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Colaboradores:
http://docplayer.com.br/24114552-Panorama-e-perspectiva-mundial-da-ovinocultura-
e-caprinocultura.html
http://www.acco-sc.com.br/?p=668
http://ruralcentro.uol.com.br/noticias/consumo-de-carne-ovina-desafios-de-producao-
e-abate-clandestino-75435
http://www.fao.org/3/a-BO100e.pdf
Ovinocultura Brasileira
CARACTERISTICAS
Há uma crescente demanda interna dos produtos da ovinocultura,
necessidade de mão de obra entusiasmada e capacitada, falta de escala de
produção, elevada sazonalidade de produção, produção de carne aquém do
consumo, necessidade de organizar a cadeia produtiva.
MUDANÇAS NA CARACTERÍSTICA DA OVINOCULTURA BRASILEIRA
DOS ÚLTIMOS ANOS
Antigamente a ovinocultura era uma atividade de grande propriedades de
região temperada e subtropical, mas hoje em dia a exploração de ovinos é atividade
típica de regiões tropicas áridas e semi-áridas. No Brasil, a maioria dos rebanhos é
de pequeno porte, muitas vezes explorados como subsistência familiar.
A ovinocultura no Brasil está principalmente nos estados Rio Grande do Sul e
na região Nordeste.
Nordeste: raças de alta rusticidade, adaptadas ao clima tropical, deslanadas,
para produção de carne e peles. A ovinocultura cresceu significativamente no
Nordeste brasileiro, com a introdução de novas raças, sendo caracterizada por
rebanhos de pequeno porte, muitas vezes explorados para a subsistência familiar.
Rio Grande do Sul: o estado tem grande tradição no desenvolvimento da
ovinocultura, por muitos anos é o maior produtor de ovinos e lã no país. O
decréscimo na produção ovina no estado se deve principalmente pela crise da lã em
1990 que afetou diretamente muitos produtores, desmotivando os mesmos. Outro
fator que acarretou a diminuição do número de produtores de ovinos foi o aumento
da competição da produção ovina com a área cultivada por grãos. Provocando
assim, que o estado fosse ultrapassado pela região Nordeste que atualmente tem a
maior população de ovinos no país.
A criação consiste em raças adaptadas ao clima subtropical e raças de carne,
laneiras e mistas aonde os produtos são carne e lã. Em sistemas de produção
variando entre o intensivo e o semi-intensivo aonde a finalidade maior é produção
de ovinos para carne.
Os dados do último censo agropecuário encontra-se no site:
https://censos.ibge.gov.br/
ARCADA SUPERIOR 0 0 0 6
ARCADA INFERIOR 8 0 0 6
ARCADA SUPERIOR 0 0 6 6
ARCADA INFERIOR 8 0 6 6
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Ideal ou Polwarth:
Origem Austrália, a partir do cruzamento do Merino Autraliano (3/4) e Lincoln
(1/4). Raça produtora de lã fina amerinada prima B, cabeça alongada e topete
abundante, tem pelos brancos no focinho, mucosas rosadas, e é mocha. Possui
cascos brancos. Não apresenta dobras no pescoço e rugas no focinho como a raça
Merino Australiana.
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Romney Marsh:
Originado na Inglaterra, tem boa adaptação a campos úmidos, cabeça larga e
plana, olhos mais afastados, sem chifes, mucosas escuras, lã cruza 2-5. Raça que
responde a fotoperíodo.
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Suffolk
Originária da Inglaterra, carne de qualidade e muito utilizada em cruzamentos
industriais. Animais de tamanho grande e de elevado requerimento nutricional. Cara
preta sem lã e orelhas pretas, membros e cascos pretos. Raça prolífica e de
elevada resposta a fotoperíodo.
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Hampshire down
Pertence ao grupo de ovinos caras negras inglesas. Cara negra até o
posterior dos olhos, cara tapada de lã, cascos e mucosas escuras, prolífica.
Conformação compacta.
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Ile de France
Originária da França a partir do cruzamento Merino Rambouillet com Dishley
aptidão para carne, mas com produção de lã, prolífica, formato grande com costelas
arqueadas, cara destapada até a altura dos olhos, mucosas claras e cascos claros.
Precocidade sexual. Animais exigentes em termos nutricionais.
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Raça Originária do Bioma Pampa
Crioula
Tamanho pequeno-médio, corpo estreito, produtora de pele, lã para
artesanato. Pode apresentar chifres, ou não, e tem elevada adaptação aos campos
do Sul do Brasil. Ela tem origem em animais vindos na época da colonização,
principalmente da raça lacha, que foram cruzados com animais da raça Corriedale
ou Romney March. A Embrapa Pecuária Sul identificou quatro variedades dessa
raça: a Fronteira, a Serrana ou Crioula Preta, a Crioula Zebura ou Ovelha de
Presépio e a Crioula Comum ou Ovelha Ordinária.
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Santa Inês
Originária do Nordeste Brasileiro. Cruzamento de Morada Nova x Bergamácia
x Somális x SRD. Carne e pele, apresentam boa habilidade materna, pouca
estacionalidade reprodutiva e são adaptadas a climas quentes. Orelha com forma
de lança, perfil sem-convexo e a pelagem pode ser preta, vermelha, branca e suas
combinações.
