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AVICULTURA E PISCICULTURA

CURSO ISOLADO

CRIAÇÃO E MANEJO DE AVES POEDEIRAS

As aves são animais que possuem penas e são, pela evolução dos
vertebrados, descendentes dos répteis (ALBINO; TAVERNARI, 2010). De
acordo com Albino e Tavernari (2010), a domesticação da galinha teve
origem na Índia e as atuais variedades foram originadas da espécie asiática
selvagem Gallusgallus, conhecida também como Gallusbankiva e
Gallusferrugineus. Primeiramente, foi utilizada como animal de briga ou
como objeto de ornamentação. No Brasil, segundo estudiosos, a produção
de aves teve início em 1532, com a vinda das primeiras raças trazidas
pelos colonizadores portugueses. Eram criadas soltas nos quintais ou
arredores das casas, onde se alimentavam com resto de comida caseira,
grãos e insetos.
No ano de 1900, iniciou-se a criação das aves em sítios e fazendas,
representando fonte de renda, mas somente no ano de 1930 passou a ser
vista como atividade lucrativa, ou seja, a produção de aves para venda de
carne e ovos. Os avicultores, estimulados pelo aspecto econômico,
começaram a tentar novos acasalamentos entre as raças diferentes,
visando o aprimoramento da espécie. Classificação Antes de conhecer a
classifi cação da ave, vamos definir o que é ser domesticado: animal que,
possuindo utilidade econômica, reproduz-se livremente sob os cuidados do
homem. Segundo Andriguettoet al (1983), as aves domésticas são
usualmente classificadas em:

Galiformes: galinha, peru, galinha-d´angola, pavão e faisão

Anseriformes: pato, marreco, ganso e cisne

Columbiformes: pombos em geral

Passeriformes: pássaros em geral

Outras espécies de aves que merecem destaque na avicultura: peru


(Meleagrisgallopavo), ganso (Anseranser), marreco (Anasboschas), pato
(Cairinamoschata), faisão (Phasianuscolchicus), pavão (Pavocristatus),

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pombo (Columbia Lívia), cisne (Cygnuscolumbianus),


avestruz (Struthiocamelus), codorna (Coturnixcoturnix).
Atualmente, a avicultura brasileira é exemplo de atividade e de
cadeia produtiva de sucesso, sendo o setor que mais tem se destacado no
campo da produção animal. A avicultura gera renda, melhora o nível social
da população e pode ser atividade de pequeno produtor. A vantagem de
implantar a avicultura é a necessidade de pequena área de terra a ser
usada para a implantação da granja, podendo estar localizada em terra
fraca e desvalorizada. O ciclo de produção é rápido, dando um bom retorno
num período relativamente curto (LANA, 2000).
A importância social da avicultura no Brasil se verifica também pela
presença maciça no interior do país. Em muitas cidades, a produção de
frangos é a principal atividade econômica. Para melhor entendimento,
vamos definir de forma simples a avicultura. Avicultura é a criação de aves
para produção de alimentos. Das espécies mais exploradas, destacamos o
frango, mas existe também a produção de codornas, patos, marrecos,
perus, avestruzes, entre outros. A principal atividade é a produção de carne
e ovos, conhecida como exploração de ave de corte e ave de postura,
respectivamente.
A produção brasileira de carne de frango totalizou em 13,056 milhões
de toneladas em 2017, número que é 1,2% superior aos 12,90 milhões de
toneladas produzidos pelo país em 2016. O consumo per capita em2017
em 42 quilos, o que representa uma elevação de 1,8% em relação aos 41,1
quilos per capita consumidos em 2016. Para 2018, se estimaque
a produção de carne de frango cresça entre 2% e 4% em termos de
volume produzido em 2017.
Os embarques de carne de frango totalizaram 325,4 mil toneladas em
novembro (-0,8% em relação a novembro/2016) e uma receita de US$
557,8 milhões (+5,6%). No ano de 2017as exportações de carne de
frangototalizaram 320 mil toneladas (-10,2% em relação ao ano 2016).

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RAÇAS

As raças são diferenciadas pelo tamanho e pela conformação do


corpo. A cor da plumagem e o tipo de crista são as características que
geralmente diferenciam as variedades de uma mesma raça. A seguir, estão
descritas as principais raças de aves utilizadas na produção de carne e
ovos.

New Hampshire

Raça de origem americana criada a partir da raça RhodeIslandRed


(descrita a seguir). Caracterizada por ser uma grande produtora de carne e
ovos, chega a produzir 200 ovos por ano, o que lhe confere essa dupla
aptidão. A cabeça tem aspecto vigoroso, apresentando crista simples e com
cinco pontas nos machos. Nas fêmeas, a crista apresenta leve inclinação
lateral. A pele apresenta cor amarelada.

