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Resumo P2 - Débora Matos Almeida

Metabolismo dos Carboidratos


Funções:
➢ Suprir energia para o animal, para a microbiota ruminal capacitando-a de prover ácidos
graxos e para a produção de proteína microbiana

Caracterização:
● Carboidratos estruturais (CE): celulose, hemicelulose, lignina e pectina
● Carboidratos não estruturais (CNE): açúcares e amido
Na bovinocultura, dividimos Carboidratos Fibrosos (CF) e Carboidratos não Fibrosos
(CNF)
● CF: celulose, hemicelulose e lignina
● CNF: açúcares, amido e pectina

Degradação Ruminal de Carboidratos


O carboidrato pode ser CF ou CNF

Obs: os AGV mais importantes para os ruminantes são o acetato (síntese de gordura)
propionato (energia para o rúmen) e butirato (desenvolvimento das papilas ruminais e
manutenção das papilas intestinais)

Sequência de degradação: 1° acetato, 2° propionato, 3° butirato


- Fibra: 50% acetato, 30% propionato e 20% butirato
- Amido: 30% acetato, 40% propionato, 20% butirato

O CNF é dividido em açúcares, amido e pectina no rúmen (passam pelo processo de


fermentação para produzir AGVs + COs e metano - AGvs advindo da pectina produz acetato
que capta H+ contribuindo para a manutenção do pH ruminal)
★ Açúcar: rápida fermentação, energia disponível e alteração do pH ruminal
★ Amido: fermentação intermediária, energia disponível, alteração do pH ruminal,
degradabilidade
★ Pectina: fermentação lenta, energia disponível, manutenção do pH ruminal

➔ Açúcares: todo o açúcar é rapidamente degradado no rúmen e convertido em AGVs


+ CO2 e metano, e essa produção de AGVs reduz o pH ruminal
➔ Amido: parte convertido em AGVs no rúmen, parte usado no ID para a formação de glicose
(destinado ao sangue portal) e parte excretado. Pode ser trabalhado com grão inteiro, moído
grosso, floculado ou reidratado (muito usado) - também existe o milho moído fino, colhido
úmido e
laminado mas são menos importantes.
Dependendo da forma que o milho for
processado, sua degradação pelas
bactérias ruminais pode ser maior ou
menos. O milho grão inteiro leva muito
mais tempo do
que o reidratado (milho moído + água) e o floculado é o “melhor dos mundos” pois a matriz
do alimento fica mais disponível expondo os nutrientes para que as bactérias façam melhor
proveito
◆ Inteiro: a maior parte passa para o IG e ID não sendo bem aproveitado
◆ Moído grosso: aumenta a digestão ruminal mas ainda perde para o milho moído
fino e para o floculado
◆ Moído fino: quase 78% de aproveitamento pelo rúmen
Obs: limites de amido na dieta correspondem a < 28% da dieta total sendo o ideal < 25% da dieta
total
➔ Pectina: parte é degradada para a formação de AGVs e parte é excretada nas fezes.

Obs: normalmente a pectina (polpa crítica) está menos presente na dieta do que o amido (milho) e
açúcar (cana de açúcar) que são mais fáceis de encontrar. O aproveitamento da pectina no ID é bem
menor que o do amido que vira glicose no ID - CUIDADO com o uso de polpa crítica, usar
adsorvente para eliminar micotoxinas

O que afeta a produção de AGVs?


- Disponibilidade de carboidratos
- Fonte de nitrogênio
- Tipo de carboidrato (CNF mais propionato, CF menos propionato)

Ao chegar no rúmen uma porcentagem do CF é convertida em ácidos graxos voláteis e CO2


+ metano (ácidos graxos são direcionados para o sangue se tornando fonte de energia e os gases são
liberados por respiração e eructação) e a outra porcentagem passa pelo ID, IG (no IG mais uma parte
é direcionado para a formação de AGVs) e se tornam fezes. Os CF são chamados também de FDN
(fibra em detergente neutro) sendo composto por celulose, hemicelulose e lignina. Além disso,
o FDN ainda se subdivide em FDNpd (digestível) e FDNi (indigestível - não traz nutrientes e limita
parte da que seria degradada)
● A lignina não é nada aproveitada (quanto mais lignina no alimento, menor será o
aproveitamento) - quando alimentamos o animal com muita lignina, ela fica parada
no rúmen por muito tempo até as bactérias ruminais conseguirem diminuir seu
tamanho
● Ou seja, um bom CF deve ser degradado mais rapidamente para ajudar na retirada
de FDNi do rúmen
Obs: A FDNi tende a depositar no fundo do rúmen e a FDNpd com menor densidade sobe. Uma
vaca sem condições de degradar, irá depositar muito FDNi e para solucionar precisamos fornecer
muito FDNpd que será degradado “levando” FDNi junto

O que afeta a degradação de FDN?


