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Universidade Estácio de Sá

Faculdade de Nutrição
Disciplina: Nutrição Materno Infantil

NUTRIÇÃO
MATERNO INFANTIL

Profª Michelle Rabello da Cunha


2021/2
Conceitos

▪ Lactação: fenômeno fisiológico de


produção do leite materno (LH)
independente da mãe amamentar
▪ Amamentação: ato ou ação de amamentar
diretamente o lactente
Razões da baixa prevalência do AM

▪ Falta de informação sobre a importância do aleitamento materno ;


▪ Falta de conhecimento sobre o manejo no AM ;
▪ Idade materna (< 20 anos) ;
▪ Rotinas em maternidades que utilizem fórmulas infantis e chupetas ;
▪ Descumprimento das leis trabalhistas
Lactogênese

• Anatomia da Mama:

Fonte : Accioly & Saunders,2012


Lactogênese

• Alterações da mama na lactação

▪ Peso da mama gestação: 400-600g


▪ Escurecimento da pele da aréola (ação estrogênio)
▪ Crescimento dos corpúsculos de Montgomery
▪ Aumento dos mamilos (preparação para lactação)
Fisiologia da Lactação: Prolactina e Ocitocina

Alveolo mamário : feedback lactação


Fonte : Accioly & Saunders,2012
Fisiologia da Lactação: Prolactina e Ocitocina
Fisiologia da Lactação

▪ A lactação pode ser dividida em 3 processos: Mamogênese (formação),


lactogênese (início), lactopoese (manutenção)
▪ Lactogênese I :
▪ Inicia-se durante a gravidez e termina 2 a 4 dias após o nascimento
▪ Diferenciação da estrutura anatômica do tecido mamário e anexos (ação
estrogênio e progesterona)
▪ Início e manutenção da secreção láctea (lactogênio placentário)
▪ Ejeção ou propulsão do leite (ocitocina)
Lactogênese

▪ Lactogênese II :
▪ Inicia-se entre o 3º e 4º dia após o parto, podendo durar 2 ou mais semanas
▪ Fatores condicionantes: estímulo mamário (sucção), psicogênicos, estresse, anestesia
▪ Fases da secreção do leite humano: colostro, leite de transição e leite maduro
▪ O aumento da prolactina por si só não é suficiente para desencadear a síntese LH, é
necessária mobilização substratos e sofre ação externa
▪ Âmbito celular: peptídeos supressores são produzidos quando ocorre acúmulo de LH
no interior da mama, limitando a ligação da prolactina com receptores da célula alveolar
Lactogênese

▪ Lactogênese II :
▪ Ocitocina (hipófise posterior): atua na contração das células mioepiteliais,
promovendo a saída (descida ou apojadura) do leite
▪ Fatores que inibem a secreção: estresse, ansiedade, dor, cansaço, bebidas alcóolicas
(ação adrenalina)
▪ Estimulam: sucção, estímulos visuais, olfativos e de condicionamento
▪ Efeito contraceptivo relativo: inibição da secreção de FSH e LH
Fatores que interferem na Lactação

▪ Ajuste nas recomendações para o aumento na ingestão de alimentos


▪ Hipertrofia da glândula mamária
▪ Aumento do aporte de sangue para a glândula mamária
▪ Aumento na mobilização de macronutrientes
Fatores que interferem na composição do LM

▪ Estágio de lactação e horário do dia


▪ Parto prematuro
▪ Tempo de gestação e intervalo interpartal
▪ Esvaziamento da mama
▪ Ingestão de álcool e drogas
Fatores que interferem na composição do LM

▪ Macronutrientes: pouca variação interpessoal


▪ Lipídeos: menor teor no início da mamada
▪ Frações lipídicas: guardam relação com consumo de gordura
na dieta materna
▪ Vitaminas associadas com o consumo e dieta materna:
vitamina A, tiamina, riboflavina, piridoxina, Vitamina B12
Fatores relacionados à produção do LM

▪ Sucção e esvaziamento adequado da mama: fator mais importante


▪ Alimentação inadequada e desnutrição materna
▪ Uso de contraceptivos e medicamentos
▪ Consumo de álcool e cigarro
Fatores relacionados à produção do LM

