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Universidade Federal de Pelotas

Faculdade de Veterinária
Departamento de Veterinária Preventiva
Disciplina de Doenças Parasitárias

Verminoses de equinos

Leandro Quintana Nizoli


1. Introdução
1.1. Histórico
1. Introdução
1.2. Prejuízos econômicos
1. Introdução
1.3. Danos ao hospedeiro
1. Introdução
1. Introdução

Consequências do parasitismo

• Cólicas
• Diminuição do apetite
• Debilidade
• Anemia
• Diarréias ou constipações
• Retardo do crescimento
1. Introdução

Doenças e lesões associadas ao parasitismo

➢ Aneurisma verminótico
➢ Gastroenterite
➢ Dermatites e outras alterações cutâneas
➢ Pneumonias
2. Principais espécies

• Grandes estrôngilos
• Pequenos estrôngilos
• Oxiuriose
• Ascaridiose
• Cestódeos
2. Principais espécies
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos

- Strongylus vulgaris
- Strongylus edentatus ceco e cólon
- Strongylus equinus
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos

3- GRANDES ESTRÔNGILOS

3.1- Espécies

-Strongylus vulgaris: ceco e cólon


-Strongylus edentatus: ceco e cólon
-Strongylus equinus: ceco e cólon
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.1. Ciclo biológico
CICLO DE VIDA DOS ESTRÔNGILOS NO AMBIENTE
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.1. Ciclo biológico

Estádio Localização Tempo

Mucosa e submucosa do intestino


L3 1-3 dias
grosso

Submucosa e arteriolas da
7 dias
submucosa do intestino

L4 Artéria aorta
14-120 dias
Ramo da AMC

Submucosa do ceco e cólon 45 dias

L5 (adultos) Penetra no lúmen (intestino grosso) 6-12 meses

Migração do S. vulgaris durante o ciclo de vida. (fonte: Bulman, 1997)


2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.1. Ciclo biológico

Estádio Localização Tempo

L3 Intestino grosso 1-2 semanas

Fígado (por veia porta) 2-23 semanas

L4 Fígado, passando a cavidade abdominal (por 9 ou mais semanas na cavidade

ligamento hepático) abdominal

Parede do Flanco abdominal direito (em nódulos


L4 e L5 3 meses nos nódulos
hemorrágicos de 1-5 cm de diâmetro

Migra ate à parede do intestino grosso (novo


L5 3-5 meses
nódulos hemorrágicos)

Adulto jovem Penetra no lumen intestinal -

Adulto No lúmen do intestino grosso 7-10 meses


Migração do S.edentatus durante o ciclo de vida. (fonte: Bulman, 1997)
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.1. Ciclo biológico
Estádio Localização Tempo

L3 Mucosa do ceco e cólon 1-11 dias

Nódulos na submucosa 3 dias

Cavidade abdominal 7 dias

L4 Fígado 6-8 semanas

Por ligamento hepático migra para o pâncreas e


desconhecido
depois para a cavidade abdominal

Penetra na parede do ceco e cólon 118 dias (17 semanas)

L5 Migra ate à parede do intestino grosso (novo nódulos


3-5 meses
hemorrágicos)

Adulto Lúmen do intestino grosso 260 dias (8 a 9 meses)


Migração do S. equinos durante o ciclo de vida. (fonte: Bulman, 1997)
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.2. Epidemiologia

S. vulgaris: - L3 muito resistentes ao frio e a


dessecação, podendo sobreviver a invernos rigorosos,
favorecendo a contaminação na primavera. As pastagens
podem permanecer infectados por até 1 ano.
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.3. Patogenia e sinais clínicos

S. vulgaris
- Mais patogênico
- Lesões na artéria mesentérica cranial e seus principais
ramos
- Formação de trombos, inflamação e espessamento da
parede arterial
- Inapetência, apatia, cólica, diarréia e anemia
- Necrópsia: arterite e trombose de vasos intestinais,
infarto e necrose de áreas do intestino
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.3. Patogenia e sinais clínicos
PATOLOGIA CAUSADA POR Strongylus vulgaris (1)
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.3. Patogenia e sinais clínicos
PATOLOGIA CAUSADA POR Strongylus vulgaris (1)
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.3. Patogenia e sinais clínicos
PATOLOGIA CAUSADA POR Strongylus vulgaris (3)
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.3. Patogenia e sinais clínicos
PATOLOGIA CAUSADA POR Strongylus vulgaris (3)
2. Principais espécies
2.1. Grandes estrôngilos
2.1.3. Patogenia e sinais clínicos
SÍNTOMAS DA INFECÇÃO POR Strongylus vulgaris
2. Principais espécies
2.2. Pequenos estrôngilos