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Somalis brasileira
Originária da Africa, mas adaptada ao Nordeste Brasileiro. O Somalis
pertence ao grupo dos ovinos de "garupa gorda". Apresenta pelagem branca, com
cabeça e o pescoço pretos
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Dorper
Originada da África do Sul do cruzamento da raça Dorset Horn com
Blackhead Persian. A raça White Dorper surgiu a partir do mesmo cruzamento da
raça Doper, conforme Macedo (2014), e entre Dorset Horn e Van Roy, conforme
descrito pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos
(www.arcoovinos.com.br). Essas raças foram criada com o objetivo de produzir
carne o mais eficiente possível, sob variadas condições ambientais, ou até mesmo
condições ambientais desfavoráveis. Enquanto o White Dorper tem a pelagem
branca, a raça Dorper apresenta pelagem branca, com cabeça e o pescoço pretos
Fonte: www.arcoovinos.com.br
Figura 4.1. O que palpar para avaliar a Condição Corporal dos ovinos
Casqueamento:
Os cascos são formado de tecido córneo e o seu crescimento excessivo ou
defeituoso pode trazer grandes prejuízos. A frequência de aparo dos cascos irá
depender principalmente ao quanto os animais desgastam o casco ao caminhar. O
casqueamento é feito de modo que se respeite as regiões anatômicas do casco de
se retire as irregularidades. Em ovelhas matrizes realiza-se a avaliação da
necessidade de casqueamento em torno de um mês antes do acasalamento. O
casquemento é considerada uma medida preventiva ao aparecimento de
pododermatites, que pode ser utilizada também associado a pedilúvio (após a
realização do casqueamento).
Descola (caudectomia)
Manejo realizado em ovinos lanados como forma de facilitar a limpeza dos
animais na região do períneo, diminuindo problemas causados devido ao excesso
de sujeira vindos da urina e fezes. Recomenda-se cortar a cauda das fêmeas
deixando uma cauda de 5 cm e nos machos 15 cm. Não deve-se cortar a cauda
muito rente do corpo para evitar risco de prolapso de reto (as primeiras vértebras
coccígeas e ancoram os músculos que evitam o prolapso).
Castração
Realizada com os machos que serão abatidos com mais que que 5 a 7
meses. Se as condições climáticas forem propícias, não quente e chuvoso, deve-se
realizar a castração o mais cedo possível, permitindo ao cordeiro mamar o colostro.
Recomenda-se, então com idade entre 3 - 7 dias (máximo até 35 dias). A castração
tem o objetivo de aumentar a deposição de gordura e reduzir o odor na carcaça e
permitir que os machos sejam criados junto com as fêmeas
Desmame
- Precoce: 45-60 dias
-Tradicional: 90-100 dias
- Tardio: 150-180 dias
Parto
Trazer o rebanho para um potreiro abrigado e de fácil acesso, limpo, seco e
de preferência próximo da sede. Dessa forma, fica mais fácil o controle dos animais,
tentando reduzir as perdas por distocia, hipotermia ou por predadores. Observar os
animais a cada 3-4 horas. É melhor quando o parto ocorre sem intervenção, mas
quando essa faz-se necessária ela deve ser realizada, pois a distocia pode levar
tanto o cordeiro como a ovelha a óbito.
FASES DO PARTO:
Fase 1 – Dilatação cervical (3-6 horas)
Mudança de comportamento
Raspam o chão como se fizessem ninho
Deitam e levantam alternadamente
Contrações abdominais com duração de 15-30 seg.
Cordão mucoso marrom-avermelhado na vulva
Fase 2 - Expulsão do(s) feto(s) (1hora)
Fêmea fica em decúbito lateral
Contrações voluntárias do músculo abdominal e do diafragma auxiliam a
expelir o feto
O saco amniótico aparece na vulva e frequentemente há ruptura nesta fase,
ou pode se romper após a fêmea se levantar
Fase 3 - Expulsão das membranas fetais
Geralmente ocorre dentro de 2-3 horas após o final da segunda fase do
trabalho
Pós-parto imediato:
Cordeiro deve manter-se em pé e mamar o colostro em até 6 horas após o parto
para garantir a maior ingestão de imunoglobulinas. O colostro tem função nutritiva,
imunizante e laxativa. A ovelha deve lamber o cordeiro após o parto, para limpar o
cordeiro, removendo restos placentários e ativar a circulação sanguínea do cordeiro.
Essa também é uma forma de mensurar a habilidade materna das matrizes, a partir
do interesse das matrizes pelos cordeiros.
É desejado que após o nascimento dos cordeiros as mães tenham habilidade
materna. Quanto mais tempo ela cuidar do cordeiro após o nascimento, limpando as
narinas, removendo restos placentários, proteger a cria e deixar ela ingerir o
colostro, melhor para o desenvolvimento do cordeiro. Cordeiros que ingeriram uma
boa quantidade de colostro nas 6 primeiras horas de vida, acabam ingerindo maior
quantidade de imunoglobulinas, sendo que a quantidade decai para a metade 12
horas após o nascimento e é bem reduzida 24 horas após parto.
