Panorama e cadeia produtiva da bubalinocultura

● As espécies utilizadas na bubalinocultura, pertencem a família Bovidae, e a

subfamília Bovinae. Dividindo-se em gêneros: Bison (amaricano), Syncerus(africano)
e Bubalus (asiatico)
● B Bubalus → Búfalos domésticos.
● Bison Bison → posterior desenvolvido e traseira menos desenvolvida
● Syncerus cafer cafer → topete
● 1895 foram importados 200 búfalos da raça mediterraneum da itália para o brasil, na
ilha do marajó, devido a sua característica exótica e não zootecnia.
● 1900 → animais importados da índia, itália, trindade e tobago → rebanhos com
características zootécnicas
● Características Zootécnicas: adaptabilidade, rusticidade, fertilidade (>80%),
longevidade( até 20 anos)
● ABCB → criada em 1960
● Ações importante da ABCB: formação de núcleos regionais de produtores,
assistência técnica, assistência a comercialização, registros genealógicos (1970) e
provas zootécnicas
● Sudeste e sul → principal objetivo é a produção de leite
● Exploração: leite, carne, trabalho, couro e turismo.
● couro do bovino: 2,5
● couro do bovino: 8,5 porém mole

CADEIA PRODUTIVA
Produtores: Nível de tecnificação está associado com o objetivo de exploração
→ Geral:
- duplo propósito ( carne e leite) de subsistência → distribuídos norte e nordeste do país
- Especializados na produção de leite e derivados → 30%
- Especializados na produção de carne→ 70%

● Rebanho de subsistência = 20 animais - propósito de carne e leite, e venda de

animais.
● Produção de carne (norte a sul): criação de animais no sistema extensivo em
pastagens nativas ou cultivadas e semi-intensivo em pastagem cultivadas, com
rebanhos pequenos a grandes de 20 a 1000 ou mais animais.
 ● A carne de búfalos, diferencia-se dos de bovinos devido ao teor de Lipídios, calorias
e colesterol menores.
● O leite ( Sudeste e Sul): Criação de animais no sistema extensivo em pastagens
nativas ou cultivadas e semi-intensivo em pastagem cultivadas, com rebanhos
pequenos e médios, com rebanhos de 20 a 300 animais. → foco da produção de
Mozzarela
● Leite bovino e de búfalo apresentam teores semelhantes, diferenciando-se no teor
de sólidos. Leite de búfalo tem mais gordura
● Leite de búfala é mais saudável
● Rendimento maior ( 5kg vs 8kg)

Limitações
- Pouco conhecimento
- Supervalorização da rusticidade do animal
- Preconceito com o animal
- Ausência pagamento diferenciado pelo produto
- Preconceito do consumidor
-
Características e raças de bubalinos

Bubalus bubalis é divido em duas subespecies, de acordo com o seu habitat:

- Búfalos de rio - Bubalus bubalis bubalis ( water buffalo, River Bufalo)

- Búfalo de pântano - Bubalus bubalis kerebau ( Swanp buffalo)

Bubalus Bubalis Bubalis

- desenvolveram na índia e Paquistão
- preferência de água clara e profundas
- cromossomos = n 50
- Murrah, Mediterraneo e Jafarabadi

Bubalus bubalis kerebau

- Sul da ásia → animais de trabalho
- preferência por buracos pantanosos feitos com os próprios chifres
- cromossomos = n48
- Carabao
Cruzamentos
Subespécies bubalis x kerebeu → mestiço 49 cromossomos e fertil, com menor fertilidade,
por produzir gametas com 24 a 25 cromossomos.
Espécies bubalus bubalis x bos taurus → Não tem como gerar descendentes, devido ao
número de cromossomos e a estrutura cromossômica são muito diferentes.