▪ Através da alimentação adequada e equilibrada, a nutriz oferecerá ao seu


bebê um leite de qualidade com todos os nutrientes necessários
▪ O volume de leite secretado por mulheres saudáveis nos primeiros 4 a 6
meses de vida do bebê é cerca de 750 a 800 ml/dia, podendo existir uma
considerável variação interpessoal e intrapessoal.
▪ O principal determinante da produção de leite é a demanda da criança, que
por sua vez, é influenciada por idade, tamanho e condições de saúde

(LACERDA e SAUNDERS, 2009)


Fatores relacionados à produção do LM

▪ Micronutrientes como tiamina, riboflavina, vitamina B6, vitamina B12 e


iodo podem ter redução de até 50% em sua concentração, em relação aos
valores normais, se houver baixo consumo e / ou reserva materna
▪ O déficit de micronutrientes no leite humano pode ser revertido por meio
de dieta adequada e / ou suplementação materna

(ALLEN, 2005)
Avaliação Nutricional da Nutriz

▪ O estado nutricional deve ser avaliado segundo os indicadores


antropométricos, dietéticos, bioquímicos, clínicos e funcionais
▪ A perda ponderal após o parto é geralmente maior nos primeiros 3 meses e
naquelas que amamentam ao seio exclusivamente.
▪ A recomendação sobre a perda de peso após o parto será diferenciada de
acordo com o estado nutricional da nutriz e não deverá ultrapassar o valor
de perda considerado seguro para a lactação.

(LACERDA e SAUNDERS, 2009)


Cálculo do VET

Primeiro semestre
•Produção do leite: gasto energético ± 67 Kcal/100ml = 0,67 kcal/ml
•Produção média de leite 807ml/dia
•Eficiência de conversão de energia dos alimentos em energia corporal é de 80%
(0,80).

Dispêndio energético com a produção do leite:

807 ml/dia x 0,67 ÷ 0,80 = 675 kcal/dia

Valor adicionado à taxa de metabolismo basal.


WHO, 2001
Cálculo do VET

Segundo semestre
Produção médio de 550 ml de leite por dia
Dispêndio energético para produção: 460 kcal/dia
Valor a ser acrescido na taxa de metabolismo basal
Cálculo do VET

Nova recomendação de déficit calórico para perda de peso pós parto


205 kcal para perder 0,8kg
257 kcal para perder 1,0kg
513kcal para perder 2,0kg
Cálculo do VET

VET = TMB x NAF + adicional energético para a lactação


(675 kcal 1º sem. ou 460 kcal se 2º sem) – energia para perda de peso (257 kcal/kg).

< 18 anos: TMB (kcal/dia) = 13,384 x P* (kg) + 692,6


(GE nas adolescentes deverá ser multiplicado por 1,01)

18 a 30 anos: TMB (kcal/dia) = 14,818 x P* (kg) + 486,6


30 a 60 anos: TMB (kcal/dia) = 8,126 x P* (kg) + 845,6
P* = peso atual
Nível Atividade Física
Recomendações Nutricionais da Nutriz

Recomendações de carboidratos, fibras


alimentares e lipídios seguem as
mesmas orientações para mulheres
adultas e adolescentes

Fonte : Accioly & Saunders,2012


Perda de peso recomendada após o parto

(LACERDA e SAUNDERS, 2009)


Conduta Nutricional

▪ Não propor perda de peso e dietas restritivas


▪ Considerar hábitos alimentares e a condição sócio econômica
▪ Orientar o retorno e acompanhamento nutricional (mínimo : 6 consultas)
▪ Aumentar a ingestão hídrica
▪ Evitar o consumo de chás, café, mate, refrigerantes
▪ Avaliar a restrição de alimentos alergênicos
▪ Em mães desnutridas considerar o uso de suplementos específicos via oral
(industrializados ou misturas nutritivas)
Conduta Nutricional

▪ Promover consumo de dieta variada com


alimentos de todos os grupos
▪ Consumo normalizado de leite e seus
derivados
▪ A recomendação de ingestão líquida total
por dia é de 3,8 L/dia, onde cerca de 3,1 L
deverão ser de água e outras bebidas
Conduta Nutricional

▪ Alimentos fontes de vitamina C após grandes refeições


▪ Relação Cálcio x Ferro
▪ O consumo excessivo de cafeína pode reduzir o teor de ferro no leite humano. Deve-
se evitar, portanto, consumo superior a 2 xícaras/dia
▪ Evitar o consumo de bebida alcóolica, principalmente próximo as mamadas
▪ Evitar consumo energético inferior a 1800 kcal/dia a fim de prevenir deficiências
nutricionais
▪ Evitar industrializados, ultraprocessados
Conduta Nutricional

