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DIFERENÇAS CULTURAIS LINGUÍSTICAS DOS PAÍSES QUE FALAM A

LÍNGUA INGLESA
Laiane Marciano Goulart
Tutor Externo: Rudson Adriano Rossato da Luz

RESUMO
O presente artigo relata as diferenças culturais linguísticas de alguns países que falam a língua
inglesa, sendo eles, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Inglaterra. Sabendo que existem mais de
50 países falantes do inglês, escolhi os 4 citados acima pelo fato de serem os mais conhecidos e
visitados por milhões de pessoas todos os anos. O objetivo deste trabalho foi mostrar aos leitores as
grandes variações encontradas na língua ao visitar diferentes países que apesar de falarem o mesmo
idioma, diferem muito na pronúncia e vocabulário devido as diferenças culturais de cada um para
que possamos inserir este tema nas aulas de língua estrangeira. Para tanto, foi realizada uma
pesquisa aprofundada sobre estes 4 países, baseada também na minha própria experiência como
intercambista, onde morei nos Estados Unidos e tive a chance de visitar também outros países que
falam inglês. Através desta experiência pude perceber as variações linguísticas e culturais da língua
inglesa conforme cada país, e trouxe parte desta vivência para este trabalho de pesquisa, onde pude
fazer comparações da teoria com a realidade, assim como realizei uma análise a uma tabela
relacionada ao assunto, podendo assim concluir minha pesquisa contribuindo com os leitores com
dicas essenciais de preparação para visitas a estes países com tantas diferenças culturais e
linguísticas.

Palavras-chave: Língua Inglesa. Cultura. Países.

INTRODUÇÃO

Quando se fala da língua inglesa, logo pensa-se em duas culturas, a estadunidense e a inglesa,
porém através do presente artigo, vamos refletir sobre o fato de que o inglês é uma língua que
possui variações ao redor de todo o mundo, variações estas que vão da América do Norte ao
Oceano Pacífico.
Enquanto alguns países utilizam o inglês como língua mãe, outros utilizam como língua do
turismo e negócios, e ainda existem outros que utilizam como segunda língua oficial. Baseando-me
na minha própria experiência como intercambista serão feitas comparações entre a teoria e a
realidade através deste trabalho.
No decorrer deste artigo, refletiremos sobre as diferenças linguísticas culturais encontradas em 4
países falantes do inglês, que apesar de utilizarem do mesmo idioma como língua mãe, ainda assim
possuem diferenças de pronúncia, vocabulário e escrita.
Muitas pessoas se encontram perdidas ao visitarem países como a Inglaterra ou Austrália por
exemplo, pois viajaram para tais países com a certeza de que falavam o idioma Inglês, porém ao
chegar lá se deparam como um sotaque e vocabulário diferenciado do inglês americano, o qual a
maioria da população prefere estudar, para que isso seja evitado, se faz necessário conhecimento
sobre tais variações linguísticas, assim como também, para que nós, futuros docentes, possamos
aplicar tais conhecimentos em nossas salas de aula.
Nosso papel como professor é nos aprofundarmos no assunto para que possamos compreender que
o inglês teve influência de muitos povos desde a antiguidade, e assim transferirmos este
1 Laiane Marciano Goulart
2 Rudson Adriano Rossato da Luz
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa
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conhecimento aos nossos alunos para que os mesmos estejam preparados para as situações que
surgirão em suas vidas ao visitar outro país.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O inglês é o idioma universal, ou seja, através dele podemos alcançar diversas culturas, até mesmo
aquelas que não falam o inglês como língua mãe. A língua inglesa é imprescindível nos dias atuais,
pois a globalização faz com que se torne algo fundamental. O inglês é a língua internacional, a
língua dos estudos, das viagens, dos negócios, a língua da comunicação com todo o mundo. Eu tive
a oportunidade de visitar 5 países diferentes, entre eles 2 que não falavam a língua inglesa como
primeira língua, França e Itália, e ainda assim eu pude encontrar muitas pessoas capazes de
conversar em inglês e me auxiliar com direções e pontos turísticos. Portanto ao aprender inglês,
novos horizontes se abrem e é nosso papel como professores fazer com que nossos alunos
entendam isso.
Infelizmente, quando uma pessoa escuta algo relacionado ao Inglês, logo ela pensa nos Estados
Unidos ou na Inglaterra, porém, este rico idioma é falado por diversos países ao redor do mundo e
cada um deles com uma cultura diferente da outra. Essa é a maior riqueza da língua Inglesa! Mas se
pararmos para pensar, o que é cultura?
Segundo o estudioso brasileiro Alfredo Bosi, em Dialética da colonização, cultura é definida a
partir da Linguística e da etimologia da palavra: cultura, assim como culto e colonização, viria do
verbo latino colo, que significa eu ocupo a terra. Cultura, dessa forma, seria o futuro de tal verbo,
significando o que se vai trabalhar, o que se quer cultivar, e não apenas em termos de agricultura,
mas também de transmissão de valores e conhecimento para as próximas gerações.
Através deste conceito dado por Bosi, entendemos que a cultura vai muito além do que
imaginamos, outros autores também deram seu parecer no que se diz respeito ao termo cultura.
Conforme Lima (2009), esta palavra permanece um enigma porque “é extremamente difícil definir
o termo cultura. Em um mundo que vai se tornando cada vez mais internacional, a definição de
cultura torna-se cada vez mais complicada.”
O inglês atual, o qual vemos em filmes, séries, música, jornais e diversos outros lugares, sofreu
influências vindas primeiramente dos celtas e romanos que habitaram a Inglaterra de 700 a.C. a 100
a. D. Após isso o Inglês sofreu influência dos povos de origem germânica e dos vikings, sendo que
os vikings que falavam o idioma old norse, influenciaram o inglês antigo, graças a eles ocorreram
as retiradas de flexões de gênero, número e pessoa e palavras como leg, skin, law, get são
monossilábicas e provavelmente escandinavas.
Antes o francês era o idioma escolhido, porém hoje, sem dúvida, é o inglês:

