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UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

FACULDADE DE ENGENHARIA
ENGENHARIA MECATRÓNICA

CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA QUÍMICA

SISTEMAS DE SUPERVISÃO E CONTROLO

Docente: Herculano Simão


UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE ENGENHARIA
ENGENHARIA MECATRÓNICA

INTEGRANTES DO GRUPO

ABRAÃO MAWETE – 24136


LUZIA NETO – 27919
MARIA JOÃO – 28558

Janeiro de 2022
RESUMO

A indústria química inclui as empresas que produzem produtos químicos industriais,


como petroquímicos, agroquímicos, produtos farmacêuticos, polímeros, tintas, etc. São
utilizados processos químicos, incluindo reações químicas, para formar novas substâncias,
separações baseadas em propriedades tais como a solubilidade ou a carga iónica, em
diversos processos de separação, como as destilações, além de transformações por aquecimento
ou por outros métodos.

As indústrias químicas envolvem o processamento ou alteração de matérias-primas


obtidas por mineração e agricultura, entre outras fontes de abastecimento, formando materiais
e substâncias com utilidade imediata ou que são necessários para outras indústrias.

Palavras-chave: Química, Indústria, Processos, ERP, MES, Interfaces


ÍNDICE
CAPÍTULO I ......................................................................................................................................... 1
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 2
1.2. OBJECTIVOS ........................................................................................................................... 3
1.2.1. Objectivo Geral ................................................................................................................... 3
1.2.2. Objectivos Específicos ........................................................................................................ 3
CAPITULO II ....................................................................................................................................... 4
2. CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA QUÍMICA ............................................................ 5
2.1. Processo Químico ........................................................................................................................ 5
2.1.2. Fluxograma de um Processo Químico ...................................................................................... 7
2.1.3. Diferença entre um Processo Químico e um Processo Físico em Química .............................. 7
2.2. Objectivo dos Processos Químicos .............................................................................................. 9
2.3. Exemplos de Processos Químicos................................................................................................ 9
2.4. Fluxograma da produção de açúcar (C12H22O11) ................................................................... 10
2.4.1. Fluxograma da produção de álcool (C2H5OH) ...................................................................... 10
2.5. Análise de Processos Químicos ................................................................................................. 11
2.5.1. Objectivo da Análise de Processos Químicos ......................................................................... 11
2.5.2. Recursos .................................................................................................................................. 12
2.5.3. Resíduos .................................................................................................................................. 12
2.6. Operações Unitárias ................................................................................................................... 13
2.7. Processos Industriais .................................................................................................................. 14
2.7.1. Processos Orgânicos ............................................................................................................... 14
2.7.2. Processos Inorgânicos ............................................................................................................. 14
2.8. Classificação dos Processos Químicos ...................................................................................... 15
2.8.1. Processos em Batelada ............................................................................................................ 16
2.8.2. Processos contínuos ................................................................................................................ 16
2.8.3. Processos Semi-Continuos ...................................................................................................... 17
2.9. Tipos de Fluxogramas ................................................................................................................ 17
2.9.1. Fluxograma de Blocos ............................................................................................................ 18
2.9.2. Fluxograma do Processo ......................................................................................................... 18
2.9.3. Fluxogramas de Tubulação e Instrumentação ......................................................................... 19
3. Reacções Químicas Realizadas em Condições Industriais ....................................................... 20
3.1. Equação Química e Estequiometria ........................................................................................... 21
CAPÍTULO III .................................................................................................................................... 22
4. CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ERP NA INDÚSTRIA QUÍMICA.............. 23
4.1. Principais Funcionalidades do ERP para a Indústria ................................................................. 25
5. ERP na Indústria Química......................................................................................................... 27
5.1. Os Benefícios do ERP para Indústria Química .......................................................................... 27
5.1.1. Rastreabilidade na Indústria Química ..................................................................................... 27
5.1.2. Controle de Qualidade na Indústria Química .......................................................................... 29
5.1.3. Controle de Produção na Indústria Química ........................................................................... 31
5.1.4. Gestão de Stock na Indústria Química .................................................................................... 31
5.1.5. Principais Vantagens de um ERP Industrial ........................................................................... 32
5.1.6. Fluxograma do ERP na Indústria Química ...................................................................... 33
CAPITULO IV .................................................................................................................................... 34
6. CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO MES NA INDÚSTRIA QUÍMICA ............. 35
6.1. Funcionalidades do sistema MES ......................................................................................... 35
6.2. Principais Benefícios do Sistema MÊS ................................................................................. 36
6.3. Como Implantar o Sistema MES na Indústria Química ........................................................ 37
6.2. Recursos MES para Indústria Química ................................................................................. 39
6.3. Fluxograma do Sistema MES na Indústria Química ............................................................. 40
CAPÍTULO V...................................................................................................................................... 41
7. CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE REDES INDUSTRIAIS NA INDÚSTRIA
QUÍMICA ............................................................................................................................................ 42
7.1. Protocolo Hart ............................................................................................................................ 42
7.1. Protocolo Foundation Fieldbus: Rede para áreas explosivas. .................................................... 43
7.2. Protocolo Profibus PA ............................................................................................................... 43
8. INTERFACES E PAINÉIS DE COMUNICAÇÃO USADOS NA INDÚSTRIA QUIMICA
44
8.1. Interface Homem-Máquina ........................................................................................................ 44
8.1.1. Modbus RTU RS-485 ............................................................................................................. 45
8.2. PAINÉIS DE COMUNICAÇÃO USADOS NA INDÚSTRIA QUÍMICA ........................ 47
8.2.1. Painel de interface Homem-Máquina................................................................................ 47
8.2.2. Painel TTA ........................................................................................................................ 47
8.2.3. Painel para Senha .............................................................................................................. 48
CAPÍTULO VI .................................................................................................................................... 49
9. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 50
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 51
CAPÍTULO I

1
1. INTRODUÇÃO

A Indústria Química é um dos sectores mais dinâmicos e vitais de qualquer economia


industrializada, pois gera produtos finais amplamente demandados por consumidores e uma
infinidade de insumos intermediários utilizados por outras indústrias em seus processos de
produção. A Indústria Química trabalha em diversos sectores como: petroquímica,
agroquímicos, produtos farmacêuticos, polímeros, tintas, etc. Produz produtos finais e
ingredientes para outros ramos industriais.

Esta indústria surgiu com a necessidade de baratear determinados procedimentos de


produção manual ou fabricar produtos que antes eram impossíveis de serem feitos sem
condições e propriedades específicas, como pressão, tratamento químico, solubilidade e carga
iónica.

O presente trabalho, realizado no âmbito da disciplina de SSC tem como objectivo dar
a conhecer sobre a caracterização de Indústria Química e como é que se elas se processam. A
indústria química possui um papel central na economia de diversos países, sendo a quinta maior
em PIB dentre as indústrias manufactureiras, com vendas brutas de mais de US$ 4 bilhões
mundialmente.

O segmento fornece insumos para diversos sectores da economia, sendo a base de vários
processos industriais e viabilizador da grande maioria dos produtos que consumimos actual-
mente. Cerca de 58% das vendas do sector são destinadas a aplicações industriais, princi-
palmente na manufactura de borrachas e plásticos (embalagens, pneus, máscaras), téxteis,
insumos de construção e electrónicos. Os outros 42% das vendas são de uso directo, com maior
relevância no setor da saúde, com medicamentos e suplementos, e no setor de agricultura e
pesca, com fertilizantes e pesticidas.

2
1.2. OBJECTIVOS

1.2.1. Objectivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo geral mostrar a caracterização da Indústria


Química.

1.2.2. Objectivos Específicos

 Fazer a caracterização da Indústria Química;


 Falar sobre o ERP da Indústria Química;
 Falar sobre o MES da Indústria Química;
 Apresentar a caracterização das Redes Industriais usadas na Indústria Química;
 Falar sobre a caracterização das Interfaces e Painéis de Comunicação da Indústria
Química.

3
CAPITULO II

4
2. CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA QUÍMICA

2.1. Processo Químico

A indústria química recebe matéria-prima e gera produtos; a matéria prima pode ser
separada em fracções (sem sofrer transformação química) ou em outros produtos (sofrendo
transformação química).