A nutrição da ovelha é um fator importante e determina a viabilidade do
cordeiro no pós-parto, pois ovelhas subnutridas no pós parto produzirão menos leite
e alimentarão menos os cordeiros, diminuindo as chances de sobrevida dos
cordeiros. Partos muito longos ou partos distócicos podem também acarretar
mortalidade dos cordeiros. Há fatores genéticos que também determinam uma boa
habilidade materna para as mães, sendo também a idade um fator que determina
uma maior relação materno-filial, sendo ovelhas multíparas mais cuidadosas com
seus cordeiros do que as primíparas.
https://www.embrapa.br/pecuaria-sul/publicacoes
CR 33 Cuidados com cordeiros hipotérmicos
CT59 Cuidados com as ovelhas durante a parição e com os cordeiros recém-
nascidos
5. MANEJO NUTRICIONAL E ALIMENTAÇÃO DE OVINOS
Requerimento Nutricional
As necessidades energéticas dos ruminantes apresentam uma relação
exponencial de acordo com o tamanho corporal, expresso pelo tamanho metabólico
(PV 0,75), ou seja, à medida que aumenta o tamanho do animal menos energia,
proporcionalmente, é necessária para o animal manter suas funções vitais.
A capacidade ruminal por sua vez apresenta uma relação isométrica de acordo com
o tamanho do animal, ou seja, quanto maior o animal maior é a sua capacidade
volumétrica.
Na prática, os ovinos são animais mais exigentes em qualidade de forragem,
exigindo alimentos com taxa de passagem mais elevada que bovinos. Por essa
razão os ovinos são mais seletivos, tendo a capacidade de selecionar uma dieta de
melhor qualidade que os bovinos. Essa maior seleção está relacionado com a maior
capacidade dos ovinos de “pinçar” folhas novas no pasto. Bovinos apreendem o
alimento como auxílio da língua enquanto os ovinos usam os lábios móveis.
Nos ovinos há uma diferença importante de requerimento alimentar das
diferentes categorias e entre objetivos de produção (carne, lã, leite). Para um bom
manejo nutricional é necessário que se tenha conhecimento das necessidades
nutritivas do rebanho ao longo do seu ciclo produtivo, e prover essas necessidades
com a utilização de diferentes dietas, podendo ser diferentes pastagens e manejos.
O planejamento forrageiro é muito importante para se ter um melhor ajuste entre
fornecimento de forragem com o requerimento animal.
Ovelha no Acasalamento:
Época: Outono (RS)
Peso mínimo para acasalar pela primeira vez a borrega: 70% do Peso adulto
EFEITO ESTÁTICO
A taxa de ovulação das ovelhas é relacionada com o ECC
Se ECC= 3-3,5 a ovelha demonstra seu potencial de taxa de ovulação
EFEITO DINÂMICO
O aumento nutricional com acréscimo no ganho de peso das ovelhas, eleva
a probabilidade de partos gemelares através do aumento da taxa ovulatória. O efeito
dinâmico é conhecido como FLUSHING.
Flushing: Realiza-se com ovelhas magras (ECC<2.5), 2-3 semanas antes até 3
semanas após o início do acasalamento. Procura-se um ganho de peso diário 100-
150 g/dia.
O flushing não serve para aumentar a fertilidade de ovelhas inférteis. Há
bastante variação na resposta ao flushing, não sendo um efetio com resposta 100%
certa. Para a realização do flushing, pode-se suplementar com pastagens de melhor
qualidade, forragens conservadas ou concentrados.
Cordeiros
Até a 4º semana de vida, são considerados como pré-ruminantes, pois ainda
são dependentes do leite materno e formam a goteira esofágica quando tomam
leite.
Para escolher a data adequada de desmamar os cordeiros, devemos analisar
se ele já está num escore em torno de 3,0 e se ele consegue ingerir ração ou
pastagens para garantir a sua nutrição, não necessitando do leite materno para se
nutrir. O desmame normal deve ocorrer em torno de 90-100 dias, mas a estratégia
do desmame precoce é utiliza quando as fêmeas em lactação diminuem muito seu
ECC. O desmame do cordeiro facilita que as fêmeas recuperem seu ECC mais
rapidamente. O cordeiro, em geral, sente muito ao desmame precoce (entre 45 e 60
dias), podendo fazer o cordeiro perder peso e imunidade. Ao se desmamar
precocemente um cordeiro, deve-se fornecer um alimento de boa qualidade e de
fácil ingestão como concentrado e pastagens de inverno de em torno de 10 cm de
altura.
Crescimento dos cordeiros: Por volta das 20 semanas (5 meses) os cordeiros
têm a maior taxa de crescimento, e quanto mais jovem é o cordeiro, mais eficiente
(kg ganho/kg energia ingerida) ele é. Uma forma de aproveitar essa maior eficiência
durante a lactação, pode-se utilizar suplementações nos quais somente os cordeiros
tem acesso. Duas formas de suplementar:
Creep feeding: os cordeiros tem acesso exclusivo a uma suplementação com ração
e concentrado
Creep Grazing: os cordeiros tem acesso exclusivo a uma pastagem de melhor
qualidade nutricional. Nesse caso, o produtor prepara uma área pequena somente
para os cordeiros.
Carneiros
Manter os carneiros em um ECC em torno de 3,0. Fora da estação de monta
é, em geral, suficiente campo natural que apresente uma boa massa de forragem e
sal mineral.
Durante a estação de monta os carneiros devem estar em um campo nativo
melhorado e podem receber algum suplemento, cuidado com excesso de P e Cu
que contém nos cereais das rações.
Minerais
Urolitíase
Doença causada, muitas vezes, por um desbalanço da relação Ca: P
Ocorrência em ambos os sexos, mas mais frequente em machos.