CARACTERÍSTICAS

Adaptabilidade
- Criados em regiões com temperatura de 0 a 45°C
- Necessitam de sombreamento e lagos para banho → devido a dificuldade do animal
em regular a temperatura corporal
- Sensíveis a radiação solar: devido a cor da pele, que é negra, menor quantidade de
glândulas sudoríparas ( 100 a 200 n/cm), espessura da epiderme ( machos 6,5 a
6,8mm e fêmea 6,0 a 6,4mm) aumentam com a idade.
- Lama auxilia no controle térmico e proteção de ectoparasitas

Rusticidade
- Maior resistência a enfermidades
- Hábito alimentar: melhor adaptados ao consumo de volumoso, poucos seletivos,
maior aproveitamento de alimentos de baixo valor nutricional
- Maior aproveitamento das fibras → devido a digestão
- Melhor aproveitamento do alimento que os bovinos

Comportamento e temperamento
- Hábito gregário = convivem em rebanho
- Hábito de coçar = retirar a lama presa ao corpo
- Hábito andarilho = movimentam-se muito a noite, a busca de locais seguros
- Dóceis - mansos quando manejados corretamente
- Fácil adaptação a rotina de manejo
- Respeitam rotinas propostas

Precocidade
- Machos com 24 a 36 meses = 400 a 550kg
- Fêmeas com 30 e 36 meses = 1ª cria → tardias em relação ao CIO

Longevidade e Eficiência Reprodutiva

- Vida util é de 20 anos em média
- Gestação = 10 meses (305 dias )
- Taxa de natalidade = 75 a 85%
- Taxa de mortalidade menor ou = 4%
Produção de leite
- Sistema extensivo = 3 a 4 kg /dia
- Sistema intensivo = 15kg/dia
- lactação de 180 a 300 dias
- Produção 1600 a 3000kg
Produção de Carne
- Desempenho 1 a 1,3 kg/dia em sistema intensivo
- Peso ao abate = 450 a 500 kg
- Rendimento da carcaça = 50 a 53%
- Espessura de gordura subcutánea de 3 a 5mm
 - Gordura branca
- Colesterol menor

Características Especiais
- cascos largos e fendados são muito duros, o que permite o trabalho com as patas
mergulhadas na lama ou na água
- Articulação de boleto, com até 180° de flexibilidade proporcionam a redução do
esforço de sucção ao se deslocar em solos moles ou lamacentos
- Estrutura corporal, especialmente a distribuição de peso corporal sobre os membros,
proporciona grande força de tração

RAÇAS

Murrah
Origem: Sul de Pujab, Índia
- Destaca-se na produção de leite
- Potencial leiteira no brasil
- Lactação: 300 dias
- Produção = 1500 a 4000L
- Produção diária no pico = 25L /dia
- Leite com maior teor de gordura = 6,5 a 10% ( média 7,5%)
- Peso ao nascer = 36 a 38kg
- Peso fêmeas adultas = 430 a 500kg
- Peso machos adultos = 530 a 575 kg
- Morfologia: cabeça leve e chifres curtos, espiralados, enrodilhando-se em anéis
na altura do crânio , cor da pele e dos pelos são preto azeviche, pelo grossa, que
permite a sua adaptação ao frio
- Animais profundos, com boa capacidade digestiva

Jafarabadi
Origem Gujart, oeste da índia
Raça compacta e de maior porte existente no Brasil e no mundo
- Maior exigência nutricional
- Mais tardia
- Dupla aptidão, voltado mais para a carne
- Morfologia: pelagem de cor preta, manchas brancas na cabeça e na parte inferior
dos membros e chifres pesados e largos que estendem-se para baixo, às vezes
cobrindo os olhos, e na extremidade viram-se para trás formando um rolo
- Variedades
- Gyr - com o chifre não muito desenvolvido, menor porte e ossatura, cabeça e
membros mais leves, Chifres mais longos e de espessura menor, com curvatura e
harmônica
- Palitana - Maior porte que a Gyr, largura e comprimento da cabeça são maiores,
chifres mais curtos e mais grossos, com a mesma conformação de Gyr, olhos mais
fechados e cobertos pelos chifres
- Peso ao nascer = 34 a 37kg
- Peso femeas adultas = 550kg em média
- Peso machos adultos = 800 a 1000kg, com 600kg em média
 - Lactação de 300 dias
- Produção = 1800 a 2700L
- Potencial alcança = 500L com 16,4 L/ dia em média

