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FACULDADE ANHANGUERA

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

GIULLY GABRIELLY MARIANO


LIVIA MAGRINI COSTA
MARIANA EZEQUIEL DE SOUZA

NUTRIÇÃO DE LEÕES

Uberlândia – MG
2023
GIULLY GABRIELLY MARIANO
LIVIA MAGRINI COSTA
MARIANA EZEQUIEL DE SOUZA

NUTRIÇÃO DE LEÕES

Artigo apresentado para a disciplina de


Nutrição Animal, pelo Curso de Medicina
Veterinária da Faculdade Anhanguera, Unidade
Uberlândia/MG.

Professora Ms. Marília P. Fernandes

Uberlândia - MG
2023
NUTRIÇÃO DE LEÕES

Giully Gabrielly Mariano


Livia Magrini Costa
Mariana Ezequiel de Souza

RESUMO: Esse artigo tem o intuito de discorrer a respeito da nutrição do leão. Animal que
pertence à ordem Carnívora e à família Felídea, sendo o segundo maior mamífero do mundo.
Os mesmos, exibem um físico corpulento e enérgico, com patas curtas, fortes e garras, que
podem atingir de 25 a 30 mm de comprimento, e que se retraem enquanto se movimentam, além
de uma longa cauda.
Neste artigo, serão abordados os aspectos relacionados à nutrição do Panthera leo em diferentes
localidades e fases da vida, bem como o trato gastrointestinal desses animais, dieta, reprodução
e alimentação.
Desse modo, serão detalhadas informações sobre o trato gastro intestinal, as diferentes partes
do sistema digestório do leão. Há uma diferença entre o trato de carnívoros e herbívoros, que
também será mostrada, ressaltando cada segmento que desempenha uma função vital na
digestão e absorção dos nutrientes.
O artigo também destaca a alimentação dos leões em diferentes localidades, em que dependendo
do lugar, podem ser adicionadas suplementações de grãos ou vitaminas.
Os leões que vivem em cativeiro podem sofrer de desnutrição devido a maus tratos, e em
savanas vivem livres, trazendo benefícios, porém alguns malefícios também.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
2 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................... 2
2.1 Anatomia Sistema Digestório ............................................................................................... 2
2.2. Características nutricionais .................................................................................................. 3
2.3. Reprodução e alimentação da mãe e filhotes....................................................................... 4
2.4. Dieta .................................................................................................................................... 6
3 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 10
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 11
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1 INTRODUÇÃO

O leão pertence à ordem Carnívora e à família Felidae, sendo o segundo maior mamífero
do mundo, os mesmos, exibem um físico corpulento e enérgico, com patas curtas fortes, grandes
patas e garras que podem atingir de 25 a 30 mm de comprimento, e que se retrai enquanto se
movimento e uma longa cauda, chegando a pesar quase 300 Kg. Esse felino se encontra em
planícies ou savanas, e atualmente habitam o leste e o sul da África, porém também pode ser
encontrado em zoológicos pelo mundo todo. Ele pode chegar a viver de 10 a 14 anos, porém,
em cativeiro, essa expectativa de vida aumenta para 20 anos.

Esses mamíferos vivem geralmente em bandos, onde a maioria dos indivíduos são
fêmeas. Nos grupos existe uma divisão de trabalho, de tal modo que as fêmeas são responsáveis
pela caça e do cuidado com os filhotes, e os machos pela proteção do bando.

Neste artigo, serão abordados os aspectos relacionados à nutrição do Panthera leo em


diferentes localidades e fases da vida, bem como o trato gastrointestinal desses animais,
evidenciando como cada segmento contribui e desempenha uma função vital para a plena
utilização dos alimentos.

Figura 1- Grupo de leões.


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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Anatomia Sistema Digestório

a) Cavidade oral

Esses felinos possuem a boca larga e mandíbulas fortes. Já seus dentes são bastante
afiados e os caninos bem longos para agarrar a presa no momento da caça. Os dentes molares e
pré-molares são adaptados para cortar e triturar a carne.

b) Esôfago

O esôfago é um tubo muscular que liga a cavidade oral ao estômago. Nele, há os


movimentos peristálticos, contrações musculares que auxiliam no caminho do alimento.

c) Estômago

Ajudam na digestão da carne através da pepsina, que é uma enzima secretada pelo
revestimento estomacal, quebrando as proteínas em peptídeos, e também do suco gástrico. Este
órgão é bastante elástico, portanto ele permite que os leões consumam uma grande quantidade
de alimento de uma vez.

d) Intestino delgado

Ele é responsável pela absorção de nutrientes. É nele que a digestão enzimática é feita,
e também a absorção dos macronutrientes: proteínas, gorduras e carboidratos. O intestino dos
leões é relativamente curto, pois a sua dieta é rica em carne que é digerida mais facilmente do
que vegetais, que contém fibra. Aminoácidos, ácidos graxos e glicerol são absorvidos pelas
vilosidades intestinais e depois entram na corrente sanguínea para serem usados como fonte de
energia ou síntese de tecidos.
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e) Intestino grosso

Também é relativamente curto comparado ao dos herbívoros, pois a dieta deles não
necessita de fermentação muito prolongada. Ele é responsável pela reabsorção de água e
eletrólitos, auxiliando na formação do bolo fecal.

f) Fígado e pâncreas

Importante papel na produção de enzimas digestivas e regulação do metabolismo. O


pâncreas secreta enzimas como a tripsina, que tem atuação no intestino delgado, usado para
quebrar proteínas em aminoácidos.

