Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RAFAEL ANDRADE
NATHALIA CÂNDIDO
RAQUEL MUNIZ
Londrina
2023
1
SUMÁRIO
1. Introdução................................................................................................ 3
2. Hábitos alimentares da espécie, podem partir, se pertinente, desde á
domesticação.................................................................................................
3. Principais alimentos destinados a espécie, mesmo que seja ração .............
4. Limitações de alimentos para à espécie (fatores anti-nutricionais ou
toxicidade) .....................................................................................................
5. Aditivos alimentares para à espécie ..............................................................
6. Exemplos de dietas completas para a espécie .............................................
2
Introdução
3
HÁBITOS ALIMENTARES DA ESPÉCIE:
4
pequenas porções, durante muito tempo ao longo de todo o dia. (Junior, 2018).
Vale a pena ressaltar que os equinos possuem algumas particularidades e por isso
sua alimentação deve ser extremamente regulada para que não haja problemas na
sua saúde, os equinos não tem a capacidade de vomitar, então não deve-se
oferecer alimentos em quantidade exagerada. Também não conseguem eructar, e
por isso não deve-se oferecer alimentos que contribuam para a formação de gases.
E seu estômago pode se romper quando está muito cheio de sólidos, líquidos ou
gases. Fazer uma alimentação regulada e tendo conhecimento das suas limitações
diminui o aparecimento de distúrbios gastrointestinais e cólica. (Junior, 2018).
Características que interferem na alimentação dos equinos:
Volumosos
Alimentos volumosos são aqueles que os alimentos têm baixo valor energético por
conta do seu alto teor de fibra, e possui mais de 18% de fibra bruta (FB). Ainda é
dividido em forragens secas e aquosas. As secas são, por exemplo: feno, palha e
casca. Enquanto as aquosas são: silagem, pastagens, raízes e tubérculos.
Esses alimentos são essenciais para os equinos, por serem herbívoros e pelo alto
teor de fibras, o que melhora a sua digestibilidade. Todo alimento volumoso ou
forrageira é composto por uma porção de água e outra de matéria seca, onde são
encontrados nutrientes como proteína bruta(PB), minerais, fibra bruta (FB), entre
outros. Os volumosos podem ser encontrados em:
5
Os alimentos volumosos ainda são divididos em gramíneas, no qual possuem alto
teor de fibra e boa resistência ao pisoteio. E as leguminosas, que possuem melhor
teor de proteína, melhor palatabilidade e baixa resistência ao pisoteio. (Junior,
2018). O quadro a seguir mostra algumas das principais características das
gramíneas:
Concentrados
6
20% de FB; exemplos: vegetais, tais como soja, amendoim, algodão. E os animais,
como farinha de carne, peixe e sangue) e energéticos (menos que 20% de FB;
exemplos: grãos, cereais, milho, arroz, trigo, sorgo, aveia). (Junior, 2018). O
próximo quadro irá mostrar os principais insumos usados nos concentrados
comerciais:
(Fonte: Junior,
2018)
7
A quantidade de alimento deve ser fornecida em várias refeições ao longo do
dia, não devendo passar de 2 kg cada uma dessas refeições.
O fornecimento de concentrado deve ser intercalado com o de volumoso.
O concentrado não deve ficar no cocho por períodos longos. (Junior, 2018)
(fonte: PRODAP)
Água
Minerais
São elementos inorgânicos essenciais para que o organismo exerça suas funções.
A necessidade dele na dieta varia com a idade, sexo, ciclo reprodutivo e estado
fisiológico. Os equinos precisam de macrominerais (cálcio, fósforo, sódio, cloro,
potássio, enxofre e magnésio), exigidos em maiores quantidades, e de
microminerais (iodo, ferro, cobalto, cobre, manganês, selênio, zinco), em menores
quantidades. São fornecidos na forma de suplemento mineral e sal mineral.