Mediterraneo
Origem: Itália
Denominação: búfalo preto ou búfalo italiano
- compactos e de médio porte
- Dupla aptidão (carne e leite), mas é mais explorada para a produção de leite
- Lactação de 300 dias
- Produção de 1000 a 4000l
- Peso ao nascer = 39 a 42kg
- Femeas adutas = 600kg
- Machos Adultos = 700 a 800kg

Morfologia: pelagem cor cinza escura, marrom escura e preta, cabeça comprida e
fina, apresenta pêlos compridos e escassos na borda inferior da mandíbula,
despigmentação parcial da íris dos olhos. Possuem chifres longos, fortes e
grossos, de seção ovalada ou triangular, dirigidos para fora, para tras e para
cima, terminando em forma circular ou de lira

Carabao
Origem: Indonésia e Filipinas
Denominação: Búfalo rosilho, trator do oriente
- Dupla aptidão ( carne e tração), é mais utilizada para tração e montaria
- Maior rebanho na ilha de Marajó
- Peso ao nascer = 28 a 32kg
- Femeas adultas = 450 a 500kg
- Machos adultos = 600 a 700kg
- Morfologia: pelagem mais clara ( rosilho) devido ao habitat, cabeça com
forma triangular, chifres grandes e pontiagudos voltados para fora, para
trás e para cima
-

Comportamento e manejo reprodutivo de bubalinos (12/05/2021)

Eficiência reprodutiva: Maior influência de fatores ambientais do que genéticos.

Fatores ambientais : fotoperíodo , clima ,manejo nutricional.
Fatores genéticos : comportamento reprodutivo da espécie .
Fêmeas : poliéstricas estacionais de dias curtos manifestam o cio com a
diminuição do fotoperíodo. A ação de luminosidade tem enfoque na glândula
pineal(regula o funcionamento do organismo).
Glândula pineal pinealócitos triptofano
Quando temos dias de maior luminosidade o triptofano será convertido em
serotonina levando as fêmeas ao anestro.
 Quando tem uma menor luminosidade o triptofano será convertido em
melatonina que em grandes concentrações irá induzir o Estro nas fêmeas.
Ciclo estral características : varia de raça para raça e de local para local.
Duração : varia de 18 a 32 dias / média de 21 dias.
Estro : varia de 5 a 27h/ média de 15h.
Ovulação : varia de 6 a 30h após aceitar a monta / média de 17h após aceitar a
monta.

Sinais de manifestação do Cio : aceitação da monta , vulva edemaciada , micção

frequente , cauda erguida, mugido frequente e descarga de muco vaginal.
Fêmeas : puberdade, ocorre entre 15 a 30 meses , o mesmo é influenciado pela
raça.
Raças mais precoces Murrah , Mediterrâneo tardias : Jafarabadi e carabao

Primeira cobertura : crescimento das novilhas deve ser monitorado (continuo e

moderado);
• Novilhas: devem apresentar de 60 a 65% do peso adulto (referencia é a
média do plantal);
• Média Brasil = 18 meses de idade e 340kg de PC;
Pos – parto ANESTRO
Fortemente influenciado por fatores ambientais , recuperação pós parto(puerpério)=
30 dias
Retorno ao cio =40 a 60 dias pós –parto.

Fêmeas terão 30 dias para se recuperar do parto, e após isso terá 29 dias em
atividade reprodutiva (concepção) e era permanecer em gestação por 306 dias. O
grande desafio e fazer com que essas fêmeas tenham um intervalo entre partos de
1 ano.