Causa mais comum: ingestão excessiva de P, baixa relação Ca:P ( menor
que 1:1), baixo consumo de forragens, aliado ao elevado consumo de concentrado e
baixa ingesta hídrica..O excesso de P pode formar cálculos renais.
Relação ideal, em torno de Ca:P 2:1
Toxemia da prenhez:
É uma doença que acomete principalmente fêmeas com gestações
gemelares. As ovelhas apresentam um agravamento do balanço energético
negativo, principalmente ao fim da gestação, promovendo uma mobilização de
ácidos graxos da gordura de reserva. O excesso de ácidos graxos no fígado
transforma-se em corpos cetônicos que são tóxicos para os animais. Essa doença
acomete principalmente ovelhas gordas ou subnutridas. O adequado balanço
nutricional dos animais é fundamental. Pode-se tentar salvar a ovelha com a
administração de glicose. O uso de ultrassonografia para o diagnostico da prenhez e
a verificação do número de fetos pode auxiliar na separação das categorias e na
adequação da nutrição dos animais.
Vitaminas
Os ovinos bem alimentados não necessitam, em geral, suplementação com
vitaminas.
Vitaminas do complexo K e B são sintetizadas pelos microrganismos ruminais.
Vitamina A: está presente nas pastagens verdes (pró-vitamina A)
Vitamina D: gerada a partir da radiação solar.
Vitamina E: presentes nas pastagens verdes e grãos.
Água
Média da perda de água ( % da massa corporal): Ovinos = 4% x Bovinos = 20%
Em condições frias os ovinos que não estão produzindo leite conseguem
extrair água da pastagem se ela tiver em torno de 30-50% de água.
A quantidade e qualidade de água influenciam o consumo de alimentos e a
saúde do animal. A baixa quantidade e qualidade da água influencia na diminuição
do consumo de alimentos e na queda da produtividade.
É oportuno lembrar que o período do ciclo estral pode sofrer variações. Por esta
razão, é importante a atenta observação diária até a comprovação do não retorno
ao estro.
O estro ou cio é o período no qual a fêmea aceita o macho para a cópula. É de
fundamental importância o reconhecimento do momento do estro, para que os
resultados com o manejo reprodutivo sejam satisfatórios. O estro da ovelha, embora
ocorram variações individuais (12 a 42 horas), tem uma duração média de 30-36
horas.
As ovelhas são animais poliestras estacionais, as fêmeas somente apresentam
estros naturais em determinadas estações do ano. Há uma variação importante
conforme a raça. Em geral, raça de origem de regiões onde a diferença entre verão
e inverno são maiores, regiões de elevada latitude, respondem mais a variação do
fotoperíodo. Este fenômeno é observado nas fêmeas de regiões de clima
temperado como a raça Texel, Suffolk e Hampshire Dow. Raças de origem em
regiões tropicais como Santa Inês, Morada Nova, Somalis, respondem pouco a
variação do fotoperíodo.
Os sinais que caracterizam uma ovelha em estro são os seguintes:
Inquietação;
Procura e se aproxima do macho;
Monta e aceita ser montada (por machos e fêmeas);
Apresenta a vulva avermelhada/edemaciada e a vagina úmida;
Há corrimento de um muco cristalino no início, creme claro
durante o cio e esbranquiçado e viscoso no final do estro.
As ovelhas, muitas vezes, apresentam estes sinais com menor intensidade
que outras espécies como cabras e vacas. Devido a isso, é, em geral, mais difícil
identificar o cio de uma ovelha do que de uma cabra ou de uma ovelha. A duração
do cio de borregas é também, muitas vezes, mais curto do que ovelhas adultas,
dificultando a identificação do cio.
Muito embora os sinais que caracterizam o estro possam ser de grande auxílio na
sua identificação, o melhor método de identificação do estro é pelo uso de rufiões. O
tratador deve estar atento para separar as fêmeas “marcadas” pelo rufião quando se
utiliza monta controlada ou inseminação artificial. O rebanho deve ser inspecionado
duas vezes ao dia, pela manhã e pela tarde.
Estacionalidade Repodutiva
A regulação natural dos fenômenos fisiológicos ligados à reprodução dos
animais teve origem na sua adaptação às condições climáticas inerentes ao meio
em que habitavam. As maiores possibilidades de sobrevivência das espécies
recaem sobre aquelas capazes de gestar e parir em épocas favoráveis ao
desenvolvimento de suas crias.
• Com base no fotoperíodo, os animais foram classificados em dois tipos: animais de
dias longos, no qual se incluem os eqüinos e os bovinos, cuja atividade sexual se
manifesta após o solstício de inverno, ou seja, quando os dias crescem, e animais
de dias curtos, no qual são inseridos os ovinos, caprinos e suínos, cuja atividade
sexual se manifesta após o solstício de verão, ou seja, quando os dias decrescem.
Os ovinos são classificados como animais de dias curtos, cuja atividade sexual se
manifesta após o solstício de verão.
Melatonina: A glândula pineal registra a redução do fotoperíodo através dos
olhos, transformando os impulsos ópticos da luz em descargas hormonais
(melatonina).
Cuidados Pré-Acasalamento
30 dias antes do início estação de monta:
Seleção de fêmeas: aspectos sanitários, exame glândula mamária e
genitais;
Aparar cascos;
Avaliação condição corporal;
Aplicação de vermífugo largo espectro ( todo o rebanho);
Pesar os animais.