Não há nenhuma categoria humana que não seja afetada pela universalidade da difusão da língua
inglesa, nem mesmo as organizações terroristas. Neste caso, a instalação de redes é facilitada pela
difusão do inglês. Não há como permanecer insensível ao inglês, exceto em países subdesenvolvidos.
Falas de língua inglesa a homens e mulheres que não tem nenhuma relação com a economia de
mercado não tem, claramente, sentido algum. (LACOSTE, 2005, p.17)

Apesar de o inglês americano ter uma grande influência na maneira como falamos e estudamos essa
língua, cada país possui suas particularidades, seja no sotaque, na gramática ou ainda nas
expressões populares e nas gírias. Sendo assim, vamos analisar as diferenças linguísticas culturais
de cada país.

ESTADOS UNIDOS

A cultura estadunidense é a que mais exerce influência no mundo, atualmente. Desde a ascensão do
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país ao posto de potência mundial, a partir da Segunda Guerra Mundial, seus filmes, músicas,
programas de televisão, esportes, tecnologia, culinária, arquitetura, moda, ciência e estilo de vida
tornaram-se referências fundamentais em todos os países.
Historicamente falando, os Estados Unidos são um país relativamente jovem e o inglês foi
introduzido no território americano através da colonização inglesa. Antes da chegada dos ingleses,
outros povos já habitavam o território que hoje constitui os Estados Unidos da América.

AUSTRÁLIA

A Austrália ainda é um país muito jovem, tendo em vista que ela só conquistou sua independência
da Inglaterra em 1901. Assim, o inglês falado nessa região do globo, apesar de ter sofrido algumas
mudanças ao longo dos anos, é uma língua relativamente recente.
Inicialmente influenciados pela língua dos colonizadores, os australianos falavam um inglês muito
próximo do inglês britânico. Entretanto, durante os diferentes períodos da corrida ao ouro no país
no século XIX, a língua falada na Austrália sofreu fortes influências do inglês americano.

CANADÁ

O Canadá é mundialmente conhecido por ser um país bilíngue. Fala-se francês e o inglês
canadense, que é um pouco diferente do inglês americano e do inglês britânico.
Pode-se dizer que o inglês canadense é uma mistura entre o americano e o britânico. A influência
inglesa se deve ao fato de o Canadá ter sido governado pelo Reino Unido no passado. Por ser tão
próximo dos Estados Unidos, também carrega algumas características do país.

INGLATERRA

O idioma inglês é uma língua de raiz germânica que surgiu em decorrência da mistura de vários
dialetos que conviveram no arquipélago britânico.
O Anglo frísio e o saxão foram dialetos trazidos à Grã-Bretanha por povos germânicos da Europa
central. O Celta britânico era o dialeto falado pelo povo Celta que ocupava as ilhas britânicas desde
700 a.C. A própria palavra English é derivada do termo Anglo, que denominava a tribo germânica
que ocupou a bretanha na baixa idade média.

