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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO GOVERNO DO ESTADO DO

MARANHÃO - SEDUC
UNIDADE REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE IMPERATRIZ - UREI
CENTRO DE ENSINO URBANO ROCHA

CULTURA ESPANHOLA
Organização: Domingos de Almeida. Jornalista (UFMA);
Especialista em Relações Internacionais e Mestre em Integração
Contemporânea da América Latina (ICAL-UNILA); Doutorando em
Mídia e Cotidiano (UFF).

Imperatriz - MA
2022
1. Origem da Língua Espanhola
1.1 A Origem da Língua Espanhola
1.2 Variedades Linguísticas
1.3 Países hispanohablantes e as nacionalidades

2. Cultura e sociedade
2.1 Relação entre cultura e sociedade
2.2 A cidadania - direitos e deveres em países hispanohablantes
2.3 Hábitos e costumes
2.4 Gastronomia
2.5 Manifestações culturais
A Origem da Língua Espanhola

Para compreendermos o Espanhol contemporâneo, voltar no


tempo é primordial. Ocorre que o idioma formou-se mediante
intensos choques de culturas. Nasceu a partir da expansão do
Império Romano. Com os exércitos e sistemas, também veio o Latim
para a península. Mais tarde, por volta do século V, tal império
encontrou seu fim. Desde então, invasões contribuíram com novas
vocábulos e formas. O primeiro povo a invadir a então Hispânia foi o
germânico. Já no século VIII, a dominação muçulmana se encarregou
de grandes mudanças linguísticas e culturais.

Mais recentemente, com a colonização das Américas, no século


XVI, o Espanhol/Castellano cresceu e se diversificou. O responsável
por essa alteração foi, novamente, um choque cultural. Desta vez, a
interação com ameríndios foi a responsável pelas alterações. Hoje, o
Espanhol se manifesta com grande riqueza por todo o mundo. Os
países que falam espanhol seguem interagindo com outros povos,
gerando novos termos.
O Espanhol, ou Castelhano, é um idioma românico do grupo
ibero-românico. Adveio do latim vulgar verbalizado por parte da
população que residia na Península Ibérica em meados do século IX.
A península ibérica, território que hoje é a Espanha e Portugal, foi
motivo de briga durante muitos anos. Por ali passaram muitos povos,
mas o reino de Castilla se sobressaiu, dominou as tropas inimigas e
impôs seu dialeto para domínio. Assim sendo, em decorrência da
dominação das tropas de Castilla sobre os outros povos, o espanhol
se tornou língua oficial da península Ibérica no ano de 1492. (LIMA,
2014).

A formação do idioma espanhol pode ser decomposta em três


momentos: o medieval, ou seja, castelhano antigo (dos séculos X ao
XV), o espanhol moderno (entre os séculos XVI e XVII), ainda no
contemporâneo (da fundação da Real Academia Espanhola (1713)
até hoje).

Trata-se de uma língua românica originária da modificação do


latim após as invasões bárbaras (século V) e muçulmanas (século
VIII). Sob o domínio muçulmano na Idade Média, formaram-se reinos
cristãos, a partir dos quais surgiram diversas modalidades de dialetos
românicos, tais como o navarro-aragonês, o catalão, o castelhano, o
asturiano-leonês e o galego-português.

A ligação de várias das modalidades citadas constituiu o dialeto


românico castelhano, no condado de Castela. A maioria das palavras
da língua espanhola são derivadas do latim, mas algumas delas vêm
de outras línguas pré-latinas, como o grego, o euskera ou o celta.
(SILVA, 2017).

Logo, no final do século XV, o idioma se disseminou por toda a


América e passou por inúmeras alterações, devido às questões
geográficas, culturais, além das sociais de cada região.
Atualmente, o espanhol é a língua falada por mais de 538
milhões de indivíduos em todo o mundo. Além disso, a cada ano
cresce a quantidade de pessoas que aprendem a língua como um
idioma estrangeiro, excedido somente pelo inglês.
A importância da língua espanhola ainda reside na ocorrência
de que é uma das seis línguas oficiais da Organização das Nações
Unidas (ONU), além de ser um dos idiomas oficiais da União Europeia.
Afora a Espanha, o espanhol ainda é idioma oficial dos demais países:
Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador,
Equador, Guatemala, Guiné Equatorial, Honduras, México, Nicarágua,
República Dominicana, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Uruguai e
Venezuela.
População aproximada de hispanohablantes em cada país:

Argentina Honduras

Población: 45 808 747 (2021) Población: 9 543 359 (2022)


Bolivia México

Población: 11 841 955 (2021) Población: 126 014 024 (2020)


Chile Nicaragua

Población: 19 116 209 (2020) Población: 6 624 554 (2020)


Colombia Panamá
Población: 50 882 884 (2020) Población: 4 314 768 (2020)
Costa Rica Paraguay

Población: 5 094 114 (2020) Población: 7 353 038 (2021)


Cuba Perú

Población: 11 326 616 (2020) Población: 33 35 304 (2021)


Ecuador Puerto Rico

Población: 17 900 326 (2022) Población: 3 285 874 (2020)


El Salvador República Dominicana

Población: 6 486 201 (2020) Población: 10 535 535 (2020)


Guatemala Uruguay

Población: 17 109 746 (2020) Población: 3 530 912 (2021)


Guinea Ecuatorial - Africa Venezuela

Población: 1 558 160 (2022) Población: 32.985.763 (2021)


España - Europa Sáhara Occidental - África

Población: 47 326 687 (2021) Población: 618 272 (2021)


Como expansão do Espanhol, nos dias atuais é possível
encontrar falantes do idioma nos Estados Unidos, nas Filipinas (antiga
colônia espanhola) e até mesmo na África. Nos Estados Unidos, o
espanhol é usado como língua de comunicação entre a maioria dos
anglo-saxões dos estados do Colorado, Arizona, Califórnia e Novo
México, e também por numerosos grupos de Nova Iorque e da Flórida.
Além disso, é a língua estrangeira mais estudada em escolas e em
universidades do país.
Na África, desde 2001 o espanhol é considerado uma das
línguas oficiais da Organização da Unidade Africana (OUA),
juntamente com o árabe, o frâncês, o inglês, e o português.
Devido à proximidade geográfica, à similaridade linguística e a
motivos econômico-comerciais, o espanhol é tido como segunda
língua em países como França, Itália, Portugal e Brasil. Na
Comunidade Econômica Europeia, a língua espanhola, ao lado do
inglês, é utilizada oficialmente em acordos comerciais.
No Brasil, devido à proximidade entre as línguas portuguesa e
espanhola, a troca de informações costuma ocorrer, informalmente,
por meio do "Portunhol". No entanto, em situações que requerem
maior formalidade, utiliza-se o Espanhol.
Em 05 de agosto de 2005, por meio da Lei 3.987/2000, o
governo brasileiro decidiu introduzir o espanhol como disciplina
obrigatória no currículo das escolas. Além disso, em muitas
universidades brasileiras, observa-se ser maior o grupo de
estudantes que escolhem o espanhol como segunda língua, em vez
do inglês.
Cabe ressaltar que além dos países hipanohablantes, há os que falam
Espanhol não oficialmente. Nestes casos, o idioma entra como
segunda língua. Ou, ainda, considera-se o grande número de
habitantes que o sabem. E, por outro lado, têm outros países que,
embora de não apresentam o espanhol como língua oficial ou
extraoficial, trazem uma presença expressiva de hispanohablantes
(EUA, Filipinas, França, Ilhas ABC, Canadá, Alemanha, Suíça,
Austrália, Belize, Suécia, Bélgica, Israel, Brasil, Andorra, Turquia,
Marrocos, Ilhas Virgens, Gibraltar, Luxemburgo, Guam).

Entre eles, a maior incidência de hispanófonos é em Belize. Embora


a língua oficial seja o Inglês, mais de 73% da população fala
Espanhol. Em Andorra, 70% da população fala Espanhol juntamente
com o Catalão.

Todavia, os Estados Unidos chamam muita atenção. Lá, cerca de


14% (53 milhões) da população fala Espanhol. É, em muitos de seus
Estados, o segundo idioma mais falado pelos habitantes. Em número
absolutos de falantes do Espanhol em países onde o idioma não é
língua oficial, temos:
 Filipinas: com 3 milhões de hispanófonos;
 França: com pouco mais de 2 milhões;
 Brasil: nosso país possui mais de 1 milhão de hispanófonos;
 Canadá: com pouco mais de 900 mil falantes de Espanhol;
 Marrocos: tendo mais de 360 mil falantes.