- Capim novo x Capim velho: volumoso de qualidade é de capim novo. A lignina não sofre
degradação e é a que é depositada na planta para conferir resistência depois de velha
(capim velho = alto teor de lignina)
- Tamanho da partícula: a superfície de contato interfere na digestão, não podendo ser
partículas muito grandes e nem muito pequenas pois o animal precisa ruminar para criar
tamponamento (bicarbonato). O correto é em torno de 1,5 a 2 cm de tamanho.
- Separador de partículas “Penn State” é constituído em um conjunto de
peneiras que separa as partículas por tamanhos
- Alto nível de concentrado
- Alto nível de óleo: o óleo forma um biofilme no FDNi e nos insaturados (efeito
deletério no rúmen) impedindo que afetem no funcionamento ruminal
- Dieta mal balanceada: reduz o pH ruminal reduzindo a ação das bactérias e a
degradação de celulose (prevenir a queda de pH por tamponamento)

Recomendações de Carboidratos - FDN


❖ Sempre pensar no mínimo de 25% de FDN na dieta, sendo que 19% tem que ser de forragem
❖ Fornecer mistura total (misturar volumoso e concentrado)
❖ FDNfe (fibra fisicamente efetiva - estimula mastigação, salivação e motilidade
ruminal): entre 19 e 23%

Metabolismo dos Lipídios


Funções dos lipídios:
➢ Fonte de energia
➢ Isolante térmico
➢ Composição de membranas
➢ Formação de hormônios
➢ Suprir ácidos graxos essenciais

Caracterização dos lipídios


1. Triglicerídios, Galactolipídios e Fosfolipídios
a. Triglicerídios: maior importância nutricional pois é o mais encontrado em
alimentos (concentrados - farelo de soja, caroço de algodão - e DDG). Composto
por glicerol + ácido graxo unidos por ligação tipo éster.
Obs: quando a vaca tem muito NEFA,
significa que existe muito ácido graxo livre não
esterificado (a forma usada pelo animal é a
esterificada)]
b. Galactolipídios: principal
forma de armazenamento de
lipídios em forrageiras, mas
como a concentração é muito
baixa, a
importância nutricional também é baixa
c. Fosfolipídios: abundante em alimentos de origem animal e como não
podemos usar para alimentação de ruminante, não temos para dieta em vacas
2. Ácidos Graxos essenciais e não essenciais
Os essenciais são aqueles não sintetizados pelo organismo, então devem estar presentes na dieta. Já
os não essenciais são sintetizados. Abaixo, estão os essenciais:
a. C 18:2 n-6: linoleico
b. C 18:3 n-3: linolênico
c. C 20:4 n-4: araquidônico
3. Saturados e Insaturados
Os saturados são os que não possuem duplas ligações (saturados de H) e os insaturados possuem
duplas ligações. Essa classificação é importante pois o ácido graxo saturado não possui efeito
deletério para o metabolismo ruminal, mas o insaturado pode ter (interferência na ação bacteriana do
rúmen)
Geralmente, temos mais ácidos graxos saturados em produtos de origem animal e insaturados
em produtos de origem vegetal (sementes/farelos), sendo os insaturados os mais presentes na dieta.
➔ Sebo e banha, apesar de ricos em AG saturado, são proibidos no BR por serem de
origem animal
Degradação Ruminal e Digestão Intestinal dos Lipídios
Na dieta temos: ácidos graxos esterificados (1) , vitaminas lipossolúveis e pigmentos
(2)

1. O ácido graxo esterificado, depois de ingerido, cai no rúmen e sofre ação dos MO pela
enzima lipase sendo quebrados em glicerol/galactose (a) e ácidos graxos livres (b)
a. O glicerol se comporta como carboidrato, então será fermentado em ácido graxo
volátil + CO2 e metano, sendo que a porção de ácido graxo volátil será absorvido e
convertido em energia, enquanto a porção de CO2 e metano será liberada no
ambiente por eructação e respiração
b. Os ácidos graxos livres podem ser insaturados ou saturados e terão destinos
diferentes:
i. Insaturados: por serem tóxicos para as bactérias ruminais (alteram a
permeabilidade da membrana da bactéria), podem passar por dois processos
que os tornam menos nocivos:
➔ Biohidrogenação: as bactérias quebram as insaturações tornando o ácido graxo
insaturado em saturado
◆ Ex: ácido linoleico→ ácido rumênico → ácido vacênico → ácido esteárico
➔ Saponificação: na presença de ácidos graxos insaturados de forma excessiva, o cálcio
presente na saliva dos animais se liga a eles produzindo sabão de cálcio. Esse sabão é
inerte para o rúmen e passa direto para o abomaso e, em seguida, para o intestino
Obs: a biohidrogenação possui o problema de ser um processo demorado e com o tempo necessário,
na maior parte das vezes o alimento não fica tempo suficiente no rúmen para passar por toda essa
transformação. Com isso, muitos elementos intermediários da biohidrogenação passam, como o ácido
vacênico e o ácido rumênico (CLA) - quando o CLA e o ácido vacênico são absorvidos, da circulação
eles vão para a glândula mamária inibindo enzimas responsáveis pela produção de gordura do leite
(delta 9 dessaturase). Com isso, eles reduzem a presença de gordura no leite.
Já no intestino, tanto o ácido graxo saturado resultante da biohidrogenação do insaturado
quanto o ácido graxo insaturado ligado ao sabão de cálcio e o ácido graxo saturado (oriundo dos
ácidos graxos livres) serão parcialmente absorvidos e parcialmente liberados nas fezes.
2. Das vitaminas grande parte passará inerte pelo intestino, sendo pouco absorvidas. Já os
pigmentos basicamente se tornarão fezes.
➢ Absorção Intestinal de ácidos graxos: nos enterócitos ocorre junção dos ácidos graxos
com o glicerol formando os triglicerídeos. Esses triglicerídios serão carreados para fora dos
enterócitos pelo VLDL por exocitose e levados para a circulação linfática e para o
sangue/tecidos.

