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CARVÃO MINERAL
ÍNDICE
1. Formação
1.1. Tipos de carvão
2. Histórico da exploração do carvão
2.1. No mundo
2.2. Em Santa Catarina
2.2.1. Porto de Imbituba e Ferrovia Tereza Cristina
3. Processo de extração/produção
4. Reservas e maiores produtores de carvão
4.1. Âmbito mundial
4.2. Âmbito nacional
5. Maiores consumidores
6. Obtenção de energia
6.1. Processo de obtenção
6.1.1. Torres de resfriamento
6.2. Maiores produtores de energia
6.3. Usina termelétrica Jorge Lacerda
7. Vantagens e desvantagens
7.1. Condições de trabalho
7.2. Impacto ambiental
8. Reportagens atuais
9. Tendências futuras
10. Curiosidades
11. Relações entre as disciplinas
1. FORMAÇÃO
Na etapa seguinte à turfa é formado o linhito. Nesse estágio, a massa vegetal está mais
compacta e com maior teor de carbono, formando uma massa escura. Linhito pode ser triturado
para se tornar pó e se submetido a uma solução fraca de potassa resulta em uma quantidade de
ácido Húmico.
Devido a seu baixo poder calorífico e alta umidade, linhito é ineficiente para transporte
e não é comercializado extensivamente no mercado internacional comparado a outros tipos de
carvão.
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A hulha é uma variedade do carvão mineral que apresenta um dos maiores índices de
carbono em sua composição. É um composto muito utilizado pela indústria, porque ao se fazer
a sua destilação seca, ela dá origem a três compostos: Fração Gasosa, Líquida e Sólida.
2.1. NO MUNDO
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Desde 1973, esse mineral voltou a gerar energia em maior escala e até 2004, gerou
cerca de 23% de energia para o mundo. O carvão mineral no Brasil é utilizado desde 1827 e
continua a aquecer a indústria nacional.
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Já em 1884, foi inaugurada a Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina (EFDTC), ligando
a região das minas até o Porto de Imbituba, com um ramal até o Porto de Laguna. Em 1919,
Henrique Lage, proprietário da Lage & Irmãos, obteve a autorização para construção, uso e
gozo do Porto de Imbituba.
Posteriormente, em 1945, o Porto de Imbituba se transformou no único porto carvoeiro
de embarque no país e, nos anos 80, aproximadamente 74% da carga movimentada no Porto
de Imbituba era carvão, principalmente o metalúrgico.
A segunda crise do Petróleo levou ao período áureo da Ferrovia, entre 1983 –1986,
quando o transporte se situou ao nível de sete milhões de toneladas/ano.
Com a superação da crise do petróleo, o fim da obrigação em 1990 das Siderúrgicas
utilizarem o mínimo de 20% do carvão Nacional e com a paralisação da Indústria Carboquímica
Catarinense, em 1992 a demanda de transporte reduziu-se às necessidades de suprimento da
Usina Termelétrica Jorge Lacerda, situada no município de Capivari de Baixo, cuja primeira
unidade iniciou a operação em 1965.
Em 1993, acaba o transporte de carvão através do Porto de Imbituba e, em 2012, o
Governo do Estado de Santa Catarina assume a administração do Porto de Imbituba, por meio
da SCPar Porto de Imbituba.
3. PROCESSO DE EXTRAÇÃO/PRODUÇÃO
A extração (ou mineração) do carvão pode ser subterrânea ou a céu aberto. Se a camada
que recobre o carvão é estreita ou o solo não é apropriado à perfuração de túneis (por exemplo,
areia ou cascalho), a opção é a mineração a céu aberto. Se, pelo contrário, o mineral está em
camadas profundas ou se apresenta como veios de rocha, há a necessidade da construção de
túneis. Neste último caso, a lavra pode ser manual, semi-mecanizada ou mecanizada. A
produtividade das minas a céu aberto é superior à das lavras subterrâneas.
No entanto, de acordo com o Instituto Mundial do Carvão, 60% da oferta mundial de
carvão mineral é extraída por meio da mineração subterrânea. No Brasil, a maior parte é
explorada a céu aberto. É o que ocorre, também, em importantes países exportadores, como
Austrália e Estados Unidos.
Para distâncias muito curtas, o método mais eficiente de transporte é a esteira. Para os
trajetos mais longos, utiliza-se caminhões, trens e barcaças. O carvão também pode ser
misturado à água formando uma lama que é transportada por meio de dutos.
Além disso, geralmente só são transferidos, de um local para outro, os tipos de carvão
com baixo teor de impurezas. Os demais são utilizados nas proximidades do local de mineração
– onde, em geral, também são construídas as termelétricas abastecidas por esse combustível.