DIFERENÇAS LINGUÍSTICAS

Ao analisarmos as diferenças linguísticas entre os 4 países citados acima, podemos perceber que
elas são inúmeras. Para fazermos esta análise, vamos ter como base o inglês americano e assim
faremos comparações com os outros países.

INGLÊS AUSTRALIANO

Começaremos comparando o inglês americano ao australiano. Uma característica bem peculiar do


sotaque australiano é que eles não falam as palavras por extenso. Eles gostam muito de encurtá-las.
Nesse sentido, enquanto nos EUA fala-se “what?”, “going”, “fishing” e “forever” na Austrália
pronuncia-se “wha?”, “goin”, “fishin” e “foreva”.
Outro ponto comum entre os australianos é a troca do “r” por vogais no final de algumas palavras.
Esse fato não se verifica no inglês norte-americano, pois a referida consoante é pronunciada de
forma bem puxada. Pode-se também perceber o uso diferenciado do “t”. Nos Estados Unidos, a
pronúncia fica bem próxima do “D”, já na Austrália emite-se o som de “T”.
As gírias dizem muitas coisas sobre a cultura e o modo de ser de um povo. Elas estão presentes em
abundância no dia a dia dos australianos. Várias delas surgiram por causa de frequentes abreviações
de palavras, entre elas temos: Gday=hello(olá); lollie = candy (doces); barbie =
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barbecue(churrasco); tellie = television(televisão)ambo = ambulance(ambulância); bikkies =


biscuits (biscoitos); presie = Christmas present(presente natalino).
A gramática na Austrália também difere dos EUA, os termos que terminam com o som –ize são
grafados com –ise. Porém, no inglês americano, a grafia é com –ize entre outros detalhes.

INGLÊS CANADENSE

Ao compararmos o inglês norte-americano com o inglês canadense, uma característica geral que
pode ser observada é o fato de que os canadenses usam uma quantidade muito menor de gírias do
que os estado-unidenses, o que acaba tornando o inglês falado por lá um tanto quanto formal. Outra
diferença é que, em geral, os estado-unidenses falam mais rápido do que os canadenses.
Em geral, os americanos acabam evidenciando o uso das vogais, enquanto os canadenses não. Um
exemplo disso é a pronúncia das palavras “cloud” e “about”. Os estado-unidenses costumam
pronunciar as vogais de forma mais clara, já os canadenses acentuam o som da letra “u”,
esquecendo um pouco do “o”.
É importante destacar também o fato de que as expressões utilizadas em cada país são bem
características. “Penny”, por exemplo, é famoso por ser o nome dado a moeda de 1 centavo
canadense; outra expressão é a palavra “hoser” que tem o mesmo significado de “loser” nos
Estados Unidos, entre outras coisas.

INGLÊS BRITÂNICO

Em inglês americano, a letra R no final de palavras é sempre pronunciada:


CaR (carro), entretanto, em inglês britânico, o R não é pronunciado no final de palavras. E quando
elas aparecem no meio das palavras, são também mais suaves do que em inglês americano, ainda
que continuem sendo pronunciadas.
A letra T é geralmente pronunciada como um T em inglês britânico, mas como um D rápido ou um
R em inglês americano. Palavras terminadas em -ization são pronunciadas como AI-zation (AI
pronunciado em português) em inglês britânico e como I-zation (I pronunciado em português) em
inglês americano: – Globalization, global-I-zation (Ame) / global-AI-zation (Brit)
Há algumas diferenças importantes em relação à gramática, mas a maioria é uma questão de
preferências dos falantes das duas regiões.

Contudo, é importante ressaltar que como professores, não devemos forçar o aluno a aprender
sobre uma cultura específica, mas sim fazer com que ele entenda as diferenças linguísticas culturais
de cada país e sinta-se livre para aprender um pouquinho de cada um.

