Você está na página 1de 35

SUMÁRIO

1. BENEFÍCIOS
2.INTRODUÇÃO AO TEMA
3.SOBRE A PITAIA OU PITAYA
4.SISTEMÁTICA E BOTÂNICA
5.VARIEDADES
6.CLIMA E SOLO
7.PROPAGAÇÃO
8.IMPLANTAÇÃO DO POMAR
9.TRATOS CULTURAIS
10.PRAGAS E DOENÇAS
11.CONTROLE DE PRAGAS E
DOENÇAS
12.COLHEITA
13.REFERÊNCIAS
BENEFÍCIOS
Protege as células do organismo, pois a casca deste fruto é rica em
polifenóis que são antioxidantes;
Combate doenças cardiovasculares, pois as sementes contêm
ácidos graxos essenciais como os ômega 3;
Regula o intestino pois tem oligossacarídeos;
A pitaia tem uma substância chamada de tiramina, que ativa um
hormônio no organismo chamado glucagon, estimulando o próprio
corpo a utilizar as reservas de açúcar e gordura e transformando-as
em energia;
Além de todos os benefícios e vitaminas, tem poucas calorias (50
calorias em cada 100 gramas), sendo uma fruta muito boa para se
incluir em dietas de emagrecimento.
INTRODUÇÃO AO TEMA
Pitaia ou Pitaya (Português Europeu) é um cacto, pertence a família
Cactaceae, nativo do México, América Central e da América do Sul,
perene e muito ornamental.
Raízes aéreas para fixar-se no solo ou em alguma superfície, além
de serem utilizadas para a obtenção de nutrientes.
Ramos em grande quantidade, divididos em artículos.
Flores grandes, brancas, duram de 8-12 horas e só no período
noturno e são chamadas de Flor-da-Noite ou Dama da Lua. Surgem
do final da Primavera até princípios do Outono, sendo mais intensa
em pleno verão.
Frutos grandes, coloridos, pesados, suculentos de sabor leve,
adocicado e textura cremosa.
Pitaia é o nome dado ao fruto de várias espécies de “cactos” epífitos,
principalmente do Mandacarú nativo da Caatinga nordestina.No
paisagismo é adequada para jardins de pedra e pode ser utilizada
em vasos como trepadeira.
SOBRE A PITAIA OU PITAYA
Muitas variedades são auto-polinizadoras, mas existem algumas que
requerem polinização cruzada.Quando a planta for incapaz de fazer
auto-polinização, é necessário cultivar duas ou mais plantas
próximas, para a polinização cruzada.Como as flores da Pitaia são
noturnas, sua polinização depende de mariposas e morcegos. Por
garantia a auto-polinização poderá ser feita com um pincel à noite. A
pitaia é uma planta que pertence à família das cactáceas e tem sua
origem na América Central. Produz uma fruta conhecida
popularmente como fruta do dragão por possuir uma casca
escamosa que se assemelha as escamas de um dragão. Trata-se de
uma fruta pouco conhecida, que atualmente vêm sendo muito
procurada pelo mercado de frutas exóticas por se tratar de uma fruta
altamente nutritiva, com altos teores de água, minerais, açucares,
compostos antioxidantes e baixo valor calórico.
O cultivo comercial da pitaia no Brasil se deu no início da década de
90 no estado de São Paulo, responsável por cerca de 92% da
quantidade de fruta comercializada. Minas Gerais ocupa a segunda
posição no cenário nacional responsável por cerca de 5,62% da
comercialização, com destaque para os municípios de Contagem,
Janaúba, Jaíba e Turvolândia.
A pitaia vermelha de polpa branca (Hylocereus undatus) é a mais
cultivada no Brasil. Além do fruto, os cladódios e as flores também
são consumidos por pratos especiais na região de origem da
espécie, por apresentarem grande quantidade de compostos
funcionais e propriedades medicinais.
O pomar de pitaia, apesar de apresentar um alto custo de