Figura 2- Trato digestivo de leoa adulta de 115 kg.

2.2. Características nutricionais

O leão é um animal carnívoro, sendo assim sua dieta é composta principalmente de


proteína de origem animal. Suas exigências nutricionais são baseadas no suprimento das
necessidades de um predador do topo da cadeia alimentar.
Esses felinos necessitam de proteínas, gorduras, vitaminas e minerais e também água.
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a) Proteínas

Eles requerem uma quantidade bastante alta de proteína para o desenvolvimento e


manutenção da sua musculatura. A carne fornece aminoácidos essenciais necessários para o
crescimento dos tecidos.

b) Gordura

É uma fonte de energia concentrada, já que ela dá a quantidade que é preciso para que
esses animais sobrevivam em períodos que possuem dificuldade de caçar.

c) Vitaminas e minerais

Eles obtêm esses micronutrientes através da ingestão de alimentos. A proteína animal é


uma rica fonte de vitamina A, D e algumas do complexo B, e os minerais essenciais também
são encontrados em boa quantidade nas presas.

d) Hidratação

A principal fonte de hidratação é a água de bebida, pois apenas fluidos presentes nas
presas não são suficientes para suprir a quantidade necessária de água no organismo.

2.3. Reprodução e alimentação da mãe e filhotes

Apesar de não apresentarem um período específico para a reprodução, observa-se que o


mesmo está associado com a quantidade de disponibilidade presas. As fêmeas dos leões podem
procriar ao atingirem 4 anos de idade, e os machos aos 5 anos.

O acasalamento dura cerca de dois a quatro dias, e as fêmeas ovulam de duas a três
vezes por hora. Sendo assim, nesse período a cópula ocorre diversas vezes por dia e com
variados machos, gerando uma ninhada com diferentes pais. A gestação perdura por um período
de 100 a 119 dias, e cada fêmea dá à luz, em média, três ou quatro filhotes, do qual nascem
pesando entre 1 e 2 Kg.
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Nas primeiras semanas após o nascimento, os filhotes ficam em esconderijos cobertos,


tal qual mudam de lugar continuamente, e as fêmeas os levam um a um para o novo local. O
desmame se dá entre 7 e 10 meses, contudo até os 16 meses, esses filhotes ainda requerem uma
certa assistência. As leoas do bando cuidam de seus filhotes juntas, portanto uma fêmea lactante
poderá amamentar os filhotes de outra leoa.

Observa-se que durante a gestação e lactação, a necessidade de vitamina A é aumentada


para mais que o dobro, pois ela desempenha inúmeros papéis essenciais, como o crescimento e
desenvolvimento fetal, sendo necessária para a formação e diferenciação das células.

Na tabela a seguir é possível observar a exigência nutricional dos leões nas diferentes
fases da vida.

Figura 3 - Tabela de exigência nutricional.

Os filhotes se alimentam nos seus primeiros meses de vida do leite materno,


proporcionado pela fêmea genitora. Apenas o leite já supre as necessidades nutricionais desses
animais. Portanto, à medida que crescem, os alimentos sólidos são introduzidos a eles,
começando por carne de animais menores que são caçados por outros leões mais velhos. É
importante ressaltar que de início, esses filhotes consomem partes mais macias e mais fáceis de
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mastigar. Conforme crescem, eles aprendem a caçar, e quando adultos já podem ir em busca de
seu próprio alimento.

Ao avaliar as necessidades dos recém-nascidos, percebe-se que os filhotes criados pelos


pais, em seu habitat natural, aceleram seu crescimento por volta dos 45 e 100 dias de idade,
enquanto filhotes criados em zoológicos, com assistência de veterinários e auxiliares,
começaram a crescer mais cedo em torno de 30 e 70 dias de idade, de modo a assemelhar ou
superar os animais criados pelos pais em natureza. Todos os animais desaceleram o crescimento
por volta dos 18 meses e atingem o peso adulto com 3 anos de idade.

2.4. Dieta

Figura 4 - Leão comendo sua presa.

Há diferentes dietas dependendo do local em que o animal vive, uma vez que há tanto
leões em cativeiro, quanto soltos na selva. Portanto, é necessária a observação de cada forma
alimentação separadamente, analisando a quantidade de nutrientes ingerida e suplementações
quando necessário:
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a) Leões em seu habitat natural

Esses felinos se alimentam basicamente de carne, uma vez que são carnívoros e
predadores. Quando a presa é capturada, eles podem passar várias horas consumindo. As suas
presas podem variar entre portes médio e grande, herbívoros, carnívoros e até algumas plantas.