Atenção aos
alimentos flatulentos
Conduta Nutricional

▪ Evitar dietas líquidas e medicamentos para emagrecimento


▪ Dieta + Atividade Física: mais eficaz na promoção da perda de peso do que a
dieta isoladamente
▪ A prática de exercícios regulares parece ser compatível com a produção de
um volume adequado de leite.
Fatores causais dos traumas mamilares

▪ Pega e posição inadequadas


▪ Ingurgitamento mamário
▪ Uso de pomadas, cremes ou óleos na região mamilo-areolar
▪ Higienização excessiva dos mamilos
SINAIS E
▪ Sucção inadequada SINTOMAS: -
Presença de lesão; -
▪ Sucção prolongada (mais de 50 minutos)
Dor, principalmente
▪ Candidíase mamária durante a mamada.
▪ Malformações do mamilo.
Como ajudar a mãe?

▪ Ajude a mãe a adotar a técnica adequada de amamentar


▪ Oriente a mãe a:
a) Manter a região mamilo-areolar seca e aerada
b) Expor, se possível, os mamilos ao sol do início da manhã ou final da tarde
c) Fazer expressão do leite no final da mamada, passando-o em toda região
mamilo-areolar, e deixar secar naturalmente
d) Não usar medicamentos tópicos.
Ingurgitamento Mamário – Causas maternas

▪ Leite residual pós mamada ou não esvaziamento das mamas


▪ Produção aumentada de leite
▪ Dor ao amamentar Fatores predisponentes -
▪ Fatores emocionais NEONATAIS:
▪ Espaçamento das mamadas Pega inadequada; Sucção
▪ Alteração do ritmo das mamadas não efetiva; Prematuridade
▪ Separação mãe/filho ou RN doente; Morte
▪ Traumas mamilares neonatal; Suspensão
▪ Região mamilo areolar pouco flexível abrupta da amamentação.
▪ Mamilos malformados e/ou subdesenvolvidos
▪ Defeitos anatômicos e/ou obstrução dos ductos lactíferos
Ingurgitamento Mamário – Causas assistenciais

• Sedação materna durante e após o parto


• Separação mãe e filho
• Desvalorização do aleitamento materno
• Má assistência à lactação
• Rigidez dos horários de mamada
• Controle do tempo de sucção
• Administração de água, sucos, chás e/ ou outro
• Cuidados inadequados com as mamas.
Ingurgitamento Mamário – Profilaxia

• Amamentação sob livre demanda


• Esvaziamento adequado das mamas
• Amamentar nas duas mamas TRATAMENTO
• Aumentar a frequência das mamadas • Massagem e ordenha manual
• Uso de sutiã
• Manter amamentação exclusiva
• Uso de analgésicos, se necessário.
• Ordenhar manualmente após as mamadas
• Favorecer a técnica correta da amamentação
• Favorecer a confiança materna
• Manter as mamas sustentadas
• Evitar traumas mamilares
• Dar apoio emocional à mães e seus familiares
Mastite

• AGENTES ETIOLÓGICOS: Estafilococos aureus, estafilococos


epidermides, estreptococos, anaeróbios e outros.
• FORMAS DE CONTAMINAÇÃO:
• A própria puérpera, através das mãos, fossas nasais, higienização precária ou
infecções de pele
• O recém-nascido, através da oronasofaringe ou infecções de pele
• Os profissionais de saúde, através das mãos ou fossas nasais
• Objetos contaminados, como protetores de mamilos, conchas para seio,
bombas tira leite ou sutiãs sujos.
• PORTA DE ENTRADA: Traumas mamilares, poros mamilares ou pele.
Mastite - Tratamento

• Mastite em fase inicial:


- Amamentar em livre demanda
- Ordenha manual após cada mamada para remoção do leite residual
- Ordenha manual a cada três horas, caso o bebê não mame à noite
- Reavaliar após 24 horas do início do tratamento.
Mastite - Tratamento

Mastite moderada:
- Ocorre com ou sem eliminação de pus pelos poros mamilares
- Caso ocorra eliminação de pus em grande quantidade, suspender
temporariamente a amamentação somente na mama comprometida
- Quando houver suspensão temporária da amamentação, orientar ordenha
manual a cada 3 horas e se necessário, recomendar a complementação
com copo ou colher
- Usar antibiótico e/ou anti-inflamatório e/ou analgésico
- Se possível, colher amostra do leite para cultura e antibiograma
Mastite - Tratamento