Rhode Island Red

Essa raça foi desenvolvida a partir do cruzamento de várias raças


(Leghornmarron, Cornish e Wyandote) nos estados de Massachussetts e
Nova Inglaterra nos Estados Unidos (LANA, 2000). É considerada boa
produtora de ovos e carne. Quanto às suas características, possui corpo
largo, profundo e comprido, crista serra, de tamanho médio, bico córneo
avermelhado, plumagem vermelho brilhante e cauda preta.

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Plymouth

Trata-se da raça mais antiga. Apresenta diversas variedades, sendo


que no Brasil a variedade mais difundida é a Barrada (Figura 2.3). É
utilizada nos cruzamentos para produção de pintos de corte. Apresenta
como características físicas corpo delgado, crista simples, reta e bem
assentada na cabeça, de tamanho mediano nos machos e pequeno nas
fêmeas. Suas orelhas e barbela medianas têm cor vermelho vivo e pele de
cor amarela.

Wyandotte

As aves da raça Wyandotte têm corpo ligeiramente arredondado,


dando impressão de dorso curto, em virtude do tipo de plumagem que
possuem. Apresentam dupla finalidade, porém, devido ao pequeno
tamanho do seu ovo e da baixa eclodibilidade, ou seja, baixo nascimento,
não foram utilizadas para a formação das atuais linhagens produtivas.

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Gigante negro

Desenvolvida em New Jersey, é a mais pesada de todas as raças


americanas. Apresenta dupla aptidão, mas a postura é um pouco inferior.
Devido à localização do pigmento de cor escura das penas nas partes
comestíveis da carcaça, ocorreu uma depreciação dessa raça. Possui
plumagem preta, bico preto, mudando para amarelo na ponta, pele
amarela, tarsos e dedos pretos.

Australorp
Essa raça é de origem australiana e foi selecionada para produção de ovos,
apesar de ser considerada de dupla utilidade.
Caracteriza-se pela plumagem completamente preta, crista serra, brincos
vermelhos, pele branca, tarsos e dedos pretos. Existe também o Australorp
de cor branca.

Cornish
Procedente da Inglaterra,caracteriza-se pela conformação semelhante
entreo macho e a fêmea. Essa raça é usada na obtenção da linha paterna
na produçãode pintos de corte. As fêmeas não são boas poedeiras.
Possui peito largo, penas fortes e pretas, crista do tipo ervilha e pele
amarela.

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Orfington
É uma raça de origem inglesa, pouco difundida no Brasil. As aves dessa
raçasão criadas para produção de carne e raramente para produção de
ovos.São pesadas, de corpo profundo, arredondado e peito desenvolvido.
Sussex
Raça inglesa destaca-se pela beleza de sua plumagem e por ser uma
excelenteprodutora de carne. É pouco explorada no Brasil por apresentar
pelebranca, as de pele amarela são mais apreciadas em nosso país.
É quase toda branca, com penas preto-esverdeadas nos lados, na parte
posteriordo pescoço e na cauda.
Leghorn
A raça Leghornpossui extraordinária capacidade de produção de ovos,
destacando-se tanto na quantidade como na qualidade.Possui bico amarelo
de comprimento médio, olhos castanho avermelhados,“brincos” brancos,
canelas e dedos amarelos, crista do tipo serra vertical nosmachos e com a
parte superior caída lateralmente nas fêmeas.

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SISTEMAS DE PRODUÇÃO, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

A avicultura não se diferencia dos outros tipos de exploração no que


diz respeitoa os sistemas de produção. São eles: extensivo, semi-intensivo
e intensivo.
a) Sistema extensivo
Quando os frangos são criados em liberdade e podem debicar e esgravatar
em volta da casa à procura de comida, fala-se de avicultura extensiva

b) Sistema semi-intensivo
No sistema de produção avícola semi-intensivo, também conhecido como
produção de pátio/quintal, o número de aves por bando varia entre 50 a
200. É uma criação em pequena escala. Nos sistemas semi-intensivos, as
galinhas encontram-se confinadas a um espaço aberto vedado com arame.
Existe um pequeno galinheiro onde as galinhas podem permanecer à noite.
O criador das galinhas fornece praticamente toda a comida, a água e outras
necessidades.
c) Sistema intensivo
As explorações que se dedicam à avicultura intensiva requerem maiores
investimentos, tanto de capital como de mão de obra. O tamanho dos
bandos de aves no sistema de produção intensiva normalmente situa-se
nos milhares. Tal foi alcançado através dos avanços na investigação sobre
incubação artificial, necessidades nutricionais e controle das doenças.
MODELOS DE EXPLORAÇÃO
A avicultura de corte regional contempla os três modelos de
exploração existentes no Brasil: independente, verticalizado e integrado
(EVANGELISTA, NOGUEIRA FILHO; OLIVEIRA, 2008).
MODELO INDEPENDENTE: o avicultor de frango de corte se
responsabiliza por todas as fases da produção, desde a aquisição dos
pintinhos, sua criação até o ponto de abate.
• MODELO VERTICALIZADO: várias fases de produção estão inseridas
em uma mesma empresa, por exemplo, criação dos pintinhos, abate e
comercialização.