implantação, tem-se um retorno econômico atrativo para os
produtores brasileiros, devido a boa adaptabilidade as condições de
clima e solo e elevado valor da fruta no mercado in natura.
A produção da fruta pode ter início já no primeiro ano após o plantio,
podendo chegar a 20 toneladas por hectare a partir do quarto e
quinto ano após o plantio.
SISTEMÁTICA E BOTÂNICA
A pitaia pertence à família cactaceae e ao gênero Hylocereus, e está
dentro da ordem das Caryophyllales, que é caracterizada pela
presença de aureolas contendo espinhos.
É uma planta perene, possui o hábito trepador com raízes fibrosas,
com desenvolvimento de inúmeras raízes adventícias que ajudam na
fixação e obtenção de nutrientes. Possui caule suculento, de formato
triangular, contendo pequenos espinhos, sendo classificado
morfologicamente como cladódio, com ausência de folhas copadas.
As flores são grandes, medindo cerca de 20 a 30 cm de largura, de
coloração branca, com presença de numerosos estames com
abundância de pólen. Apesar de serem hermafroditas, ou seja,
possuírem ambos os sexos na mesma flor, possuem mecanismos
que restringem a autopolinização.
Os estigmas apresentam tamanhos superiores às anteras, com
abertura durante a noite, mantendo-se abertas até as primeiras horas
do dia. Caracterizam-se, também por serem solitárias, ou seja, com
formação de somente uma flor por extremidade de cladódio.
O fruto é caracterizado como baga, geralmente oblongo a oval, com
10 a 12 cm de diâmetro. São de coloração com tonalidades
amareladas à vermelhas com escamas (brácteas) foliares,
protegendo o fruto, contendo espinhos em algumas espécies.
A polpa apresenta coloração que varia do branco ao vermelho, com
conteúdo de massa variando de 60 a 160g, com a presença de
numerosas sementes bem distribuídas. O seu desenvolvimento
ocorre entre 34 à 43 dias após a antese, ou seja, após a abertura do
botão floral, sua maturação pode ser antecipada sob condições de
altas temperaturas.
São colhidos quando atingem sua maturidade fisiológica, sendo
classificados como frutos não climatéricos.
Os frutos frescos apresentam, em geral, baixos valores de acidez
total titulável (2,4 a 3,4%), sólidos solúveis entre 7,1 e 10,7ºBrix,
conteúdos minerais relativamente altos de potássio, magnésio e
cálcio, ricos em vitaminas, porém com baixos valores de vitamina C.
Podem ser consumidos tanto in natura, como na forma de produtos
industrializados, como geleias, sucos, doces, e sorvetes. Apresentam
sabor adocicado e aparência exótica.
As sementes são negras, obovadas, com tamanho de 2-3 mm de
largura, apresentando elevada capacidade de germinação. As
sementes de pitaia também são comestíveis e possuem ação
laxante.
VARIEDADES
Não há registro, até o momento, no país, de nenhuma variedade de
pitaia. Porém quatro gêneros englobam os diversos tipos de pitaia
sendo eles: Stenocereus, Cereus, Selenicereus e Hylocereus. Esses
gêneros diferem entre si quanto ao tamanho, coloração, e sabor dos
frutos.
Dentre os seus frutos mais conhecidos, estão a pitaia amarela com
polpa branca (Selenicereus megalanthus), a pitaia vermelha com
polpa branca (Hylocereus undatus), a pitaia vermelha com polpa
vermelha (Hylocereus costaricensis), e a pitaia-do-cerrado ou
saborosa (Selenicereus setaceus). Sendo a pitaia vermelha de polpa
branca a mais cultivada no Brasil.
CLIMA E SOLO
Temperatura

