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PROCESSO DE ALIMENTAÇÃO/NUTRIÇÃO:
CONCEITOS, PRINCÍPIOS, ESTRATÉGIAS E
IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
NUTRIÇÃO
o É a ciência que estuda os alimentos, seus nutrientes e sua ação no organismo.
ALIMENTAÇÃO
o Diz respeito à ingestão de nutrientes, aos alimentos que contêm e fornecem os
nutrientes, a como alimentos são combinados entre si e preparados, a
características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das práticas
alimentares.
o Todos esses aspectos influenciam a saúde e o bem-estar.
ALIMENTOS
o São todas as substâncias sólidas e líquidas que, levadas ao tubo digestivo, são
degradadas e depois usadas para formar e/ou manter os tecidos do corpo,
regular processos orgânicos e fornecer energia.
o Existem alimentos, entretanto, que só nos fornecem calorias vazias, ou seja,
são concentrados em certas substâncias que se transformam apenas em energia
após a digestão (por exemplo: bebidas alcoólicas e refrigerantes).
NUTRIENTES
o São todas as substâncias químicas que fazem parte dos alimentos e que são
absorvidas pelo organismo, sendo indispensáveis para o seu funcionamento. o
Também podemos dizer que os nutrientes são os produtos dos alimentos depois de
degradados.
o Existem os MACRONUTRIENTES (carboidrato, fibras, proteínas e gorduras) e os
MICRONUTRIENTES (vitaminas e minerais)
Grupos de
alimen
tosBásicos
(CHO)
Construtores
(Proteína)
Alimentos
Fontes de Gordura
Reguladores
(Vitaminas e
Minerais)
Alimentos BÁSICOS
(Carboidratos)
Fornecem energia para a ingeridos em maior - Batata
realização das quantidade durante todo o dia - Mandioca
- Arroz
atividades diárias - Pães
Devem ser - Macarrão - Açúcares, mel, doces...
Alimentos CONSTRUTORES
(Proteína)
Construir: - Unhas - Ovos
- Órgãos - Recuperar feridas - Leite e derivados (queijos, iogurtes..)
- Músculos - Carnes Leguminosas: - Feijões
Alimentos fonte de
GORDURA
Alimentos REGULADORES
Regulam as funções do vitaminas, sais minerais e (Alface, agrião, couve...)
corpo e fibras - LEGUMES
transportam nutrientes - FRUTAS (laranja, banana, maçã...) (brócolis, cenoura, chuchu,
- VERDURAS beterraba...)
Ricos em
Fibra alimentar
oÉ uma classe de compostos de origem vegetal constituída sobretudo por polissacarídeos e
substâncias associadas que, quando ingeridos não sofrem hidrólise, digestão e absorção no
intestino delgado de humanos;
Cozzolino, 2016.
CALORIA
Alimento in natura
oSão obtidos diretamente de plantas ou de animais e são adquiridos para o consumo sem que tenham sofrido qualquer
alteração após deixarem a natureza;
oSão frutas, legumes, verduras, raízes, tubérculos e ovos;
oPodem sofrer alguns processos antes de serem adquiridos como: limpeza, remoção de partes não comestíveis e
refrigeração;
oOutros alimentos como arroz, feijão, leite e carne são comumente adquiridos após limpeza, remoção de partes não
comestíveis, secagem, embalagem, pasteurização, resfriamento, congelamento, moagem e fermentação → são exemplos
de processos mínimos que transformam alimentos in natura em minimamente processados;
oEm todo processamento mínimo, não há agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento;
oAlimentos in natura tendem a se deteriorar muito rapidamente e esta é a principal razão para que sejam minimamente
processados antes de sua aquisição.
Alimento Processado
oSão produtos relativamente simples e antigos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar (ou outra
substância de uso culinário como óleo ou vinagre) a um alimento in natura ou minimamente processado; oAs técnicas
podem incluir cozimento, secagem, fermentação, acondicionamento dos alimentos em latas ou vidros e uso de métodos
de preservação como salga, salmoura, cura e defumação;
oSão facilmente reconhecidos como versões modificadas do alimento original;
oAlimentos processados incluem conservas de alimentos inteiros preservados em salmoura ou em solução de sal e
vinagre, frutas inteiras preservadas em açúcar, vários tipos de carne adicionada de sal e peixes conservados em sal ou
óleo, queijos feitos de leite e sal (e micro-organismos usados para fermentar o leite) e pães feitos de farinha de trigo, água
e sal (e leveduras usadas para fermentar a farinha);
oO objetivo do processamento industrial é aumentar a duração de alimentos in natura ou minimamente processados –
legumes, frutas, carnes, peixe, leite e farinha de trigo – e, frequentemente, torná-los mais agradáveis ao paladar.