Espanhol:

Falantes nativos: 460 milhões


Falantes não nativos: 74 milhões

É a segunda das línguas mais faladas no mundo em termos


de número de falantes nativos. Além disso, é o terceiro mais
utilizado na internet e o segundo idioma mais estudado no mundo
também. Devido à migração, os Estados Unidos são o segundo país
com maior número de falantes de espanhol no mundo, atrás apenas
do México.
Variedades Linguísticas

Assim como a língua portuguesa, que possui variações entre


regiões que a têm como idioma oficial, a língua espanhola tem usos
distintos entre o latino e o europeu. E, como é de se imaginar, o
grande responsável por isso foi o processo de colonização dos países,
que deu origem a uma grande salada linguística.
As nuances entre o espanhol falado na Espanha e em países da
América Latina não ficam apenas no sotaque. Regionalismos,
localização geográfica, culturas, e etc. São vários os aspectos que
contribuem para as alterações no vocabulário e na pronúncia. Mas
nada que justifique o surgimento de um novo idioma, uma vez que
ortografia e regras gramaticais garantem a unidade da língua.
Na fonética, por exemplo, é onde acontece uma dessas grandes
variações. Quando nos referimos ao espanhol da Espanha, por
exemplo, palavras com as letras “LL” são pronunciadas como o “LH”,
enquanto no Chile, Argentina e Uruguai a pronúncia muda para um
som mais próximo do “J”. Um bom exemplo é o prato paella, que na
Espanha se pronuncia “paelha”, mas que vira “paeja” na Argentina e
“paedja” no restante da América Latina.
Palavras simples, do cotidiano, também podem variar bastante
de país para país. Vejamos: ‘ônibus’ se diz de formas completamente
diferentes na Espanha (autobús), na Argentina (colectivo), no México
(camión) e na Colômbia (bus).
E como nos referimos a ‘apartamento’ na Espanha? Por lá,
falamos pura e simplesmente ‘piso’, enquanto em nossos países
vizinhos, também podemos utilizar apartamento ou ‘departamento’.
Em decorrência de fatores como a globalização e a demografia
dos países hispânicos, a língua espanhola tem exercido, sobretudo
desde a última década do século XX, grande influência mundial,
principalmente em países como o Brasil, geograficamente próximo a
países hispano-americanos.
Nesse contexto, faz-se necessário pensar a questão da variação
linguística da língua espanhola, dentre a qual destacamos a variação
léxica. Como toda língua, o espanhol detém um vasto e riquíssimo
léxico com diversas variedades relacionadas com as características de
cada região: história, cultura, costumes etc. Essa diversidade
influencia no desenvolvimento, na ampliação, na renovação da língua,
bem como no processo de ensino-aprendizagem.
Antes vale dizer que a diferença já começa no nome de cada
uma. O espanhol falado na Espanha é conhecido como Espanhol
Europeu. Já o espanhol falado nos países da América Latina é
conhecido como Espanhol Latino-americano.

Alguns exemplos bem comuns em que se pode perceber a variedade


linguística do espanhol são essas palavras:

 Computador - ordenador [Espanha], computadora [maioria dos


países latinos]
 Calçada - acera [Espanha], vereda [Argentina], banqueta [México]
 Carro - coche [Espanha], auto ou carro [nos países latinos]
 Feijão - judías [Espanha], porotos [Argentina], frijoles [demais
países latinos]
 Panela - puchero [Espanha], olla [países latinos]
 Papai Noel - Papá Noel [Espanha e Colombia], Santa Claus
[México e América Central], Viejito Pascuero [Chile]
 Elevador - ascensor [Espanha], elevador [países latinos]
 Alugar - alquilar [Espanha], rentar [México], arrendar [Colômbia]
 Aluguel - alquilé [Espanha], renta [México e Chile], arriendo
[Colômbia]
 Caneta - bolígrafo [Espanha], birome [Argentina e Uruguai],
pluma [em outros países]
 Pipoca - palomitas [Espanha e México], rositas [Cuba], pochoclo
[Argentina], cotufa [Venezuela], pipoca [Bolívia], crispetas
[Colômbia].
 Telefone Celular - móvil [Espanha], celular [América Latina].
 Estar de ressaca - tener resaca/está frito [Espanha], tener cruda
[México], tener guayabo [Colômbia], tener caña [Chile]
 Isso é legal - esto mola [Espanha], está chido [México], eto tá
[República Dominicana], está chévere [Porto Rico], está bacano
[Colômbia]