As plantas apresentam capacidade de adaptação às diferentes


condições ambientais, podendo ser encontradas tanto em regiões
quentes e úmidas, com temperatura entre 18 e 27ºC, como em
regiões com clima seco, porém, não suportam temperaturas acima
de 38º C, e abaixo de 4º C, sendo sensível à geada. Apesar de ser
facilmente adaptada a diversas regiões, seu desenvolvimento é
melhor quando cultivadas em condições de temperaturas médias
diurnas de 30ºC e noturnas de 20ºC.

Umidade

A umidade não é um fator limitante ao desenvolvimento da pitaia, já


que a mesma apresenta capacidade de adaptação ao clima tropical,
subtropical ou árido.
No entanto a alta umidade favorece o desenvolvimento de doenças
bacterianas e fúngicas tanto no caule como no fruto, o que pode
dificultar o seu cultivo.

Precipitação

Não é uma cultura muito exigente em água, devido a rusticidade


observada pela espécie.
Necessitam de pluviosidade variando de 650 a 1500 mm por ano
bem distribuídos, sendo uma opção viável de cultivo em regiões que
apresentam déficit hídrico.

Luminosidade e Fotoperíodo

As pitaias são oriundas de habitats sombreados, exigindo certo nível


de sombreamento para seu cultivo. Quando cultivadas em locais com
grande intensidade luminosa as plantas apresentam amarelecimento
dos cladódios, podendo chegar à morte. É recomendado que estas
sejam cultivadas sombreadas, em telas com variação entre 30 e 60%
de sombra, de acordo com a espécie.
Porém, é importante que o sombreamento não seja excessivo, uma
vez que o excesso também que pode provocar danos à cultura, pois
reduz severamente seu crescimento, além de interferir na floração,
levando a uma redução na produtividade.
A pitaia é considerada planta de dias longos, apresentando
fotoperíodo crítico de doze horas, sendo que o fotoperíodo influencia
na formação de gemas floríferas.

Solo

O tipo de solo ideal para o cultivo da pitaia é um solo que apresenta


pH entre 5,5 e 6,5, rico em matéria orgânica, bem drenados e de
textura bem solta.
É importante que não estejam compactados e não estejam sujeitos à
encharcamento.
PROPAGAÇÃO
A pitaia é uma espécie que pode ser propagada, por via seminífera e
vegetativa. Porém, a propagação por sementes apresenta algumas
desvantagens, como a desuniformidade do pomar e início tardio da
produção, em relação aos métodos de propagação vegetativa.
A propagação da pitaia é preferencialmente por estaquia, por ser
uma prática de fácil manuseio e baixo custo, utilizando-se, muitas
vezes, materiais residuais da poda. Além de apresentar elevado
percentual de enraizamento e de brotação das estacas, também
apresenta precocidade na produção, e a obtenção de um grande
número de mudas a partir de uma única matriz com características
agronômicas desejáveis.

Propagação por sementes

As sementes possuem altos índices de germinação, com valores


superiores a 80%, e apresentam germinação em uma ampla faixa de
temperatura. A remoção da mucilagem melhora a emergência e o
vigor das plântulas, podendo ser realizada através de imersão das
sementes em solução de HCl 1:2 por 1 hora. Podem ser
armazenadas por um ano, mantendo altas taxas germinação, se
mantidas em

ambiente seco e sob temperatura de 4ºC.

O uso de sementes para a propagação da pitaia é restrito a


programas de melhoramento da espécie.
Neste método, é necessário que se tenha cuidados quanto à
profundidade de plantio da semente, e a perda de vigor, que na
maioria das vezes está relacionada com o armazenamento,
induzindo a germinação desuniforme e demorada.
Além disso, a frutificação por este método de propagação vegetativa
é tardia, o que não é desejável em cultivos comerciais.