Define-se processo químico como qualquer operação ou conjunto de operações


coordenadas que provocam transformações químicas e/ou físicas num material ou numa
mistura de materiais. Um processo químico é qualquer actividade industrial ou de laboratório
em que os produtos são reagidos quimicamente entre si para formar novos produtos.

As reacções alteram a estrutura das moléculas do produto, em vez de adicioná-las em


um processo de mistura. As misturas podem resultar dessas actividades, mas ocorreu uma
alteração química em um ou mais dos materiais reagidos.

Os projectos de processos geralmente envolvem a construção de moléculas maiores a


partir de moléculas menores encontradas em matérias-primas. Algumas reacções podem
quebrar moléculas maiores e reorganizá-las de maneiras diferentes para produzir um produto
final.

Múltiplas reacções podem ser necessárias para produzir uma molécula desejada e
podem incluir matérias-primas adicionais ou mudanças de temperatura ou pressão para causar
a formação de diferentes produtos.

Um processo pode ser uma única etapa de reação ou uma operação industrial que cria
produtos químicos acabados em larga escala.

Os produtos químicos são produzidos pela primeira vez em equipamentos de escala


laboratorial, tanto para confirmar as etapas necessárias quanto para ajustar as temperaturas e
pressões da reacção frequentemente necessárias para que as reacções ocorram.

Muitos processos químicos industriais ocorrem em altas temperaturas e/ou pressões,


mas com menos frequência, as reacções podem ocorrer em pressões muito baixas ou no vácuo,
ou em temperaturas muito baixas.

5
Catalisadores podem ser usados para auxiliar a reacção química ao projectar um
processo químico. Estes são produtos que aceleram ou aceleram a reação, produzem mais do
produto final desejado do que outros subprodutos ou, em alguns casos, permitem que as
reacções ocorram a temperaturas ou pressões mais baixas para reduzir custos. Vasos de reação
de alta pressão ou temperatura podem ser caros de fabricar, portanto, um catalisador pode ser
importante ao projectar plantas químicas. Testes em plantas piloto ou operações em pequena
escala podem ser o próximo passo no design do processo.

Os tempos de reacção, temperaturas e pressões devem ser revisados e optimizados para


produzir os produtos químicos correctos e reduzir os resíduos. Os produtos devem ser
separados e purificados em etapas adicionais, e reacções adicionais podem ser necessárias antes
que um produto final seja produzido. Os resíduos devem ser determinados e encontrar maneiras
de neutralizá-los ou descartá-los para minimizar os problemas ambientais.

O teste da planta piloto é importante, porque alguns testes de laboratório não funcionam
correctamente quando executados em equipamentos maiores e podem ser necessárias
alterações no projecto antes da construção de uma planta em grande escala.

Um processo químico industrial em larga escala pode levar anos para ser construído
com grandes custos; portanto, é preciso tomar cuidado para verificar todos os equipamentos e
requisitos de controle de processo antes do início da construção.

As fábricas de produtos químicos requerem o fornecimento de matérias-primas por


comboio ou caminhão, usando tanques para líquidos, cilindros ou vasos de alta pressão para
gases e espaço de armazenamento para sacos ou tambores. São necessários tanques ou torres
de reacção para produzir os produtos acabados brutos ou não purificados, e toda tubulação,
eléctrica e instrumentação deve ser projectada para conectar todas as partes do processo.

Os projectos de processos químicos incluem métodos para separar e reciclar matérias-


primas não utilizadas de volta à frente do processo para reduzir o desperdício e os custos
operacionais.

Quando os produtos acabados são purificados e separados do fluxo de processo


químico, pode ser necessário armazenamento até serem enviados aos clientes. Isso pode incluir
tanques adicionais para líquidos, cilindros para gases e armazenamento para tambores ou
bolsas, e alguns produtos podem ter temperaturas ou condições de armazenamento específicas
6
para manter a qualidade e evitar problemas de segurança. Um fabricante pode ter caminhões
ou carros-tanque disponíveis para enviar grandes quantidades aos clientes, e essas frotas podem
ser de propriedade ou arrendadas. Cada reação em um processo químico é uma etapa, e muitas
podem ser combinadas em uma cadeia complexa de eventos chamada planta química.

Engenheiros de processo químico e projectistas de plantas consideram cuidadosamente


a interacção de todas as etapas para criar uma operação eficiente. Qualidade do produto,
eficiência energética e minimização de resíduos são todos cuidadosamente considerados no
design do processo e são essenciais para produzir uma operação química lucrativa.

2.1.2. Fluxograma de um Processo Químico

2.1.3. Diferença entre um Processo Químico e um Processo Físico em Química

Não há diferença real entre um processo químico e um processo físico em química.


Alguns professores de química gostam de definir um processo químico como qualquer
processo que envolva uma reação química e todos os outros processos como processos físicos.

7
Segundo esses professores, coisas como queima de combustíveis são processos
químicos e coisas como dissolver sal em água ou congelar água em gelo são processos físicos.
Mas essa distinção é realmente arbitrária e não fundamental. Embora esses professores possam
fazer essa distinção com a boa intenção de ensinar aos alunos, eles realmente estão preparando
os alunos para serem confundidos a longo prazo.

Todos os processos que envolvem a interacção de átomos são químicos. Dissolver sal
na água é uma reação química. Você começa com dois reagentes distintos (sal e água), faz com
que os átomos se liguem de novas maneiras (cada íon sal se liga a uma multidão de moléculas
de água) e um novo produto químico é formado (água salgada). Típico de todas as reações
químicas, o calor é trocado com o meio ambiente como parte do processo.

A dissolução de sal na água pode não ser tão glamorosa quanto explodir um balão cheio
de hidrogénio, mas ainda é uma reacção química. Mesmo processos simples como mudanças
de fase (sólido para líquido, líquido para gás, etc.) são realmente de natureza química.

No processo de congelamento no gelo, as moléculas na água líquida começam em uma


configuração, formam ligações à medida que assumem a nova configuração e liberam energia
no processo.

Alguns professores não gostam de tratar mudanças de fase como reacções químicas,
porque as equações químicas básicas não são muito úteis para ensinar os alunos.

Por exemplo, a equação química básica para o congelamento da água no gelo


é: H20 H20. Esta equação é enganosa. Parece implicar que nada está acontecendo. Por esse
motivo, alguns podem pensar que as mudanças de fase realmente não contam.

Mas uma equação química mais detalhada é mais esclarecedora: H20 (líquido) –
calor H20 (sólido). A flecha contém a formação de ligações estáveis de hidrogênio entre as
moléculas de água após a remoção de energia (a energia é sempre liberada quando as ligações
químicas são formadas).

A formação de ligações é a principal característica das reacções químicas. De fato,


praticamente todas as experiências cotidianas com as quais estamos familiarizados são de
natureza fundamentalmente química. Chutar uma bola de futebol, trocar de marcha em uma

8
bicicleta, cantar e escrever palavras no papel são todos descritos no nível fundamental como a
interacção dos átomos.

No nível fundamental, os únicos processos que não são de natureza química são
processos gravitacionais e processos de partículas nucleares/subatômicas.

Além disso, o termo “processo físico” é tão vago que é inútil. Todo processo observável
no universo é físico. As únicas coisas no universo que não são físicas são conceitos abstratos,
como amor e fé.

Todos os processos químicos são físicos, assim como todos os processos biológicos,
geológicos, astronómicos, gravitacionais, subatómicos e nucleares.

2.2. Objectivo dos Processos Químicos

O objectivo dos processos químicos é a obtenção de produtos de interesse a partir de


matérias-primas selecionadas ou disponíveis para tal.

2.3. Exemplos de Processos Químicos

Shreve e Brinkjr. (1980) detalham vários processos químicos, entre eles tem-se:

 Tratamento de água;
 Produtos carboquímicos;
 Indústria de cerâmica;
 Indústria do açúcar e do amido

9
2.4. Fluxograma da produção de açúcar (C12H22O11)

C12H22O11

C12H22O11

2.4.1. Fluxograma da produção de álcool (C2H5OH)

C12H22O11

C2H5OH

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2.5. Análise de Processos Químicos

De acordo com os processos apresentados, as matérias-primas são transformadas em


produtos através de uma sequência de etapas. Essas etapas são denominadas operações
unitárias da indústria química e são realizadas em equipamentos específicos, tais como
moendas, evaporadores, centrífugas, secadores e colunas de destilação.