MACHOS
Explora o potencial de crescimento : continuo e acelerado.
Puberdade = 8 a 9 meses
Maturidade sexual: 18 a 24 meses
Avaliação andrológica antes de iniciar a atividade reprodutiva:teste de libido e
qualidade do sêmen.
Relação touro: búfalo na estação de monta
Sistema extensivos = 1:20
Sistema intensivos = 1:50

FOTOPERÍODO
Fêmeas são poliéstricas estacionais de dias curtos , maior frequência de cios entre
Março e Junho , estacionalidade reduz com a diminuição da latitude (maior
proximidade da linha do Equador).
Fêmeas localizadas mais próximas à linha do equador , são consideradas não
estacionais ou seja apresentam cio o ano todo. Já as fêmeas localizadas mas na
região sudeste e sul do Brasil são consideradas estacionais ou seja apresentam cio
durante o inverno.
• Clima : Temperatura , umidade relativa e precipitação pluviométrica , afetam o
conforto térmico desses animais. Maior interferência em ambiente tropical, em
ambientes mais quentes. Estresse ao calor reduz a libido , maior frenquencia de
cios e coberturas no período noturno.

MANEJO NUTRICIONAL
Sistemas extensivos e semi-intensivos a pasto predominam no Brasil.
Quantidade e qualidade da forragem disponível
Estratégias adotadas em cada ambiente : tropical suplementação no período seco/
temperado forrageiras de inverno.
Escore de condição corporal : Avaliação subjetiva da deposição de gordura
(reservas energéticas).
Escala de 5 pontos:
• ECC=1,0 pontos muito magras
• ECC=3,0 pontos moderada
• ECC 5,0 pontos muito gorda
COMPORTAMENTO REPRODUTIVO
Maior frequência de coberturas no período noturno, baixa ocorrência de
comportamento onde as búfala montam uma sobre as outras. Por isso tem um
maior dificuldade de detectar o cio nas fêmeas , por isso faz o uso de rufiões.
Atividade de monta é semelhante aos bovinos(reação de flehmen , cortejar e
montar);

ESTAÇÃO DE MONTA
Implementação depende da localização geográfica da propriedade (estacionalidade)
Objetivo da produção:
Leite = não é interessante.
Carne= melhor organização das atividades de manejo.
É possível desestacionalizar as búfalas utilizando protocolo de IATF.

Já a janela para programar a estação de monta nessa região é de maio a junho ,

com maior frequência de cio. Parição ocorre entre fevereiro e abril, e o desmame de
agosto a dezembro. Fotoperíodo nessa localidade influencia no ciclo das fêmeas.
Desvantagens: EM ocorre no início do período seco ou no período de
estabelecimento dos pastos de inverno. Pode reduzir a taxa de fertilidade
Parição ocorre no final do período das águas/ final do verão, menor produção de
leite durante a lactação.
Vantagens : Terço final de gestação ocorre no início do período das águas /
primavera –verão. Fêmeas irão ter um melhor aporte nutricional. nascimento de
bezerros pesados.
Desmame ocorre no inicio do período das águas , primavera-verão. Melhor
condição nutricional pós desmame.

O Cio irá depender nessa região da disponibilidade de alimentos.

Desvantagem : terço final de gestação ocorre no período seco nascimento de

bezerros leves.
Desmame ocorre no período seco pior condição nutricional pós desmame.
Vantagens : Em ocorre no período das águas maior taxa de fertilidade maior
produção de leite durante a lactação.

ASPECTO IMPORTANTES DA EM
Condições para estabelecer a Em
Disponibilidade alimento: planejamento forrageiro bem definido, correto manejo das
pastagens , suplementação quando necessário.
Infraestrutura e ambiente: áreas de pastagens subdivididas em piquetes , áreas de
sombreamento , acesso a açudes ou lagos. (proporcionar meio conforto térmico).
Uso da inseminação artificial
Para se usar precisa de uma maior eficiência na detecção de cio: responsabilidade ,
habilidade e conhecimento especifico do observador, vistorias diárias , no mínimo
umas duas vezes ao dia (manhã e tarde) por 40 minutos a cada vistoria, não
estressar o animais durante o cio.
Formar lotes de 50 a 60 búfalas, utilizar rufiões para detectar o cio nas fêmeas ,
manter a relação de rufião: búfala =1:25.

Uso do Rufião: Machos vasectomizados ou com desvio lateral do pênis

Características : grande porte , expressar comportamento de dominância , BA
libido , idade entre 24 e 36 meses.