Mastite grave ou abscesso mamário:


- Suspender temporariamente a amamentação na mama comprometida
- Amamentar com menor frequência na mama comprometida ou ordenhar
a cada 3 horas, com cautela
- Aguardar a formação de pontos de flutuação
- Usar antibiótico, anti-inflamatório e anti-térmico/analgésico
- Repouso
- Não usar compressas de água quente ou fria
- Drenagem cirúrgica

Caso a amamentação tenha sido suspensa na mama comprometida, reiniciá-la logo


que haja presença de fluxo lácteo e ausência de pus nos poros mamilares..
Exemplo – Cálculo de VET

GPG : ganho peso gestacional ; PPG: peso pré gestacional : PP : pós parto

Fonte : Accioly & Saunders,2012


Exemplo – Cálculo de VET

GPG : ganho peso gestacional ; PPG: peso pré gestacional : PP : pós parto

Fonte : Accioly & Saunders,2012


Rede possui 224 BLHs distribuídos
em todos os estados do território
nacional, alguns com coleta
domiciliar, 214 postos de coleta de
leite humano (PCLH).

O modelo brasileiro é reconhecido mundialmente pelo desenvolvimento tecnológico


inédito que alia baixo custo à alta qualidade, além de distribuir o LH conforme as
necessidades específicas de cada bebê, reduzindo a mortalidade neonatal.
Banco de Leite Humano - História

▪ O primeiro Banco de Leite Humano (BLH) do Brasil foi implantado em outubro de


1943 no então Instituto Nacional de Puericultura, atualmente Instituto Fernandes
Figueira (IFF) , vinculado a FIOCRUZ no Rio de Janeiro
▪ O objetivo na época era oferecer a recém nascidos o leite humano ordenhado em
situações nas quais a amamentação não podia ser realizada
▪ As doadoras eram em sua maioria mulheres pobres, que encontravam na
comercialização do leite uma forma de sustento, que estimulava inclusive a paridade
em muitas delas
Banco de Leite Humano - História

▪ No período de 1943 a 1985, os Bancos de Leite Humano funcionaram no Brasil


com o único propósito de obter leite humano
▪ Com o Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno, a partir de 1985, os
Bancos de Leite passaram a assumir um novo papel: o de promoção, proteção e
apoio ao aleitamento materno
▪ A Rede de Banco de Leite Humano (Rede BLH) passou a se construir de forma
progressiva, sustentada por trabalhos de investigação e de desenvolvimento
tecnológico, voltados para otimização das condições operacionais dos Bancos de
Leite Humano no Brasil
Política Nacional de Aleitamento Materno

• O BLH é serviço especializado responsável por ações de promoção, proteção e apoio ao


aleitamento materno, além da execução de atividades de coleta, processamento e
distribuição do leite humano ordenhado (LHO) com qualidade certificada
• O que é a Rede Brasileira de BLH ?
• É uma iniciativa do Ministério da Saúde, por intermédio de uma parceria entre o Instituto
Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira da
Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz) e o Departamento de Ações Programáticas e
Estratégicas da Secretaria de Atenção à Saúde (DAPE/SAS)
• Sua missão é promover a saúde da mulher e da criança, mediante a integração e
construção de parcerias com órgãos federais, as unidades da federação,
municípios, iniciativa privada e a sociedade, no âmbito de atuação dos BLHs.
Rede Brasileira de BLH – Assistência ao AM

▪ Manejo Clínico da Lactação


▪ Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC)
▪ Bases do Aconselhamento Rogeriano (centrada na nutriz)
▪ Norma Brasileira de Comercialização
▪ Legislação sobre BLH
▪ RDC-ANVISA nº. DE 171, de 04 de setembro de 2006. Dispõe sobre o
Regulamento Técnico para o funcionamento de Bancos de Leite Humano
(http://www.redeblh.fiocruz.br/media/rdc_171.pdf)
▪ Manual sobre o funcionamento do BLH. ANVISA 2008
(http://www.redeblh.fiocruz.br/media/blhanv2008.pdf)
Rotinas de BLH – Operacionalização