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa foi realizada através da minha própria experiência como intercambista, sendo assim
a ferramenta principal utilizada para a composição deste artigo foi a comparação.
A pesquisa foi realizada em três etapas, primeiramente foram verificados artigos científicos sobre
este tema e livros de autores que entendem sobre cultura e língua inglesa. Após isso foi realizada
uma pesquisa aprofundada sobre os países citados neste artigo, sendo Estados Unidos, Canadá,
Austrália e Inglaterra, tendo realizado esta pesquisa, utilizei da comparação entre esses países para
compreender as diferenças de pronúncia, gramática e cultura referente a língua inglesa.
Com minha experiência de vivência nos Estados Unidos, pude utilizar meu conhecimento e
experiência para confirmar estes dados.
Na terceira etapa deste artigo eu analisei uma tabela encontrada na internet onde mostrava a
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comparação entre Estados Unidos, Austrália e Inglaterra do vocabulário das seguintes palavras:
biscoito, estacionamento, calcada, lixeira e futebol.
Como neste artigo citei estes países e mais o Canadá, eu acrescentei nessa mesma tabela os
vocabulários destas palavras no inglês canadense, sendo assim, pude perceber as diferenças em
cada país.

Nessa tabela podemos ver que o inglês australiano e britânico difere muito do inglês americano,
porém o canadense é praticamente igual, com exceção da palavra garbage bin que se pode ouvir
garbage can no Canadá também.
O inglês australiano possui mais semelhanças com o britânico, tanto no vocabulário quanto no
sotaque, por isso é muito comum que os alunos não consigam identificar tão facilmente se estão
ouvindo o inglês da Austrália ou da Inglaterra.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Através deste artigo de pesquisa, pude relacionar a teoria com a prática por conta do intercâmbio
que realizei, após refletir sobre o objeto de análise, o qual foi a tabela de vocabulários entre os
países trabalhados, pude perceber que no período em que passei praticando o idioma nos Estados
Unidos eu tive oportunidade de conhecer falantes do inglês vindos de diversos países, sejam eles
países que possuem o inglês como primeira língua ou não, e através disto aprendi um pouco com
cada um deles. Após alguns meses morando nos Estados Unidos eu já havia aprendido diversas
gírias e expressões utilizadas pelos americanos, assim como também a velocidade da fala e o
sotaque, então, quando tive a oportunidade de conhecer a Inglaterra, ao chegar no aeroporto já me
deparei com uma situação constrangedora, onde não consegui compreender o que o oficial da
alfândega estava me perguntando, por conta da diferença de sotaque entre os dois países. Após um
pouco de esforço e algumas repetições, consegui compreender e conhecer o país.
Mas o que isso tem em relação a este artigo? Bom, o fato de eu ter passado por essa situação
mesmo tendo um amplo conhecimento do inglês e tendo vivido com americanos por um longo
tempo, significa que muitos estudantes do idioma poderão passar por este mesmo problema caso
nós professores não venhamos a fazer nossa parte em sala de aula.
Quero dizer que este trabalho contribui para que os futuros e presentes docentes possam absorver
estas informações para auxiliar seus alunos a entenderem as diferenças linguísticas culturais dos
países que falam a língua inglesa, para que eles venham a compreender que o inglês não se trata
apenas da América do norte ou até mesmo desses 4 países citados nesse trabalho, mas vai muito
além disso, porque este é um rico e maravilhoso idioma que está sempre aberto a mudanças e novos
aprendizados.
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5. CONCLUSÃO

Neste trabalho abordei o assunto “Diferenças Linguísticas Culturais de países que falam a língua
inglesa”, onde cumpri com todos os objetivos propostos, analisei a tabela de comparação de
vocabulário entre os países trabalhados, assim como também analisei as ideias de alguns autores
como Bosi e Lima.
Também relacionei a pesquisa com a minha experiência própria de intercambista nos Estados
Unidos, onde pude relacionar a teoria com a prática, encontrando o problema de que muitos alunos
sentem dificuldade ao visitar outros países falantes da língua inglesa pelo fato de que cada país
possui sua própria cultura, com vocabulários e sotaques diferentes ao falarem inglês, porém por
outro lado identifiquei uma solução para o nosso problema, os professores devem acrescentar este
assunto em suas aulas, deixando claro aos alunos que se faz necessário ter conhecimento do idioma
inglês como um todo e não se baseando somente em um país. Este trabalho foi muito importante
para o meu conhecimento e aprofundamento no tema, uma vez que me fez compreender melhor o
assunto além de ter me permitido desenvolver competências de investigação, seleção e
organização.

REFERÊNCIAS

ALBRECHT, Karina Gebien; Aspectos Culturais da língua inglesa, 2017.

australiancentre.com,br

beils.com.br

BOSI, Alfredo; Dialética da Colonização, 1992.

Canada Journal; Inglês Canadense, britânico e americano.

LACOSTE, Betron; 2005, p.17.

LIMA, 2009.

Mapa de Londres; Idioma da Inglaterra

superprof.com.br; Diferentes sotaques dos países anglófonos.

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