Vantagens da inseminação artificial : acelera o melhoramento genético do rebanho,

reduz custo com a compra e manutenção de touros na propriedade , maior
produção de bezerros por touro ao ano, melhor controle sanitário.
Protocolo : realizado 12 a 24 após a detecção do cio ; um período (manhã ou
tarde)=mesmo protocolo de bovinos; dois períodos (manhã e tarde)=inseminar
quando não aceitar montar.
IATF: favorece a desestacionalização das búfalas, permite programas a época de
nascimento dos bezerros.

Manejo de bubalinos para produção de carne (25/05/2021):

Rebanho destinado para a produção de carne corresponde a 75%

Sistema adotado : No nordeste e Norte é o extensivo --: uso de pastagens nativas e

várzeas e pastagens cultivadas.

Sistemas Semi-intensivos: Sudeste e Sul.(área tropical)

Pastagens cultivadas à pastos diferidos para uso no período seco na região sudeste

Forrageiras de inverno na região Sul.

E quando necessário neste sistema é usado a suplementação. (sal proteinado ou

suplemento concentrado).

Os bubalinos são mais eficientes que os bovinos no aproveitamento dos alimentos ,

então o uso dessas tecnologias de suplementação vindas da bovinocultura podem
nos bubalinos desempenhar papéis melhores.
Raças para corte : Murrah(porte médio e compacta), mediterrâneo(porte médio) e
Jafarabadi(porte grande e robusta) possuem um desempenho produtivo melhor para
carne.

Criadores : menos especializados que criadores de bovinos de corte , a maioria

produz em ciclo completo , e produtores de carne absorvem bezerros machos de
produtores de leite. (machos produzidos na produção de leite , irão ser enviados par
produção de carne).

Fases de criação divisão :

Cria: nascimento até o desmame , categorias à búfalas(bezerros) , touros e rufiões

Recria: desmame até o final da puberdade , categoria à bezerros recém

–desmamados (novilhos e novilhas).

Terminação: Final da puberdade até o abate , categorias à búfalos magros e búfalas

de descarte(búfalos e búfalas gordas à abate).

Maturidade corporal aos búfalos são mais precoces que os bovinos.

Na fase de cria começa desde o nascimento dos animais até seis ou oito meses de
idade e o mesmo deve apresentar 180kg e neste período ocorre o desmame dos
bezerros.

Fase de Recria: se inicia a partir do desmame de bezerros de estendendo até 15

meses onde os animais tem que apresentar de 320 a 350kg. Quando o bezerro é
desmamado a puberdade pode se apresentar a qualquer momento.
Fase de terminação: pode variar de 18 a 24 meses , depende do peso final que o
produtor quer ter(mais comum animais abatidos com 24 meses , peso 450kg). E
esse peso final dos animais será influenciado diretamente pelo manejo alimentar.

Importante : bubalinos podem atingir o peso de abate entre 18 a 24 meses de idade;

Nesse caso : cria à recria à abate

Baby búfalo : animais abatidos com menos de 24 meses de idade , peso de abate é
de 450kg (considerado uma carne premium).

Não existe fases engessadas como na bovinocultura.

FASE DE CRIA

Realizada a pasto(produção de búfalos no Brasil é mais a pasto);

Desempenho esperado do bezerro é de um ganho de peso de = 0,70 a 1,00 kg/dia

Práticas de manejo : em búfalas no pré parto e bezerros.

Manejo de Búfalas : formas lotes de parição logo após a EM, manejar os lotes
apenas quando necessário durante a gestação, e conduzir e manejar os lotes com
calma “ao passo do rebanho”. E ao final da gestação, conduzir os lotes aos piquetes
maternidade.

As fêmeas após colocadas no piquete maternidade irão permanecer até 30 dias pré
parto até 15 dias após o parto.

Vistoria dos lotes deve ser realizada duas vezes ao dia (manhã e tarde).

Piquetes maternidades usados com características semelhantes aos utilizados com

vacas de cria (forrageiras com portes mais baixos , para favorecer o monitoramento
do lote de 20 a 30cm). à permitir o acesso dos animais a rios ou açudes para que os
animais se refrescam)

Obs: deixas as búfalas em paz , ou seja , intervir se realmente for necessário (pois
pode ocasionar demora no parto, dificuldade para parir o bezerro).