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O carvão é o combustível fóssil com a maior disponibilidade do mundo. As reservas
totalizam 847,5 bilhões de toneladas, e estão bem distribuídas pelos continentes, com ênfase
maior no hemisfério norte. Na verdade, são encontradas em quantidades expressivas em 75
países, sendo que três deles – Estados Unidos (28,6%), Rússia (18,5%) e China (13,5%) –
concentrando mais de 60% do volume total.
O volume extraído e produzido, porém, não é diretamente proporcional à
disponibilidade dos recursos naturais. Relaciona-se, também, a fatores estratégicos, como a
existência de fontes primárias na região e, em conseqüência, à maior ou menor dependência da
importação de combustíveis. Atualmente, o maior produtor e consumidor mundial de carvão é
a China.
No ranking dos maiores produtores de carvão, também figuram os seguintes países:
Estados Unidos (587,2 Mtep), Índia (181,0 Mtep) e Austrália, maior exportador do minério do
mundo, com 215,4 Mtep. A Rússia, o segundo maior em termos de reservas, ocupa apenas o
6° lugar no ranking da produção e do consumo. Este desempenho relaciona-se à utilização
majoritária, neste país, do gás natural.
Obs: “Mtep” significa “tonelada equivalente de petróleo“ e é uma unidade de energia definida como
o calor libertado na combustão de uma tonelada de petróleo cru, sendo aproximadamente 42
gigajoules
As reservas brasileiras são compostas pelo carvão dos tipos linhito e hulha. As maiores
jazidas situam-se nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Do volume de reservas, o Rio Grande do Sul responde por 89,25%; Santa Catarina,
10,41%; Paraná, 0,32% e São Paulo, 0,02%. Somente a Jazida de Candiota (RS) possui 38%
de todo o carvão nacional. As reservas brasileiras ocupam o 10° lugar no ranking mundial, mas
totalizam 7 bilhões de toneladas, correspondendo a menos de 1% das reservas totais.
A Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM) calcula que as reservas
conhecidas poderiam gerar hoje 17 mil megawatts (MW). Como se trata de um carvão de
qualidade inferior, é utilizado apenas na geração de energia termoelétrica e no próprio local da
jazida.
O carvão mineral no Brasil abastece, em especial as usinas termelétricas que consomem
cerca de 85% da produção. Já a indústria de cimento no país é abastecida com
aproximadamente 6% desse carvão. Restando 4% para produção de papel celulose e apenas
5% nas indústrias de alimentos, cerâmicas e grãos.
É uma importante fonte estratégica, que pode ser acionada quando, por exemplo, os
níveis de água das barragens estiverem muito baixos, reduzindo excessivamente a oferta de
energia hidroelétrica. Isso aconteceu em 2013, quando foram reativadas várias usinas
termoelétricas então paralisadas, mantendo assim a oferta necessária, ainda que a um custo
maior.
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5. MAIORES CONSUMIDORES
Os 3 maiores consumidores de carvão mineral no mundo são a China (1311,4 Mtep),
os Estados Unidos (573,7 Mtep) e a Índia (208 Mtep), que juntos somam mais de 60% do
consumo de carvão no mundo. O Brasil é o 21º maior consumidor de carvão mineral no
mundo, consumindo 13,6 Mtep, representando 0,4% do consumo mundial.*
6. OBTENÇÃO DE ENERGIA
Antigamente poderiam existir usinas termelétricas onde a água logo após sair do
condensador iria para a fonte hídrica da usina, mas devido a poluição térmica dos
ecossistemas aquáticos, as leis ambientais se tornaram mais rígidas e hoje as usinas
termelétricas são obrigadas a utilizar torres de resfriamento úmidas, onde a água após sair
do condensador passa por elas, onde a temperatura da água é reduzida por meio de uma
corrente ascendente de ar, podendo depois até mesmo ser recirculada.
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6.2. MAIORES PRODUTORES DE ENERGIA
O carvão responde pela maior parte da produção da eletricidade em vários países. Por
exemplo, China e Estados Unidos que, segundo a IEA (Instituto de Economia Agrícola),
em 2006 produziram mais da metade dos 7.775 terawatts-hora (TWh: Um terawatt-hora
equivale a um milhão de megawatts-hora) gerados no mundo. Além disso, alguns países
usam o carvão como base da geração de energia elétrica devido à segurança de suprimento
e ao menor custo na comparação com outros combustíveis.
No Brasil, o minério representa, no entanto, pouco mais de 1,5% da matriz da energia
elétrica. Em 2007, ano em que 435,68 TWh foram produzidos no País, o carvão foi responsável
pela geração de 7,9 TWh, a partir da operação de usinas termelétricas que estão localizadas na
região Sul, nas proximidades das áreas de mineração.
Essa aplicação restrita é resultante de fatores como a vocação brasileira para utilização
de fontes hídricas na produção de energia elétrica e a baixa qualidade da maior parte do carvão
nacional, o que impede o seu transporte por grandes distâncias e afeta o grau de rendimento da
usina termelétrica – uma vez que a quantidade de energia produzida é inferior àquela obtida
com carvões de alto poder calorífico.