- PARASITAS DE CECO E CÓLON

- MAIS DE 40 ESPÉCIES DE PARASITAS


(Triconemas, Ciatostomíneos)
2. Principais espécies
2.2. Pequenos estrôngilos
2.2.1. Ciclo biológico

- Da eclosão até L3: 2 semanas


- Não há migração pelo organismo
- PPP: 2 a 3 semanas
2. Principais espécies
2.2. Pequenos estrôngilos
2.2.2. Patogenia e sintomas

- Larvas penetram na mucosa intestinal e se encistam


→ forma pequenos nódulos
- Conhecida também como ciatostomíase larval
- Diarréia, perda de peso, fraqueza.
2. Principais espécies
2.2. Pequenos estrôngilos
2.2.1. Ciclo biológico
PATOLOGIA CAUSADA PELOS PEQUENOS ESTRÔNGILOS (1)
2. Principais espécies
2.2. Pequenos estrôngilos
2.2.1. Ciclo biológico
PATOLOGIA CAUSADA PELOS PEQUENOS ESTRÔNGILOS (2)
2. Principais espécies
2.2. Pequenos estrôngilos
2.2.1. Ciclo biológico
PATOLOGIA CAUSADA PELOS PEQUENOS ESTRÔNGILOS (2)

Mucosa de intestino grosso com presença de nódulos e


ciatostomas adultos.
2. Principais espécies
2.3. Oxiuriose

Oxyuris equi: parasitam ceco, cólon e reto


2. Principais espécies
2.3. Oxiuriose
2.3.1. Ciclo Biológico

Fêmeas adultas → migram


para fora do ânus → ovos
na região perianal
PPP: 4-5 meses
2. Principais espécies
2.3. Oxiuriose
2.3.2. Sinais clínicos

- Erosões na mucosa intestinal


- Prurido intenso
- Inquietude e irritação dos animais

5.3- Diagnóstico
2. Principais espécies
2.3. Oxiuriose
2.3.3. Diagnóstico

- Sinais clínicos
- Pesquisa de ovos com uso de fita adesiva
- Visualização de massa de ovos branco-amarelado ao
redor da região anal
2. Principais espécies
2.4. Ascaridiose

- Parascaris equorum
- parasitam intestino delgado (18-40cm)
2. Principais espécies
2.4. Ascaridiose
2.4.1. Ciclo Biológico
- Direto → ingestão de ovos / infectantes → liberados no
ID → fígado / pulmões / árvore traqueo-bronquial →
deglutidos → novamente para ID
- Parasitos adultos: principalmente duodeno e início do
jejuno
2. Principais espécies
2.4. Ascaridiose
Parascaris equorum

a b

Casca espessa e rugosa


2. Principais espécies
2.4. Ascaridiose
Parascaris equorum

a b

Parascaris equorum Parascaris equorum


Vermes adultos Ruptura do intestino delgado
Fêmea (acima) – até 50 cm
Macho (abaixo) – até 28 cm
2. Principais espécies
2.4. Ascaridiose
2.4.2. Sinais clínicos

- Interferem na absorção e digestão de alimentos


- Perda de peso, crescimento retardado
- Sintomas de tosse e corrimento nasal
mucopurulento
2. Principais espécies
2.5. Habronemose

2.5.1- Espécies:
- Habronema muscae, H. microstoma
- Draschia megastoma

2.5.2- Hospedeiros Intermediários:


- Varias espécies de muscídeos: Musca
domestica, Stomoxys calcitrans, Haematobia irritans
2. Principais espécies
2.5. Habronemose
2.5.3- Ciclo Biológico:

Fêmeas ovoviparas → larvas nas fezes são ingeridas


por larvas de moscas → L1 desenvolve-se na larva
até a forma infectante, quando a mosca emerge a
pupa → as L3 são depositadas nos lábios, narinas e
feridas dos cavalos quando as moscas se alimentam.
Se lambidas ou engolidas pelo HD, as larvas vão se
localizar no estômago, onde atingem maturidade.