Centrífuga Colunas de destilação

Evaporador Moenda

2.5.1. Objectivo da Análise de Processos Químicos

A análise dos processos químicos tem como objectivo a obtenção das quantidades e
propriedades das correntes de produtos a partir de quantidades apropriadas das correntes de
alimentação, e vice-versa, nas etapas do processo. Assim, deve-se conhecer as principais
variáveis envolvidas nos processos, tendo como base a lei de conservação de massa e energia.

11
2.5.2. Recursos

UTILIDADES:
 Vapor
 Energia eléctrica
 Água potável
 Gases
 Ar comprimido
OUTROS RECURSOS:
 Manutenção
 Instrumentação

2.5.3. Resíduos

SUB-PRODUTOS:

 Resíduos poluentes
 Resíduos sólidos recicláveis

 Resíduos sólidos tratáveis

 Resíduos sólidos incineráveis

 Resíduos sólidos para aterros

 Efluentes (líquidos, sólidos e gasosos)

O PROCESSO QUÍMICO COMPREENDE VÁRIAS ETAPAS:


 Preparação das matérias-prima
 Reacções químicas
 Purificação do produto
12
 Embalagem

Operação: é a acção directa do homem e equipamentos sobre a matéria-prima e seus


produtos (funções que devem ser executadas).
Processos: é um conjunto de operações físicas e transformações químicas que visam
obter produtos finais a partir de matérias-primas.

2.6. Operações Unitárias

Segundo Cremasco (2012), Operações Unitárias constituem-se etapas individuais,


visando ao tratamento e/ou separação e/ou transporte físico de matéria e/ou energia, presentes
em um processo (bio) químico. O que vale ressaltar é que em uma operação unitária existe uma
alteração física ou uma separação sem ocorrer reação química. Elas são:

 Misturação
 Destilação
 Evaporação
 Absorção de gás
 Extração

13
 Processos de separação
 Secagem
 Bombeamento de fluidos
 Troca de calor
 Transporte de sólidos
 Redução de tamanho
 Peneiração
 Filtração

2.7. Processos Industriais

Os processos industriais podem ser:

 Orgânicos
 Inorgânicos

2.7.1. Processos Orgânicos

 Nitração
 Sulfonação
 Alquilação
 Esterificação
 Polimerização
 Fermentação
 Aminação
 Carboxilação
 Hidrogenação
 Oxidação, dentre outros.

2.7.2. Processos Inorgânicos

 Tratamento de água
 Carboquímicos
 Petroquímica
 Gases combustíveis
 Gases industriais
 Cerâmica
 Cimento
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 Vidro
 Ácidos
 Álcalis
 Sais
 Tintas
 Explosivos
 Corantes
 Detergentes e sabões
 Perfumes, aromatizantes
 Alimentos
 Agroquímicos
 Óleos, gorduras
 Açúcar e amido
 Fermentação
 Papel e celulose
 Indústria de fósforo
 Indústria de potássio
 Indústria de nitrogênio
 Plásticos
 Fibras sintéticas e borracha

2.8. Classificação dos Processos Químicos

Os processos químicos são classificados de acordo como procedimento de entrada e


saída de matéria do volume de controle em:

1) Processos químicos em batelada ou descontínuos;

2) Processos químicos contínuos;

3) Processos químicos semi-contínuos.

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2.8.1. Processos em Batelada

Um equipamento é carregado com as matérias-primas, a operação ou a conversão


ocorrem após um tempo determinado, quando então o produto é descarregado.

Exemplos: Polimerização, fabricação de produtos farmacêuticos, de especialidades


químicas.

Autoclave de processamento de línter

O processo descontínuo é utilizado quando o volume de produção é pequeno, quando o


custo de produção é mais favorável que o do processo contínuo ou quando condições de
segurança são fundamentais.

2.8.2. Processos contínuos

Diferentemente dos processos em batelada, as entradas e saídas fluem continuamente


ao longo do tempo total de processo.

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Exemplo: Centrífuga de processamento de celulose

Visor da centrífuga Centrífuga

O processo contínuo exige uma instrumentação de processo mais complexa, que não
somente registre, mas também controle as variáveis do processo (temperatura, vazão, pressão
etc). É necessário controlar os desvios e corrigi-los rápidamente. Controle informatizado do
processo. Custos são altos para pequenas produções mas se diluem para grandes produções.

2.8.3. Processos Semi-Continuos

É qual quer processo que não se enquadre nas duas definições anteriores.

2.9. Tipos de Fluxogramas

Os três principais tipos de diagramas usados para descrever os fluxos de correntes


químicas através de um processo são:

 Fluxogramas de blocos (block flow diagrams – BFD)


 Fluxograma do processo (process flow diagram – PFD)
 Fluxogramas de tubulação e instrumentação (piping and instrumentation diagram –
P&ID):

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2.9.1. Fluxograma de Blocos

Permite a rápida visualização do processo.

Cada bloco ou retângulo representa uma operação unitária ou processo unitário. Para
fazer fluxogramas de blocos claros e objectivos:

 Correntes de entrada e saída são representadas por linhas rectas que podem ser
horizontais ou verticais;

 A direcção do fluxo deve ser claramente indicada por setas;

 As correntes de fluxo devem ser numeradas em uma ordem lógica;

 As operações unitárias (i.e blocos) devem ser rotulados;

 Quando possível, o diagrama deve ser arrumado de modo que o fluxo material ocorra
da esquerda para a direita, com unidades a montante, à esquerda, e unidades a jusante,
à direita.

2.9.2. Fluxograma do Processo

Contém as informações necessárias para os balanços material e energético do processo.


O fluxograma de processo apresenta as relações entre os principais componentes no sistema,

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bem como tabula os valores projectados para o processo para os componentes nos diferentes
modos de operação: mínimo, normal e máximo. Um fluxograma de processo inclui:

 Tubulação do sistema;

 Símbolos dos principais equipamentos, nomes e números de identificação;

 Controles e válvulas que afectam a operação do sistema;

 Interconexões com outros sistemas;

 Principais rotas de by-pass e recirculação;

 Taxas do sistemas e valores operacionais como temperatura e pressão para fluxos


mínimo, normal e máximo;

 Composição dos fluidos.

Exemplo:

2.9.3. Fluxogramas de Tubulação e Instrumentação

 Deve conter toda informação do processo necessário para a construção da planta.

 Mostram toda a tubulação incluindo a sequência física de ramificações, redutores,


válvulas, equipamentos, instrumentação e controles intertravados;
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 São usados para operar o processo de produção;

 Devem apresentar todos os detalhes pertinentes ao processo.

Exemplo:

3. Reacções Químicas Realizadas em Condições Industriais

Industrialmente, os reactores químicos podem ser de vários materiais, formatos e


dimensões, dependendo das condições em que a conversão química se realiza.

Os reagentes em excesso podem ou não retornar ao processo, formando o reciclo; pode


haver catalisador ou não; o catalisador pode estar em leito fixo ou em leito fluido. Para melhorar
o rendimento nas reações químicas realizadas em condições industriais, geralmente, é desejável
20
que um ou mais reagentes estejam em excesso (em relação às quantidades teóricas previstas
pelas equações químicas).

Exemplo: Processos de nitração.

As quantidades máximas dos produtos formados serão determinadas pela quantidade


do reagente-limitante, que é aquele que não se encontra em excesso; o qual servirá de base para
o cálculo do excesso dos demais.

3.1. Equação Química e Estequiometria

A equação química fornece informações qualitativas e quantitativas essenciais para o


cálculo das massas dos materiais envolvidos em um processo químico, como por exemplo:

A equação química nos fornece, em termos de mols, as razões entre reagentes e


produtos (chamadas razões estequiométricas). A estequiometria lida com as massas dos
elementos e compostos que se combinam.

21
CAPÍTULO III

22
4. CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO ERP NA INDÚSTRIA
QUÍMICA

Para compreender todos os benefícios de um ERP para indústria química, antes é


necessário dar um passo atrás e avaliar sua história. A origem do ERP é bastante antiga,
especialmente para uma ferramenta tão moderna: há cerca de 100 anos, com o modelo EOQ
(Economic Order Quantity). Sua próxima evolução aconteceu em meados da década de 1980,
com a MRP II (Manufacturing Resource Planning).