Estação de Monta:
Em um sistema de produção que permita o manejo dos animais
frequentemente é fundamental ter uma estação de monta definido. A estação de
monta tem como vantagens a maior uniformidade dos cordeiros, a possibilitade de
uso mais racional das pastagens, a melhor racionalização do tempo de controle do
rebanho e da mão-de-obra e facilita todo manejo alimentar e sanitário dos animais.
Sistema de Reprodução:
MONTA NATURAL
A monta natural é o método mais simples e pode ser realizada de forma livre,
onde os reprodutores são introduzidos junto às fêmeas na proporção, em média de
1 carneiro para cada 40-50 ovelhas.
MONTA CONTROLADA
Neste sistema de acasalamento, é necessária a detecção do cio através da
utilização de “rufiões”, sendo cobertas as fêmeas identificadas. Este tipo de
procedimento há o controle por parte do criador. Ele leva as fêmeas em estro até a
presença do macho para a prática da cobertura. Nesse caso, pode-se usar mais
ovelhas por carneiros. A proporção depende da capacidade do macho de produzir
sêmen de qualidade. Pode-se chegar a 1 carneiro para 100 ovelhas.
Relação Macho-Fêmea:
• Reprodutores adultos: 1 macho = 40 a 50 fêmeas.
• Casos extremos como piquetes pequenos e monta controlada: 1:100.
• Áreas grandes e acidentadas: 1:30.
• Casos Especiais: 1:20
Uso de borregos ou borregas.
Estação de monta no anestro sazonal.
Quando o cio das ovelhas é sincronizado: 1:10
Mais detalhes sobre a relação macho-femea em ovinos:
Identificação de Cio:
A detecção de cio é uma atividade de expressiva importância em animais de
produção. Ela auxilia na melhora de índices reprodutivos como intervalo entre partos
e n° de descendentes/matriz/ano. O uso dessas técnicas, associadas com um
correto registro zootécnico, melhora a organização e otimiza o desempenho da
propriedade, potencializando a rentabilidade e aumentando a renda do criador.
Recomenda-se marcar o peito do carneiro com diferentes cores durante o período
de acasalamento com o objetivo de identificar as fêmeas que foram cobertas e
quando foram cobertas, bem como identificar aquelas fêmeas que por algum
problema não conceberam. Essa prática ajuda no manejo das femeas prenhes, no
controle durante e após a parição e na idenficação das fêmeas com problemas
reprodutivos. A descrição de como realizar essa identificação está descrito na
circular técnica abaixo:
Metas
No melhoramento genético é importante definir metas claras a serem
atingidas. O melhoramento genético deve ser acompanhado pelo melhoramento do
ambiental. O aumento genético visando o aumento da produção pode, se não
acompanhado do melhoramento ambiental, ter resultados desastrosos. Animais
mais produtivos são, em geral, animais com maior requerimento de mantença. Se
não houver um melhoramento ambiental com aumento da quantidade e qualidade
de pasto pode reduzir as taxas reprodutivas.
O fenótipo (caracterísitica que se enxerga) é a soma da influência do
genótipo + influência do ambiente + Interação entre genótipo e ambiente.
Fenotico
GENÓTIPO + AMBIENTE + INTERAÇÃO
Seleção
Refere-se a escolha dos animais que serão mantidos no rebanho
Escolha do País:
Escolher pela progênie. Nesse caso é muito importante fazer
escrituração zootécnica para conseguir entender o efeito da
característica dos pais na progênie.
Fertilidade 6-8%
2) Carneiro:
Fertilidade (exame andrológico)
Libido (comportamento sexual)
Conformação (quantidade de músculo e gordura no osso)
Características morfológicas (circunferência escrotal 30-33cm)
Características da progênie
3) Ovelha:
Prolificidade
Habilidade Materna – verificado pelo comportamento materno filial após o
parto, sobrevivência do cordeiro e ganho de peso do cordeiro até o
desmame.
Fertilidade – está relacionado com a adaptação ao meio (rusticidade)
Características físicas da progênie
PARA PRODUÇÃO DE LÃ
1) Qualidade da lã (finura, comprimento)
2) Quantidade de lã produzida por animal
MOMENTO DA SELEÇÃO:
Durante a tosquia
Qualidade da lã (finura, comprimento) e quantidade de lã produzida por
animal
Cruzamentos
É o acasalamento de indivíduos com menor grau de parentesco que a média
da população, cujo aproveitamento principal é explorar economicamente o vigor
híbrido (heterose). O cruzamento permite também trazer gens novos para o
rebanho, favorecendo o melhoramento genético mais rápido do que a seleção,
principalmente de características de baixa herdabilidade.
TIPOS DE CRUZAMENTOS:
1) Cruzamento Melhorador: Essa técnica faz cruzamentos por duas
gerações com o objetivo de incorporar características desejada no rebanho.
Exemplo do cruzamento melhorador é o aumento da prolificadade do
rebanho através de cruzamento com rebanho prolífico.
2) Cruzamento Absorvente (Cruzamento continuo): Essa técnica busca-se
ampliar o rebanho de animais de uma determinada raça, absorvendo outra
raça. A partir desse cruzamento pode-se chegar a animais registrados CG1
(Controle de Genealogia 1), CG2, CG3, CG4 e CG5 (se tiver todas as
características da raça o animal ode ser registrado.