Gordura Protegida
A gordura protegida entra para aumentar a energia da dieta e normalmente é fornecida no pré
pico de lactação - aumento o pico E a persistência de lactação, normalmente o fornecimento
é em torno de 400 a 600 g/dia/animal
★ Óleo de soja x Óleo de
palma: a proteção do óleo
de soja não é tão boa
quanto o de palma e isso
é confirmado pois o óleo
de soja reduz o teor de
gordura do leite pois
permite uma maior
passagem de
intermediários da
biohidrogenação para a
glândula mamária
reduzindo o teor de gordura do leite - ou seja, a proteção do óleo de soja é menor
★ Megalac também é gordura protegida

Obs: recomendações de extrato etéreo (lipídios) na ração


- Mínimo de 3% da MS
- Máximo de 5% da MS em animais adultos
- Máximo de 7 a 9% da MS em vacas de lactação de alta produção (quando chegar em 7% é
importante mesclar 2 ou 3 fontes de gordura como caroço de algodão + gordura protegida +
óleo de soja para não sobrecarregar o rúmen pela composição diferente de AGs dos
alimentos)
Metabolismo das Proteínas
Funções:
➢ Componente estrutural
➢ Enzimas
➢ Hormônios
➢ Material genético
➢ Fonte de energia

Farelo de soja e de amendoim


são os mais usados; farelo de glúten de
milho é rico em PNDR mas muito caro;
DDG é rico em PNDR

Obs: Lisina e metionina se destacam como principais aminoácidos presentes na dieta de gado de
leite - Lisina como primeiro limitante e metionina como segundo. Metionina apesar de não ser o
primeiro limitante, é o mais barato

Fatores que interferem na degradação ruminal:


➔ Composição química e física da proteína: quanto mais nitrogênio não proteico (NNP)
presente no alimento, mais ‘foge’ da degradação ruminal e vai para o abomaso
◆ Uréia alto NNP, caroço de algodão baixo NNP
➔ Estrutura da proteína: quanto mais complexa for a estrutura, menos é degradada no rúmen
➔ Tostagem: quando tostamos o alimento, a conformação da proteína muda e terá menor
degradação no rúmen
➔ Tratamento com formaldeído: deixa o alimento mais rico em PNDR
➔ Tratamento com tanino: deixa o alimento mais rico em PNDR

Degradação Ruminal de Proteínas


A proteína quando ingerida, no rúmen se subdivide em PDR (proteína degradável no rúmen) e
PNDR (proteína não degradável no rúmen).
A PDR é degradada e utilizada como fonte de nitrogênio para o crescimento dos MO
ruminais - quando eles crescem geram a Pmic que é a principal fonte de aminoácidos para o animal e
é a principal a ser depositada nos músculos e no leite. Parte da Pmic é convertida em amônia que
será convertida em uréia no fígado (ciclo de uréia). Essa uréia pode ser excretada em formato de
urina ou voltar para o rúmen. A porcentagem de Pmic que não é convertida em uréia possui a porção
digestível e a não digestível:
- Não digestível: vai para o IG e é liberado nas fezes
- Digestível: é convertida em DNA/RNA no ID e em seguida se torna derivados de purina
seguindo para o sangue portal.
Obs: dietas com baixa proteína bruta permitem uma alta reciclagem de uréia, acima de 18% de PB
cessa a reciclagem

Depois de retirada a parte digestível e a não digestível, sobra a Pmicvd


A PNDR passa pelo rúmen ser ser degrada, perde uma fração indigestível que será liberada na
fezes e o restante irá se juntar ao Pmicvd no ID formando a PM (proteína metabolizável) que será
convertida em aminoácidos - AAs - (usados pelo animal)
Na metabolização da proteína também surge nitrogênio endógeno que provém da
descamação do rúmen. Desse nitrogênio parte se unirá ao Pmicvd + PNDR no ID para complementar
a formação da PM e o restante irá para o IG (uma porcentagem ajuda a compor a uréia e o restante é
excretado)