Foi nos anos 90 que a ferramenta ganhou alguns diferenciais, incorporando recursos de
finanças, vendas e RH. Ali, nascia o ERP, Enterprise Resources Planning. Hoje, com
a Indústria 4.0, o ERP industrial protagoniza o papel de base para a evolução de processos no
chão de fábrica.

É o vetor de todos os processos e dados, de forma a capacitar a empresa a dar o próximo


passo em direção à transformação digital.

ERP significa Enterprise Resource Planning. Esse sistema integra todos os principais
processos de um negócio em um banco de dados, conectando a empresa.

Na prática, o ERP funciona como um suíte integrada de aplicações para o seu negócio.
Seus recursos compartilham os mesmos modelos de dados, cobrindo de ponta a ponta os
processos operacionais e administrativos.

Desse modo, o sistema unifica seus processos corporativos (contabilidade, gestão de


pedidos, finanças, vendas, recursos humanos, entre outros), torna mais transparente, simples e
fácil o controle da empresa e melhora a tomada de decisão.

No entanto, no contexto deste setor, o ERP para indústria pode ser encarado de maneira
distinta. O ERP industrial é um sistema de gestão que capacita a gestão do chão de fábrica, ao
mesmo tempo que transforma o processo de manufactura. Não à toa, de acordo com estudo da
consultoria Panorama Group, o sector que mais utiliza ERPs é a manufactura, com 33% das
empresas.

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Entre suas principais características, um ERP para indústria deve oferecer:

1) Controle de Produção

A indústria precisa de uma solução que ofereça recursos além da “gestão de ponta a
ponta”. É necessário ter o poder de controlar e visualizar, em tempo real, o chão de fábrica e
suas entregas.

Desse modo, é possível controlar o cronograma de entregas com maior precisão e


avaliar os investimentos em equipe, maquinário e insumos

2) Alinhamento entre as áreas

O ERP industrial deve ser um dos pilares por trás dos esforços em evitar retrabalhos no
chão de fábrica. Sem a integração de sectores e de dados, essa é uma realidade: muitas vezes,
seus funcionários tiram informações do sistema, apenas para inseri-las de volta em uma etapa
posterior do processo.

Com um ERP para indústria eficiente, você não precisa fazer isso. Pelo contrário, ele
deve fornecer as amarras para que você unifique a gestão da empresa, dos processos e setores,
conectando informações.

3) Flexibilidade

O ERP industrial deve fornecer recursos que potencializem sua flexibilidade


operacional. Ou seja: que permitam que você mude as estratégias — e seus indicadores de
desempenho — conforme necessário. Assim, sua operação e seu processo de análise não fica
preso aos mesmos KPIs, vez após outra.

Ao contrário, o ERP para indústria deve empoderar você, o gestor, a decidir o que é
importante para a empresa, ao mesmo tempo em que fornece as informações e insights para
contribuir na leitura de tendências. É uma característica única, que dá mais poder de ação para
as grandes empresas, mas também reforça as pequenas e médias corporações, orientando-os
para o caminho do lucro.

24
4) Específico para a indústria

Um ERP é um ERP, mas não necessariamente é uma solução para a indústria. Por isso,
investir em um ERP para indústria é tão necessário.

A solução deve ser desenvolvida para atender às necessidades específicas da indústria,


capaz de entender os processos e contribuir para mensurar corretamente os indicadores
definidos.

4.1. Principais Funcionalidades do ERP para a Indústria

As optimizações e melhorias que o sistema de ERP pode oferecer são


inúmeras. Através das rotinas de MRP, o software integra as áreas de produção, estoque,
comercial e requisições internas. Módulos essenciais do sistema integrado de gestão
empresarial voltado às indústrias:

1) Administrativo

No módulo administrativo de um ERP para indústria, você pode gerar propostas


comerciais, solicitações e cotações de compra ou venda. Também controla o seu estoque de
forma integrada com as linhas de produção, contabilidade e financeiro.

2) Financeiro

Neste módulo, você controla as contas a pagar e a receber, realiza conciliações


bancárias, gera boletos para os clientes e faz o gerenciamento do seu fluxo de caixa. Tudo isso,
monitorando sempre os resultados e integrando os processos do financeiro com a contabilidade.

3) Fiscal & Contábil

Se sua indústria já sofreu com multas devido a erros na entrega das obrigações fiscais,
um sistema integrado de gestão empresarial voltado para finanças pode te ajudar com isso.

Graças à otimização das análises e um maior controle das informações, o sistema emite
os documentos contábeis e fiscais exigidos para a entrega do SPED Contábil, Fiscal, REINF e
Contribuições.

25
Vale lembrar que o sistema também realiza de forma automática a emissão das notas
fiscais electrónicas (NF-e).

4) Manufactura

O ERP para indústria conta com um módulo completo de controle da produção. Esse
módulo ajuda com previsões de venda, define o planejamento e as diretrizes de chão de fábrica
com maior eficiência.

Além disso, o ERP capacita sua empresa para implementação de metodologias de


gestão de processos, como o Just in Time.

O sistema organiza a produção para terceiros e executa os sistemas:

 MRP: Material Requirement Planning ou Planejamento das Necessidades de Materiais;


 APS: Advanced Planning and Scheduling ou Planejamento e Programação Avançados
 MES: Manufacturing Execution System ou Sistema de Execução da Manufatura.

5) Qualidade

O ERP para indústria conta com um módulo de gestão de qualidade, em que é possível
verificar as matérias-primas utilizadas no negócio, desde o recebimento até a estocagem e a
produção.

É possível acompanhar os produtos fabricados a partir do controle de lotes, da


rastreabilidade e de análises e relatórios automatizados.

Além disso, você pode controlar as rotinas de manutenção, predefinindo ações


de manutenção preditiva, correctiva e preventiva.

26
5. ERP na Indústria Química

O ERP para indústria química é uma ferramenta estratégica para que esse segmento
conquiste ainda mais eficiência em suas operações. Trata-se de um software de gestão integrada
que reúne todas as informações sobre a empresa em um mesmo local, facilitando o acesso e a
consulta aos dados e contribuindo para uma tomada de decisão mais assertiva pelos gestores,
entre outros benefícios.

Esse tipo de sistema é utilizado por empreendimentos de diversos sectores, já que


oferece resultados positivos ao automatizar tarefas e tornar os dados mais acessíveis. Porém,
para a indústria química, os ERPs são ainda mais importantes: afinal, além dos desafios comuns
aos outros segmentos, essas empresas têm particularidades que devem ser tratadas com atenção
durante todos os processos.

5.1. Os Benefícios do ERP para Indústria Química

Agilidade, aumento de produtividade, redução de custos, ganho de tempo, segurança


para a tomada de decisão: esses são apenas alguns dos benefícios de um ERP para indústria
química:

5.1.1. Rastreabilidade na Indústria Química

A rastreabilidade é um conceito fundamental para a indústria química. Com ela, é


possível ter acesso a todo o histórico de uma mercadoria, consultando todos os agentes da
cadeia produtiva pelos quais ela passou até chegar a determinado ponto. Isso é importante para
que se tenha um controle ainda maior da qualidade e para agir com rapidez caso haja algum
problema com o produto.

É por isso que um ERP para indústria química deve ser equipado com funcionalidades
que auxiliem a empresa na rastreabilidade dos itens produzidos. A possibilidade de rastrear
produtos por lotes e por prazos de validade é uma função essencial, por exemplo, assim como
o cadastro de produtos com campos personalizados, etiquetas e códigos de barra.

27
Afinal, o controle restrito em empresas desse segmento é muito mais do que uma
simples obrigatoriedade. É por meio dele que garante-se a qualidade do produto final e o
profissionalismo dessa indústria, em que qualquer erro pode trazer consequências muito graves
para a saúde do consumidor.

A rastreabilidade na indústria química, por exemplo, ajuda a evitar a perda de produtos


por validade, fator que é responsável por grandes prejuízos às empresas como um todo. Além
disso, esse controle também possibilita a consulta dos dados de procedência da mercadoria,
como país de origem, componentes, tipo de material e condições especiais de transporte.