Manejo de bezerros: cuidados com o cordão umbilical , tratamento com solução de

iodo 10% por 3 a 5 dias.

Identificação: registro do nascimento e aplicação de brinco.

Pesagem : controle zootécnico do bezerro e da búfala.

Vermifugação : aplicação de vermífugo de amplo espectro (ivermectina) via
subcutânea à 1ª semana de vida (repetir aos 2,4 e 6 meses de idade)

Descorno ou mochação : fazer ou não ?? (OPCIONAL)

Pra que serve os chifres: para identificação das raças , e podem servir para
artesanatos com chifres de animais adultos. E também de ser usado para defesa
dos animais.

Vantagens : facilidade no manejo e no transporte de animais , menor ocorrência de

acidente (instalações e brigas), menor necessidade de manutenção e cercas ,
aparência mais jovem facilita a comercialização.

A desocorna ou mochação pode ser realizada através da cauterização a ferro

candente até trinta dias de idade.

Outro manejo realizado na fase de cria e a suplementação de creep feending :

acelera o desenvolvimento dos pré-estômagos , reduz a dependência pelo leite
materno e eleva o peso ao desmame.

Creep feeding à ajuda na ingestão de leite reduz a partir de 3 meses de idade

O peso do bezerro : 115kg de PC.

Concentrado = 22,5% de PB e 70% de NDT

Quantidade : 0,60 a 0,90% de PC/dia ; 1,00 a 1,50kg/dia. (essa recomendação e

adaptada geralmente usada em bovinos nelore).

Desmame : Realizado entre 6 a 8 meses de idade , bezerros são separados das

Búfalas.

Bezerros são colocados em piquetes de pasto de boa qualidade, búfalas conduzidas

a piquetes distantes.

Uma forma de reduzir os estresse por desmama é realizar o fornecimento de

concentrado após o desmame , e fazer o amadrinhamento desses animais , ou seja
aproveitar as búfalas de descarte para manter eles mais calmos.

No desmame também realizar a separação dos lotes em machos e fêmeas (pois os

búfalos iniciam a puberdade muito cedo).

FASE DE RECRIA
Realizada a pasto , crescimento contínuo e desempenho esperado é de 0,350 a
0,600kg/dia.... Macho = explorar o potencial de ganho de peso. Fêmeas evitam a
deposição excessiva de gordura.

Exigências nutricionais : considerar de zebuínos

Práticas de manejo :

Marcação :

A ferro candente : local , na linha do jarrete ou chifres .Chifres do lado direito (logo
da ABCB), e do lado esquerdo (número do animal). à realizada em animais com
chifres mais desenvolvidos .

Problemas na marcação do couro a ferro candente : para que não tenha distorção
usa o sistema TVI da ABCB.

Problemas na marcação do chifre em ferro candente : número pequenos , e podem

desaparecer devido ao desgaste.

Marcação criogênica : Uso de marcadores resfriados em nitrogênio líquido ,

destruição de melanócitos e nascimento de pêlos brancos.

Para realizar o procedimento deve-se realizar a contenção do animal e a aplicação

de Tricotomia da região da marcação.

Castração dos búfalos : faz ou não?

A mesma não é necessária à é considerado um animal mais dócil , pensando na
concentração de gordura já considerado um animal mais precoce, carcaças
naturalmente bem acabadas. (pode ocasionar um estresse nos animais).

FASE DE TERMINAÇÃO

Realizada a pasto ou em confinamento.

Fase de baixa eficiência de crescimento : a dieta deve proporcionar o GPD elevado.

Duração de 3 a 6 meses.

Desempenho esperado nessa fase :

GPD no pasto : 0,600 a 0,900kg/dia

GPD no confinamento : 1,100 a 1,700kg/dia.

Características do animal terminado : teor de gordura corporal à total =27%

(cobertura,visceral e marmoreio). Espessura de gordura subcutânea =3 a 5 mm

Peso de abate: 450 a 500kg

Carcaça: rendimento =50 a 53% e o peso de 16 a 18@ (240 a 270kg);

Características organolépticas : cor , maciez, textura e sabor, semelhante a carne de
bovinos.

