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As três semanas que antecedem o parto e as três semanas

pós-parto fazem parte de um período onde ocorrem intensas


mudanças no metabolismo e na fisiologia da vaca. Esse
momento é chamado de período de transição.

Nesse texto você vai entender mais a fundo o que acontece com
a vaca leiteira nesta época e como fazer o manejo adequado
para evitar doenças, aumentar o bem-estar animal e manter
uma boa produtividade do rebanho com o decorrer do tempo.

O QUE É O
PERÍODO DE
TRANSIÇÃO
DAS VACAS
LEITEIRAS?
No início do seu ciclo
produtivo a vaca se encontra
no período seco e, dentro de
pouco tempo, acontece o parto
e ela entra em lactação.

Por isso, este intervalo de tempo é


conhecido como período de transição.
Esse momento é muito importante porque
é quando o animal se prepara para a produção de
leite.
Alguns cuidados relacionados ao manejo nutricional, sanitário
e produtivo devem ser tomados para que você consiga ajudar
a vaca a passar por essas alterações fisiológicas sem prejudicar
sua saúde.
O gráfico abaixo representa a curva de lactação tradicional de
uma vaca de leite, no qual podemos entender melhor as relações
entre consumo de matéria seca, produção de leite e escore
corporal.

O QUE ACONTECE COM AS VACAS


DURANTE O PERÍODO DE TRANSIÇÃO?
FASE 3
Transição

FASE 4 FASE 5 FASE 6 FASE 1 FASE 2


Pico de produção Pico de ingestão Terço final P. Seco Transição

Ingestão de
matéria seca

Produção de leite

Reserva corporal

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2

MÊS

Para interpretar esse gráfico vamos focar no tema do texto.


Como você pode ver, o período seco e o período de transição
pré-parto correspondem às fases 1 e 2 do ciclo produtivo. Neste
momento, as vacas não estão em produção e o consumo de
matéria seca (CMS) é suficiente para atender as exigências do
animal.

É aí que os problemas começam a aparecer...


BALANÇO ENERGÉTICO
NEGATIVO
Podemos observar que acontece uma queda no CMS antes do
parto, marcada pela fase 3. Logo em sequência, há um incremento
na produção de leite. Neste momento, há um aumento na
demanda energética da vaca e o consumo não é suficiente para
suprir toda essa demanda. Esse quadro é chamado de balanço
energético negativo (BEN).

Agora você vai entender como fazer um bom manejo de vacas


em período de transição.

MANEJO DE VACAS LEITEIRAS


NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO

NU
TRI
ÇÃO
Podemos dizer que o balanceamento da dieta é apenas a ponta
do iceberg, é uma parte do conjunto. Pensando assim, o manejo
nutricional é a base de tudo. Ou seja, o manejo nutricional deve
entregar tudo o que foi formulado.

As práticas de manejo nutricional que ajudam a aumentar o


CMS devem ser priorizadas durante o período de transição para
superar o BEN logo no início da lactação.
Algumas práticas de manejo têm sido propostas para aumentar o
consumo de energia durante o pós-parto, como o fornecimento
de forragens mais digestíveis e de alta qualidade.
Uma outra estratégia comumente adotada para reduzir os
danos do BEN e da perda de condição corporal é aumentar a
concentração de energia na dieta, incrementando os teores de
energia e gordura.

MENOS TEMPO
De fato o aumento LANÇANDO
da densidade DADOS
energética pode aumentar
E MAIS TEMPO
potencialmente o consumoPARA
e reduzir aANÁLISES!
mobilização de gordura
corporal. Entretanto, essas mudanças na dieta podem trazer
implicações para a função ruminal, composição do leite e
metabolismo hormonal e por isso devem ser conduzidas por um
nutricionista.
SEPARAÇÃO DE

LO
TES
A separação de lotes é fundamental para reduzir a disputa por
alimento, tanto no pré como no pós-parto. Separar os lotes de
vacas e novilhas muitas vezes é um desafio dentro da fazenda,
seja por limitações físicas, operacionais, estruturais ou até
mesmo por um baixo número de animais.
Então, se não for possível separar os lotes em um primeiro
momento, existem algumas dicas que podem ajudar:

• Aumentar o espaço de cocho para 1m/animal;


• Aumentar a sobra da dieta;
• Formular a dieta focando nas exigências das primíparas;
PRÉ

PAR
TO
É muito comum perceber em algumas fazendas que as vacas
no período seco são alojadas em um pasto distante, nos fundos
da fazenda. Muitas das vezes não há forragem de qualidade no
pasto e nem sombra suficiente para os animais.

Diversos pesquisadores apontam os prejuízos do stress térmico


durante o período seco. Além de reduzir o período de gestação,
ele também reduz a produção de leite.

Frequentemente os problemas pós-parto começam antes


mesmo do parto!

Por isso, devemos ter dois grandes focos no pré-parto: monitorar


o consumo das vacas e o pH da urina.

Há uma correlação positiva entre o consumo das vacas no pré e


no pós-parto. Ou seja: se a vaca come pouco no pré-parto, ela
tende a comer menos no pós-parto.