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• MODELO INTEGRADO: apresenta algumas características diferenciais


de acordo com a integradora. Tradicionalmente, a integradora dispõe de
frigorífico e fábrica de rações, fornecendo insumos e assistência técnica aos
produtores integrados, que produzem em suas próprias áreas e entre gama
produção à empresa integradora.
Em outros casos, a empresa aluga galpões de sua propriedade a
pequenos produtores, recebendo por isso. Então, com o alojamento dos
pintinhos, surge a relação de integração. Para o integrador, esse sistema
reduz problemas trabalhistas e aumenta a responsabilidade dos produtores
com o processo produtivo.
INSTALAÇÕES

As instalações devem fornecer as aves um ambiente limpo e


protegido, onde possam manifestar todo seu potencial genético em uma
área confortável. Alguns cuidados devem ser observados aos se definirem a
escolha do local e a construção das instalações avícolas. O clima é um dos
mais importantes fatores a serem considerados na hora de projetar um
galpão, também chamado de aviário para frangos, seja de corte ou
postura. O galpão deve ser construído em local alto, ventilado, seco,
afastado de rodovias,povoamento e setores industriais. Deve possuir rede
elétrica e água de qualidade e quantidade suficiente para estoque de
consumo no mínimode três dias (ALBINO; TAVERNARI, 2010).

GALPÃO PARA POEDEIRAS

A fase inicial de criação pode ser realizada em sistema de piso,


gaiolas ou baterias. A recria é realizada em gaiolas na maioria das vezes. O
galpão deve ser construído de madeira, alvenaria ou estrutura metálica. A
largurado galpão varia de 8 a 12 metros e o pé direito deve ter altura
mínima de2,8 metros.

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GALPÃO PARA FRANGOS DE CORTE

A largura de 12 metros é a mais econômica e o comprimento de 100


metros corresponde ao equilíbrio zootécnico e econômico. Recomenda-se
um beiral de 1,5 m a 2,5 m. A telha cerâmica é o melhor tipo de telhado
para avicultura em climas quentes por ser de grande resistência térmica.
Os galpões mais modernos são do tipo túnel que com o fechamento das
cortinas laterais e com o uso dos ventiladores permite que a massa de ar
percorra mais uniforme todo interior do galpão.

EQUIPAMENTOS

A atividade avícola requer além de área e estrutura fixa, alguns


equipamentos básicos para a criação das aves. Vejamos alguns desses
equipamentos.

a) Bebedouros: onde é disponibilizada água limpa e de em temperatura


agradável. Muitas vezes é o meio de diluição e oferta de vacinas. Devem
ser de fácil limpeza, resistentes e propiciar fácil acesso das aves. Os mais
utilizados são do tipo pendular, tipo pressão e nipple.

b) Comedouros: utilizados para fornecimento de ração às aves e podem


variar de acordo com a idade e sistema de criação. Os mais utilizados são
manual tipo tubular, automático de corrente e automático tipo helicoidal.

c) Ventiladores: importantes na renovação do ar e controle da


temperatura. Devem estar posicionados sempre na mesma direção e
respeitando a potência da marca comercial. O uso de exaustores também
se obtém uma maior qualidade do ar e uma melhor temperatura, eles são
utilizado sem modernas instalações avícolas.

d) Silos: local de armazenamento da ração na granja. Geralmente


localizados ao lado da cada galpão, podem ser de madeira, metal, fibras ou
alvenaria.

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e) Gerador de energia: como medida preventiva na falta de energia


elétrica, a granja deve possuir gerador de energia para manter os sistemas
de climatização em funcionamento evitando a mortalidade das aves.

f) Cortinas: podem ser de cor amarela ou azul. Geralmente o material


utilizado é a ráfia. No inverno, além do uso e manejo das cortinas externas,
deve ser instalado cortinas internas para melhor controle da temperatura.

g) Caixa d´água: importantes para garantir o fornecimento ininterrupto de


água para as aves. Deve possuir capacidade adequada ao número de aves
e ser armazenada em local fresco.

h) Nebulizador: em dias quentes permite a queda da temperatura dentrodo


galpão. Devem estar distribuídos de forma uniforme por todo o galpãoe
estar associados a ventiladores.

i) Aquecedores: utilizados nos primeiros dias de vida da ave permitindo


maior conforto térmico dentro do galpão.

j) Balança: ferramenta útil para acompanhamento do peso das aves e


pesagem da ração.

k) Termo-higrômetro: aparelho para aferição de temperatura e umidade do


ar. Auxilia na conduta do uso de ventiladores, nebulizadores e cortinas.

l) Ninhos: são equipamentos utilizados em galpões de poedeiras onde estas


depositam seus ovos. Auxiliam diminuindo a contaminação dos ovos.