8
Energia
Feno de Alfafa
A alfafa (Medicago sativa L.) é uma leguminosa forrageira que se destaca das
demais forrageiras pela alta qualidade da forragem produzida. Pode ser utilizada
como pastejo, na forma de verde picado, feno ou silagem. O potencial produtivo da
9
alfafa atinge em média 15 ton. de matéria seca/ano, com um teor de proteína bruta
variando de 22 a 25% na MS. (Perali, 1999)
O feno de alfafa pode ser fornecido aos animais em ramos inteiros ou picado em
pedaços, mas não pode ser usado em farelos. Essa picagem é para um melhor
aproveitamento do produto, fazendo com que não haja seleção feita pelos animais.
Outras formas de comercialização do feno de alfafa são peletes e tabletes. Os fenos
de leguminosas são melhores em valores nutricionais em comparação aos fenos de
gramíneas. Feno de alfafa é um dos que apresenta melhor valor nutricional. (Perali,
1999)
Polpa Cítrica
A polpa cítrica pode ser adicionada em concentrados para equinos, em níveis de até
28% de inclusão, sem causar efeitos maléficos a sua digestibilidade (Tribucci, 2018).
É alimento básico dos cavalos de corrida, já que forma uma massa fofa no
estômago dos equinos, sendo facilmente adaptável e digestível. Destaca-se entre os
outros cereais por seu teor e qualidade proteica, que varia de 12,40 a 24,50% no
grão descascado. Possui alta porcentagem de lipídios (fonte de energia maior que
de carboidratos) que varia de 3,10 a 10,90%, distribuídos por todo o grão, possuindo
mais ácidos graxos insaturados. Seu teor proteico é superior aos demais cereais
(18%) (Souza, 2013).
10
Depois da aveia, o milho é o grão mais utilizado para alimentar os equinos.
Estudos demonstram que, para animais de trabalho, o milho atende as exigências,
mas tem que estar suplementado com um bom feno de leguminosas. O milho pode
ser fornecido aos animais de várias formas: espigas totais,espigas sem palhas,
debulhado, em quirera, moído, desintegrado com palhas, sem palhas, e etc. (Perali,
1999).
Cana-de-açúcar (Sacharina)
11
Farinha de carne e ossos
Há alguns fatores dos alimentos fornecidos para equinos, que podem mudar seu
valor nutricional . O valor nutricional do feno fornecido ao animal, pode mudar de
acordo com sua espécie e o estágio de maturação que o feno está ao corte
Diferentes espécies de plantas originam fenos diferentes. Fenos de leguminosas
(alfafa, trevos) possuem maior taxa de NDT, proteína e cálcio quando comparados
com fenos de gramíneas (tifton, aveia). As diferentes espécies também podem
resultar em diferenças estruturais no feno. A alfafa quando cortada e exposta ao sol,
seca primeiro as folhas em relação às hastes, o que pode fazer com que haja uma
perda do valor nutricional pela perda das folhas durante o manuseio. Outro aspecto
que influencia a qualidade do feno é o estádio de maturidade em que a planta foi
cortada. Fenos de plantas cortadas em estádio vegetativo (novas) possuem uma
textura suave, mais folhas, alta densidade nutricional e maior palatabilidade. Plantas
cortadas em estádios mais avançados de maturidade serão mais grosseiras, terão
uma maior relação haste : folha e consequentemente menor valor nutricional e
menor palatabilidade, na qual pode limitar o animal a digerir o alimento . Algumas
plantas podem estar contaminadas de agentes infecciosos, o que pode acarretar em
toxicidade do animal . Um exemplo, é a ingestão de alimentos contaminados por
Claviceps purpurea em éguas prenhes, podendo causar ergotismo e quadros mais
graves de aborto .
12
reflexo mamário e icterícia discreta. A mortalidade neonatal pode ser superior a
50%. A doença ocorreu em éguas PSI que estavam sendo alimentadas com grãos
de aveia que estavam contaminados com grãos de azevém infectados por C.
purpurea . O desequilíbrio Ca:P na alimentação, pode gerar uma série de distúrbios,
entre elas está a osteodistrofia fibrosa de origem nutricional ocorre em consequência
do consumo de dietas ricas em fósforo e baixas em cálcio. Pode ocorrer, também,
por dietas deficientes em Ca ou vitamina D e pela ingestão de oxalatos.