Esse acompanhamento detalhado pode agir em benefício das indústrias que trabalham
com grandes stocks Fica mais fácil, inclusive, ter acesso ao local cujo produto será enviado e
antecipar algumas necessidades e cuidados especiais para cada tipo de cliente, como os
estabelecimentos comerciais, indústrias farmacêuticas ou empresas do agronegócio. Isso sem
contar que a rastreabilidade na indústria química ainda permite planejar melhorias nos
processos internos, além de possibilitar que os gestores conheçam melhor seus níveis de
produtividade.

Somado a isso, essa prática transmite mais confiança aos clientes, gera mais segurança
em relação aos fornecedores e ajuda você a fazer compras mais optimizadas e assertivas para
o estoque, sempre de acordo com as reais necessidades da produção.

Diante da constante necessidade de aperfeiçoar processos e, principalmente, de ganhar


controle sobre as operações de logística, as indústrias têm optado cada vez mais pela adoção
de tecnologias que auxiliam na rastreabilidade. É ocaso de alguns softwares de gestão, como
os ERPs, que integram diversos setores em uma única plataforma e ajudam a agilizar esse
controle.

Uma vez em uso, essas plataformas digitais abrem as portas para uma gestão mais
assertiva, fator que influencia diretamente na produção de mercadorias e, consequentemente,
na lucratividade da empresa. Esse tipo de olhar atento e próximo sobre a produção exige,
logicamente, o suporte de um sistema informatizado no dia a dia da empresa.

28
Um ERP, por exemplo, garante que não haja erros no recebimento das matérias-primas,
evita trocas e falhas no processo logístico interno e, inclusive, contribui para o registro de
apontamentos, detalhes e especificações da produção com muito mais precisão. Além disso,
uma boa solução ERP também facilita bastante o acesso a esses dados. Isso porque, se todas
essas informações estão concentrados em uma única plataforma, significa que os gestores
podem acessá-las de maneira ágil e confiável em qualquer lugar.

5.1.2. Controle de Qualidade na Indústria Química

Em constante ascensão no mundo inteiro, a indústria de produtos químicos é, com


certeza, um mercado muito poderoso. Contudo, grandes poderes também trazem grandes
responsabilidades. Isso significa que, para manter um ritmo de crescimento sólido e eficiente,
o controle de qualidade na indústria química deve receber atenção redobrada.

Afinal, qualquer erro pode causar prejuízo tanto ao empreendimento quanto ao


consumidor. E nem é preciso ir muito longe para atestar que, diante da falta de um controle de
qualidade eficiente na indústria química, as consequências podem ser devastadoras. Há
centenas de casos em que, diante da negligência com esse controle, diversas normas ambientais
acabaram violadas e o meio ambiente sofreu as consequências.

Além disso, há relatos de casos graves com o consumidor final também, nos quais sua
saúde foi colocada em risco por conta da exposição a agente químicos nocivos. Sem dúvidas,
é um cenário em que todo cuidado é pouco, especialmente na hora de avaliar e escolher
fornecedores responsáveis, de acompanhar de perto os processos de produção e, é claro, de
organizar com eficiência toda a parte documental da empresa.

Saber como funciona e colocá-la em prática de forma eficiente é básico, seja para
garantir o cumprimento de normas, seja para garantir a saúde de todos os envolvidos no
processo. Afinal, para muito além de um requisito de segurança, o cuidado extra nesse setor é
um verdadeiro compromisso ético das empresas com seu público-alvo. E é por isso que é tão
importante ficar atento à padronização dos processos.

29
Gestão da qualidade tem tudo a ver com controle e regulamentação. Por isso,
especialmente quando falamos da indústria química, entende-se que essa regulamentação está
relacionada ao alinhamento de uma determinada empresa com as normas impostas por alguma
entidade governamental.

Entender essa dinâmica é importante, pois, na prática, são as diretrizes dessa agência
que vão nortear a gestão de qualidade na indústria química. A gestão da qualidade é definida
como qualquer actividade que esteja relacionada com a amostragem, as especificações e os
ensaios relacionados à indústria química, considerando ainda a organização dos processos, das
documentações e dos procedimentos de liberação que garantem a integridade de todos os
procedimentos no sector.

Em termos mais directos, isso quer dizer que cabe ao sector de gestão da qualidade
analisar e revisar todos os materiais e produtos produzidos, garantindo que eles não sejam
aprovados até que sua qualidade seja considerada satisfatória. Para entender melhor, imagine
o dia a dia de uma indústria de produtos químicos voltados ao sector agrícola. Evidentemente,
a gestão da qualidade precisa assegurar que o produto final dessa empresa esteja em condições
ideais antes de ir para o mercado.

Contudo, essa indústria também utiliza diversos insumos químicos na produção dos
seus fertilizantes e defensivos. Ora, também é tarefa da gestão da qualidade conhecer e avaliar
a procedência da matéria-prima utilizada e fazer o acompanhamento da produção, garantindo
que os processos estejam adequados às normas vigentes do segmento agrícola.

Diante de um escopo tão grande de atribuições, é natural que, ao longo dos anos, os
responsáveis pela gestão de qualidade nas empresas tenham desenvolvido ferramentas para
ajudá-los a cobrir todos os aspectos desse controle com mais eficiência. É o caso dos
indicadores de qualidade: eles permitem a verificação de possíveis erros de produção,
reprovação de lotes, desperdícios e até mesmo os responsáveis pelos desperdícios, como
pessoal ou maquinário.

É por isso que estabelecer indicadores práticos e acompanhá-los na rédea curta é uma
prática tão importante em indústrias de qualquer sector. São eles que vão abrir as portas para
uma gestão mais focada e bem estruturada, com uma visão geral da indústria e capaz de

30
optimizar cada vez mais os processos no dia a dia, o investimento em melhorias e a capacitação
contínua dos colaboradores. Isso sem falar do impacto directo de uma gestão eficiente na rotina
da empresa.

Fica mais fácil controlar o stock e os processos, antecipar a necessidade de manutenções


e melhorar os índices de assertividade nas tomadas de decisões.

5.1.3. Controle de Produção na Indústria Química

A produção também tem benefícios com um ERP para indústria química. Sistemas
como esse podem contribuir para a redução de custos, o aumento da produtividade e o ganho
em eficiência, tudo isso a partir da automatização de tarefas e da disponibilidade de dados em
tempo real, que ajuda a corrigir erros com rapidez e a identificar oportunidades de melhoria
para optimizar os resultados.

Para isso, no entanto, é importante que o ERP disponha de algumas funcionalidades,


como a visão facilitada do estágio das ordens de produção e das programações de produção, a
automação para a liberação de pedidos, a possibilidade de personalizar campos conforme as
necessidades da empresa e outras facilidades.

5.1.4. Gestão de Stock na Indústria Química

Um ERP para indústria química também contribui para a otimização da gestão de stock,
atividade essencial para toda empresa. Baixa automática de matéria-prima, conversão de
unidade de medidas entre compra e venda e conciliação entre os pedidos de compra feitos para
os fornecedores e as mercadorias recebidas são algumas das funcionalidades de um sistema
como esse.

Além disso, a emissão de relatórios personalizados também é uma facilidade tanto para
o stock quanto para outros departamentos. É possível emiti-los filtrando dados como
fornecedores, clientes, datas, produtos, lotes, entre outras informações. Dessa forma, é possível

31
analisar a operação de cada sector para tomar decisões e optimizar ainda mais a gestão da
indústria química.

5.1.5. Principais Vantagens de um ERP Industrial

Um ERP para indústria é desenvolvido com foco nos processos do sector de


manufactura. O software está preparado para te ajudar a agilizar e automatizar as tarefas de
cada área da sua indústria, com informações constantemente actualizadas e confiáveis. O
software age, por exemplo, na gestão de todo o processo de compras, desde solicitações
automáticas até o recebimento dos materiais.

A mesma pesquisa do Hubspot já mencionada perguntou para as empresas as áreas que


mais apresentaram ROI após a implementação do ERP.

As três principais respostas foram:

 TI (40%, redução de custos);


 Stock (38%; níveis de estoque reduzidos);
 Ciclo de produção (35%; redução do tempo de produção).