Gordura : cor branca (ausência de carotenóides).

Composição nutricional : baixo teor de colesterol , menor teor de energia (carne

light).

Estímulo da produção para : atender consumidores mais exigentes , atender

mercado de carnes Premium e gourmet.

MANEJO DE BUBALINOS PARA PRODUÇÃO DE LEITE (AULA 5)

→ O leite de búfala é o 2º mais produzido no mundo, representa 15,1% do total

→ Os principais produtores são – India, Paquistão e Chiba – subsistência

→ Itália – produção comercial (leite e derivados)

→ No Brasil o rebanho destinado para produção de leite é 30% - pouco

representativa quando comparada a produção de carne.

→ Sistemas de produção: extensivo – região norte e nordeste, mais voltado a

subsistência; semi intensivo e intensivos – região sul e sudeste (principalmente
região sudeste), destinado a área comercial em geral para produção da muçarela.
 → O sistema extensivo representa 34,5% das propriedades

→ O sistema semi-intensivo representa 55,2% das propriedades

→ O sistema intensivo representa 10,3% das propriedades

Raças

→ Murrah – porte médio e compacta (89,7%)

→ Mediterrâneo – porte médio (31%)

→ Jafarabadi – porte grande e robusta (10,3%)

→ As três raças são de dupla aptidão

→ A raça Murrah é mais utilizada devido a facilidade de atender as suas exigências

nutricionais

Ciclo produtivo da búfala leiteira

→ Lactação – 180 a 300 dias, com uma média de 270 dias (9 meses de lactação)

→ Periodo seco – interrupção da lactação, duração de 65 dias

→ Transição – gestação à parto à lactação, duração de 60 dias (fixo)

→ 306 dias de gestação

→ No sistema extensivo – 3,5 kg/dia/leite, Semi intensivo – 11,7kg/dia/leite, Intensivo

– 18,6 kg/dia/leite à Raça Murrah

Manejo de Ordenha

1 – Condução ao curral de espera – Búfalas aguardam a ordenha

2 – Condução à sala de ordenha

- Banho – é opcional, mas é realizado com o intuito de limpeza devido ao hábito de se

banhar na lama.

3 – Ordenha – Posicionamento das búfalas na ordenhadeira, higienização dos tetos

(pré-dipping), colocação das teteiras, ordenha e retirada das teteiras, higienização dos tetos
(pós-dipping), liberação das búfalas para o se alimentar.

Ordenha manual – balde ao pé, fila indiana – sistema extensivo, baixa tecnificação

Ordenha mecanizada – paralela, espinha de peixe, carrossel.

4 – Condução ao curral de alimentação – búfalas devem permanecer o maior tempo
possível em pé, o fechamento do esfíncter dos tetos ocorre 2 horas após a ordenha, até 2
horas pós ordenha – risco de infecção por microrganismos patogênicos (Mastite)

5 – Condução aos piquetes de pasto – após 2 horas da ordenha

Frequência de Ordenha

→ Depende do manejo realizado com o bezerro, os bezerros permanecem com as

búfalas ate 4 meses, porque? Porque ter o contato com o bezerro estimula a
produção leiteira.

→ Com bezerro ao pé – apenas uma ordenha no período da manhã (menor consumo

durante o leite), bezerro permanece com a búfala após a ordenha, desmame
ocorre aos 3 e 4 meses – redução da produção leiteira.

→ Sem bezerro ao pé – duas ordenhas (manhã e tarde), adaptação do bezerro a

separação da búfala:

Mês 1 – uma ordenha no período da manhã

Mês 2 – duas ordenhas (manhã e tarde)

Bezerro é desmamado (apartado da femea na ordenha) aos 60 dias

A habilidade materna da búfala é maior que da vaca

→ O contato visual entre búfala e bezerro reduz o estresse para ambos

→ Os bezerros devem ser bem alimentados após o aparte

Separados aos 60 dias:

- Fornecer leite até 3 meses se necessário

- Quantidade = 4 a 5/L dia fracionada em 2 refeições

- Adaptar ao alimento sólido de boa qualidade

→ Pós desmame (3 a 4 meses)