Fatores que interferem na síntese de Pmic:


➔ Disponibilidade de energia
➔ Disponibilidade de nitrogênio (mínimo de 7 a 8%)
➔ Sincronia energia:proteína. Relaciona a quantidade de proteína com a taxa de degradação, ou
seja, uma fonte de proteína que é rapidamente degradada no rúmen precisa de um carboidrato
na dieta que também é rapidamente degradado para que o nitrogênio da proteína será
eficientemente usado. Ex: uréia proteína de alta degradação + cana que é um carboidrato de
sacarose, por isso tem rápida degradação

★ A PDR tem uma limitação de uso, ou seja, não adianta adicionar ilimitadamente na dieta pois
começa a ser excretado e isso gasta energia, então eu perco energia que poderia ser
direcionada para a produção de leite - CHEGA UM PONTO EM QUE É DESVANTAJOSO
ADICIONAR PDR ILIMITADO NA DIETA DO ANIMAL (o certo é
trabalhar com 10 a 11% de PDR na dieta do animal).
★ Farinha de glúten é uma boa fonte de PNDR mas não é bom para usar pois é pobre em
aminoácidos
★ Quando suplementar PNDR para as vacas? Quando tiver animais de alta produção (30/35
litros de leite). Lembrando de primeiramente maximizar a proteína microbiana (a PDR tem
que girar em torno de 10/12%) e escolher a fonte correta de PNDR

Aminoácidos Protegidos (Metionina e Lisina)


Usar para vacas de alta produção, para uma melhor resposta no período de transição e mais resposta
em teor de proteína do leite
Manejo de Vacas no Período de Transição

O período de transição
corresponde ao momento em que
o animal passa de vaca seca para
vaca em lactação (21 dias antes
do parto e 21 dias depois do
parto). Há mudanças metabólicas
importantes nesse período.

ECC (escore de condição corporal)


Reflete o manejo e a nutrição do rebanho que deve ser realizada rotineiramente
● Medida subjetiva (usar mais de um avaliador para chegar a uma média e sempre o mesmo
avaliador) - observar o animal por trás e de lado dando a nota de acordo com a deposição
de gordura

ECC desejado:
- Escore por volta de 3 é ideal (1
muito magra e 5 muito gorda)
- Índices caem no arto e se
recupera no final da lactação (ajustar
ECC no terço final da lactação)
- Vacas muito gordas ao parto
podem ter problemas metabólicos
- Ter o mínimo de mudança de
ECC no período seco
- Meta = menos de 10% das vacas secas com ECC > 3,5

Vacas magras: pouca reserva corporal para lactação, pico baixo e menor produção na lactação
Vacas gordas: balanço energético negativo (BEN) pronunciado, distúrbios metabólicos pós parto,
menor produção na lactação e maior intervalo entre partos

Transição pré parto x Transição pós parto

Queda do CMS (consumo de matéria seca) CMS baixo

Exigência de gestação Exigência de lactação


➔ Perto do parto o consumo de MS cai muito, tanto em vacas quanto em novilhas devido
ao aumento do útero gravídico
➔ Efeitos hormonais no fim da gestação como a queda de progesterona e aumento do cortisol
também influenciam na queda de alimentação

DEL - dias em lactação


NDT - nutrientes digestíveis totais

★ O animal precisa de energia para produzir leite no pós parto, mas não consegue consumir o
quanto precisa pois o rúmen ainda está pequeno devido ao útero gravídico ainda não
regredido. O pico de consumo se dá entre 3 e 4 semanas pós parto e até esse período o animal
gasta energia para produzir leite (BEN)
○ Início da lactação: alta produção de leite e baixo consumo de massa seca
resultam em BEN = perda de reservas corporais

Desordens Metabólicas
● BEN (não tem como eliminar, mas é controlável)
○ Cetose
○ Esteatose hepática
● Manejo alimentar
○ Acidose
○ Laminite
○ Deslocamento de abomaso
○ Hipocalcemia

Cetose e Esteatose
A alta exigência energética + o baixo consumo de energia resultam em BEN e a mobilização de
reservas do animal é direcionada para conversão de triglicerídeos em NEFA ou AGNE (ácidos graxos
não esterificados). No fígado os ácidos graxos são metabolizados e se tornam corpos cetônicos que
são usados apenas pelo SNC. Há sobrecarga do SNC e o animal começa a perder funções motoras e
deposita o que sobra no fígado (esteatose hepática) - animal possivelmente é
descartado
Como amenizar BEN? Estratégia de
controle de ECC para mobilizar menos gordura
e menor estresse calórico (animais mais
confortável consome mais e produz mais leite)
como estratégias básicas - THI consiste no
índice de temperatura e umidade que estabelece
conforto para o
animal, se ele aumenta o animais estressa e a produção cai.
Como estratégias mais avançadas usamos amido e gordura na dieta para fornecer mais
energia, principalmente no pós parto
● Amido: cuidado pois amido em excesso pode levar à acidose ruminal. Muito amido sendo
fermentado produz ácidos graxos que reduzem o pH ruminal + bactérias produzindo ácido
lático reduzem mais ainda o pH. E acidose leva a laminite!
○ Acidose = queda do consumo, da produção e no teor de gordura do leite