Estaquia
O método mais utilizado na propagação da pitaia é através de
estacas de ramos (cladódios). É recomendado a utilização de
cladódios com aproximadamente 25 cm, que se desenvolvem melhor
em substratos que apresentam boa drenagem e umidade. Os sacos
de polipropileno preto, com 15 cm de diâmetro x 20 cm de altura são
os mais indicados para o plantio das estacas de pitaia. A utilização
de segmentos de ramos maiores e inteiros é a que apresenta
desenvolvimento mais acelerado e com melhores características
agronômicas. É importante observar a maturidade das estacas,
sendo que, as mais jovens apresentam cerca de 35% mais raízes
que estacas mais velhas.
IMPLANTAÇÃO DO POMAR
O planejamento deve ser a primeira etapa de implantação de um
pomar, no qual devese abranger todos os cuidados possíveis e
necessários para garantir o sucesso de estabelecimento da cultura e
do empreendimento. O planejamento deve abranger os seguintes
itens:

− Buscar informações sobre o mercado e o consumo da fruta na


região onde será implantado o pomar;
− Fazer o dimensionamento da área e definir o número de plantas a
ser utilizado; − Selecionar o local onde será realizado o plantio,
evitando solos mal drenados e rasos;
− Realizar a amostragem e análise do solo; − Realizar o combate
sistemático a formigas;
− Realizar a correção do solo de acordo com os resultados
estabelecidos pela
áli d l

− Definir o espaçamento a ser utilizado; − Realizar a marcação das


covas das plantas com estacas;
− Realizar a adubação das covas de acordo com os cálculos
fornecidos através da análise do solo;
− Fazer o plantio das mudas com todo o zelo necessário, para
garantir maior sucesso e evitar a realização de replantios.

Amostragem do solo

Em terrenos de abertura, é necessário a realização da destoca e a


roçagem de toda a área, devendo ser realizado pelo menos com seis
meses de antecedência ao plantio. Após a realização deste
processo, faz-se a coleta de amostras de solo, para as análises,
sendo este, o primeiro procedimento realizado no caso de áreas já
cultivadas.
A coleta do solo é realizada com o auxílio de pás de corte ou trados,
dos mais diversos tipos. Os trados são as ferramentas mais
indicadas para realização da retirada da amostra, pois o mesmo
alcança a profundidade correta de coleta, além de retirar amostras
mais homogêneas em termos de quantidade de solo, além de tornar
a operação mais fácil e rápida de ser executada.
São coletadas amostras em duas profundidades, sendo elas, de 0 a
20 cm e de 20 a 40 cm, e ainda, caso seja necessário a obtenção de
informações das camadas mais profundas, o procedimento pode ser
realizado até a 60 cm de profundidade. Porém, como o sistema
radicular da pitaia é superficial, a amostragem é realizada somente
até os 40 cm de profundidade.
A quantidade de amostras coletadas varia de acordo com o tamanho
da área, histórico, dentre outras características que devem ser
levadas em consideração, porém para se ter uma boa média da área
amostrada, a quantidade mínima deve ser de vinte amostras para
cada profundidade. O caminhamento para a coleta das amostras
deve ser feito em zigue-zague, e posteriormente, deve ser realizada
a limpeza superficial do local de coleta, retirando gravetos, folhas e
detritos. Deve-se evitar locais com a presença de formigueiros,
cupinzeiros, estrume de animais, depósitos de adubos, calcário e
manchas de solo.
Em cada amostra coletada nas diferentes profundidades deve-se
retirar cerca de 300 g para compor a amostra composta, esta porção
de solo será enviada para o laboratório para ser realizada a análise
da mesma.

Calagem

A calagem deve ser realizada de acordo com o resultado da análise


de solo, para que haja a correção do mesmo em profundidade. O
processo deve ser realizado com pelo menos sessenta dias de
antecedência.
É indicado a realização do parcelamento da aplicação, sendo metade
do calcário aplicado antes do processo da aração e a outra metade
antecedendo o processo de gradagem, com intervalo entre
operações de aproximadamente um mês.
Em área recém desbravada é indicado a utilziação de calcário
dolomítico, ditribuído em área total e com antecedência mínima de
três meses.