oExemplos:
Guia Alimentar para a população brasileira, 2014.
oUma forma prática de distinguir alimentos ultra processados de alimentos processados é consultar a lista
de ingredientes: um número elevado de ingredientes (frequentemente cinco ou mais) e, sobretudo, a
presença de ingredientes com nomes pouco familiares e não usados em preparações culinárias (gordura
vegetal hidrogenada, óleos interesterificados, xarope de frutose, isolados proteicos, agentes de massa,
espessantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários outros tipos de
aditivos) indicam que o produto pertence à categoria de alimentos ultra processados.
Guia Alimentar para a população brasileira, 2014.
Processo de nutrição
o O homem obtém energia por meio da degradação de nutrientes orgânicos (alimentos); o
Os alimentos são constituídos por vários grupos de nutrientes (carboidratos, proteínas,
fibras, lipídeos ou gorduras, vitaminas e minerais);
o Entretanto, para que a energia disponível nesses nutrientes possa ser utilizada, é
necessário que eles passem, antes, por três etapas básicas: digestão, absorção e
metabolismo.
o A necessidade nutricional de um indivíduo pode ser definida como a quantidade de
energia e de nutrientes disponíveis nos alimentos que indivíduos sadios devem ingerir para
satisfazer todas as suas necessidades fisiológicas;
Cuppari, 2014.
O processo de digestão dos alimentos se dá no sistema gastrointestinal (SGI) que serve
para: o digerir as proteínas, carboidratos e lipídios dos alimentos e bebidas ingeridos; o
absorver fluidos, micronutrientes e oligoelementos;
o fornecer uma barreira física e imunológica para microorganismos, corpos estranhos e
possíveis antígenos consumidos com o alimento ou formados durante a passagem do alimento
pelo SGI.
o A maioria dos nutrientes absorvidos pelo SGI chega ao fígado pela veia porta, na qual podem ser armazenados,
transformados em outras substâncias ou liberados na circulação. Os produtos finais da maioria das gorduras
dietéticas são transportados para a corrente sanguínea por meio da circulação linfática;
Krause, 2013.
Krause, 2013.
Nutrição no envelhecimento
o O envelhecimento natural submete o organismo a diversas alterações anatômicas e
funcionais, com repercussões nas condições de saúde e nutrição do idoso;
Campos, 2000.
o O uso de múltiplos medicamentos também influenciam na ingestão de alimentos, na
digestão, na absorção e na utilização de diversos nutrientes, o que pode comprometer
o estado de saúde e a necessidade nutricional do indivíduo idoso;
Campos, 2000.
Campos, 2000.
o O estado nutricional, portanto, assume uma importante função na qualidade de vida e de
saúde;
Pereira, 2016.
o Entretanto nos idosos, a desnutrição apresenta-se fortemente associada ao aumento da incapacidade funcional,
aumento no número de internações, redução da qualidade de vida, maior susceptibilidade às infecções e,
consequentemente, aumento da mortalidade;
oUm estudo realizado em 2016, de base populacional, feito com 20114 idosos participantes da Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF), 2008/2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que no Brasil, o sobrepeso é
mais prevalente entre as idosas enquanto o baixo peso foi mais prevalente entre os idosos do sexo masculino;
o O diferencial por sexo pode ser de explicação fisiológica, uma vez que o processo de envelhecimento é acompanhado por
mudanças na composição corporal, há um aumento progressivo na deposição da gordura corporal, como também a sua
redistribuição, sendo observada uma diminuição na região dos membros e um maior acúmulo na região abdominal.
Geralmente, essa deposição ocorre mais precocemente nos homens, provavelmente por volta da meia-idade, e mais
tardiamente nas mulheres, após o período da menopausa.
Pereira, 2016.
o Esse estudo também mostrou associação entre menor renda mensal per capita e menor
peso corpóreo, além de menor escolaridade também associada à condição do baixo peso;
o É importante considerar a magnitude do baixo peso na população idosa no Brasil, pois essa
condição ainda é bastante incidente neste segmento populacional, contribuindo para o
aumento da mortalidade, principalmente em grupos de maior limitação econômica.