PPP: 2 meses
2. Principais espécies
2.5. Habronemose
Epidemiologia:
Recidivas – predisposição genética;
Sazonal : Frequente no verão;

Relacionada ao ciclo do HI.

Cosmopolita;

Ausência de preferência por idade, sexo ou raça;

Relatos de lesões mais graves em muares;

Habronema sp. mais frequente que Draschia sp


2. Principais espécies
2.5. Habronemose
2.5.3- Ciclo Biológico:
2. Principais espécies
2.5. Habronemose

2.5.4. Patogenia e Sinais Clínicos:

Habronemose Gástrica: causada pelos adultos. H. muscae e H.


microstoma causam infecções leves ou severas (gastrite
hemorrágica...). D. megastoma causa nódulos na mucosa.
Habronemose pulmonar: Larvas atingem pulmão. Não atingem a
forma adulta. Auto-cura.
Habronemose ocular: relacionada a uma conjuntivite persistente
2. Principais espécies
2.5. Habronemose

2.5.4. Patogenia e Sinais Clínicos:


Habronemose cutânea: Reação de hipersensibilidade a presença
de larvas mortas na pele;
* “ferida-de-verão”, “esponja” ou “dermatite esponjosa”.
* Forma mais importante pelo intenso prurido.
* Locais como extremidades, joelhos, jarretes,
pescoço e lombo.

* Surgem como pápulas ou nódulos;

* Evoluem para áreas multifocais de necrose


com intensa destruição tecidual
2. Principais espécies
2.5. Anaplocephala

- A. magna, parasita do IG e ID (até 80 cm).


- A. perfoliata, pouca importancia, forma de folha

Hospedeiro Intermediario: Ácaros oribatídeos.


PPP: 1 a 2 meses
2. Principais espécies
2.6. Anaplocephala
Anoplocephala e Paranoplocephala

• Estágio cisticercóide: 2
a 4 meses

• Período pré-patente
nos eqüinos
geralmente é de 1 a 2
meses.
2. Principais espécies
2.6. Anaplocephala
2.6.1- Patogenia e Sinais Clínicos

- Localizam-se na válvula íleo-cecal, onde os vermes


ficam aderidos.
- Infecções severas (+ de 100 parasitas)
- Inibição do peristaltismo - cólica
2. Principais espécies
2.6. Anaplocephala
Anoplocephala e Paranoplocephala

A. perfoliata em ceco de
equino
2. Principais espécies
2.7. Paranocephala

PARANOCEPHALA

- P. mamillana, pequeno cestódeo, não patogênico


- Localiza-se no duodeno
- Ciclo biológico semelhante ao Anaplocephala
3. Diagnóstico

- Anamnese, exame clínico


- Exames coprológicos: Gordon & Whitlock (OPG)
Robert e O’Sullian (coprocultura)
Técnica de sedimentação
3. Diagnóstico

Necrópsia
4. Tratamento

-Benzimidazóis: Thiabendazole, mebendazole,


oxibendazole, febendazole e albendazole
-Pró-benzimidazóis: Febantel
-Imidotiazóis: Levamizole, tetramizole
-Tetrahidropirimidinas: Pirantel
-Avermectinas: Ivermectin
-Milbemicinas: Moxidectin
-Organofosforados: Triclorfon, dichlorvos
-Salicilanilídeos: Closantel
4. Tratamento
4. Tratamento
4. Tratamento

A dosificação deve ser de:

2 em 2 meses - para animais até 1 ano de idade

3 em 3 meses - para animais adultos.


5. Controle

- Uso de anti-helmintícos, INCLUIR TODOS OS CAVALOS


- Manejo de potreiros,
- Dosificação de animais comprados, QUARENTENA
- Higiene das instalações,
- Controle das esterqueiras.
- EXAMES COPROPARASITOLÓGICOS = O . P . G
Universidade Federal de Pelotas
Faculdade de Veterinária

OBRIGADO!!!

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