Deslocamento do Abomaso (associado ao alto consumo de concentrado) Causas:


- Pós parto o abomaso pode torcer virando para a esquerda
- Concentrado caindo direto no abomaso
Solução:
- Uso de propilenoglicol (alta fonte de energia que pode ser diluído em água e fornecido
para a vaca. Enche o rúmen evitando deslocamento). Normalmente é oferecido por
sonda, mas o próprio fornecimento e o custo são entraves

Ajustes Dietéticos
● Limites:
○ Mínimo de FDN (35% de MS total)
○ Máximo de amido (28% da MS total)
■ Alternativas: DDG, polpa cítrica, caroço de algodão e casca de soja

● Tamponamento: sal + ácido fraco neutralizam o


excesso de AGV e mantém o pH próximo do ideal

● Suplementação lipídica: objetivos de aumentar a densidade energética e evitar acidose


ruminal (usado apenas no período de transição). Considerar requisitos
nutricionais e fornecimento de volumoso; palatabilidade; inerte ou não ao rúmen; resposta
na produção e composição do leite; custo

Hipocalcemia
Causas: baixo nível de Ca circulante, baixa absorção intestinal de Ca, baixa mobilização
óssea de Ca ou alta secreção de Ca no leite ou inativação do paratormônio (fica inativo logo após o
parto). A hipocalcemia ocorre em 75% das vacas de alta produção. O músculo liso tem
redução da sua capacidade de contratilidade levando a retenção de placenta, involução uterina
ineficiente e aumento da incidência de deslocamento do abomaso.
Tratamento: dieta aniônica (à base de sulfatos e cloretos - sulfato de amônio, cálcio ou
magnésio e cloreto de amônio, cálcio ou magnésio). Provoca mecanismo de acidose
metabólica o que leva à ativação do paratormônio possibilitando a reabsorção/absorção de cálcio.
● Avaliação da dieta aniônica (utilizar 21 dias antes do parto): verificar o pH da urina
(normal 8,2); limitação de cátions na dieta 7,8; o ideal 3 semanas antes do parto é 5,8 a 6,2

Manejo de Vacas em Confinamento (Partes 1 e 2)


Sistemas de Confinamento
1. Free Stall
2. Compost Barn
3. Loose Housing
4. Tie Stall

Objetivo principal do confinamento: tirar as vacas do pasto devido a lama (maior sujidade =
maior incidência de mastite) de verão, infestação de carrapatos e stress térmico
- Hoje no Brasil estão adotando mais o compost, mas na lista das 100 maiores
fazendas BR de gado de leite, a maioria é free stall
Obs: para um produtor (pequeno ou médio) que busca aumentar a produção em escala, optar por tirar
as vacas do pasto e colocar em confinamento (maior produção, maiores taxas de concepção e
prenhez)

Free Stall
A principal diferença entre o free stall e o compost é que no free stall a vaca tem um local exato para
deitar e no compost ela deita em qualquer lugar - custo de produção do compost é maior que do free
stall (com 10 mil reais por vaca alojada podemos chegar a gastar 1 milhão de reais só com instalação)
● Pé direito alto
● Telhas de cerâmica para deixar o ambiente mais fresco
● Cama de tecido (PR para baixo adota tecido) ou areia (Sp para cima adota areia) - para a
vaca deitar é melhor areia pois é gelada e não acumula microorganismos de manejada de
maneira correta
○ Na cama de tecido pode ser colocada serragem para ajudar a mantê-la limpa
○ Neck rail impede a vaca de ficar em pé defecando na cama e a impede de passar
para o outro lado
Obs: no sul usam tecido para não precisar separar areia de dejetos. Há fiscalização para descarte de
areia no solo - não é certo pois altera a qualidade do solo - de SP para cima usam areia pois a
fiscalização não é rigorosa
● Ambiente todo fechado com controle de temperatura por placas de resfriamento - a vaca
tem que ficar de 12 a 14 horas deitada ruminando, vacas deitadas é sinal de
conforto
● Divisórias de metal ou madeira que variam muito de acordo com o tamanho da vaca
- rebanho heterogêneo é melhor compost para evitar mal dimensionamento
○ Dimensionamento deve ser de acordo com a categoria (um free stall para novilha
e um para vaca)
● Não é obrigatório ter ventiladores
● Piso mais abrasivo - maior possibilidade de problemas de casco
● Manejo de dejetos: “puxador” que raspa o piso retirando dejetos e os direciona para as
lagoas de dejetos (fazendas grandes possuem separador - separa areia dos
dejetos)
Desvantagens do free stall em relação ao Compost Barn: problemas de casco devido ao
piso abrasivo; cama de tecido dá trabalho para reformar; cama de areia pode trazer problema
ambiental; manejo de dejetos mais complicado - no compost (compostagem) a vaca defeca na cama.
Uma vaca produz de 50 a 80 kG de fezes e 80 a 100 Kg de urina; exige rebanho homogêneo para
evitar mal dimensionamento; areia das camas entorna na pista e forma lama

