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https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-63712106
Visão geral
Da mina, o lítio - tanto na Austrália quanto na América do Sul - precisa ser processado para poder ser utilizado. O carbonato de lítio
retirado dos tanques de salmoura no Chile precisa ser transformado em hidróxido de lítio, que é o material preferido pelos
fabricantes de baterias
Já a rocha escavada do solo na Austrália precisa ser moída e torrada para produzir espodumênio. Esse material contém cerca de 6%
de lítio e é então embarcado da Austrália para a China, que refina 60% do lítio do mundo e 80% do hidróxido de lítio do planeta.
Mas isso pode estar mudando. Como parte dos esforços para diversificar a cadeia de fornecimento, o governo da Austrália Ocidental
está trabalhando para construir instalações locais de refino, perto das suas próprias minas de lítio.
Existem três propostas de novas instalações de refino de lítio na Austrália. E essas instalações enfrentarão seus próprios desafios
ambientais.
Torrar espodumênio para criar o concentrado exige quantidades significativas de energia e de ácido sulfúrico. Ao final, os resíduos
também precisarão ser descartados - um processo que precisa ser monitorado para evitar que cause poluição.
A mineração australiana de lítio ainda está nos seus primórdios, mas Maggie Wood, diretora-executiva do
Conselho de Conservação da Austrália Ocidental (uma organização sem fins lucrativos que representa mais
de 100 grupos ambientais em todo o Estado), afirma que a indústria está sendo cuidadosamente
acompanhada.
"Por um lado, sabemos que precisamos reduzir a pegada de carbono o mais rápido possível e minérios
fundamentais, como o lítio e uma série de outros, são parte desse caminho", afirma Woods. "Mas também
sabemos que a mineração destrói o meio ambiente."
Os ambientalistas já levantaram preocupações, por exemplo, de que o sedimento da mina do Projeto de Lítio
de Finniss, na Austrália Meridional, pode ter contaminado um riacho próximo. A BBC entrou em contato
com a Core Lithium, dona do Projeto de Lítio de Finniss, para responder a essas afirmações, mas não
recebeu resposta.
É preciso reciclar
Outra forma de reduzir ainda mais esses impactos é diminuir a necessidade de novas minas de lítio, ampliando
as taxas de reciclagem. Atualmente, a Austrália recicla apenas 10% das suas baterias de íons de lítio usadas.
Libby Chaplin, executiva-chefe do Conselho de Gerenciamento de Baterias (BSC, na sigla em inglês), uma
organização criada para supervisionar a reciclagem de baterias usadas onde, de outra forma, seria caro demais
para a indústria privada, afirma que a reciclagem irá se tornar uma questão premente no final da década, quando
as baterias dos veículos elétricos começarem a atingir o final da sua vida útil.
"Se não cuidarmos deste assunto, em um futuro não muito distante, teremos um problema muito sério de
baterias usadas e pilhas de baterias de lítio de veículos elétricos estocadas", afirma Chaplin". "É a última coisa
que queremos, pois a armazenagem de baterias de veículos elétricos pode ser problemática."
Para Chaplin, se começar agora em pequena escala, a Austrália pode construir a infraestrutura adequada para
impedir que isso se torne um problema, particularmente porque a distância é uma dificuldade. A necessidade de
coleta, transporte e seleção de materiais através de um país continental é algo caro e difícil, mas a Austrália tem
bons exemplos a seguir.