MANEJO DA PRODUÇÃO DE FRANGO DE CORTE

Duas a três horas antes do recebimento dos pintos é necessário


verificar se as campânulas estão funcionando e os bebedouros e
comedouros abastecidos. Os pintos devem ser colocados no círculo de
proteção ou área para o alojamento, molhando-se o bico de alguns deles,
para servir de orientação da fonte d´água para os demais. Assegurar o
abastecimento dos bebedouros e comedouros uma hora antes da chegada
dos pintos. Todos os pintinhos devem ter acesso à ração e água logo após

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o seu alojamento.
O aquecimento deve ser iniciado pelo menos 3 horas antes da
chegada dos pintos. No inverno deve-se manter o aquecimento nas horas
mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo variar em
função do clima. No verão, pode ser dispensado à partir da segunda
semana, sendo usado apenas nas horas mais frias, normalmente a noite.No
momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em perfeito
funcionamento. O manejo das cortinas é determinado conforme a
temperatura ambiente, umidade e, principalmente, de acordo com a idade
das aves.
Fornecer, por meio de lâmpada com energia de 2 a 3 watts/m 2, o
número de horas de iluminação correspondente a idade do pinto, utilizar
programas de iluminação específicos, de acordo com a região e época do
ano, visando melhorar o desempenho das aves.Na fase inicial, é essencial
garantir que os bebedouros e comedouros estejam bem distribuídos nos
círculos de proteção ou na área para alojamento das aves. Da mesma
forma, à medida que os círculos de proteção são abertos, os bebedouros e
comedouros também devem ser movimentados, buscando sempre obter
uma distribuição uniforme por todo o galpão.
A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade
de 8-10 cm e então compactada. Distribuição irregular da cama causará
problemas com disponibilidade de água e ração. No manejo pré-abate a
programação da retirada do lote, tem a responsabilidade de estabelecer o
calendário e proporcionar a logística para a retirada das aves nas granjas.
O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha em que as
aves não devem ter acesso à ração. Essa prática é necessária para reduzir
o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a possibilidade de
contaminação da carcaça na evisceração, decorrente do rompimento do
inglúvio e ou intestino. Na preparação do aviário e apanha, deve-se
estabelecer um método padrão para a divisão dos aviários na granja, de
acordo com as características de cada uma. A divisão das aves em grupos,

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além de auxiliar na apanha, reduz o impacto da movimentação das demais


aves.
A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente.
Esse trabalho implica em sérios riscos para a integridade da carcaça, em
especial o peito, as pernas e as asas, devido ao manejo inadequado das
aves, sendo a causa mais provável de danos. Utilizar a razão de 25 kg/m 2
de aves por caixa.
No carregamento e transporte, o número de aves colocadas em cada
caixa transportadora deve receber atenção especial. A decisão para essa
variável deve considerar o sexo e o peso das aves, além de fatores como
clima e distância do aviário ao abatedouro. No processo de carregamento é
desejável que o caminhão possa entrar no aviário e chegar perto de onde
está sendo feita a apanha.
O transporte das aves no período noturno é vantajoso por evitar
temperaturas elevadas, favorecendo o bem estar das aves, o que reduz as
perdas por mortalidade e resulta em carne de melhor qualidade.
Entretanto, no inverno podem ocorrer problemas relacionados à qualidade
da carne, devido à baixa eficiência da sangria quando as aves ficam
expostas a temperaturas baixas.
Ao chegar no abatedouro, as aves devem permanecer na plataforma
de espera. Esse local deve ser preparado para proteger as aves,
propiciando um microclima favorável a sua sobrevivência, possibilitando o
acesso à sombra, ventiladores e umidificadores. O tempo transcorrido entre
a chegada do caminhão ao abatedouro e o início do abate é crítico,
podendo interferir negativamente nos índices de mortalidade.

RECEBIMENTO DOS PINTOS

Deve-se assegurar que o aviário esteja limpo e sem a presença de


aves por pelo menos 10 dias. Um a dois dias antes da data prevista para a
chegada dos pintos é necessário que se faça uma última desinfecção do
galpão e equipamentos, assegurando-se de que estejam em condições de
funcionamento, limpeza e em número suficiente. E que os acessos ao
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aviário possuam pedilúvios para desinfeção dos calçados.


