, abóbora. com sementes e/ou casca.
Frutas Na forma de purê, sem pele. Suco de Frutas com polpas que são difíceis
frutas. de transformar em purê (laranja,
uva, abacaxi).
Leite, iogurte e queijo Leite, iogurte, achocolatados, pudim, Iogurte com pedaços de frutas.
manjar. Queijos cottage ou
ricota
amassados.
Carnes, aves, peixes e ovos Na forma de purê, sem pele. Ovos Carnes duras,
mexidos , na forma de purê. crocantes, empanadas. Ovos fritos.
Gorduras, óleos Gelatina, sorvetes, geléia, Bacon, azeitona, coco.
e açúcares mel, açúcar. Óleo, azeite.
Recomendações

 É mais atraente e melhor tolerado quando os alimentos são


transformados na consistência pastosa em itens separados, em
vez de todos misturados juntos.
 Os líquidos podem necessitar de espessamento com uso de
espessantes industrializados.
 O leite, os molhos, a margarina, manteiga, mel ou açúcar podem
ser adicionados aos alimentos sólidos e líquidos, para aumentar
o aporte calórico.
 O baixo teor de fibras pode resultar em obstipação intestinal 
suco de ameixa, chás laxativos.
 As fibras podem ser incluídas gradativamente à dieta, de acordo
com a tolerância do paciente.
Exemplo de cardápio - dieta pastosa
DESJEJUM
Purê de Maçã – 100g
Papa de aveia – 200g
Café com leite -200 ml
COLAÇÃO
Vitamina de banana – 300 ml
ALMOÇO
Purê de batata – 100g
Arroz-papa – 160 g
Carne moída– 100g
LANCHE
Mamão machucado – 150 g
JANTAR
Sopa creme de legumes com clara de ovo– 200ml
Purê de inhame- 100g
Requeijão – 1 colher de sopa
Café com leite – 200 ml CEIA
Leite – 300ml
Dieta Líquida Completa (total)

 Objetivo: fornecer uma dieta oral que seja bem tolerada por
pacientes que não podem ingerir alimentos sólidos.
 Indicação para uso: após cirurgias de cabeça e pescoço, e para
aqueles pacientes incapazes de tolerar alimentos sólidos ou com
dificuldade de mastigação e deglutição. Deve haver precaução
naqueles com risco de broncoaspiração. É, preferencialmente, uma
dieta de transição, e a progressão para alimentos sólidos deve ser
completada tão rápido quanto possível.
 Características: Contém alimentos na forma líquida ou que
liquefazem à temperatura corporal. É nutricionalmente
inadequada. Permite a adição de leite e derivados, ovos e cereais
refinados.
Dieta Líquida Completa (total)
Grupo Alimentar Alimentos Recomendados Alimentos Evitados
Pães, Cereais, Arroz e Cereais refinados e cozidos, Alimentos integrais, farelos,
Massas farinha de aveia, creme sementes.
de arroz, milho e trigo.
Hortaliças Caldos e sucos, Hortaliças cruas e inteiras.
sopas liquidificadas.
Frutas Sucos coados. Frutas inteiras.
Leite e iogurte Leite integral e Iogurte cremoso.
desnatado, bebidas lácteas
iogurte líquido,
suplementos comerciais à base
de leite.
Carnes, aves, peixes e Acrescidas a Carnes ricas em
ovos sopas liquidificadas. gordura. Embutidos.
Gorduras, óleos Todos sem excesso. Nenhum
e açúcares
Sobremesas Gelatina, sorvete Todos os outros.
Recomendações

 No caso de não haver condições de progressão, os suplementos, fórmulas


completas ou módulos devem ser utilizados para melhorar a adequação
nutricional.
 Os pacientes com a mandíbula imobilizada podem necessitar de uso de
seringa ou canudo para facilitar a alimentação.
 Os alimentos podem ser mais facilmente liquidificados se cortados em
pedaços pequenos antes de colocados no liquidificador.
 A maioria dos alimentos pode ser liquidificada através da mistura de partes
iguais de sólidos e líquidos. Alguns alimentos (frutas e hortaliças) não
necessitam de quantidades iguais de líquidos adicionados.
 Os alimentos liquidificados devem ser utilizados imediatamente, mas podem
ser mantidos sob refrigeração até 24h ou congelados logo após o preparo.
Exemplo de cardápio - dieta líquida
total
DESJEJUM
Suco de frutas – 300 ml
Mingau de amido de milho – 300 ml

COLAÇÃO
Suco de frutas – 300 ml

ALMOÇO
Caldo de feijão – 300 ml
Clara de ovo cozida no caldo – 1 unidade

LANCHE
Iogurte líquido – 300 ml

JANTAR
Caldo de carne com legumes – 300 ml
Café com leite – 200 ml

CEIA
Leite fermentado– 2 unidades
Dieta Líquidos Claros ou mínimo resíduos

 Objetivo: Fornecer líquidos e eletrólitos via oral para


prevenir a desidratação, minimizar o trabalho do TGI e a
presença de resíduos no cólon.
 Indicações para uso: Preparo e pós-operatório de cirurgias
do TGI, após período de alimentação por via intravenosa,
durante infecções graves e diarreia aguda, antes ou depois de
procedimentos de diagnóstico, e como primeiro passo na
alimentação por via oral. Precaução na disfagia com risco de
broncoaspiração. É indicada a progressão para uma dieta
mais adequada logo que tolerada pelo paciente.
Dieta Líquidos Claros