Pereira, 2016.
o Outro aspecto importante é que tem crescido consideravelmente o percentual daqueles que
vivem sozinhos. Por não terem alguém que os ajudem em suas atividades rotineiras, sirva de
companhia e lhes dediquem cuidados, o fato de morar só vem sendo associado a um decréscimo na
qualidade de vida e a um agravamento da morbidade, constituindo, até mesmo, um indicador de
risco de mortalidade. Portanto, idosos que residem sozinhos estariam mais vulneráveis a apresentar
distúrbios nutricionais, sejam estes de déficit ou de excesso;
o O fato de morar sozinho também pode influenciar nos valores elevados de IMC, no sentido de que
estes idosos tenderiam a consumir alimentos de baixa qualidade nutricional, induzindo ao
sobrepeso.
Pereira, 2016.
o Sendo assim o manejo da alimentação desta parcela da população é muito importante uma
vez que manter uma boa alimentação é uma das recomendações para promover a saúde da
pessoa idosa.
alimentos, procurando sempre utilizar um maior número de cores, ou seja, quanto mais colorido for o
prato, maior é a chance dele fornecer variados nutrientes que o nosso corpo precisa;
o Outro ponto que faz com que uma alimentação seja mesmo saudável é a forma como ela é
apresentada para a pessoa idosa. É desejável que tenha uma boa apresentação no prato, seja saborosa
e seja servida num ambiente agradável, tranquilo e bem iluminado, preferencialmente servida no
mesmo horário da família, para que ela possa continuar sempre integrada à rotina da casa;
o Se a pessoa idosa apresentar um estado de confusão mental, é mais indicado que faça as refeições
Brasil, 2008.
O que é Saúde
o De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).... é o
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de afecções e enfermidades.
O que é Higiene
oA ideia de higiene está pautada na necessidade de garantir a inocuidade
sanitária por meio da diminuição ou exclusão das influências que possam
prejudicar a qualidade dos alimentos;
oHigiene alimentar corresponde ao conjunto de medidas adequadas para
assegurar as características dos alimentos, desde a sua segurança no aspecto do
acesso e da inocuidade, salubridade e conservação, no plantio, produção ou
fabricação, até o consumo.
Martins, 2014.
O que é segurança
oEm relação à alimentação, segurança dos alimentos significa ter alimentos livres de
contaminação biológica, química e/ou física;
oPara um alimento ser seguro, é preciso um cuidado rigoroso em todas as etapas de
produção, do campo até a hora do consumo;
oPara garantir a segurança dos alimentos, a vigilância sanitária estabelece um
conjunto de medidas de higiene, chamadas Boas Práticas. Essas normas são
obrigatórias em todas as cadeias de produção e têm a finalidade de proteger a saúde
do consumidor.
Anvisa, 2007.
alimento.
Anvisa, 2004.
Importante lembrar:
o Além de nutrir, a alimentação pode tratar determinadas doenças e proteger o organismo;
o Devem ser levados em conta alguns fatores, como: estado de saúde físico, mental e emocional,
hábitos alimentares anteriores, alterações na capacidade de mastigar, deglutir, digerir e absorver os
alimentos;
o Para uma prevenção efetiva de doenças o ideal é que a alimentação saudável seja um hábito
praticado ao longo de toda a vida.
Cemig Saúde, 2014.
o Além de uma boa alimentação, uma vida saudável requer um conjunto de atitudes que
contribuem para o equilíbrio do corpo e da mente, incluindo a prática de atividades
físicas;
Referências Bibliográficas
▪AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Gerência Geral de Alimentos (GGALI). Cartilha sobre Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Resolução-RDC nº 216/2004.
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330p
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2000. ▪ COZZOLINO, S.M.F. Biodisponibilidade de Nutrientes. 5.ed. Barueri(SP): Editora Manole, 2016.
▪ CUPPARI, L. Nutrição Clínica no adulto. 3.ed. Barueri (SP): Manole, 2014.
▪MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J.L. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia. 13.ed. São Paulo (SP): Elsevier, 2013.
▪MARTINS, B.R.; TANCREDI, R.C.P.; GEMAL, A.L. Segurança alimentar no contexto da vigilância sanitária: reflexões e prática. Rio de Janeiro, 2014. 288p. ▪ PEREIRA, I.F.S.; SPYRIDES, M.H.C.;
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