- pastos de boa qualidade

- se necessário, suplementação concentrada semelhante à fornecida em creep feeding

Período Seco

→ Ocorre a interrupção da lactação e o terço final de gestação

 → Duração: média – 65 dias

Variação – 35 a 155 dias

→ Como é realizado o manejo de secagem:

→ Secagem abrupta

1 - Cortar o fornecimento de alimentos de boa qualidade (concentrado) na ultima semana de

lactação

2 - No dia da secagem, realizar a ultima ordenha pela manhã

3 - Aplicar antibiótico intramamário de longa ação (LA)

4 - Liberar para o lote de búfalas secas no pasto

→ Após o manejo de secagem – não limitar o consumo de água, fornecer forragem

de qualidade baixa-intermediária, piquetes ou currais para búfalas secas devem
estar distantes da área de ordenha. O leite produzido e não secretado é
absorvido pelas células secretoras do úbere. Tampão de queratina é formado nos
canais dos tetos, a secagem completa deve ocorrem em 2 semanas.

→ Búfalas secas: preparo para nova parição e lactação, recuperar ECC se

necessário, suprir a demanda nutricional no terço final de gestação à maior
desenvolvimento fetal, melhorar a condição nutricional. Deve manter os animais
no ECC de 3 – 4.

Período de transição

→ Transição entre final da gestação, parto e inicio da lactação

→ Duração de 60 dias, dividido em: pré parto – 30 dias

Pós parto – 30 dias

→ Preparo para iniciar um novo ciclo produtivo

→ Pré parto: final do desenvolvimento fetal, desenvolvimento do úbere, produção de

colostro.

→ Parto: a búfala faz esse processo sozinha

→ Pós parto: puerpério (involução uterina), lactação

→ Manejo

→ Permanência nos piquetes maternidade = 30 dias pré parto até 15-30 dias pós
parto

→ Para búfalas o melhor protocolo é o IATF

 → Vistoria dos lotes deve ser realizada duas vezes ao dia (manhã e tarde)

→ Piquetes com características semelhantes aos utilizados com vacas de cria

→ Manter condição nutricional adequada

→ Cuidados com bezerros

- Cura do umbigo

- Identificação

- Pesagem

- Vermifugação

Qualidade do leite

→ As búfalas produzem leite com melhor qualidade nutricional que o leite de vaca,
maiores teores de sólidos e gordura proporcionam melhor rendimento na
produção de derivados, contém apenas beta caseína A2.

→ Maiores teores de cálcio, magnésio e vitamina A

→ Menor teor de sódio

→ O leite de búfala é mais saudável que o de vaca

→ O preço pago ao produtor é duas vezes maior que o leite de vaca

→ Propriedade hipoalergênica – Beta-Caseína A1→ Produz Beta Caseomorfina A7

(BCM – 7) durante a digestão – que é a intolerância a proteína do leite. Pessoas
sensíveis apresentam sintomas semelhantes ao ocasionado pela intolerância a
lactose (leite de vaca)

→ Leite de búfala: Beta caseína A2 – não produz BCM-7 à Leite A2A2 (vacas
zebuínas e búfalas) – leite hipoalergênico.

Derivados do leite de búfala

→ Mozzarella (muçarela), doce de leite, iogurte (grego), iogurte comum, queijo

marajó.

Consideração Final

→ O manejo de búfalas leiteiras para produção de leite é semelhantes ao de vacas

leiteiras, porém:

→ No Brasil, predominam os sistemas extensivos e semi-intensivos de produção,

permitindo o acesso das búfalas ao pasto
→ As búfalas produzem menos leitem se desgastam menos na lactação e se
recuperam mais rápido no período seco.

→ Os bezerros não são separados das búfalas na primeira semana de vida,

permanecendo ao pé da mãe por 2 a 4 meses

→ O leite de búfala possui composição nutricional superior ao do leite de vaca, maior

rendimento na produção de derivados e é do tipo A2A2 – o que viabiliza a
exploração de nichos de mercado.