O desequilíbrio na relação Ca: P, onde o fósforo está em nível elevado, ocorre em
animais que são alimentados com dietas ricas em grãos ou subprodutos de grãos, e
que não são suplementados com Ca. Devido à hiperfosfatemia, ocorre estímulo das
paratireóides com hipersecreção de paratormônio, causando reabsorção óssea, para
elevar a calcemia. Com o estímulo constante das paratireóides, o osso é reabsorvido
e substituído por tecido conjuntivo fibroso. A osteodistrofia fibrosa, geralmente,
ocorre a diminuição da resistência ao corte e substituição por tecido mole de aspecto
gelatinoso e avermelhado, irregularidades nos cascos e má oclusão dentária,
principalmente dos incisivos. A ingestão de plantas, que contêm oxalatos, causa
osteodistrofia fibrosa. Nesse caso, há uma deficiência de cálcio, por que o mesmo
não está disponível para absorção, em consequência de estar na forma de oxalato
de cálcio, levando, também, à hipocalcemia e hiperparatireoidismo. Nas áreas de
cerrado do Brasil Central, têm sido observados eqüinos com desenvolvimento
retardado, baixo desempenho no trabalho, claudicações, emagrecimento e fratura de
membros, em pastagens de Brachiaria humidicola, as quais contêm elevados
níveis de oxalato e baixos níveis de cálcio .
Além disso, a intoxicação por compostos químicos como a Ureia e o Iodo, é um
fator bem importante de se analisar, pelo fato do uso desses componentes na
suplementação da dieta de equinos.
13
De um total de 12 cavalos de diferentes idades, 10 foram afetados. Dos 3
primeiros animais doentes, dois estavam em coma e foram sacrificados. O terceiro
animal apresentou severa depressão, incoordenação motora e alterações
proprioceptivas da marcha; permaneceu doente durante vários dias, recuperando-se
lentamente, sendo que 5 dias após o aparecimento dos primeiros sinais clínicos,
ainda eram observados discreta incoordenação e alguns tremores localizados. Os
demais animais apresentaram diversos graus de incoordenação motora e
depressão. A recuperação, nesses animais, variou de 24 a 48 horas . Nas
necropsias, não foram observadas lesões macroscópicas importantes. Ao exame
histopatológico, observou-se, no fígado, congestão e vacuolização fina do
citoplasma dos hepatócitos da região centrolobular e, no sistema nervoso central,
discreta espongiose localizada principalmente na substância branca dos tubérculos
quadrigêmeos e cápsula interna. As rações contendo farinha de soja, aumentam a
liberação de amônia, pois a soja possui uma urease que facilita o desdobramento de
uréia em amônia. A intoxicação pela uréia, ocorreu provavelmente devido à alta
concentração de uréia no azevém e, talvez, pela combinação com a soja da ração,
que facilitou a rápida liberação da amônia.
14
ADITIVOS ALIMENTARES DA ESPÉCIE
15
o peristaltismo e diminuem o risco de acidose metabólica. O capim oferecido da
forma mais natural possível é um passo para uma boa digestão e aproveitamento do
volumoso (CINTRA, 2011). Os cavalos por possuírem ceco e cólon desenvolvidos,
apresentam uma alta capacidade de aproveitar os alimentos fibrosos de boa
qualidade, principalmente se o alimento conter fibra altamente fermentescível como,
polpa de beterraba e casca de soja que por sua vez possuem pectina em sua
composição o que fornece energia para ao animal.
