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PRODUÇÃO TEXTUAL EM LÍNGUA

ESPANHOLA

A LÍNGUA ESPANHOLA, ASPECTOS


CULTURAIS E HISTÓRICOS

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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:

1. Identificar mecanismos de produção de discursos;

2. Reconhecer a importância do estudo da língua espanhola para a formação acadêmica e profissional;

3. Compreender que o estudo da língua espanhola permite entrar em contato com outras culturas, favorecendo

um diálogo com a diversidade da experiência humana e aprimorando o senso crítico.

1 A Produção dos Discursos


Todo falante de uma língua está habilitado a produzir discursos. No entanto, comunicar-se adequadamente, seja

para construir um texto descritivo, narrativo ou argumentativo, exige que se conheça os mecanismos de

produção textual eficazes na elaboração da mensagem.

A fala ou o texto escrito dirige-se a um receptor. Assim, o emissor de uma mensagem deve levar em conta a

situação comunicativa, ou seja, a pessoa ou o grupo a quem o texto verbal se dirige, o local em que se insere o ato

comunicativo e os objetivos a serem alcançados através da interlocução. Dessa forma, utilizam-se os registros

linguísticos de forma mais adequada.

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É necessário, portanto, que, mesmo que o discurso seja produzido em nossa própria língua, estejamos atentos às

regras que organizam os textos, a fim de que nossa expressão oral ou escrita seja clara e atinja os objetivos

propostos.

No caso da língua espanhola, além de conhecermos os registros linguísticos que fundamentam os discursos,

devemos também estar atentos à formação da língua, visto que o contexto histórico de formação da Espanha

interferiu no processo de constituição do idioma.

2 A Formação da Espanha – Compreensão Histórica


A Espanha faz fronteira com Portugal, com o Mar Mediterrâneo, com a França e com o Oceano Atlântico. Essa

característica geográfica determina aspectos de sua história e, consequentemente, de sua sociedade e cultura.

No primeiro milênio anterior à era cristã, diversos povos ocuparam a região peninsular e, posteriormente, foram

designados pelos gregos com o termo “ibéricos”. Celtas e fenícios também ocuparam a região antes da era cristã,

promovendo um significativo desenvolvimento da península. Mas variados grupos étnicos ajudaram a compor a

população, como os cantábricos, os asturianos e os vasconços.

Assim como vários outros países europeus, a Espanha origina-se de invasões de diversos povos que foram

delimitando o seu território.

Veja a formação da Espanha: http://estaciodocente.webaula.com.br/cursos/gon229/pdf/a01_t05.pdf

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3 Sociedade
Ainda que a expansão industrial tenha sido tardia na Espanha, em relação aos outros países europeus, a partir da

década de 60 do século XX, o país alcançou uma estabilidade econômica que nivelou as regiões do norte e do sul.

No entanto, a estabilidade política voltou a ser ameaçada por uma minoria nacionalista, especialmente do País

Basco, que defendia uma independência nacional.

4 Cultura
Marcada por uma mescla da cultura europeia e da cultura muçulmana, devido à longa permanência dos mouros

na península ibérica, a Espanha viveu, entre os séculos XVI e XVII, um efervescente período artístico conhecido

como Século do Ouro.

Artistas espanhóis destacam-se na vanguarda ocidental: escritores como Miguel de Cervantes, Francisco de

Quevedo, Luis de Góngora, Lopes de Vega e Pedro Calderón de La Barca; arquitetos como Juan de Herrera e José

de Churriguerra; pintores como El Greco e Velásquez. No entanto, não houve um avanço significativo no campo

da ciência e, entre os europeus do norte, no século XIX, o movimento romântico manteve uma visão exótica da

existência.

Figura 1 - Luis de Góngora y Argote foi um religioso, poeta e dramaturgo castelhano, um dos expoentes da
literatura barroca do Século do Ouro.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/

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A cultura diversificada e popular, em função da região ou da nacionalidade, é uma característica da Espanha,

embora tenhamos uma visão unificadora da cultura espanhola. As touradas, por exemplo, não são praticadas em

todas as regiões, e a prática da dança flamenca, considerada uma arte espanhola, não se estende por todo o país.

· A produção literária em catalão, galego e basco é pouco conhecida no exterior.