Em sua dieta diária há zebras, búfalos, gnus, impalas, entre outros animais, que
fornecem uma rica quantidade de carne e nutrientes que são essenciais para a manutenção da
vida deles. Devido ao tamanho das presas, todos do bando conseguem se aproveitar da comida
caçada.

Há também a caça de antílopes, animais consideravelmente rápidos. Entretanto, os leões


possuem vantagem por quase nunca estarem sozinhos, e todos do grupo trabalham em equipe,
conseguindo alcançar a presa. Sendo menos comum, suínos selvagens podem virar presas dos
felinos em algumas partes do continente africano, e embora a caça de herbívoros de porte grande
seja a de melhor aproveitamento, pequenos carnívoros também podem se tornar parte da
alimentação destes mamíferos.

Esses animais não necessitam da suplementação, pois eles obtêm todos os nutrientes
necessários através da dieta natural. Por eles serem adaptados para consumir a carcaça toda das
presas, é proporcionado a eles uma grande variedade desses nutrientes, e por mais que eles não
necessitem, pode haver o consumo de vegetais em pequenas quantias, quando doentes ou pela
própria presa ter em seu estômago o conteúdo vegetal.

Por serem carnívoros estritos requerem níveis mais altos da maioria de aminoácidos
essenciais, taurina, vitamina A, niacina e ácido aracdônico. A carne muscular não fornece uma
dieta completa. O músculo contém muito pouco cálcio, vitaminas A, D e E e outros
micronutrientes para apoiar a saúde sem fontes adicionais desses nutrientes. A carne muscular
pode
ser alimentado em combinação com outros itens da dieta que atendam aos níveis de
nutrientes alvo, de modo que a suplementação não seja necessária.
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b) Leões em cativeiro

Figura 5 - Leão se alimentando de carcaça

Em animais de cativeiro, a forma de alimentação é diferente, pois por viverem presos,


eles não conseguem ser caçadores. De certa maneira, há uma vantagem, pois eles não precisam
ir até o alimento e se preocuparem com a próxima refeição. Geralmente, a dieta deles é
composta por carnes de frango e peru, preparadas pelos tratadores em horários determinados.
A proteína é quase sempre servida no osso, para que eles roam e a separem, da mesma forma
que seria feito em natureza, se estivessem livres, para que de certa maneira, não percam o
instinto.

O músculo, utilizado bastante em treinamento, contém muito pouco cálcio, vitaminas


A, D e E e outros micronutrientes para que eles vivam sem fontes adicionais desses nutrientes.
A carne muscular pode ser usada em combinação com outros itens da dieta que atendam aos
níveis de nutrientes necessários, de modo que a suplementação não seja necessária.

Dependendo do local, os felinos podem receber suplementação em grãos ou vitaminas,


de acordo com a montagem da dieta pelo médico veterinário. Vitaminas como A, D, E e B e
minerais como cálcio, zinco e fósforo são importantes e podem estar inclusos. Para alguns
zoológicos, a ideia de suplementá-los com carboidratos, é uma maneira mais econômica de
manter o animal, sendo um tema bastante debatido, e não sendo recebido muito apoio a respeito
da prática.
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Em uma pesquisa realizada pela Federação de Universidades de Bem-estar Animal,


buscou-se em 91 artigos científicos a falta de condições básicas para esses animais de cativeiro,
sendo a desnutrição e privação de água um problema recorrente encontrado.

Figura 6- Água fornecida suja e com formações de algas, sendo imprópria para consumo.

Figura 7- Leão em condições de desnutrição.


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3 CONCLUSÃO

Conclui-se que o artigo apresentado, teve o objetivo de expor as principais


características nutricionais do Panthera leo, além das formas de alimentação desses animais,
diferenciando os criados em cativeiro e em selva livre, a fim de aprender mais a respeito do
tema.

A preservação dos habitats naturais dos leões e a proteção das populações de presas são
essenciais para garantir a disponibilidade contínua de alimentos. A nutrição adequada é crucial
para a promoção da saúde e do bem-estar dos leões, permitindo que eles prosperem em seu
ambiente natural.

Em conclusão, a nutrição desempenha um papel crucial na saúde e no bem-estar dos


leões. Esses majestosos felinos são carnívoros e possuem necessidades alimentares específicas
que devem ser atendidas para garantir seu desenvolvimento adequado e a manutenção de um
estilo de vida saudável. Portanto, a falta de alimentação correta pode desencadear diversos
fatores maléficos a estes animais, como foi mostrado.
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REFERÊNCIAS

<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5596763/mod_resource/content/1/Dietas%20Zool
%C3%B3gico.pdf>

<https://www.biologianet.com/biodiversidade/leao.htm>

<https://www.cambridge.org/core/services/aop-cambridge-
core/content/view/BDD074F3A15EB226827F1BCE78AEE8ED/S0962728600009970a.pdf/w
elfare-concerns-associated-with-captive-lions-panthera-leo-and-the-implications-for-
commercial-lion-farms-in-south-africa.pdf>

<https://www.biologianet.com/biodiversidade/leao.htm>

<https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/leao.htm>

<https://www.todamateria.com.br/leao/>

<https://www.eticoscienza.it/wp-content/uploads/2019/10/LionCareAZA.pdf>

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