Escrituração Zootécnica
A escrituração zootécnica consiste no registro de todos os eventos que
ocorrem no rebanho, e deve ser feito pelo proprietário sempre, por exemplo:
identificação dos animais, dados de sanidade do rebanho, manejo alimentar e
reprodutivo, possibilitando o produtor gerenciar e ter todo controle sobre sua
produção dos animais. É uma prática de extrema importância para se obter sucesso
na atividade pecuária. O crescimento e a implementação de novas tecnologias
possibilitam o aumento da produtividade do plantel. O monitoramento sobre
reprodução, mortalidade, ganho de peso, uso de produtos, instalações, condições
gerais do rebanho, sanidade, entre outros, permitem a identificação de problemas
que possam estar ocorrendo na criação e ajudam no planejamento de como esses
problemas serão solucionados.
Através da escrituração zootécnica é possível ter informações básicas, como:
a evolução de rebanho, número de animais nascidos, fêmeas paridas, e com esses
dados é possível determinar os índices zootécnicos da criação.
O processamento dos dados pode ser feito de várias formas. Em geral, os índices
podem ser calculados com o auxílio de tabelas em cadernos, planilhas eletrônicas e
bancos de dados, ou por programas de computador desenvolvidos para auxiliar o
gerenciamento de fazendas. A utilização das informações disponibilizadas com a
escrituração zootécnica permite ao produtor um gerenciamento muito mais eficiente
de seu rebanho e da propriedade como um todo. Diversos são os sistemas de
escrituração que podem ser adotados e neste sentido a informatização da
compilação dos dados pode ser de grande valia, desde que haja empenho na
colheita fidedigna dos dados.
ÍNDICES ZOOTÉCNICOS
Os índices zootécnicos devem ser utilizados pelos produtores para avaliar o
desempenho geral do seu rebanho. A seguir serão apresentados os principais
índices que devem ser considerados nessa avaliação:
· Taxa de Parição –
número de matrizes paridas/número de matrizes cobertas.
· Fertilidade ao Parto –
número de matrizes paridas/número de matrizes encarneiradas.
· Número de Serviço Médio por Concepção –
número de coberturas ou doses de sêmen/matriz prenhe.
· Prolificidade
número de cordeiros nascidos/número de matrizes paridas.
· Peso Total de Cordeiros ao Nascer / Matriz
total de quilogramas de cordeiros produzidos ao nascimento pelo número de fêmeas
paridas.
· Peso Total de Cordeiros ao Desmame / Matriz –
total de quilogramas de cordeiros produzidos ao desmame pelo número de fêmeas
paridas.
· Taxa de Mortalidade
número de animais mortos pelo total de animais na categoria, em determinado
período. Por exemplo, o número de cordeiros mortos entre o nascimento e a
desmama pelo total de cordeiros nascidos é a taxa de mortalidade na fase pré-
desmama.
Registro Genealógico
No Brasil, o registro genealógico de ovinos é responsabilidade da ARCO –
Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, homologada pelo MAPA -Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.O registro genealógico de ovinos é
descrito no site:
http://www.arcoovinos.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=51
Manejo sanitário:
1. Preventivo
2. Curativo
Manejo preventivo: O manejo preventivo é muito importante, pois mantém a
produtividade e reduz os gastos do produtor. Através da prevenção das doenças, os
animais não sofrem nem reduzem a sua produtividade, pois o animal não adoece.
Podemos citar alguns manejos sanitários preventivos
1. CLOSTRIDIOSES
Existem diversas doenças provocadas por bactérias do gênero Clostridium. Serão
citadas duas que largamente acomentem os nossos rebanhos. Ambas as doenças
pode-se evitar através da vacinação com vacinas polivalentes.
Enterotoxemia
É uma doença causada pela toxina do Clostridium perfringens que é normalmente
encontrado no intestino dos ovinos. A proliferação dessa bactéria ocorre devido a
mudanças bruscas na alimentação. A toxina pode matar o animal em poucas horas.
Muitas vezes ocorre em animais bem nutridos.
Tétano
É uma doença causada pelo Clostridium tetani e que geralmente leva os animais a
óbito, sendo os animais jovens os mais susceptíveis. A bactéria se desenvolve em
locais anaeróbicos como feridas.
Vacinação
Conforme recomendação da Pesquisadora Clarisse Rocha (Embrapa Roraima -
https://www.embrapa.br/roraima/busca-de-noticias/-/noticia/12353077/vacinacao-de-
ovinos-saiba-como-e-quando-utiliza-las) vacinação deve ocorrer:
“- Para animais não vacinados: aplicar duas doses de vacina com um
intervalo de quatro a seis semanas entre as vacinações.
- Em filhos de mães não vacinadas: a primeira dose deve ser efetuada a partir da
3a semana de idade e a partir da 9a semana de idade em filhos de mães que foram
vacinadas.
- Animais já vacinados: revaciná-los a cada ano.
- Em fêmeas gestantes: fazer a revacinação anual de 4 a 6 semanas antes do
parto.”
Ação:
Duas bactérias em sinergia:
- Fusobacterium necrophorum: habitante normal no rumem (presente nas
fezes do animal).