Os círculos de proteção ou área para o alojamento devem ocupar
menos da metade do aviário. Duas a três horas antes do alojamento dos
pintos é necessário verificar se as campânulas estão funcionando e os
bebedouros e comedouros abastecidos. Na chegada dos pintos, além de
efetuar-se a contagem dos pintos existentes nas caixas, deve-se separar os
pintos que apresentam pernas retorcidas, cabeças e olhos defeituosos,
bicos cruzados e aspecto de inviabilidade de sobrevivência (refugo). O total
de pintos com problemas deve ser anotado. Alojar somente aves de mesma
idade em cada aviário (sistema todos dentro todos fora).
Os pintos devem ser colocados no círculo de proteção ou área para o
alojamento, molhando-se o bico de alguns deles, para servir de orientação
da fonte d´água para os demais. Assegurar o abastecimento dos
bebedouros e comedouros uma hora antes da chegada dos pintos. Todos os
pintinhos devem ter acesso à ração e água logo após o seu
alojamento.Retirar imediatamente do galpão as caixas vazias, para que
sejam queimadas, se forem de papelão. Se forem caixas plásticas, queimar
o papel e/ou cama contida nos mesmos.
Registrar as seguintes informações: número de pintos e data do
alojamento, ração fornecida, mortalidade e outras que forem importantes,
em fichas específicas. Manter a densidade de 12 frangos/m 2, com produção
de 25 a 30 kg de carne/m 2; porém, considerar que a densidade pode ser
variada com a época do ano, com o peso e idade das aves ao abate.

AQUECIMENTO

O aquecimento deve ser iniciado pelo menos 3 horas antes da


chegada dos pintos. No inverno deve-se manter o aquecimento nas horas
mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo variar em
função do clima. No verão, pode ser dispensado a partir da segunda
semana, sendo usado apenas nas horas mais frias, normalmente a noite.
O controle da temperatura pode ser feito na área abaixo da

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campânula e a 5 cm acima da cama com um termômetro ou ainda com


base no comportamento dos pintos (pintos com frio – amontoados – pintos
com calor – afastados da fonte de calor – corrente de ar – pintos agrupados
em um lado do círculo – o ideal – pintos distribuídos uniformemente em
todo círculo conforme figuras 1, 2, 3 e 4), baixando ou levantando o
sistema de aquecimento em relação a cama.
As exigências de temperatura para que as aves encontrem conforto
ambiental para seu crescimento adequado, são os seguintes:
· 32°C = 1°dia
· 30°C = 2° ao 7° dia
· 29°C = 2ª semana
· 27°C = 3ª semana
· 24°C = 4ª semana

A abertura do círculo de proteção é feita gradativamente, a partir do 3º


dia, podendo ser aberto diariamente conforme o comportamento e
crescimento das aves. Os círculos devem ser retirados após 7 a 8 dias no
verão e 10 a 12 dias de idade no inverno. O espaçamento entre os
comedouros e bebedouros deve ser feito ao mesmo tempo da abertura dos
círculos, de forma a deixá-los equidistantes uns dos outros para favorecer o
acesso das aves. Manter os pintos distribuídos de forma homogênea em
relação à fonte de calor. Garantir que no 8º dia (verão) ou 12º (inverno) os
círculos de proteção, ou a área definida como pinteiro, estejam
completamente abertos, utilizando-se todo o espaço do aviário preparado
para o alojamento. Fazer com que o espaço restante seja gradativamente
aumentado, de maneira que ao 28º dia, todo o espaço do aviário esteja
ocupado.

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Figura 1. Os pintos encontram-se sob a campânula. Isto indica que eles


estão procurando a fonte de calor e agrupados para se aquecer. Neste caso
recomenda-se abaixar a campânula.

Figura 2. Nesta ilustração os pintos encontram-se agrupados em um lado


do círculo pois provavelmente há uma corrente de ar frio que está
passando, fazendo com que as aves se agrupem buscando proteção e
aquecimento.

Figura 3. Neste ambiente os pintos encontram-se longe da fonte de


aquecimento central. Certamente a temperatura da campânula está muito
elevada. Neste caso recomenda-se elevar a altura da campânula.

Figura 4. Pode-se observar através da figura que há uma distribuição


homogênea dos pintos dentro do círculo de proteção, o que demonstra
conforto (bem estar para os pintos), no aquecimento.

MANEJO DE CORTINAS

No momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em


perfeito funcionamento. O manejo é determinado conforme a temperatura
ambiente, umidade e, principalmente, de acordo com a idade das aves.
Devem ficar levantadas nos primeiros dias de idade, para manter a
temperatura, baixando-as nos dias mais quentes. Nunca baixá-las de uma
só vez, para evitar mudanças bruscas de temperatura e a excessiva

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incidência de sol no interior do galpão.