 Características: dieta altamente restritiva e


inadequada em todos os nutrientes. Não deve ser
utilizada por mais de três dias, pois fornece quantidade
limitada de quilocalorias, provenientes principalmente
de CHO. Inclui alimentos translúcidos, com baixa
quantidade de resíduos e que são ou se transformam
em líquidos à temperatura corporal.
Dieta Líquidos Claros

Grupo Alimentar Alimentos Alimentos Evitados


Recomendados
Pães, Cereais, Arroz Nenhum. Todos.
e Massas
Hortaliças Caldos e sucos coados. Nenhum, exceto as
leguminosas.
Frutas Sucos coados. Não produzam sucos
claros.
Leite, iogurte e Nenhum. Todos.
queijo
Carnes, aves, peixes Caldo de frango ou de Ovos.
e ovos carne de gado sem
gordura.
Gorduras, óleos e Todos sem excesso. Nenhum.
açúcares
Recomendações

 Os alimentos com altas concentrações de


açúcares simples, eletrólitos e aa são hiperosmolares
 diarreia
 cautela.

 No caso de não haver condições de progressão da dieta


 suplementos com baixa quantidade de resíduos 
melhorar o aporte nutricional.
Exemplo de cardápio - dieta líquidos
claros
DESJEJUM
Suco de frutas coado– 300 ml

COLAÇÃO
Água de coco - 300 ml

ALMOÇO
Caldo de legumes coado – 300 ml

LANCHE
Suco de frutas coado – 300 ml

JANTAR
Caldo de carne coado– 300 ml

CEIA
Chá de erva doce – 300 ml
Dieta Líquida de Prova ou sem resíduos

 Indicação: Indicada no primeiro dia de alimentação de


pacientes submetidos a cirurgias de grande porte,
jejum prolongado, preparo de exames e em pré-
operatórios de cirurgias intestinais.
 Características: É uma dieta líquida com mínimo de
resíduos.
Exemplo de cardápio - dieta líquida de
prova
DESJEJUM
Chá coado– 300 ml

COLAÇÃO
Água de coco coado – 300 ml

ALMOÇO
Chá coado– 300 ml

LANCHE
Água de coco coado – 300 ml

JANTAR
Chá coado– 300 ml

CEIA
Água de coco coado – 300 ml
FASES DO CUIDADO TERAPÊUTICO
 Avaliação- Informações relativas ao estado nutricional do
paciente, hábitos alimentares e estilo de vida.

 Análise- Analisar os dados coletados.

 Planejamento- Estabelecer metas. Deverá ser baseado nas


necessidades e objetivos do paciente, bem como o cuidado
médico identificado.

 Implementação- Colocar o planejamento em prática

 Evolução- Toda ação deve ser cuidadosamente avaliada


como forma de verificar se as necessidades identificadas
estão sendo solucionadas.
PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA

1. DEFINIÇÃO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS

2. PLANO DIETOTERÁPICO:
1. OBJETIVOS;
2. CARACTERÍSTICAS DA DIETA;
3. EXEMPLO DE CARDÁPIO;
4. LISTA DE SUBSTITUIÇÕES DE ALIMENTOS;
5. RECOMENDAÇÕES E ORIENTAÇÕES;
6. ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA (ADEQUAÇÃO).
Necessidades e recomendações
nutricionais
 Energia:
 Normocalórica: 25 a 30 kcal/kg/dia
 Hipercalórica: > 30 kcal/kg/dia
 Hipocalórica: 20 a 25 kcal/kg/dia
 Proteína:
 Normoprotéica: 0,8 a 1,0 g/kg/dia
 Hiperprotéica: > 1,0 g/kg/dia
 Hipoprotéica: 0,6 a 0,8 g/kg/dia
 Outros macronutrientes  faixa de distribuição
 Carboidratos: 45 a 65%
 Lipídeos: 20 a 35%
 Micronutrientes  RDA ou AI
 Fibras  AI (20 a 35 g)
 Homens: 30 a 35 g
 Mulheres: 20 a 25 g
EXERCÍCIO DE SALA

 Faça um planejamento dietético, considerando as modificações na


consistência das dietas, sugerindo um cardápio qualitativo para uma
dieta líquida e pastosa constipante.
REFERÊNCIAS

DIAS et al. Dietas orais hospitalares. In: WAITZBERG, D. L.


Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 4ªed.
São Paulo: Editora Atheneu. V. 1. Cap.36. p.649-663, 2009.

MARTINS, C. et al. Manual de dietas hospitalares. Nutro


Clinica, 2001.

KRAUSE, M. V. & MAHAN, L.K. Alimentos, nutrição e


dietoterapia. 11 ed. São Paulo: Roca, 2005

MURA, J D P; SILVA, S M C S. Tratado de alimentação,


nutrição e dioterapia. 2ª Ed. São Paulo: ROCA, 2007.

PAIVA, A.A. et al. Manual de dietas hospitalares. Hospital


Getúlio Vargas, 2011.

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