- Dichelobacter nodosus: é encontrado exclusivamente nos cascos de ovinos,
caprinos e bovinos. Essa bactéria não sobrevive no solo por mais que duas
semanas ou, provavelmente, por períodos menores.
Transmissão:
- Ocorre por animal portador no rebanho, então quando entra em período de
chuva e calor, além de períodos muito úmidos facilitam a infecção, devido ao
amolecimento dos cascos. Cuidar o contato da tesoura no momento do
casqueamento para não transferir a bactéria.
Sinal clínico:
- Mancar ou pastar ajoelhado.
- Lesão: vermelhidão, erosão e separação do casco e odor de podre.
Controle:
- Impedir a introdução da doença, evitando adquirir animais de propriedades
com o problema, e de animais com deformidade nas unhas que denotam já terem
tido a doença (podem ser portadores crônicos). É recomendável um exame clínico
minucioso nos animais a serem adquiridos, feito por médico veterinário da confiança
do produtor;
- Transportar os animais em veículos higienizados e desinfetados;
- Passagem em solução de pedilúvio (sulfato de cobre ou sulfato de Zn),
casqueando-os, e repassando-os pelo menos uma vez por semana, durante o
período da quarentena, antes de se integrarem ao restante do rebanho nas
pastagens;
- Limpeza de unha.
- Caso não seja fácil de eliminar a doença da propriedade, pode-se vacinar
todo o rebanho, a partir de cordeiros com 2 meses de vida, com a única vacina que
existe no mercado (FOOT VAC®, Lab. Hipra).
Vacina de Foot Rot: para prevenção 6 meses, 3 doses anuais. Mas ainda
fazer pedilúvio e casqueamento para auxiliar no tratamento.
Animais em tratamento devem ficar isolados do rebanho, passando por
exame minucioso antes de serem reintegrados ao rebanho, após estarem
completamente restabelecidos. A identificação do animal e o tempo de duração do
tratamento devem ser anotados, para saber se a doença é reincidente ou está
acometendo o ovino pela primeira vez.
Ovinos com casos crônicos de “foot rot”, ou que não respondem ao
tratamento, mesmo aqueles de alto valor zootécnico, devem ser descartados para o
abate, pois se tornam portadores da bactéria causadora do mal. Muitos animais
desenvolvem infecção no interior do casco, de tratamento difícil e custo elevado, e,
uma vez portadores, irão transmitir a doença em outros rebanhos.
3. ECTIMA CONTAGIOSO
É uma lesão cosmopolita provocada pelo vírus da família Roxviridae do gênero
Parapoxvírus. Esta enfermidade pode ser transmitida ao homem por meio de
contato direto com animais infectados, apresenta-se como uma erupção grave da
pele, extremamente irritante.
- Zoonose
- Ciclo de 20 dias a lesão
Sinal clínico:
- Feridas na boca (crostas): em animais em lactação.
- As lesões aparecem com maior frequência nas comissuras labiais podendo
se estender para as gengivas, narinas, língua, região perianal, coroas dos cascos e
outros locais em casos mais graves.
Transmissão:
- Contato com o vírus presente nas crostas.
- Penetração do vírus em feridas.
Controle:
- Vacinação: só usar em propriedade que já tiveram o vírus. A vacina é feita de
vírus vivo..
- Se for o caso, vacinar os cordeiros com 15-20 dias e ovelhas 6 semanas antes
da gestação.
- Para prevenção deve-se isolar os animais por um período de 2 a 3 semanas,
deixar que os mesmos mamem o colostro da mãe, manter tudo limpo e desinfetado.
Separar os animais doentes, vacinar o rebanho, em especial as fêmeas prenhas
antes do parto e duas semanas após o mesmo.
4. CERATOCONJUNTIVITE INFECCIOSA
- Doença provocada pela inflamação da córnea e conjuntiva do olho por
bactérias.
Sinal clínico:
- Lacrimejando, olhos fechado e avermelhados.
- Em casos avançados, opacidade e ulceração de córnea, com risco de perda
da visão.
Transmissão:
A doença pode ser transmitida pelo contato direto entre animais doentes e
sadios, por moscas e outros insetos que funcionam como vetores da doença
(entram em contato com secreções oculares e transmitem as bactérias de um
animal ao outro) e pela mão contaminada de técnicos tratadores.
A ceratoconjuntivite pode manifestar-se em qualquer época do ano, embora uma
maior frequência de casos ocorra nos meses de verão, em associação ao aumento
na população de moscas.
Controle:
- Isolar animais doentes.
- Quarentena.
- Auto cura.
Tratamento:
O tratamento dos casos clínicos deve começar imediatamente após ter sido
diagnosticada a doença como forma de impedir que sua evolução leve a lesões
irreparáveis da córnea. Vários antibióticos podem ser usados, devendo sempre
estar atento para caso de resistência. A prevenção e controle desta doença têm sido
realizados através de práticas de manejo quando se quer diminuir o máximo
possível a ação dos vetores (mosca) e quantidade de poeira.
Transmissão:
A transmissão se dá pelo contato direto do animal com a bactéria, através de
descargas purulentas dos abscessos superficiais que se rompem. Esses abscessos
rompidos contaminam o solo, água, alimentos e instalações, ocorrendo a
permanência do microorganismo por até 8 meses no meio ambiente (principalmente
quando protegido do sol). A bactéria penetra no organismo através de ferimentos,
arranhões ou mesmo na pele intacta, alcança a linfa e atinge os linfonodos
regionais.