Na Espanha, temos o espanhol, ou castelhano, como língua


oficial. Existem ainda outros três idiomas que transitam em algumas
regiões, como por exemplo o catalão, na Catalunha; o euskera, no
País Basco; e o gallego, da Galícia. Enquanto que na América Latina
há uma grande contribuição das línguas indígenas ao espanhol. Os
paraguaios, cerca de 34,3 milhões de pessoas (8%) falam línguas
ameríndias na América Latina, das quais 21,6 milhões (5%) também
falam espanhol.
As línguas mais difundidas são quéchua (10 milhões, do
Equador à Bolívia), tupi-guarani (3 milhões, principalmente no
Paraguai), náhuatl (1 milhão, México central), quiché (1 mihão,
Guatemala), aimara (1 milhão, região do lago Titicaca), otomi (500
mil, no México central), cakchiquel (500 mil, Guatemala), maia-
iucateca (500 mil, península do Iucatã), mixteca (400 mil, sul do
México), zapoteca (400 mil, sul do México), kekchi (400 mil,
Guatemala) e mame (350 mil, Guatemala e sul do México). Com
exceção do tupi- guarani.
Todas essas línguas representam sobrevivências das civilizações
mexicanas e andinas e são utilizadas quase exclusivamente por
indígenas, na maioria bilingue.
Palavras vindas do náhuat: chocolate, tomate, cacao, etc.
Palavras vindas do quéchua: condor, puma, mate, pampa, etc.
Palavras vindas do tupi-guarani: tapioca, mandioca, etc.
1 - A mí me gusta chocolate.
2 - Chocolate es una variante indígena que proviene del náhuat .
E se na Espanha costumamos informalmente utilizar ‘vosotros’
para se referir a ‘vocês’, na América Latina o mais comum é utilizar
‘ustedes’, que se utiliza para situações formais e informais. As
expressões também acompanham essas mudanças.
As variações linguísticas fazem parte da cultura e dos costumes
de cada localidade e, apesar das diferenças – e elas não são poucas -,
é possível se comunicar com facilidade entre essas regiões.
As principais diferenças entre o espanhol de cada país está na
entonação das palavras, além de modismos característicos de cada
região. Para uma classificação melhor, pode-se dividir o espanhol em
3 ou 4 correntes bem diferentes entre si. Ainda assim, há muitas
diferenças dentro de cada uma delas.
As correntes são: o espanhol falado no Uruguai e Argentina (e
uma parte do Chile), o espanhol do México e da América Central, o
espanhol do restante da América do Sul e, claro, o espanhol da
Espanha. Mesmo com algumas diferenças de vocabulário e pronúncia,
quem aprende o espanhol da Argentina consegue se comunicar
tranquilamente com alguém do México, por exemplo.
Países hispanohablantes e as
nacionalidades
Países hispanohablantes são aqueles que possuem o espanhol
como língua oficial. No mundo são 21 países e o território do Saara
Ocidental, na África, que dispõem dessa condição. Quanto à
nacionalidade, essa se refere ao país onde uma pessoa nasceu. É a
nação de origem de uma determinada pessoa ou coisa.

Bolívia: Boliviano(a)
Chile: Chileno(a)
Colômbia: Colombiano(a)
Costa Rica: Costarricense ou tico(a)
Cuba: Cubano(a)
Equador: Ecuatoriano(a)
El Salvador: Salvadoreño(a)
Espanha: Español(a)
Argentina: Argentino(a)
Guatemala: Guatemalteco(a)
Guiné Equatorial: Guineense ou Guinéu-Equatoriano(a)
Honduras: Hondureño(a)
México: Mexicano(a)
Nicarágua: Nicaragüense(a)
Panamá: Panameño(a)
Paraguai: Paraguayo(a)
Peru: Peruano(a)
Porto Rico: Puertorriqueño(a)
República Dominicana: dominicano(a)
Uruguai: Uruguayo(a)
Venezuela: Venezolano(a)
Saara Ocidental: Saariano(a)

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