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Bovinos de leite

Recentemente, foi apresentada uma proposta de avaliação da condição corporal baseada apenas na
visualização da garupa da vaca (MACIEL, 2006). Nesse sistema, as vacas receberam índices de 1 a 5
(Fig. 3), os quais apresentaram concordância entre avaliadores e também alta correlação com a espessura
de gordura da camada subcutânea, mensurada por ultra-sonografia.

ICC = 2: Pouca ou nenhuma gordura


nos quadris e na ponta do ísquio
proeminente. Estrutura muscular
aparentemente normal.

ICC = 3: Boa aparência geral.


Deposição de gordura detectável.

ICC = 4: Quantidade considerável


de gordura. A parte posterior
apresenta formato quadrado.
A escala mais difundida está ilustrada na Fig. 4 e abrange escores de 1 a 5. O escore 1 é para
vacas muito magras e é caracterizado por cavidade profunda na região de inserção da cauda, costelas e
ossos da pélvis (bacia) pronunciados e facilmente palpáveis, ausência de tecido gorduroso na pélvis ou
na área do lombo e profunda depressão na região do lombo. O escore 2 é para vacas magras e é
caracterizado por cavidade rasa ao redor da inserção da cauda, pélvis facilmente palpável,
extremidades das costelas mais posteriores arredondadas e superfícies sentidas com ligeira pressão, e
depressão visível na área do lombo. O escore 3 é para vacas em estado corporal intermediário e é
caracterizado por ausência de cavidade, mas presença de gordura na inserção da cauda, pélvis palpável
com ligeira pressão, camada de tecido sobre a parte superior das costelas, sentidas sob pressão, e
ligeira depressão no lombo. O escore 4 é para vacas gordas e é caracterizado por pregas de gordura
visíveis na inserção da cauda e pequenas porções de gordura sobre os ísquios, pélvis sentida somente
com pressão firme, costelas mais posteriores não palpáveis e ausência de depressão no lombo. O
escore 5 é para vacas muito gordas e é caracterizado por inserção da cauda imersa em camada espessa
de tecido adiposo, ossos pélvicos não mais palpáveis, nem mesmo com pressão firme, e costelas
posteriores cobertas por espessa camada de tecido gorduroso. A condição corporal das vacas leiteiras
é influenciada pelo ambiente (especialmente pela época do ano ao parto), pelo estádio da lactação e
pela ordem de parto (WALTERS, 2000), além do grau de sangue dos animais (FERREIRA et al., 2000).

ECC 1

ECC 2

ECC 3

ECC 4

ECC 5

Por que fazer escorre da condição corporal (ECC) em vacas de leite?


O ECC deve ser feito para se encontrar o equilíbrio entre o manejo alimentar e a viabilidade econômica da atividade leiteira, sempre
buscando a máxima produção e o bem estar animal.

Fazer ou dar o ECC é particularmente útil na secagem e no pré-parto, pois o objetivo é assegurar que as vacas tenham condição
corporal adequada ao parto, para que a ocorrência de problemas fique reduzida. No inicio da lactação as vacas ficam com uma
considerável pressão nutricional (balanço energético negativo) e o ECC pode ser usado como indicativo de perda de peso excessiva. A
manutenção do ECC adequado para cada fase previne a ocorrência de problemas metabólicos.

A maioria das pesquisas com ECC tem o objetivo de mostrar o escorre ideal em cada fase para a máxima produção de leite, mas é
igualmente importante estabelecer o correto ECC para prevenir os problemas ao parto, tanto distocias (dificuldade de parto) como
problemas metabólicos.

ECC nas diferentes fases do ciclo produtivo das vacas

Secagem e Pré-parto: A vaca não deve estar gorda no final da lactação. O ECC deve permitir uma suplementação moderada durante o
período seco para preparar a vaca para a lactação subseqüente (No período seco a redução do ECC deve ser evitada).

Ao parto: A vaca não deve parir gorda. Vacas gordas desenvolvem fígado gorduroso, cetose e apresentam mais problemas de parto e
outras doenças metabólicas, conseqüentemente apresentam mais problemas de fertilidade subseqüente.

Início da Lactação: No início da lactação as vacas sofrem um considerável estresse nutricional (demanda energética é maior do que a
capacidade de consumo), e a alimentação adequada é essencial para prevenir perda excessiva de peso. Vaca muito magra também é
problema.

Período de Serviço: As vacas não devem estar em déficit energético, isso resultaria em baixa taxa de ciclicidade e fertilidade.

Como fazer a avaliação do ECC?

Para a avaliação do ECC as vacas devem ser observadas com bastante cuidado, para que as reservas corporais sejam avaliadas.
Alguns métodos envolvem a palpação de algumas áreas, exigindo uma contenção mais adequada dos animais.

A escala mais utilizada para gado de leite é a que vai de 1 a 5 (EDMONSON et al., 1989), sendo 1 para a vaca extremamente magra e 5
para a vaca extremamente gorda. Dependendo do grau de experiência do avaliador a escala pode ser quebrada em 0,50 ou 0,25
pontos.

Quando fazer?

O ECC deve ser avaliado em momentos em que seja possível a tomada alguma atitude para corrigir as possíveis falhas. A
recomendação é para que seja realizada a avaliação no momento da secagem, ao parto e no final do período voluntário de espera.

Tabela 1. Escorre de condição corporal recomendado para cada fase produtiva das fêmeas bovinas.

O ideal é que o ECC na secagem seja muito próximo ao ECC ao parto (no máximo 0,5 pontos abaixo), nunca acima, pois a vaca não
pode perder peso no pré-parto.

Como modificar o ECC?

O ECC não pode ser alterado rapidamente. A dieta deve ser balanceada para que a recuperação seja lenta, sem comprometer a saúde
da vaca. As vacas gordas devem ser mantidas em pasto de baixa qualidade, mas com fibra suficiente para garantir a funcionalidade do
rúmen, esses animais devem ser monitorados constantemente, a perda de peso pode causar problemas metabólicos, principalmente no
pré-parto.

Conclusão

Avaliar o escore de condição corporal é uma técnica simples de ser aprendida e pode ser realizada até mesmo com os animais no
pasto. Quando realizada nos momentos adequados, pode auxiliar nas tomadas de decisões de manejo que resultam em aumento da
produção e redução dos custos.

Figura 1. Sistema de índice de condição corporal segundo Edmonson et al, (1989).


A avaliação do escore da condição corporal, observando apenas a garupa da vaca é prática e rápida (Maciel, 2006).

ECC = 2,0

ECC = 2,5

ECC = 3,0
ECC = 3,5

ECC = 4,0

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