Se o aviário estiver abafado ou com cheiro de amônia, principalmente
de manhã, as cortinas devem ser abertas preferencialmente do lado que
não recebe vento, para que se realize a troca de ar, sem prejudicar os
pintos.Quando houver necessidade de revolver a cama, as cortinas devem
ser abertas para evitar o excesso de poeira e gases no interior do aviário.
Nas idades menos críticas da criação (após o empenamento das aves),
deve-se levantá-las somente nas horas frias ou durante chuvas ou
ventanias.
No inverno as cortinas laterais internas devem ser manejadas em
conjunto com as externas. Nos horários de frio intenso, ambas devem ficar
levantadas. Em temperaturas amenas deve-se manejar apenas com a
cortina externa, e nos horários mais quentes do dia pode-se baixar também
a cortina interna de forma a propiciar conforto aos animais e permitir a
saída dos gases e poeira, principalmente quando for necessário manejar a
cama. Utilizar sistema de acionamento da cortina por meio de roda dentada
com corrente, e sistema de roldana.
ILUMINAÇÃO
Fornecer, por meio de lâmpada com energia de 2 a 3 watts/m 2, o
número de horas de iluminação correspondente a idade do pinto.O
programa de luz a ser utilizado deve ser:
· 1° dia = 24 horas
· 2° dia = 22 horas
· 3° dia = 20 horas

Do quarto dia em diante, utilizar programas de iluminação específicos,


de acordo com a região e época do ano, visando melhorar o desempenho
das aves.Observar constantemente as lâmpadas que deverão ser
substituídas imediatamente quando queimadas ou quebradas e mantidas
devidamente limpas.
BEBEDOUROS
Na fase inicial, é essencial garantir que os bebedouros estejam bem
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distribuídos nos círculos de proteção ou na área para alojamento das aves,


sempre objetivando que qualquer que seja o lugar onde o pinto se encontre
haja um bebedouro próximo. Da mesma forma, à medida que os círculos
de proteção são abertos, os bebedouros também devem ser
movimentados, buscando sempre obter uma distribuição uniforme por todo
o galpão.
Nos primeiros dias usar bebedouros tipo pressão com capacidade
para 3 litros de água, na proporção de um bebedouro para 80 pintos. O
abastecimento deve ser feito com água fresca e limpa, que deverá ser
trocada pelo menos duas vezes ao dia quando também deverá ser realizada
a limpeza do bebedouro.
A partir do 3º ou 5º dia de idade esses bebedouros deverão ser
substituídos gradativamente pelos pendulares que permanecerão até o final
da criação do lote. Entre o 6º e o 8º dia pode-se começar a retirada dos
bebedouros iniciais, de forma escalonada, num período de 2 a 3 dias. Os
pendulares permanecerão na mesma proporção (um bebedouro para 80
pintos).
A limpeza deve ser feita diariamente para evitar o acúmulo de ração,
pó e excreções das aves no fundo dos bebedouros, garantindo a qualidade
da água. A regulagem da altura do bebedouro deve garantir que o pinto
possa beber confortavelmente e evitando o desperdício de água,
empastamento e apodrecimento da cama. De 15 a 20 dias de idade, a base
superior do bebedouro deve estar à altura de 5 cm do dorso da ave, sendo
regulado de acordo com o desenvolvimento, conforme Figura 5.

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Figura 5. Representação esquemática de um bebedouro tipo pendular.


Fonte : AVILA et al. (1992).

No caso de se usar bebedouros tipo nipple, deve-se atentar para a


regulagem do nível de água e altura dos bebedouros. Na 1ª semana (até o
4º dia), o pinto bebe pela lateral do pino, sem esticar demais o pescoço, ou
seja, nos primeiros dias, o bico fica na altura dos olhos do pintinho e a
partir do 4º ou 5º dia a ave deve beber com uma inclinação de 45 graus
dos olhos em relação ao bico. Da 2ª a 3ª semanas, a ave passa a beber
com a cabeça um pouco mais inclinada e o bico toca mais abaixo no pino.
Da 3ª a 4ª semanas, a ave bebe quase abaixo do bico, com a cabeça ainda
mais inclinada e 4ª a 6ª semanas ou mais, a ave bebe bem debaixo do
bico, com a cabeça totalmente esticada. Regula-se a altura dos bebedouros
a cada 2 dias nas primeiras semanas e diariamente daí em diante. A cada
ajuste verifica-se o nivelamento entre as linhas e o solo, mas é importante
observar as aves.
A pressão da água deve ser regulada de acordo com a idade da ave
com auxilio da régua fornecida pelo fabricante. No inverno as aves
consomem menos água, portanto as pressões normalmente utilizadas no
inverno devem ser menores do que as do verão. Cama úmida ao longo das
linhas geralmente indica excesso de pressão. Nesse caso, deve-se abaixar
aos poucos a pressão e observar os resultados sobre a cama. Na troca de
lote deve-se lavar e desinfetar a caixa d´água.