· No século XX, a cultura espanhola desenvolveu-se consideravelmente em todas as áreas. Os pintores Pablo

Picasso, Juan Miró e Salvador Dali marcam a arte da Espanha no mundo.

· A Guerra Civil Espanhola (1936-39) — que opôs as forças nacionalistas e fascistas, aliadas às instituições

tradicionais da Espanha (Exército, Igreja e latifúndio), e do outro a Frente Popular que formava o Governo

Republicano, representando os sindicatos, os partidos de esquerda e os partidários da democracia — marcou

profundamente o país e provocou uma interrupção na produção artística. Vários artistas morreram ou foram

exilados. A morte do escritor Federido García Lorca tornou-se um símbolo dessa guerra traumática.

· A partir da década de 1980, com a estabilização política, os artistas voltam a produzir intensamente. O cinema

ganha projeção com Luis Buñel, Carlos Saura e Pedro Almodóvar. A literatura insere-se no universo cultural

hispano-americano.

A língua espanhola é a segunda língua nativa mais falada do mundo e a primeira das Américas. No contexto do

mundo contemporâneo, o espanhol afirma-se como língua que não só permite o acesso a textos literários

reconhecidos mundialmente pela genialidade de seus autores, como possibilita uma compreensão dos discursos

políticos que movimentam os interesses das nações e insere profissionais diversos no mundo dos negócios.

A língua espanhola, também chamada de “castelhano”, moldou-se por processos históricos que a identificam

ideologicamente nos contextos sociais que delimitam os países que a adotaram como língua nacional. Contando

mais de mil anos de vida literária, o idioma modificou seus estilos e permitiu a criação de diversas formas

dialetais, tanto na Espanha quanto nos demais países em que é falado.

Além da Espanha, a língua espanhola é falada em quase todos os países da América Latina (com exceção do

Brasil, Haiti e Guianas), em algumas regiões da África e das Filipinas e em comunidades judias da Turquia

europeia, dos Bálcãs, da Síria e de Israel.

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Figura 2 - Mapa da língua espanhola no mundo
Fonte: http://www.yazigi-aju.com.br/

O nome “castelhano” é mais utilizado fora da Espanha e fixou-se como referência à região de Castela, local onde a

língua se consolidou.

Na formação da língua espanhola, temos diversas influências. Os povos iberos talvez sejam os responsáveis pela

conversão do f inicial das palavras em h; os árabes, devido à longa permanência na península ibérica, deixaram

marcas no vocabulário; os germanos (vândalos, alanos, suevos e visigodos) também influenciaram a formação da

língua peninsular após terem expulsado os árabes. Mas foram os romanos os maiores responsáveis pela

formação léxica, morfológica e sintática do espanhol.

Os primeiros documentos em castelhano foram registrados em textos latinos do século VIII, mas a formação da

língua literária deu-se no século XIII e fixou-se a partir de 1492, com a união dos reinos de Castela e Aragão e a

expulsão dos árabes. No mesmo ano, é publicada a Gramática Castellana, de Antonio de Nebrija.

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Figura 3 - Antonio de Nebrija, autor da primeira gramática da língua espanhola

No século XVIII, fixaram-se as regras do espanhol moderno. Em 1713 foi criada La Real Académia Española com

o lema “purifica, fixa e dá esplendor”. indígenas.

Figura 4 - Estatutos de la Real Academia Española (1715)


Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/

No entanto, devido aos processos históricos que alteraram a língua, formas dialetais convivem com o espanhol

oficial. Nas Américas, as variações do idioma em relação à língua falada na Espanha têm origem no espanhol

introduzido pelos colonizadores e na ação do substrato das línguas.

Assim como todo idioma, a língua espanhola formou-se por um contexto histórico que define tanto a sua

formação oficial quanto as variações que modificam a sua estrutura.

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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:

A língua se constitui como unidade, mas devemos compreender os registros linguísticos no ato comunicativo;

O registro formal diferencia-se do registro informal;

A língua deve ser aplicada de acordo com o discurso, seja oral ou escrito.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Entendeu que o estudo da produção dos discursos é fundamental para o aprendizado de uma língua;
• Reconheceu a importância da língua espanhola no mundo contemporâneo;
• Identificou os processos históricos que definiram a formação da língua espanhola.

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