A Jorge Lacerda foi pioneira em Santa Catarina e na região Sul (era a maior
geradora na década de 1960). Nos primórdios, a energia era gerada e distribuída de
forma isolada. Mas a fundação das subsidiárias da Eletrobras, criada em 1962 pelo presidente
João Goulart, permitiu que, ao longo do tempo, essas usinas independentes formassem um
conjunto, chamado de sistema elétrico interligado, o atual SIN (Sistema Interligado
Nacional). Por isso, o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda acabou incorporado à Eletrosul
em 1972, passando ao controle privado – da Tractebel Energia GDF Suez – no final da década
de 1990, de acordo com a política de privatizações do governo de Fernando Henrique Cardoso
(PSDB).
É constituído por sete grupos geradores, agrupados em três usinas: Jorge Lacerda A,
com duas unidades geradoras de 50 MW e duas de 66 MW cada, Jorge Lacerda B, com duas
unidades de 131 MW cada e, Jorge Lacerda C, com uma unidade geradora de 363 MW,
totalizando 857 MW. A garantia física para comercialização da sua energia é de 649,9 MW
médios e sua autorização para funcionamento tem vigência até 2028.
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7. VANTAGENS E DESVANTAGENS
VANTAGENS:
● Entre as fontes não renováveis de energia, o carvão e uma das mais abundantes fontes
de energia;
● É um dos combustíveis fósseis mais baratos, tanto na geração de energia quanto no
processo de extração;
● Pode ser construído no local de consumo;
● Grande estoque de carvão com segurança, sendo possível tomar providências em
situação de risco e de emergência;
● Fácil manipulação para a produção de energia;
● Vantagens ambientais: produz uma série de subprodutos quando entra em combustão,
podendo ser usado para outras atividades e reduz a dependência do petróleo e do gás
natural, duas fontes que estão se esgotando.
DESVANTAGENS:
● Libera óxido de nitrogênio e dióxido de carbono;
● Efeito estufa;
● Libera enxofre, causando chuva ácida;
● Degradação ambiental;
● Poluição sonora;
● Não renovável;
● Atividade insalubre;
● Formação de paisagens lunares.
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causando, ocasionalmente, enfisema bronquiolar focalsintoma, mas pode evoluir para fibrose
maciça progressiva, com comprometimento da função pulmonar.
O carvão, porém, continua sendo uma das formas de produção de energia mais
agressivas ao ambiente, não só na extração como também no uso, já que sua combustão emite
gases como nitrogênio e dióxido de carbono, este o principal agente do efeito estufa.
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● A água aquecida liberada ilegalmente em rios, mares ou lagos pode ocasionar
desequilíbrio nos ecossistemas (água quente têm menos oxigênio, por
exemplo).
8. REPORTAGENS ATUAIS
● “China reduz seu consumo de carvão pelo terceiro ano consecutivo: Transição do
modelo econômico é parte da guinada no padrão energético da potência asiática. ”
El País. Reportagem publicada em 8/3/2017. Disponível em:
<https://bit.ly/2YzK9ew>
<https://bit.ly/2wDfCjC>
9. TENDÊNCIAS FUTURAS
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As usinas Jacuí e Candiota III, no Rio Grande do Sul, utilizam a combustão
pulverizada. A Usina Sul Catarinense e a de Seival (RS) utilizarão, respectivamente, a
combustão em leito fluidizado circulante e a combustão pulverizada. Em todos esses
processos o carvão poderá ser usado total ou quase totalmente no estado bruto, sem nenhum
beneficiamento.
“Consumo mundial de carvão deve diminuir até 2021: O consumo mundial deve
registrar uma desaceleração até 2021. Infelizmente o combustível ainda será indispensável na
produção de energia elétrica na Ásia. O carvão foi criticado por muitos anos, mas ainda é
muito cedo para dizer que chegou ao fim. O crescimento econômico globalmente frágil tem
influência no consumo de eletricidade.”
Folha de São Paulo. Reportagem publicada em
12/12/2016. Diponível em: <http://folha.com/no1840599>.
10. CURIOSIDADES
● Quando uma mina de carvão pega fogo, ela queima por décadas ou mesmo séculos;
● Londres não é naturalmente nebulosa. A neblina de Londres se deu devido a poluição
por queima de carvão;
● O grande nevoeiro de 1952 em Londres foi causado por queima de carvão, teve como
características a presença de sulfato, partículas de ácido sulfúrico causando tonalidade
no ar, odor e efeitos tóxicos nos humanos.
● O Museu de Mineração de Carvão de Kentucky é alimentado por energia solar;
● O carvão mineral possui uma estrutura química muito parecida com a do diamante;
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