Outros pontos que podemos citar são:

 Controle de liberação de compra, com limite orçamentário por centro de custos;


 Autorização electrónica de compra por alçadas de valor, trazendo segurança e agilidade
ao sector;
 Redução de custos de estoque por meio de rotinas automatizadas, que identificam as
especificações do que deve ser comprado ou produzido;
 Gerenciamento de pedidos de vendas pendentes, com a geração de ordens de produção
por demanda e com liberação automática dos pedidos;
 Acompanhamento da produção com integração das áreas de stock, compras, pedidos de
vendas e custos;
 Modelos de relatórios para gerenciamento de necessidades, acompanhamentos e
demandas da produção;

32
 Portal Web exclusivo para fornecedores e representantes, gerando agilidade e
segurança na entrada de informações.

A solução também é responsável pela rastreabilidade de materiais dos fornecedores e


clientes, possibilitando identificar a origem e o destino de uma mercadoria ou insumo.

O controle sistemático de stocks igualmente tem a ganhar por meio de logísticas de


estocagem, reposição de cálculos de custos automáticos. Tudo isso, atendendo às legislações
fiscais federais, estaduais e trabalhistas em todos os processos necessários.

5.1.6. Fluxograma do ERP na Indústria Química

33
CAPITULO IV

34
6. CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DO MES NA
INDÚSTRIA QUÍMICA

O sistema MES é focado exclusivamente nos processos da indústria, ligando o chão de


fábrica à gestão. Assim, essa tecnologia emite relatórios em tempo real para organizar,
controlar e monitorar processos nas fábricas, alcançando a máxima eficiência e redução de
custos.

Por exemplo: quando você recebe a matéria prima, ela é inserida no MES. No momento
em que é utilizada, ela é removida do inventário automaticamente para que os gestores saibam
em tempo real o que tem no stock. Isso permite identificar se a quantidade de material que resta
é o suficiente para começar um novo pedido de produção e quanto precisa ser encomendado.

O sistema MES também se integra ao ERP e outros sistemas utilizados para auxiliar na
sincronização das tarefas e permitir que os gerentes tomem decisões estratégicas. Cabe a ele
também analisar métricas e desempenho de produção, armazenar e divulgar dados de
qualidade, e ajustar cada etapa conforme o necessário. O MES tem como principal função
produzir mais, em menos tempo, com redução de custos e aumento da eficiência.

6.1. Funcionalidades do sistema MES

O sistema MES oferece diversas funcionalidades para sua indústria. As principais são:

1) Monitoramento da produção e checagem de paradas, refugos, retrabalhos e falhas.


2) Importação de dados do ERP para a produção como pedidos e prioridades de
manufatura.
3) Controle estatístico de processo – CEP e de indicadores de capacidade como Cpk e CP.
4) Emissão de instruções para todo chão de fábrica.
5) Apontamento de necessidade de mão de obra.
6) Definição e análise de métricas de desempenho de produção industrial.
7) Armazenamento e divulgação de dados como não conformidades, inspeções e check
lists.
8) Verificação da lista de trabalho e priorização das urgências.

35
9) Acessibilidade à importantes dados da produção industrial como quantidade de material
utilizado, tempo de execução de cada máquina ou de cada operador para executar uma
atividade, quantidade de refugos e desperdício, etc.

6.2. Principais Benefícios do Sistema MÊS

1) Decisões assertivas

Todas as informações e processos da empresa ficam registrados em um sistema como


esse. Dessa forma, a gestão tem maior controle sobre as actividades e acesso rápido às
informações da companhia. Isso facilita uma tomada de decisão urgente que precise ser feita
pelos gestores. Além disso, com dados mais assertivos, as decisões também tendem a ser mais
precisas. Tudo isso auxilia para o progresso da organização de forma geral.

2) Aumento da produtividade

O uso de um sistema MES automatiza muitos processos, diminuindo consideravelmente


erros e possíveis falhas. Isso faz com que os colaboradores foquem em actividade de maior
importância.

Por esta razão, há um aumento da produtividade na empresa e evitam-se retrabalhos,


falhas na cadeia de suprimento e gestão ineficaz. Os processos se tornam mais otimizados,
mantendo a qualidade do trabalho.

3) Redução de resíduos

A redução de resíduos é possível em fábricas de produção, com a utilização de um


Sistema de Execução de Manufatura, pois todas as informações ficam gravadas no sistema de
forma digital, o que diminui muito a utilização de papel. Além disso, devido às configurações
otimizadas do Sistema de Execução de Manufatura, é possível reduzir a sucata e o material
residual da produção.

O MES detecta qualquer problema que ocorre durante a fabricação e o processo é


pausado. Assim, evita-se que mais itens sejam produzidos de forma inadequada, evitando
desperdícios.

36
4) Gestão de stock

Outra grande vantagem do sistema é a possibilidade de ter uma gestão de stock


eficiente. O sistema permite que o inventário seja reduzido para diminuir custos com
armazenamento. Dessa forma, a produção passa a ser de acordo com o volume da demanda dos
clientes.

O sistema faz uma avaliação da quantidade ideal de insumos e emite um alerta quando
for preciso fazer a reposição destes materiais. Essa gestão de stock possibilita uma redução de
custos, evitando gastos dispensáveis com matéria-prima.

1) Processo adaptável – Através do sistema MES, os gestores podem prever problemas


e antecipar ações que pode minimizar falhas. Assim, o processo produtivo se torna
adaptável.

2) Conectividade – todos dados de produção estão centralizados no sistema MES. Dessa


forma, o gestor acompanha diretamente das máquinas, a contagem, número de paradas,
entre outras informações. Tudo está conectado.

3) Digitalização – Com o sistema MES, a economia de papeis é grande. Os dados estão


centralizados num único e centralizado padrão para toda indústria.

4) Previsão – Ao ter acesso a todos os dados, o gestor pode definir metas atingíveis e
claras, antever eventos inesperados que podem surgir em cada turno, que podem causar
ineficiência no processo produtivo.

5) Transparência – Por meio do sistema MES, é possível obter o resultado de todas as


atividades. Todo processo produtivo é transparente, o que garante maior confiabilidade
da indústria no mercado.

6.3. Como Implantar o Sistema MES na Indústria Química

Agora vamos compreender como normalmente é feita a implantação de um sistema


MES em uma indústria química:

37
1) Análise

O primeiro passo é fazer uma análise do que já é medido e controlado por outros
sistemas na fábrica. Algumas empresas já dispõem de sistemas na fábrica que não conversam
entre si.

Se você precisar convencer a diretoria, é recomendável fazer um estudo de quanto


dinheiro é perdido com gargalos e perda de informações por causa da falta de um sistema MES.
Depois disso, é necessário definir quais serão os pontos de melhoria que a empresa busca
alcançar, como por exemplo reduzir o tempo de setup.

1. Projecto de implantação

O segundo passo escolher qual será o seu fornecedor de sistema MES. Existem
inclusive alguns sistemas ERPs que já incluem um MES. Você pode dividir o sistema em
módulos para ir implantando aos poucos e ir avaliando os resultados da implantação. É
aconselhado dar prioridade aos módulos que forem trazer o maior retorno financeiro.

2. Testes

Estabeleça quais serão os recursos indispensáveis para implantar o MES (softwares e


hardwares) e monte um cronograma para testar as soluções propostas É importante envolver
os operadores que irão usar as ferramentas para testar o desempenho do sistema.

3. Acompanhamento

Use planilhas para mensurar a produtividade antes de implantar o sistema e a partir daí
acompanhe o progresso dos resultados na empresa. Isso permitirá:

 Identificar quais são os resultados obtidos e assim determinar a redução de custos no


processo.

 Avaliar os benefícios diretos como redução de erros, papeis e o aumento da


confiabilidade

Para terminar, lembre-se de documentar tudo para utilizar em outras filiais da sua
empresa e para não perder nenhum conhecimento caso um funcionário chave acabe saindo.

38
6.2. Recursos MES para Indústria Química

1) Interfaces padrão para manter o sistema ERP e o chão de fábrica em sincronia (por
exemplo, pedidos ERP, mestre de material, definição de produto, programação de
produção planejada, desempenho de produção, consumo de material) de acordo
com os padrões ISA-95 e ISA-88.