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COMEDOUROS

O comedouro tipo bandeja é utilizado nos primeiros dias de idade, na


proporção de 6 para 500 pintos ou seja 80 pintos por comedouro. Os pintos
ao entrarem no comedouro para se alimentarem, sujam a ração, sendo
necessário peneirá-la duas vezes por dia, retirando-se as fezes e partículas
de cama. Deve-se mexer a ração de 5 a 6 vezes por dia, principalmente
nos primeiros dias de criação, para estimular o consumo. Para tanto o
fornecimento da ração diária, deve ser feita em maior número de vezes e
em quantidades menores. Para evitar a fermentação das placas formadas
pela umidade devem-se trocar ou lavar as bandejas diariamente,
devolvendo-as limpas e secas.
A partir do 4 o. dia pode-se começar a colocar os comedouros
definitivos e a partir do 7o. ao 10o. dia procede-se a retirada dos
comedouros iniciais, de forma escalonada, num período de 2 a 3 dias.
Garantir que os comedouros definitivos estejam uniformemente
distribuídos. Os comedouros tubulares deverão ser mantidos na proporção
de 40 aves/comedouro. Manter, a partir da 2a. semana, a base dos
comedouros, na altura do peito das aves, conforme Figura 6.

Figura 6. Representação esquemática de um comedouro tipo tubular.


Fonte : AVILA et al. (1992).

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Os comedouros automáticos são de uso mais prático, por facilitar o


manejo de arraçoamento. Os pratos com grades permitem a alimentação
dos pintos desde o primeiro dia de criação. A quantidade de aves por prato
alimentador e a capacidade do silo varia de acordo com cada fabricante. Os
cuidados com o ajuste da altura devem ser tomados durante toda a
criação.
Cama
A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade
de 8-10 cm. Distribuição irregular da cama causará problemas com
disponibilidade de água e ração.O trabalho de revolvimento da cama deve
ser constante, durante todo o período de criação, no sentido de evitar que
a mesma se torne úmida, propiciando a formação de placas. Eventuais
vazamentos dos bebedouros podem ocorrer por má regulagem dos
mesmos, portanto devem ser monitorados constantemente.
Programação da retirada do lote
Essa etapa tem a responsabilidade de estabelecer o calendário e
proporcionar a logística para a retirada das aves nas granjas. Para
administrar essa etapa, é necessário conhecer algumas informações: a
distribuição física das granjas, as distâncias que separam as granjas do
abatedouro, o tipo de pavimento da estrada de acesso e, é claro, o número
de aves alojadas. Essa informação é fundamental para estabelecer o tempo
padrão de envio de cada caminhão e o tempo de viagem até o abatedouro.
Jejum pré-abate
O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha em que as
aves não devem ter acesso à ração. Essa prática é necessária para reduzir
o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a possibilidade de
contaminação da carcaça na evisceração, decorrente do rompimento do
inglúvio e ou intestino. Após o carregamento, a digestão torna-se mais
lenta ou até paralisada, sendo que um período de jejum de 8 a 12 horas,
incluindo o tempo de espera na granja, o transporte e a espera na
plataforma é considerado suficiente para que ocorra esvaziamento do trato

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digestivo das aves.


Essa fase de jejum é fundamental para que não se tenha perdas
excessivas de peso ou em contrapartida, altas contaminações no
abatedouro, o que seria extremamente danoso. É preciso achar o ponto de
equilíbrio. Nos carregamentos noturnos ou ao amanhecer, quando o jejum
ocorre à noite, existe uma tendência de ter frangos com mais conteúdo
intestinal, principalmente em épocas de temperaturas mais baixas. Isso é
causado pela deficiência da iluminação nas granjas, pouca movimentação e
menor consumo de água.
O tempo de jejum deverá ser ajustado entre 7 e 9 horas. Os
equipamentos (comedouros) devem ser colocados de maneira que não
atrapalhem o carregamento. A água deverá ser retirada somente no
momento do carregamento e nos meses de muito calor, fazer a retirada
escalonada para que as aves fiquem o mínimo possível sem a
disponibilidade de água.
PREPARAÇÃO DO AVIÁRIO E APANHA
A divisão das aves em grupos, além de auxiliar na apanha, reduz o
impacto da movimentação das demais aves. Se a apanha for parcial ou
total durante a noite, deve- se usar luz azul, pois ao ter a capacidade visual
anulada pela luz azul, as aves não se agitam com o movimento do
apanhador e ficam imóveis, facilitando a apanha. Os obstáculos físicos, tais
como os comedouros e bebedouros devem ser colocados fora da área de
movimento das aves e dos carregadores para evitar golpes no peito e nas
pernas das aves e acidentes com o pessoal da apanha. Independente do
horário ou temperatura, alguns conceitos são básicos:
· proporcionar o mínimo de estresse possível às aves. O seu
aumento é diretamente proporcional à perda de peso e ao número
de contusões;
· cercar um número de aves por vez, 200 a 250 aves (diurno);
· levar as caixas até os frangos, nunca levar os frangos até as caixas.