Fonte :
IFF/FIOCRUZ
Rotinas de BLH

▪ Leite Humano Ordenhado Cru (LHOC) coletado sob a responsabilidade do banco de


leite humano/posto de coleta, em ambiente interno ou externo ao BLH/posto de coleta
▪ Leite Humano Ordenhado Pasteurizado (LHOP) : leite humano cru que após o
recebimento pelo BLH será processado (submetido a pasteurização à 62,5º por 30
minutos) para ser armazenado e posteriormente distribuído para a unidade de UTI
neonatal ou outro BLH
▪ Exame Microbiológico : Trata-se de teste simplificado para detecção de coliformes
totais. Realizado com amostra (4ml) coletada de cada frasco de leite humano ordenhado
pasteurizado.
Rotinas de BLH

▪ Controle de Qualidade Microbiológico: Todo frasco de leite humano pasteurizado é


avaliado individualmente do ponto de vista microbiológico, para garantir a inoquidade
do produto e zerar o risco biológico para o consumidor.
▪ Resfriamento rápido até o produto atingir a temperatura final de 5ºC: O tratamento é
realizado para eliminar quaisquer microorganismos patogênicos que possam estar
presentes no leite humano, em decorrência de contaminação ambiental ou primária.
Todos os microorganismos patogênicos conhecidos são inativados pela pasteurização.
▪ Crematócrito : Técnica analítica para determinação do teor de creme, que permite o
cálculo do teor de gordura e do conteúdo energético do leite humano ordenhado.
Realizada com amostra coletada de cada frasco de leite humano ordenhado cru
▪ Acidez Dornic: Técnica para determinação da acidez titulável, método Dornic.
Realizada com amostra coletada de cada frasco de leite humano ordenhado cru
Rotinas de BLH

▪ Estocagem: Depois de passar pelo Controle de Qualidade Microbiológico, todo


leite humano pasteurizado é mantido sob congelamento a uma temperatura de
18º C negativos, por um período máximo de 6 meses. Este é o prazo de validade
▪ Distribuição: Uma vez liberado pelo controle de qualidade, o leite humano é
considerado apto para o consumo. Sua utilização é definida pela prescrição de um
médico ou nutricionista, que relacione as necessidades específicas de cada
receptor às características imunoquímicas do leite humano a ser consumido
Rotinas de BLH

▪ O nutricionista é responsável pela gestão da rotina no BLH e no controle de


qualidade em todas as etapas do processo desde o recebimento até a distribuição
(Sistema HACCP : Análise de Perigos e Controle de Pontos Críticos)
▪ Acompanhamento clínico dos receptores de leite humano: Todo banco de leite
humano é responsável pelo acompanhamento da evolução clínica de cada
um dos pacientes neonatais alimentados com leite humano.
Ordenha manual:
Sem refrigeração: 6h
Com refrigeração: 24h
Congelamento: 30 dias
Relactação
Relactação
Translactação
Leite Humano Processado: a quem se destina

▪ A doação de leite humano passa pelo processo de coleta, processamento e distribuição


do leite humano para bebês prematuros internados de baixo peso (menos de 2,500g) e
com patologias, principalmente do trato gastrointestinal, e que não podem ser
alimentados diretamente pelas próprias mães.
▪ Todo o leite doado é analisado, pasteurizado e submetido a um rigoroso controle de
qualidade antes de ser ofertado a uma criança, conforme rege a legislação que
regulamenta o funcionamento dos bancos de leite humano no Brasil, a RDC Nº 171.
▪ Após análises das suas características, o leite é distribuído de acordo com as
necessidades específicas de cada recém-nascido internado.

Além de apresentar excesso de leite, a doadora deve ser saudável, não usar medicamentos
que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e a doar o excedente a um BLH
Amamentação Cruzada - Perigos

▪ Muitas mulheres com leite excedente optam por doar diretamente para outro bebê, cuja
mãe apresente alguma dificuldade com o aleitamento. No entanto, essa prática, bastante
disseminada pelas amas-de-leite no passado, não é recomendada
▪ Contraindicado formalmente pelo MS e pela OMS, a amamentação cruzada, traz
diversos riscos, podendo transmitir doenças infectocontagiosas, sendo a mais grave o
HIV/Aids.
▪ A mãe com leite excedente pode doá-lo ao BLH. O leite doado passará por um
processo de seleção e classificação, pasteurização e controle de qualidade
microbiológico, garantindo qualquer possibilidade de transmissão de doenças e oferece
ao bebê receptor um leite de qualidade certificada e segurança alimentar e nutricional.
http://www.redeblh.fiocruz.br

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