Compost Barn
Um compost feito no BR se baseando nas medidas dos EUA não funciona! Nos EUA a
área por animal é de 7,44 metros quadrados e no BR precisa ser de 12 a 15 metros quadrados (nos
EUA o sistema é todo fechado)
Obs: nos EUA vacas limpas é indicador de que o sistema funciona (baixo índice de mastite e baixo
CCS)
● OBRIGATÓRIO o uso de ventiladores para secar as camas
● Lanternim para melhorar a ventilação, pé direito alto e laterais abertas com sombrite (BR)
● Cama de compostagem (exige trator para revirar a cama 2 ou 3 x por dia), vacas
mais limpas e livres para deitar onde quiserem - compost não ELIMINA dejetos, só diminui
(50 a 70% dos dejetos ficam na cama)
○ Materiais para a cama: 1° serragem e maravalha, 2° casca de café, 3° casca de arroz,
4° bagaço de cana. A efetividade (necessidade de troca de cama) da serragem é maior
do que da casca de café - serragem trocada com menor frequência
○ Monitoramento da cama: termômetro na superfície precisa apontar temperaturas
próximas às do ambiente; temperatura profunda precisa estar entre 45 e 55 graus
indicando que está ocorrendo compostagem
○ Manejo da cama: 0,5 a 0,6 metros de cama lembrando de colocar serragem no início;
nova cama de 5 a 20 cm quando começar a acumular umidade; limpeza tirando
TUDO 1 a 2 x por ano; deixar 25% da cama antiga ao colocar a nova (a cama
antiga sofrendo compostagem mata as bactérias patogênicas)
Obs: para as camas estarem corretas, a temperatura profunda precisa estar certa, umidade
correta (cama “fofa” = cama seca), distribuição dos animais (sem escolher lugar para deitar = cama
boa), sujidade dos animais precisa ser baixa.
● Aeração da cama: 25 a 30 cm de profundidade de cama devem ser revolvidos 2 a 3 x por dia
quando as vacas estão na ordenha, misturando nas duas direções (cultivador, subsolador,
escarificador e enxada rotativa - quebra os torrões)
● Chão macio evita problemas de casco
● Canzis: permitem o manejo/ordenha do animal enquanto se alimenta
● Bebedouro: isolado para não molhar as camas
● Dejetos: lagoa de dejetos, sendo que a fase líquida é usada para fertirrigação e a fase
sólida para compostagem
● Proteção na beira do cocho para não machucar os animais
● Aspersão: molhar as vacas ou na pista de trato ou na sala de ordenha, é importante para
manter o conforto térmico - escolher horários específicos para evitar perda de
água. Cuidado para não molhar o material de compostagem e, se feito na pista de
trato, aumenta a quantidade de dejetos
IMPORTANTE! Para um produtor “largado” o compost é perigoso pois o acúmulo de
microorganismos em uma cama mal compostada predispõe a mastite

★ Composto com túnel de vento: todo fechado com placas de resfriamento, teto
rebaixado com lona, maior necessidade de exaustores e sem aspersores, ambiente
interno < 22 graus, necessita de maior cuidado com a cama
Limitações do Compost: dimensionamento errado leva a densidade de animais acima do
recomendado; mistura inadequada da cama; material errado para a cama; umidade do ambiente da
cama (levar em consideração a região em que o sistema vai ser implementado)

Quando escolher compost ou free stall?


- Área pequena da fazenda: compost (fica mais caro mas para área pequena TEM que ser
compost
- Área grande: free stall
- Regiões em que chove o ano inteiro (sul): a cama não seca! Então compost não é
interessante

Loose housing
● Sem revolvimento de cama, então sem compostagem
● Cama de palha, feno ou bagaço de cana
● Animais livres para deitar onde quiserem

Tie Stall
● Animal contido em baias individuais sem conseguir virar e nem passear
● O animal fica muito sujo
● Tipo de instalação usado para exposição/experimento e pouco usado para produção

Manejo de Vacas em Confinamento (Partes 3,5 e 6)

Cocho
➢ Tipos: direto no chão, com murinho, azulejado, suspenso, suspenso de concreto, com
depressão, automáticos
○ Cochos direto do chão precisamos passar um cabo para limitar o acesso do animal
ao lado de fora
○ Cochos com murinho dificultam a retirada de sobras mas por outro lado não é
necessário ficar voltando para manejar a comida que cai para fora
○ Azulejado fica no chão mas o azulejo limita a umidade do alimento a previne
problemas com toxinas
○ Existem tintas específicas para deixar o fundo liso facilitando a higienização
○ Quanto mais fundo/suspenso, mais difícil retirar as sobras então pior será o cocho
○ Cochos com depressão evitam o desperdício
○ Cochos automáticos fazem o cálculo de quanto tinha de comida menos o que sobrou
para calcular quanto o animal comeu
Escore de Higiene
Avaliar se o ambiente em que as vacas
vivem é de qualidade. O escore de higiene
é feito no momento da ordenha e é
interessante que seja feito por um mesmo
profissional para manter os parâmetros.
Apenas os escores 1 e 2 são aceitáveis.