Prevenção:
Como métodos profiláticos recomenda-se fazer a inspeção periódica do
rebanho, isolando os animais com abscessos para impedir que eles se rompam
naturalmente e contaminem o ambiente. Deve-se também fazer higienização das
instalações, bebedouros e comedouros com desinfetantes e fazer uso periódico de
"vassoura de fogo" (pois a bactéria é sensível quando exposta a temperaturas
maiores que 70ºC).
6. SARNA:
É uma doença provocada por um ectoparasita causada pelo ácaro Psoroptes
ovis que dá intensa coceira nos ovinos. Esse parasita se alimenta de soro.
Normalmente, leva à diminuição do apetite e, consequentemente, a baixa dos
índices produtivos dos animais.Provoca enfraquecimento e queda da lã, feridas na
pele e é extremamente contagiosa.
É uma doença de notificação obrigatória e deve ser comunicada às Inspetorias
de Defesa Agropecuária. Importante sempre verificar se há lãs nas cercas, animais
se coçando, se esfregando em paredes e cercas, lambendo e puxando a lã,
perdendo lã, e se há feridas em forma de crostas secas e úmidas.
Conforme recomendação da Secretaria da Agricultura do RS, “o tratamento é
realizado com injeções de drogas avermectínicas (Ivermectina, Moxidectina,
Doramectina). São necessárias duas aplicações, com intervalo de sete a dez dias.
Em propriedades que dispõem de banheiro de imersão pode ser realizado o banho
com Diazinon, que auxilia no tratamento de ovinos esquilados ou com pouca lã. Os
animais tratados devem ser marcados para garantir a segunda aplicação. Se algum
ovino infectado escapar do tratamento, certamente, este irá contaminar o restante
do rebanho.”
https://www.agricultura.rs.gov.br/mutirao-de-combate-a-sarna-ovina-
cura-100-dos-mais-de-50-mil-animais-tratados
https://seapi.rs.gov.br/secretaria-da-agricultura-combate-focos-de-
sarna-ovina
7. PIOLHO:
Os piolhos ocorrem durante todos os meses do ano, porém, com maior
intensidade na época seca. A presença dos piolhos em um rebanho pode ser
facilmente detectada pelo exame da lã dos animais, preferencialmente, na linha
dorso lombar e na garupa. No entanto, os piolhos podem se localizar em outras
regiões do animal, causando coceira e irritação da pele, inquietação e
emagrecimento.
Conforme veterinários da Secretaria da Agricultura do RS “Os ovinos devem
ser banhados estrategicamente para controle de piolhos e sarna. Os rebanhos
afetados devem ser banhados duas vezes seguidas, com intervalo de duas
semanas. Neste caso, a eliminação dos parasitos externos deve constituir-se no
objetivo principal na programação de qualquer tratamento”, O tratamento para piolho
deve ser realizado durante o mês de abril: todo o produtor de ovinos está obrigado a
fazer no mínimo um tratamento. Aqueles produtores que estiverem com infestação
no rebanho deverão fazer dois tratamentos com intervalo de 12 a 15 dias.
8. MIÍASES:
A mais importante causadora de miíases é a mosca Cochliomyia
hominivorax, que causam lesões (“bicheira”), de coloração verde-metálica (mosca
varejeira). Os animais com bicheiras ficam sem apetite, inquietos e magros. Se não
forem tratados podem morrer.
No controle, deve-se evitar lesões em atividades com os animais, como na
tosquia, corte umbigo e dosificação. Recomenda-se utilizar repelente de mosca na
cura de algum ferimento..
As miiases devem ser tratadas com substância larvicida, limpeza da ferida,
retirada das larvas e aplicação de repelentes e cicatrizantes no local afetado. O
cuidado da ferida deve ser feita diariamente, até a cicatrização. Entretanto, estas
podem também ser evitadas pelo tratamento do umbigo dos animais recém-
nascidos com tintura de iodo a 10% e mediante o controle das moscas, através da
limpeza nas instalações.
Controle:
O uso indiscriminado de anti-helmínticos levou a resistência dos vermes aos
princípios ativos
Deve-se procurar diminuir o uso de vermífugos e utilizar sempre o vermífugo
que apresenta o melhor resultado, não trocando frequentemente o principio ativo.
Fazer aplicações estratégicas em diferentes períodos do ano, e em toda a categoria
do rebanho, conforme descrito abaixo na Tabela abaixo .Nos outros períodos do
ano deve-se vermifugar conforme a necessidade. Para isso, pode-se utilizar o
método Famacha para determinar quais os animais que apresentam anemia e em
qual há a necessidade de aplicar o vermífugo. Pode-se também controlar a
contaminação do rebanho através contagem de ovos por gramas de fezes (OPG).
Deve-se vermifugar quando tiver mais de 700 ovos/grama de fezes.
Categoria Período
Cordeiros No desmame (60 – 90 dias).
Ovelhas Pré-cobertura (antes do acasalamento.
Pré parto (2 semanas antes do parto.
Desmame.
Carneiros Pré-cobertura.
Método Famacha
O Método Famacha constitui-se na comparação da coloração da mucosa
ocular com o cartão FAMACHA (vide figura abaixo). De acordo com o cartão, deve-
se vermífugar os animais que tiverem uma coloração mais clara, entre 3 e 5.