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A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente.


Apesar de existirem no mercado algumas alternativas automáticas, a
previsão é de que esse método continuará a ser usado no futuro. Esse
trabalho implica em sérios riscos para a integridade da carcaça, em
especial o peito, as pernas e asas, devido ao manejo inadequado das aves,
sendo a causa mais provável de danos. Dois tipos de apanha são utilizados
atualmente:
· pelo dorso: é o mais usado. Apanha-se a ave pelo dorso, por sobre
as asas com firmeza. A apanha individual oferece maior proteção a
integridade física das aves. Ao se pegar uma a uma, as aves são
manejadas e colocadas cuidadosamente nas caixas. Esse método
beneficia também os trabalhadores, cujo desgaste físico e estresse
são reduzidos. Como resultado final, tem–se melhor qualidade de
carcaça, maior rendimento pela redução de lesões físicas, redução
de perdas, redução dos custos operacionais diretos e indiretos;
· pelo pescoço: mais recente e vem crescendo. Várias empresas já
utilizam 100% dessa modalidade. Exige um pouco mais de
treinamento da equipe. As aves são apanhadas 2 a 3 em cada mão.
As lesões hemorrágicas e o nível de fraturas, principalmente, são
semelhantes quando se pega a ave pelo dorso. Uma desvantagem
é o número de arranhões no dorso e coxas que são feitos quando
da introdução da ave na caixa que já tem outras aves. Nos dias
mais quentes, pode aumentar a mortalidade no transporte porque o
modo de apanha não deixa de ser um processo de asfixia.

Carregamento e transporte
O número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve receber
atenção especial. A decisão para essa variável deve considerar o sexo e o peso
das aves, além de fatores como clima e distância do aviário ao abatedouro. O
número de fraturas ósseas é reduzido quando as aves podem mover-se no
interior das caixas transportadoras. A disponibilidade de oxigênio também é um
fator decisivo no transporte dos frangos, uma vez que quantidades reduzidas de

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oxigênio podem resultar em asfixia das aves, ou gerar coloração anormal na


ave. Para que a circulação do ar seja facilitada, é necessário que haja espaços
entre as fileiras das caixas no veículo transportador, e as caixas devem estar
limpas, uma vez que excretas e penas dificultam a passagem do ar.
No processo de carregamento é desejável que o caminhão possa entrar
no aviário e chegar perto de onde está sendo feita a apanha. Mas os aviários
antigos ou os mal projetados, impedem a entrada dos caminhões fazendo com
que haja maior movimentação das caixas contendo as aves. Usar um sistema de
canos de PVC, distanciados 50 cm para facilitar o deslizamento das caixas,
deslizando sempre duas a duas. Toda e qualquer batida, ou movimentos
bruscos devem ser evitados. Um sistema também de canos, tipo escada, ou
esteira, deve ir do chão até a altura da carroçeria para deslizar suavemente as
caixas. As pessoas que ficam em cima do caminhão têm que ser as mais
experientes e eficientes para evitar as batidas e as contusões.
Deve-se manter um ponto de equilíbrio quanto ao número de caixas na
altura de 7 a 8, já que se sabe que as duas últimas fileiras são responsáveis por
40% das hemorragias de peito. A maneira de transportar as caixas nos
caminhões é bastante variada. Normalmente usa-se o sistema de canos laterais
e de cobertura: tela, ou simples amarrações que deverão dar garantias para que
as caixas tenham um mínimo de movimento, sem risco de acidentes, já que no
momento que uma caixa se solte, outras sofrerão o mesmo processo.
Os motoristas que transportam aves, devem ser bem treinados e ter
noção exata da carga que estão transportando, ter idéia do número de aves que
morrem normalmente no carregamento e transporte, além do conhecimento das
lesões que podem ocorrer. O transporte das aves no período noturno é
vantajoso por evitar temperaturas elevadas, favorecendo o bem estar das aves,
o que reduz as perdas por mortalidade e resulta em carne de melhor qualidade.

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