Escore de Cocho
Só avaliamos antes do trato da manhã e o cocho deve estar ou vazio ou com poucas sobras
● Escore zero: sem sobras. Para novilhas e vacas secas (não devem engordar em excesso) é
o escore ideal
● Escore 1: sobras de até 2,5% do que foi fornecido. Para lotes de vacas de alta produção é
um problema pois pode significar que a vaca selecionou o que comer (resulta em
limitação do consumo)
● Escore 2: sobras de até 5%. Essa sobra indica que as vacas poderiam ter comido mais mas
não comerem por estarem satisfeitas - desafia as vacas a comerem mais. Não é um problema
para vacas de alta e média produção SE a sobra não for só palhada
● Escore 3: até 10% de sobras. Ou a dieta foi formulada errada ou as vacas estão no cio
● Escore 4: >10% de sobras. Vacas doentes.
● Escore 5: alimento intacto. Vacas não tiveram acesso ao cocho, o que é mais difícil de
acontecer
Obs: a comida que sobra não é jogada fora, é fornecida para lotes menos exigentes como machos ou
para compor parte da alimentação de novilhas

Vaca seca e novilha o ideal é zero


Vaca em produção/alta produção ideal é até 2 - mais do que isso é desperdício de comida

Agrupamento
Consiste em selecionar vacas parecidas e colocar em um mesmo lote
★ Sistema 3:1 = para cada 3 litros de leite que a vaca produz, eu forneço 1 quilo
de ração. Unindo vacas com baixa, média e alta produção e usando o sistema 3:1 pode
acontecer de fornecer menos ração para uma vaca que produz mais (resulta em queda da
produção) e fornecer mais ração para uma vaca que produz menos (ela vai engordar)

Critérios para agrupar


● Produção de leite: juntar vacas com PL parecida
○ Desvantagem: mudança constante de animais (se cai a produção, já precisa mudar a
vaca de lote)
● Período de lactação (DEL - dias em lactação): vacas de menor produção possuem o DEL
mais alto. É usado quando existem muito lotes possibilitando a separação
● Mérito leiteiro (produção de leite e peso da vaca): evita que vacas grandes batam em
vacas pequenas na hora de comer)
● Nutrientes requeridos por Kg de matéria seca (pouco usado)
● ECC: vaca gorda precisa ser levada para um lote de vacas que produzem menos pois elas
consomem menos, possibilitando que a vaca gorda emagreça
● Ordem de lactação: se possível separar pluríparas e primíparas (as primíparas não precisam
de dieta aniônicas, só pluríparas)
● CCS: deixamos um lote de vacas com CCS alto separado para o final da ordenha (CCS de
200 para cima já podemos considerar uma mastite subclínica - o leite com CCS alto pode
ser dado para as bezerras)

Transferência de Grupo
➔ Pós parto: esperar 21 dias - o ideal é ter um lote de pós parto, a dieta ainda é um pouquinho
aniônica - e depois desse período levar essas vacas e novilhas para o lote de mais alta
produção da fazenda. Chamamos isso de DESAFIAR A VACA (colocar a vaca em um lote
para comer mais pq sei que ela está subindo na curva de lactação, então fornecendo mais
comida há possibilidade dela aumentar a produção de leite)
◆ O ideal é esperar juntar 2 ou 3 vacas para transferir de lote ao invés de
transferir uma só
◆ O ideal é movimentar a vaca APÓS a ordenha, logo depois que ela voltar da
ordenha já direcionar para o lote novo

TMR - Total Mixed Ration


Ração totalmente misturada (silagem de milho + feno + ração) de forma que a vaca não consiga
selecionar o que comer
❖ Vantagens:
➢ Não permite a seleção de alimentos
➢ Maior produção de leite
■ Quando a vaca come o concentrado separado, o ph do rúmen cai para 5,5
pois o amido do volumoso é convertido em ácido lático. Com isso, as fibras
não são digeridas com facilidade (para digerir precisa de pH acima de 6) e
acumula comida no rúmen. Com a comida acumulada por mais tempo, a vaca
come menos e consequentemente produz menos
➢ Fornecimento de mineral de forma separada não é necessária
➢ Menos problemas com acidose
➢ Fornecimento de ureia sem receio: a ureia é mais barata e substitui parcialmente o
farelo de soja, MAS CUIDADO POIS EM EXCESSO PODE MATAR O
ANIMAL
➢ Misturar alimentos com menor palatabilidade - geralmente são alimentos mais
baratos e a vaca não consegue separar pois está muito bem misturado
➢ Menos trabalho
➢ Não precisa colocar ração na área de ordenha
❖ Desvantagens:
➢ O feno precisa ser picado antes de ser colocado na mistura
➢ Vagão forrageiro (equipamento que mistura) é caro: 40 mil a 150 mil
➢ Instalações nem sempre são preparadas para dividir os grupos
➢ Para rebanhos pequenos pode ser inviável
➢ Para vacas a pasto não é possível fazer
➢ Mais cálculo matemáticos necessários para jogar isso no vagão Obs: uma
vantagem do vagão é a possibilidade de trabalhar com vários alimentos diferentes dando
oportunidade de usar alimentos mais baratos