2) Rastreamento automático, traçado e criação de genealogia completa para todos os


materiais presentes na planta. Integração com dispositivos portáteis, RFIDs
eleitores de código de barras.

3) Gerenciamento e execução de pedidos criados manualmente dentro da solução MES


ou provenientes da camada ERP (por exemplo, pedido de planta, ordem de
produção, ordem de manutenção, ordem de transporte, etc.).

4) Gerenciamento de dados do mestre de materiais e de definições de produtos criados


manualmente na solução MES ou provenientes de software de especificação. ERP
e de sistemas de especificação são constantemente mantidos em sincronia pela
solução MES.

5) Integração de dados provenientes de vários sistemas (por exemplo, LIMS, SPC,


ERP, SCADA etc.) e plantas em um repositório de dados exclusivo optimizado para
relatórios e análises OLAP.

6) Capacidade de adquirir os principais parâmetros operacionais (KOPs) vinculados


aos pedidos de processo, bem como calcular os indicadores-chave de desempenho
(KPIs) que irão conduzir a melhorias na tomada de decisões e no planejamento
estratégico.

7) Gestão de ativos com monitoramento em tempo real de linhas de produção e


equipamentos. Capacidade de associar os motivos dos tempos de inactividade, bem
como coletar e agregar dados do contador provenientes de vários sistemas PLCs,
DCs, SCADA e Batch diferentes.

39
8) Conformidade com os regulamentos de qualidade seção 11 do CFR do Título 21
por meio de trilha de auditoria sofisticada, registro e mecanismos de assinatura
electrónica.

9) Capacidade de gerenciar o estoque de materiais automaticamente e em tempo real.


Os níveis de estoque e, consequentemente, o ERP são atualizados automáticamente
durante o processo de produção com dados de consumo, e cada vez que novos
materiais entram ou saem da fábrica.

6.3. Fluxograma do Sistema MES na Indústria Química

40
CAPÍTULO V

41
7. CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE REDES INDUSTRIAIS NA
INDÚSTRIA QUÍMICA

As aplicações de redes industriais na Indústria Química são amplas e conhecidas.


Segmentos como o automotivo, ou mesmo o de Envase, possuem casos de aplicação tanto das
redes baseadas em Fieldbus como as redes baseadas em Ethernet.

A Indústria Química possui necessidades muito direcionadas por conta da criticidade


de aplicações com temperatura, pressão, vazão e nível, além do risco de que um pequeno erro
de processo cause um acidente grave ou mesmo uma grande perda de material em produção,
bem como atrasos de produção, ocasionando prejuízos para a indústria.

Por isso, protocolos de redes para Indústria Química devem atender demandas
específicas. Desde já podemos destacar especificidades como grande quantidade de pontos de
I/O Analógicos, necessidade de throughput adequado à transferência de dados complexos,
atendimento de alarmes de segurança e conexão com componentes complexos no campo (como
transmissores de nível e pressão).

Mais adiante serão mencionados os 3 protocolos de redes para indústrias de processos,


não de forma definitiva, mas como forma de orientar a busca pela rede industrial ideal para
Indústria Química.

7.1. Protocolo Hart

O degrau entre o 4..20mA e as redes. Para entender o Hart dentro dos protocolos de
redes para indústrias de processos é preciso saber um pouquinho de história. Para atender a
necessidade de transmitir variáveis de um instrumento para outro, a “comunicação” na indústria
de processos começou com uma “rede” analógica ponto a ponto de pressão, 5 a 15 psi.

Prometendo maior confiabilidade e precisão, as “redes” eléctricas surgiram. A mais


difundida no mercado de processo foi o 4..20mA. Essa grandeza elétrica transmite de um
instrumento para outro uma única variável analógica. Quando foi necessária a comunicação de
outros valores, o HART surgiu.

42
O HART utiliza o meio físico 4..20mA para transmitir outras informações. Com o
desuso dos instrumentos em 4..20mA, o HART já não é mais utilizado em novas plantas, por
ser uma rede lenta em comparação com as redes digitais, mas foi muito importante e possui
uma grande base instalada no em toda indústria de processos. Mas o HART também se
modernizou e pode ter algumas aplicações interessantes. O Wireless Hart é uma dessas opções.

7.1. Protocolo Foundation Fieldbus: Rede para áreas explosivas.

O Foundation Fieldbus, ou apenas FF é uma rede desenvolvida para áreas explosivas.


Essas áreas possuem grande risco de pegar fogo ou explodir, então, soluções com baixa
potência são necessárias para reduzir o risco de faísca que possa iniciar o acidente.

Possui também uma grande base instalada, principalmente em usinas de açúcar e álcool.
Mas tem diminuído seu uso. Vejo em seu lugar, muitas empresas utilizando redes ethernet em
caixas à prova de explosão para substituí-la.

7.2. Protocolo Profibus PA

O Profibus PA possui o mesmo protocolo do Profibus-DP, mas com um meio físico que
diminui a potência para um valor suficientemente baixo para evitar as faíscas que podem gerar
um acidente na Indústria Química. Existem várias aplicações principalmente encontrada em
indústrias químicas.

43
8. INTERFACES E PAINÉIS DE COMUNICAÇÃO USADOS NA
INDÚSTRIA QUIMICA

8.1. Interface Homem-Máquina

De acordo com Flateck (2017), a IHM - que possui uma CPU, o display e um tipo
de teclado que pode ser comum, de membrana ou Touch Screen - tem grande importância na
área industrial química pois transforma a linguagem de baixo nível em imagens intuitivas para
o operador. A ISO 9241-110 define uma interface de usuário como “todas as partes de um
sistema interativo (de software ou hardware) que fornecem informações e controle necessários
para que o usuário realize uma determinada tarefa com o sistema interativo”.

Portanto, ao navegar pelo computador acessando suas pastas ou mesmo imprimindo um


arquivo, ele funciona como uma IHM, já que não precisamos programá-lo com comandos para
realizar nossas necessidades, mas apenas clicamos nos botões. Assim, sempre que existe uma
tela onde navegamos por meio de ícones, janelas ou qualquer outra maneira simples de ser
compreendida e de fácil execução, essa é então uma IHM (SABER ELÉTRICA,2017).

A IHM promove assim uma fácil interação entre a máquina e um humano, mas não é
capaz de realizar alterações no programa da máquina, já ela apenas recebe e atua nos endereços
configurados e não na lógica do processo. Conforme cita Rocha (2015), assim que o CLP é
programado com as funções desejadas no sistema, a IHM também necessita de seu programa
próprio para estar conectada com as informações do controlador. Caso seja necessário mudar
a lógica do processo, apenas o CLP precisa ser reprogramado.

A utilização desta interface na indústria química é essencial e, por este motivo, a


maioria das indústrias em diversos segmentos já optaram pelo uso da IHM. Estas possuem
funções básicas ligadas à ideia de supervisão centralizada, segundo Urzêda (2010).

O autor cita a visualização gráfica, que é a forma de demonstração dos dados do sistema,
e é a base para as demais funções. Outras atribuições são a informação de alarmes caso ocorra
algum distúrbio no processo que necessite ser solucionado pelo operador, e a restrição ao
acesso da operação quando se faz necessário garantir segurança ao impedir por exemplo que o
operador actue em dados que ele não tenha conhecimento para alterá-los.
44
Outra função mencionada por Urzêda (2010) é a verificação de status do processo,
obtendo em tempo real as informações do sistema. Esta função é extremamente importante
para a precisão, já que os dados actualizam enquanto o processo continua funcionando. Além
das funções supracitadas, o autor defende que a IHM deve garantir ainda segurança e alto
desempenho em monitoramento e controlo do sistema.

A IHM Delta DOP-B07S515R possui custo relativamente baixo, tamanho adequado


para programar uma interface gráfica de qualidade com tela colorida, suporta animações e
comunicação Modbus RTU, possuindo portas de comunicação RS232 e RS485.

8.1.1. Modbus RTU RS-485

O Modbus foi um dos protocolos pioneiros nas indústrias. Sua utilização cresceu e
ele se tornou domínio público, sendo um protocolo aberto. Este utiliza controle de acesso
mestre-escravo. Isto significa que o mestre solicita dados dos escravos ou envia comandos de
escrita para os actuadores, e o escravo apenas realiza as solicitações.