Como existem vários fatores que asseguram o consumo,


podemos fazer um check-list para facilitar o monitoramento
durante o dia-a-dia:
* Conforto e comportamento: fique atento ao que as vacas te
contam! É importante observar a frequência respiratória das
vacas, ruminação, e até mesmo quantas vacas estão em pé;

* Espaço de cocho: disputas vão fazer com que algumas vacas


comam menos do que as outras;

* Água de qualidade: vacas secas com gestação avançada


possuem 64,7% do peso vivo em água. Além disso, o consumo
de água está relacionado com o consumo de matéria seca;

* Palatabilidade da dieta: como o consumo neste período é


naturalmente menor, oferecer alimentos mais palatáveis é um
ótimo recurso para aumentar o apetite das vacas;

* Ambiente limpo e tranquilo: o ideal é reduzir ao máximo toda


e qualquer fonte de stress para as vacas no pré-parto;

* Localização: o pré-parto deve ficar em um ambiente de fácil


acesso e visualização pelo pessoal da fazenda.

Já o pH da urina é um bom indicador


do nível de suplementação aniônica
pois reflete a diferença catio-aniônica
(DCAD) da dieta, que deve apresentar
valores negativos. Sendo assim, o
ideal é que o ph da urina fique abaixo
de 7,0. É uma análise de fácil execução
na rotina da fazenda e existem várias
ferramentas disponíveis, como por
exemplo o pHmetro (ou medidor de
pH).
A dieta aniônica estimula a mobilização do cálcio dos ossos.
Assim, há um aumento na disponibilidade deste mineral
no sangue durante um certo período, justamente quando a
necessidade aumenta.

O cálcio é essencial para diversas funções do organismo, como


por exemplo para a transmissão de impulsos nervosos, contração
muscular e até mesmo para o sistema imune.
Durante a transição do final da prenhez
para a lactação, são necessárias diversas
adaptações no organismo da vaca para
atender os requerimentos de cálcio,
que aumentam abruptamente.

A dieta aniônica é uma excelente


estratégia para reduzir
ocorrências de saúde no pós-
parto, como hipocalcemia, além
de contribuir para o aumento
da produção de leite.

Mas atenção: não basta apenas


fornecer um sal aniônico, a dieta
como um todo tem que ter essa
característica. A maioria das forragens
é rica em potássio (K+), um mineral
que contribui para um DCAD positivo.
Por isso, o ideal é contar com a ajuda de um
nutricionista para formular e orientar corretamente.

Pensando nisso, é possível trabalhar em algumas situações com


a dieta aniônica nos 30 dias que antecedem o parto. Mesmo que
a vaca antecipe o parto em alguns dias, conseguimos garantir
que a dieta foi consumida por pelo menos 21 dias.

Mas para esse manejo funcionar, é imprescindível que haja um


controle reprodutivo e registros confiáveis como, por exemplo,
listas de previsão de parto, datas de confirmação de prenhez,
entre outras listas que podem ser consultadas no Prodap
smartmilk.
MANEJO DE VACAS NO
PÓS-PARTO
Após o parto, os requerimentos nutricionais de vacas de alta
produção aumentam abruptamente, resultando em um quadro
de BEN, já que o consumo é insuficiente para atender totalmente
os requerimentos energéticos da vaca em lactação.

O BEN resulta em perda do escore de condição corporal à


medida que a vaca mobiliza reservas de gordura para suportar
a produção de leite e atender aos requerimentos de energia.
ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL EM VACAS LEITEIRAS

Como dito acima, o BEN provoca mobilização de reservas


corporais da vaca para atender às necessidades do período pós
parto. É importante saber que quando a mobilização é excessiva, o
desempenho da vaca durante a lactação é severamente afetado.
REPRODUÇÃO
O manejo reprodutivo no pós-parto imediato é decisivo para a
fertilidade das vacas.

A redução no consumo de matéria seca afeta negativamente a


fertilidade e a produção subsequente das vacas, além de reduzir
também o ECC.

O aumento na produção de leite, a nutrição desbalanceada e as


ocorrências de saúde no pós-parto têm efeitos negativos sobre
a eficiência reprodutiva, interferindo na taxa de concepção,
atrasando a primeira IA pós-parto e estendendo os dias em
aberto e o intervalo entre partos.

Por isso, é importante realizar o controle reprodutivo e a avaliação


dos índices zootécnicos relacionados, como por exemplo a taxa
de concepção na primeira inseminação pós-parto.
Alguns indicadores de eficiência reprodutiva incluem: dias
em aberto, intervalo entre partos, dias pós-parto na primeira
IA, taxa de detecção de cio e taxa de concepção. Com o
Prodap smartmilk, você consegue monitorar diariamente esses
indicadores e estabelecer metas para eles, sem precisar sair da
tela inicial do software.

MANEJO SANITÁRIO PÓS PARTO


Assim como a condição corporal, o sistema imune também é
penalizado. Diversos estudos apontam que desordens no pós-
parto como retenção de placenta e metrite são correlacionadas
com essa queda na imunidade.