Marcação e preparo das covas

Para a realização da marcação das covas, primeiramente deve-se


definir qual espaçamento será utilizado para o plantio das mudas.
Para a cultura, são indicados os espaçamentos 3x3 m e 2x3 m,
sendo os mais utilizados em pomares comerciais. As covas podem
ser abertas com o auxílio de brocas mecânicas, sulcadores ou de
forma manual. A dimensão mínima utilizada para a cultura da pitaia é
de 60 x 60 x 60 cm.
Quando a abertura da cova é realizada manualmente, devem seguir
as seguintes orientações: o solo da camada de 0 a 20 cm deve ser
separado do solo retirado da camada de 20 a 40 cm, para que seja
realizada a adição de calcário na camada mais profunda, que não foi
corrigida em área total.
A adubação da cova deve ser realizada de acordo com os resultados
estabelecidos pela análise de solo e também de acordo com as
necessidades provenientes da cultura.
No momento do enchimento da cova, deve haver a inversão das
camadas de solo, sendo que o solo da superfície da cova é colocado
no fundo juntamente com os adubos orgânicos, e o solo da camada
de 20 a 40cm é colocado na parte superficial da mesma. Após este
processo, com uma estaca de madeira marca-se o centro da cova
para após sessenta dias realizar o plantio da muda.

Plantio e tutoramento da muda

A muda de pitaia deve ser plantada a cinco centímetros acima do


nível do solo, pois após a irrigação, esta camada de solo irá
compactar e se nivelar à superfície do mesmo.
Caso a muda seja soterrada pelo solo, a mesma corre o risco de
apodrecer levando a sua perda, sendo assim será necessário o
replantio.
No momento de inserção da muda na cova deve-se realizar uma leve
pressão ao redor da mesma, visando retirar todos os espaços vazios,
para que não ocorra a formação de bolsões de ar, que podem levar a
morte da muda. Além disso, é indicado colocar cobertura vegetal
morta ao redor da muda, visando evitar a perda de umidade do solo.
Como a pitaia é uma planta de hábito trepador, deve-se realizar o
seu tutoramento. Para este processo é utilizado um mourão com
aproximadamente 1,80 m de altura e na extremidade deste mourão é
indicado colocar um suporte transversal para que dê a sustentação
necessária às brotações produtivas. É necesário fazer o amarrio da
muda com barbante ou algum tipo de linha no mourão para auxiliar o
processo de crescimento da planta no sentido do mourão.
TRATOS CULTURAIS
Condução da planta

Após o estabelecimento da muda, se da o surgimento de brotações


laterais denominadas cladódios (caule modificado adaptado à
realização de fotossíntese, característico das plantas xerófitas). O
indicado é que estes brotos vegetativos laterias (ramos ladrões)
sejam removidos através de podas, principalmente pela poda de
formação.
Com o auxílio de uma tesoura de poda realiza-se a eliminação dos
brotos, deixando apenas um ou dois, que serão conduzidos até a
parte suerior do mourão. Quando a planta alcançar a parte superior
do suporte do mourão, deve-se deixar todos os cladódios crescerem
e desenvolverem, pois estes originarão os cladódios produtivos.
Podas Dentre as diversas práticas agronômicas presentes no cultivo
da pitaia, a poda é uma das mais importantes, sendo comumente
realizadas as podas de formação, de produção e de limpeza.

Poda de formação

Esta poda visa moldar e definir a arquitetura da planta, além de


eliminar brotações improdutivas, sendo sua principal função a
promoção de um ambiente favorável para o desenvolvimento e
adaptação do ramo principal ao sistema de apoio, proporcionando
assim uma maior área efetiva de exposição à luz solar.
Seis meses após o transplante da muda para o campo, deve-se
selecionar o número de cladódios desejados para formar a estrutura
da planta, e amarra-los ao suporte para direcionar o seu
crescimento. Ao atingir o suporte do mourão, os cladódios emitidos
acima do mesmo devem ser mantidos, já que serão os brotos
produtivos. Os cladódios que forem emitidos lateralmente abaixo do
suporte do mourão e rentes ao solo, devem ser eliminados, pois
estes são poucos produtivos e acabam atrapalhando o crescimento e
o desenvolvimento da planta e dos frutos. É importante que todas as
ferramentas utilizadas para a eliminação dos cladódios sejam
esterilizadas, a fim de minimizar o risco de contaminação da planta a
cada corte.