O protocolo Modbus não possui meio físico específico para comunicação, porém os
mais utilizados são RS-232, RS-485 ou Ethernet. O RS-232 restringe-se à comunicação ponto-
a-ponto, ou seja, na rede pode existir apenas o mestre e um escravo. Este meio pode realizar
comunicação com uma velocidade de até 115 kbps com cabos de no máximo 15 metros.

Já o padrão RS-485 permitem transmitir informações em aplicações com alta robustez


em locais ruidosos e a longas distâncias. Este meio permite que o mestre possua até 32 escravos.
Sua ligação é um par trançado, operando em half-duplex.

Este padrão necessita a utilização de resistores de terminação utilizados para atenuar


distorções na informação transmitida, garantindo maiores velocidades de comunicação e em
maiores distâncias. A topologia indicada para a rede com RS-485 é a “multi-drop”, o limite de
distância é 1200 m, dependendo deste comprimento a velocidade de comunicação, também
chamada de baud rate.

45
O protocolo Modbus conta com 256 endereços para os escravos, sendo 0 (zero) o
broadcast - usado pelo mestre para comunicar com todos os dispositivos da rede -, os endereços
válidos de 1 ao 247 e a partir de 248 são os endereços reservados, conforme Modicon (1996).
Existe um número para cada tipo de dado, denominado código da função.

De acordo com Paiotti (Acesso em 2017), existem três modos de transmissão possíveis:
ASCII, TCP ou RTU. Cada byte de mensagem no RTU possui dois caracteres hexadecimais
de 4 bits, melhorando o processamento de dados para uma velocidade semelhante em ASCII.
O frame transmitido usando o modo RTU é representado pela figura 7, onde notamos que não
existem caracteres de início ou fim de frame, sendo o tempo silencioso de 3.5 caracteres o
indicador de nova transmissão.

O sector da indústria química é um dos que mais movimentam o capital de todo o


mundo. Afinal, é desse meio que sai boa parte dos consumíveis, tais como roupas, calçados,
alimentos e remédios.

Por conta disso, pouca gente conhece os tipos de equipamentos que intermeiam o
processo produtivo da indústria, ao mesmo tempo em que potencializam o índice de produção,
bem como o Painel IHM. IHM significa “Interface Homem-Máquina” ou “Interação Homem-
Máquina”. Este tipo de painel é uma espécie de visor ou tele que serve para dar mais autonomia
entre pessoas e máquinas.

46
8.2. PAINÉIS DE COMUNICAÇÃO USADOS NA INDÚSTRIA
QUÍMICA

8.2.1. Painel de interface Homem-Máquina

Já que mencionamos sobre este tipo de painel, vale destacar a importância que ele tem
no sector industrial. O item é um divisor de águas quando o assunto é interação e comando das
máquinas. Para compreender como funciona essa interação com as máquinas, basta imaginar a
comunicação do humano com um simples computador, por exemplo.

Neste sentido, se a pessoa quiser imprimir uma folha, ela visualiza um botão na tela do
computador, clica e manda imprimir. A tela do seu computador é, neste pequeno exemplo,
o IHM. Ou seja, sem o IHM, o operador industrial teria que mexer diretamente com a
programação de do sistema operacional (o Windows, por exemplo). Portanto, a ela serve para
facilitar a comunicação, pois conta com as seguintes características:

 Fácil visualização;
 Compreensão descomplicada;
 Layout moderno;
 Sistema intuitivo.

Em resumo, o painel inviabiliza o uso de programadores e facilita completamente o


processo de comandos do homem com máquinas, sejam elas impressoras ou maquinários de
grande porte, comuns no setor da automação e indústria.

8.2.2. Painel TTA

De acordo com a norma NBR IEC 60439-1, o painel tta é um “conjunto de técnicas e
comando de baixa tensão em conformidade com um tipo de mecanismo estabelecido sem
desvios, que com um sistema estabelecido sem desvios, que influenciem àquele conjunto
típico”. Deste modo, painéis TTA são conjuntos desenvolvidos a partir de um projecto elétrico
e mecânico padronizado, onde o desempenho dos mesmos é garantido por ensaios de tipo,
realizados individualmente nos diferentes componentes, como barramento, alimentadores,
entradas e saídas, partidas, e etc. Geralmente, os ensaios são feitos levando-se em conta o pior
caso e reproduzindo-se a influência dos demais componentes adjacentes.

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Este tipo de painel é muito importante, já que a NR-10 regulamenta a segurança em
instalações e serviços eléctricos, e estabelece os requisitos e condições mínimas, bem como o
uso deste tipo de equipamento no sector industrial. A norma preconiza as atitudes preventivas
que devem tomar os proprietários das instalações, para assegurar a saúde e segurança dos
funcionários das empresas que, direta ou indiretamente, ficam sujeitos aos efeitos. Em poucas
palavras, este tipo de equipamento garante mais segurança, autonomia e impede que acidentes
aconteçam – especialmente os que envolvem electricidade. Sendo assim, o gestor da indústria
ganha, o trabalhador e todos os sectores da mesma.

8.2.3. Painel para Senha

O painel de senha tem como objectivo auxiliar na organização e gerenciamento de filas,


garantindo o melhor atendimento às pessoas. O item é muito comum em bancos, salas
comerciais, dentre outros sectores que necessitam de senha para liberar determinados serviços.
O item é usado para indicação do guichê de atendimento para gerenciar filas, bem como
utilizado para informar horários ou actividades aos trabalhadores industriais. Este painel de led
torna o ambiente muito mais moderno de funcional, garantindo autonomia e controle de ações
dentro do ambiente onde é instalado.

A grande vantagem do equipamento é que ele pode ser instalado em diferentes


ambientes, tais como salas de reunião, escritórios, laboratórios, dentre outros locais onde se
fizer necessário. Por outro lado, a escolha correta do painel eletrônico de senha leva em
consideração algumas variáveis:

 Quantidade de filas e atendentes;


 Distância de visualização;
 Nível de gerenciamento desejado;
 Características do local.

Assim sendo, na hora de escolher o melhor tipo de painel para a Indústria Química, é
necessário ficar de olho nos itens citados acima. Isso porque o painel precisa ficar visível às
pessoas que serão informadas por meio deles. Em suma, alguns painéis emitem um toque
sonoro, para que o indivíduo perceba que está sendo chamado ao atendimento. Portanto, estes
são alguns dos principais painéis usados na indústria. Os itens garantem modernidade,
segurança e autonomia para os sectores onde são instalado

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CAPÍTULO VI

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9. CONCLUSÃO

O presente trabalho, foi realizado no âmbito na disciplina de Sistemas de Supervisão e


Controlo, que nos forneceu subsídios suficientemente fortes para a elaboração do trabalho com
o tema em epígrafe, dando em conta que a Indústria Química é com certeza um dos carros-
chefes na corrida pelo desenvolvimento do nosso país e do mundo.

Além disso, o propósito do sector contribui em peso para a criação de soluções digitais,
como na produção de microchips ou, ainda de plástico, um importante insumo para a maioria
dos produtos tecnológicos actuais.

Trata-se, portanto, de uma actividade intrinsecamente ligada à inovação, e que não pode
deixar de lado a implementação de tecnologias que permitem tornar as fábricas mais
produtivas, eficientes e sustentáveis.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.SHREVE, R.N.& BRINK, J.A. – Indústrias de Processos Químicos


2.LIMA, I.R. – Elementos Básicos de Engenharia Química
3.SHERWOOD, T.K. – Projeto de Processos da Indústria Química
4.BÜCHNER, W. –Industrial Inorganic Chemistry
5.CONSIDINE, D.M. – Chemicaland Process Technology Encyclopedia
6.KUZNETSOV, D. – Chemical Engineering
7.Material de Treinamento Profibus, César Cassiolato.
8.Artigos técnicos Foundation Fieldbus, HART, Profibus, Wireless, César Cassiolato
9.Manuais SMAR
10.HANSELAMN, D; LITTLEFIELD, B. Matlab 6: Curso completo. Editor Pearson, 1ª
edição.
11.SMITH, C; CORRÍPIO, A. Princípios e prática do controle automático de processos. 3ª
edição.

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