No pós parto é interessante criar uma rotina de mensuração de


doenças e monitoramento das vacas. É importante observar
apetite, enchimento ruminal, aparência dos animais, consumo,
produção de leite e comportamento. Uma boa dica para avaliar
o comportamento, por exemplo, é observar as vacas que não se
levantam na hora do trato.

É muito comum observarmos altas incidências de doenças e


distúrbios metabólicos nos animais pós-parto.
Dentre as doenças mais comuns no pós-parto, podemos citar:
metrite, retenção de placenta, cetose, hipocalcemia (também
conhecida como febre do leite), deslocamento de abomaso e
mastite.

METRITE
As inflamações e infecções uterinas
comprometem a saúde e reduzem
a eficiência reprodutiva do
rebanho.

A metrite é um exemplo
comum de infecção uterina
e pode ser classificada em
três tipos:

1. Metrite clínica: ocorre


normalmente 21 dias após
o parto. Os sinais mais
comuns são: útero com volume
aumentado e com descarga
purulenta.

2. Metrite puerperal (tóxica): útero


aumentado de volume com descarga uterina escura e fétida.
Pode haver outros sinais que indicam acometimento sistêmico
como febre, inapetência e queda na produção.
3. Endometrite clínica: é caracterizada por secreção purulenta
na vagina detectável com mais de 21 dias decorridos do parto.

Existe uma grande relação entre higiene e metrite e por isso é


muito importante ter atenção com a limpeza do ambiente do
pós-parto. Também podemos citar outros fatores predisponentes
como falhas no sistema imune e quadros de hipocalcemia.

RETENÇÃO DE PLACENTA
A retenção de placenta ocorre por falhas no descolamento dos
placentomas, que são junções entre a parte materna e a parte
fetal da placenta.

Está muito associada a quadros de depressão do sistema imune


e sua prevenção é muito mais eficaz do que o tratamento.

CETOSE BOVINA
O consumo inadequado de nutrientes no final da gestação e
no início da lactação podem levar à mobilização excessiva de
gordura e ao acúmulo de gordura no fígado.

Esses distúrbios no metabolismo e o balanço energético


negativo severo podem levar à cetose, doença frequentemente
associada à queda na produção de leite e prejuízos na atividade
reprodutiva da vaca.

É muito importante ficar atento ao ECC, evitando variações


excessivas entre o final da lactação e início da gestação. Reduza
também os fatores que podem minimizar o consumo de matéria
seca da vaca durante todo o período de transição.
A cetose pode ser monitorada individualmente por meio de
exames rápidos, como é o exemplo deste, que utiliza apenas
uma gota de sangue do animal.
HIPOCALCEMIA
A hipocalcemia nada mais é do que um baixo nível de cálcio no
sangue. Porém, ela pode ser classificada em clínica e subclínica.

Nos quadros clínicos é comum observar que a vaca tem


dificuldade para levantar e caminhar. Já nos quadros subclínicos
não há manifestação de sinais.

Além disso, a hipocalcemia predispõe a vaca a doenças


concomitantes. Um exemplo claro é que a hipocalcemia pode
afetar o fechamento esfíncter do teto (que depende do cálcio
para a contração) e aumentar o risco de mastite.

DESLOCAMENTO DE ABOMASO
Nestes quadros, como o próprio nome já diz, o abomaso é
deslocado de sua posição anatômica dentro da cavidade
abdominal. No final da gestação o rúmen ocupa um espaço
menor, devido ao tamanho do útero gravídico. Após o parto,
ocorre um aumento no “espaço vazio” da cavidade abdominal,
o que pode favorecer o deslocamento de abomaso.
Em grande parte dos casos, é necessária uma intervenção
cirúrgica para reverter o quadro.

Além disso, existem outros fatores predisponentes como:


cetose, hipocalcemia, queda na ingestão de matéria seca e baixa
quantidade de fibra efetiva na dieta.

Uma boa saída para minimizar esse problema é trabalhar com


fibras de boa qualidade para promover enchimento ruminal e
agir diretamente nos fatores que podem estar contribuindo para
reduzir o consumo.

MASTITE
As taxas de infecções intramamárias
são maiores durante as 2 semanas
anteriores ao parto, perdurando até
aproximadamente 2 a 3 semanas
pós-parto.

É uma doença que não pode ser


negligenciada. Quando ocorrem
casos de mastite na primeira
semana pós-parto, as vacas têm
um pico de produção menor,
prejudicando toda a lactação.
Podemos citar dois grandes fatores de risco neste período: a
imunossupressão e o desafio ambiental.

Um dos pontos dos programas de controle da mastite está


focado na secagem das vacas e na higiene do ambiente da
maternidade. Estratégias como a terapia de vaca seca e o uso de
selantes ajudam a minimizar os riscos da mastite no pós-parto.

Além disso, uma dieta corretamente balanceada, com


níveis adequados de minerais e vitaminas, contribui para o
estabelecimento de uma boa saúde do úbere.

DOENÇAS CONCOMITANTES
É importante destacar que muitas vezes as vacas podem
apresentar mais de uma dessas doenças ao mesmo tempo. Nas
fotos abaixo, a vaca apresentava um quadro de cetose associada
à retenção de placenta e metrite.
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