Poda de produção

A poda de produção também conhecida como poda de desbaste,


consiste na eliminação dos cladódios improdutivos encontrados na
planta. Este tipo de poda visa concentrar a produção em menos
cladódios, obtendo frutos de maior tamanho e melhor qualidade.
Deve ser realizada após o primeiro ano de estabelecimento da
cultura, uma vez que a estabilização da produção se dá a partir deste
ano, devido ao maior vigor e elevada taxa de crescimento da planta.
As ferramentas utilizadas durante o processo da poda também,
devem ser esterilizadas, a fim de reduzir possíveis infecções da
planta.

Poda de limpeza

A poda de limpeza é realizada com a finalidade de remoção das


partes da planta afetadas por algum tipo de agente patogênico ou
inseto, e/ou as partes da planta que não se desenvolveram ou se
encontram secas.
As partes afetadas da planta devem ser removidas e enterradas à
uma profundidade mínima de 30 cm, reduzindo a possibilidade de
sobrevivência a disseminação do inóculo do patógeno ou inseto.
Nesta poda, salinta-se ainda mias a importancia da desinfecção das
ferramentas utilizadas a cada corte realizado na planta, pois o risco
de contaminação entre as plantas é mais elevado.

Adubação

O procedimento de adubação da pitaia corresponde a uma das


práticas mais importantes envolvidas no crescimento e
desenvolvimento da planta. Uma boa nutrição das plantas garante o
excelente funcionamento fisiológico, maior resistência à pragas e
doenças, além de proporcionar elevada produtividade de frutos de
boa qualidade. A adubação da pitaia ainda é muito pouco estudada,
tornando difícil a obtenção de dados envolvendo a nutrição das
plantas, seja ela mineral ou orgânica. No entanto, na prática são
aplicadas doses de adubos baseadas na experiência dos cultivos.
Este procedimento, sem estudos preliminares, representa um risco
para o produtor, pois existe a possibilidade de se fornecer
quantidades em excesso ou em falta que irão proporcionar um
desbalanço nutricional da planta, acarretando em grandes perdas de
produtividade e em casos extremos provocando a morte da planta.
Portanto a adubação da pitaia deve ser realizada de acordo com a
interpretação correta da análise de solo e pela quantidade
demandada de cada nutriente pela planta (dinâmica nutricional), a
fim de se obter alta produtividade e boa qualidade de produção. Os
principais nutrientes demandandos pela cultura da pitaia são
nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K) e cálcio (Ca), pois os mesmos
constituem os componentes fundamentais na formação do caule e
dos frutos, além do micronutriente boro (B) que também é essencial
para o pegamento das

plantas e no tamanho e massa dos frutos.

Sendo assim, de modo geral, para garantir um excelente


desenvolvimento e crescimento das plantas, recomenda-se na
adubação de plantio durante o preparo das covas, utilizar matéria
orgânica (aproximadamente 20L de esterco bovino), 500g de calcário
dolomítico, 300g de superfosfato simples e micronutrientes (50g de
FTE BR 12) por cova.