Para proporcionar bom desempenho atlético ou alto nível técnico desportivo em
equinos, a alta quantidade de grãos de cereais para atender as exigências
energéticas podem influenciar negativamente a capacidade digestiva intestinal
devido aos elevados teores de amido, acarretando no aumento de carboidratos
rapidamente fermentáveis no ceco-cólon e consequentemente contribuindo com a
ocorrência de alterações digestivas e metabólicas, tais como enterotoxemias, cólicas
e laminites (ARRUDA et al., 2008). Dessa forma, animais de esporte ou trabalho
devem receber no mínimo 50% da dieta um volumoso, e a ração/concentrado e
suplementos devem ser apenas um complemento. Para animais em manutenção, a
quantidade de volumoso na dieta pode chegar a 100%, sendo assim o animal
recebe apenas o alimento volumoso e sal mineral para reposição de macro e
micronutrientes (MEYER, 1995; FRAPE, 2008). Na tabela 1, é possível visualizar
recomendações nutricionais diárias para cavalos com um peso médio de 500 kg em
manutenção e associação de diferentes intensidades de exercício (adaptado de
INRA (2015)).
16
Tabela
1.
17
respectivos níveis de garantia para a alimentação de equinos. Um exemplo de dieta
para um equino atleta que reside em baia: 2kg de ração FortEqui Atleta as 7h + 3-4
kg de feno ou capim à 13h + 2kg de Ração junto com suplemento às 17h e ao final
do expediente do tratador a possibilidade de 3-4 kg feno ou capim.
Tabela 2.
18
Conclusão
19
REFERÊNCIAS
JUNIOR, J.M.D.S. Equideocultura: manejo e alimentação. Coleção SENAR,
Brasília, v. 185. n 185. p. 5-124, out/2018. Disponível em: www.senar.org.br. Acesso
em 15 abr. 2023.
PEDALI, Christiane. VALORES NUTRICIONAIS DE ALIMENTOS PARA EQUINOS:
Dissertação de Mestrado em Nutrição de Animais Monogástricos. Universidade
Federal de Lavras, Minas Gerais, V. 1, n. 1, p. 13-86, 1999.
TRIBUCCI, A. M. D. O. Palatabilidade e digestibilidade aparente de equinos
submetidos a dietas com diferentes níveis de inclusão de polpa cítrica.
Biblioteca Digital USP, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 1-1/ 2012. Disponível em:
htt://teses.usp.br/teses/disponíveis. Acesso em: 23 abr. 2023.
SOUZA, R. H. D. T. E. B. D. G. L. H. X. D. S. K. A. D. ALIMENTOS E
ALIMENTAÇÃO ANIMAL. 1 ed. Mato Grosso do Sul: editora UFGD, 2013. p 11-80
SANTOS, S.A. Recomendações sobre manejo nutricional para equinos criados
em pastagens nativas no Pantanal. Corumbá: EMBRAPA-CPAP, 1997. 63p.
(EMBRAPA-CPAP. Documentos, 22).
RIBEIRO, L. B., FURTADO, C. E., BRANDI, R. A., PAULA, A. C. S., TONELLO, C.
L., AFONSO, D. A.. Consumo de nutrientes e balanço hídrico em equinos
recebendo dietas com diferentes níveis de inclusão de feno de alfafa. Ciência
Animal Brasileira, v.12, n.2, p.228-234, 2011;
LEWIS, L.D. Nutrição clínica equina: alimentação e cuidados. São Paulo: Roca.,
2000. 710p;
Criação de eqüinos. Manejo reprodutivo e da alimentação/editado por Antonio
Emídio Dias Feliciano Silva; Maria Marina Unanian; Sérgio Novita Esteves
Brasília:Embrapa - SPI Embrapa-Cenargen, 1998.
MACHADO, Danilo Augusto Ferreira. Nutrição diferenciada para cavalos de
esporte do exército brasileiro. Rio de Janeiro: EsEqEx, 2018. Monografia.
REVISTA ELETRÔNICA NUTRITIME – ISSN 1983-9006 www.nutritime.com.br
Manejo nutricional e alimentar de equínos - Revisão Artigo 174 - Volume 9 -
Número 05 – p. 1911 – 1943 - Setembro/ Outubro 2012
20