Controle de plantas daninhas

O controle de plantas daninhas no pomar de pitaia deve ser realizado


levando em consideração as especificidades da planta, do clima e do
terreno, pois a ocorrencia de plantas invasoras podem prejudicar o
desenvolvimento das pitaias, afetando a produtividade e dificultando
os tratos culturais.
O controle pode ser realizado de forma manual e mecânica. O controle manual consiste no
arranquio das plantas daninhas localizadas a 40 cm de distância do caule, região esta, onde
se encontra a maior concentração de raízes e pêlos radiculares, evitando a competição por
nutrientes e água entre a invasora e a planta cultivada.
O controle mecânico deve ser realizado nas entre linhas das plantas, sendo indicado a
manuntenção de cobertura vegetal nas linhas, visando minimizar as perdas de umidade do
solo, além de protegê-lo contra erosões e processos de compactação devido ao uso de
maquinários.
Este controle deve ser feito com o auxílio de implementos agrícolas como roçadeiras, rolos
faca, foices e até mesmo facão, sempre que a cobertura vegetal alcançar um crescimento
acentuado.
Deve-se evitar o controle químico, que embora possa ser bastante eficiente no controle das
plantas daninhas, possa acarretar problemas de fitotoxidade das plantas de interesse, além
de danos aos aplicadores e ao meio ambiente.
PRAGAS E DOENÇAS
Pragas As principais pragas da cultura da pitaia são as formigas,
percevejo de patas laminadas, mosca das frutas, vagalume e abelha
irapuá.
As formigas saúvas e formigas lava-pés, dos gêneros Atta e
Solenopsis respectivamente, causam danos principalmente na época
da floração e de produção dos frutos, promovendo o amarelecimento
e posterior queda das flores e nas bracteas que envovem os frutos,
expondo a polpa, levando à depreciação do fruto.
O percevejo de patas laminadas (Leptoglossus phyllopus) provoca
danos nos cladódios e nos frutos, através da sucção da seiva dos
cladódios. A apresentação dos sintomas é por manchas e
rachaduras nos frutos, inviabilizando o comércio, podendo levar até à
morte da parte afetada.
A mosca das frutas (Anastrepha spp. e Ceratitis capitata) provoca
danos nas flores e principalmente nos frutos. A mosca realiza a
oviposição nas flores e nos frutos pequenos, e posteriormente a
eclosão dos ovos, as larvas se alimentam dos botões florais e da
polpa do fruto, afetando na produção de frutos.
O vagalume (Photinus scintillans) é um inseto de hábito noturno que
provoca danos nas flores e frutos.
O vagalume raspa os botões florais, causando seu amarelecimento e
posterior queda, afetando a produção. Nos frutos, o inseto causa
deformações em sua estrutura, modificando negativamente o
aspecto visual e inviabilizando assim a sua comercialização.
A abelha irapuá ou abelha cachorro (Trigona spinipes) promove
muitos danos principalmente nos frutos verdes e maduros,
depreciando assim o produto final.
São também relatadas outras pragas que podem causar danos a
cultura da pitaia de maneira esporádica, como pulgões, cochonilhas,
lesmas e caracóis, que apresentam preferência por tecidos mais
jovens, principalmente o ápice de crescimento da planta.
Os nematóides representam um grande problema para a cultura,
sendo relatados diversos gêneros capazes de provocar danos ao
sistema radicular desta cultura, como Helicotylenchus, Meloidogyne,
Dorylaimus, Tylenchus, Aphelenchus e Pratylenchus.

Doenças

No Brasil ainda são poucos os problemas relatados com doenças na


cultura da pitaia, entretanto são destacadas três principais problemas
para a cultura, sendo elas a Antracnose, a Bacteriose e a Murcha de
Fusárium.
A Antracnose é uma doença causada pelo fungo Colletotrichum
gloeosporioides, a qual ataca os cladódios e os frutos da planta,
apresentando lesões de coloração marromavermelhada com um halo
clorótico ao redor. Estas lesões reduzem a área fotossintetica da
planta, promovendo uma queda na produção de fotoassimilados e
consequentemente, redução da produção. A Bacteriose também
conhecida como podridão negra, é causada pela ação da bactéria
Xanthomonas campestris, que ataca principalmente os cladódios da
planta, provocando o apodrecimento.
Os sintomas se iniciam com uma murcha localizada, seguida de um
amarelecimento dos cladódios, progredindo para lesões de coloração
preta ou marrom escura, em razão da necrose dos tecidos. Murcha
de Fusário ou amarelecimento de fusarium, é uma doença causada
pelo fungo Fusarium oxysporum, que ataca o sistema radicular e os
caules da planta.
O início da doença se dá pela invasão do patógeno pelo sistema
radicular, se desenvolvendo até os vasos condutores da planta,
especificamente o Xilema, provocando o escurecimento do mesmo
ocasionado pelo impedimento do fluxo da seiva do Xilema.
CONTROLE DE PRAGAS E
DOENÇAS
O controle de pragas e doenças na cultura da pitaia é feito
basicamente por meio das práticas culturais, como adubação
adequada e o manejo das podas. Os ramos e os frutos infectados
devem ser removidos da área de cultivo, de modo a retirar a fonte de
inóculo.
Pode-se utilizar também o controle químico, no entanto não existem
produtos registrados no MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento) para a cultura da pitaia, não devendo assim,
recomendar a utilização de métodos químicos de controle.
COLHEITA
A colheita é um dos processos mais sensíveis e importantes durante
a produção da pitaia, sendo a colheita dos frutos realizada
manualmente, cortando-se o pendúnculo do fruto com cuidado, com
o auxílio de uma tesoura. É recomendado que os trabalhadores
utilizem luvas e uniformes apropriados para proteção contra os
espinhos durante o manuseio de retirada dos frutos.
O desempenho de produção da cultura da pitaia é difícil de ser
estimado, pois o mesmo depende de fatores como idade da planta,
sistema de cultivo e tamanho da área.
Em sistemas utilizando tutores vivos, com pouco manejo das plantas,
são obtidos cerca de 30 frutos por planta, apresentando cada um
deles um peso médio de 400 g, o que resulta em uma produção de
cerca de 12 kg por planta. Entretanto, se o sistema utilizado
apresentar 1666 (2x3m) plantas por hectare e o manejo for realizado
como o recomendado, o desempenho de produção pode alcançar
até cerca de 20 toneladas por hectare.
O período de produção da pitaia concentrase entre os meses de
dezembro a maio.
É importante que a colheita da pitaia seja realizada na época correta,
pois caso contrário, ela não completará seu amadurecimento após a
separação da planta.
O ponto de colheita da pitaia vermelha de polpa branca é
determinado quando o fruto atingir a coloração de rosa a vermelho
intenso da casca e com textura ainda firme da polpa.
REFERÊNCIAS
CANTO, A. R. et al. El cultivo de pitahaya en Yucatan. Yucatan: Universidade Autônoma Chapingo, p. 53,
1993.
DONADIO, L. C. Pitaia. Revista Brasileira de fruticultura, v. 31, n. 3, 2009.
MARTÍNEZ, M. et al. Podas en pitaia, Bogotá, 2013.
MARQUES, V. B. et al. Ocorrência de insetos na pitaia no município de LavrasMG. Agrarian, v. 5, n. 15, p. 88-
92, 2012.

MASYAHIT, M. et al. O primeiro relato da ocorrência da doença antracnose causada por Colletotrichum
gloeosporioides (Penz.) Penz. O & Sacc. na fruta do dragão (Hylocereus spp.) na península da Malásia.
American Journal of Applied Sciences , v. 6, n. 5, p. 902-912, 2009.

NUNES, E. N. et al. Pitaia (Hylocereus sp.): Uma revisão para o Brasil. Gaia Scientia, v. 8, n. 1, 2014. SILVA,
A. C. Pitaia: melhoramento e produção de mudas. Universidade Estadual Paulista (UNESP), 2014.

SILVA, E. C. et al. Pitaia - fruta exótica de mercado promissor. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
– ESALQ/USP. Disponível em:

Você também pode gostar