Frequência de Fornecimento TMR


Normalmente atrelamos com o número de ordenhas. O mínimo são 2 tratos, mas existem
fazendas no BR que trabalham com 1 trato por dia - a vantagem de 1 vez só é que dá menos trabalho
(economia) mas para a vaca talvez 1 vez só não seja bom (uma região muito quente isso não pode ser
feito pois a comida esquenta demais e fermenta)
- Depende do espaço de cocho (espaço de cocho é a medida do espaço do cocho que a vaca
usa para alimentar) - vaca Holandesa precisamos de pelo menos 0,7 m de espaço de cocho
por animal
- Em compost que cabe mais animais é muito comum ter mais vacas do que o espaço
de cocho e a medida de espaço de cocho por animal cai. Com isso, há competição
pelo alimento e um animal bate no outro, o consumo de alimento não será
proporcional. Quando isso acontece, aumentamos a frequência de
fornecimento de alimentos para reduzir a competição.
PERGUNTA DE PROVA: Qual a saída para solucionar uma superlotação no compost? Fazer o trato
com mais frequência
- Push up é “empurrar a comida” -não precisamos necessariamente fazer o trato,
podemos só empurrar a comida para a vaca

PERGUNTA DE PROVA: Frequência de ordenha


Períodos maiores entre ordenhas alteram a permeabilidade da membrana à da extração de glicose,
aminoácidos, beta hidroxibutirato e glicerol pela glândula mamária
- Se forem realizadas 3 ordenhas, a vaca pode ter um aumento de produção de até 20%; no
caso de 2 ordenhas o aumento é apenas de 10 a 15%. Um produtor com propriedade de
alta produção (2.000 L por dia) é mais vantajoso ordenhar 3 vezes por dia, já para
o produtor pequeno (200 L por dia) é mais vantajoso ordenha 2 vezes por dia.
Além disso, quando ordenhamos 3 x diminuímos o CCS, diminui a incidência de mastite
(farei a limpeza do teto com mais frequência) e aumenta a taxa de prenhez (porque as vacas
de alta produção costumam ter cio silencioso/ a noite, então se eu faço a ordenha da noite eu
pego um cio que durante o dia eu não pegaria)

Tipos de Ordenha
Obs: vaca defecar durante a ordenha é sinal de estresse
➔ Balde ao pé: o balde fica ao pé da vaca. Para a ordenha, a vaca precisa ser tranquilizada e
isso é feito fornecendo alimento (só é feito em fazendas pequenas). Normalmente a
qualidade do leite é inferior pois ele fica parado no balde muito tempo demorando para
resfriar, o que aumenta a CBT
◆ Balde ao pé sem fosso: a pessoa fica abaixada ao lado da vaca
● Forçar a teteira: algumas pessoas acreditam que forçar a teteira melhora
a sucção do leite, mas na verdade isso pode forçar o esfíncter e
futuramente o leite pode ficar pingando da teta da vaca (precisa descartar
o animal)
● Vacas mais puxadas para o Gir tem mais dificuldade de descida do leite,
então é comum colocar o bezerro ao pé da vaca para facilitar. Aqueles
ordenhadores que não querem levar o bezerro podem usar ocitocina para
descer o leite (o problema é que muitos usam a mesma agulha em mais de um
animal, facilitando a transmissão de doenças)
➔ Espinha de peixe: fosso + pessoa de pé no fosso + sistema de ordenha encanado
(leite vai direto para o tanque de resfriamento). Mais encontrado em fazendas médias
◆ Nesse sistema é possível saber a produção individual de cada animal - importante
para percepção de animais doentes. Além disso, é possível fazer agrupamentos com
maior assertividade
➔ Paralelo: parecido com a espinha de peixe, mas os animais ficam paralelos entre si
(possibilita a disposição de mais animais por espaço) - piso parecido com borracha previne
problemas de casco. Comum em fazendas grandes .
➔ Carrossel: o sistema roda de 10 a 15 minutos e conforme volta, outros animais ocupam os
espaços. Para fazendas grandes, esse sistema otimiza muito ordenha pois
precisa de menos funcionários mas é MUITO caro (investimento 3x maior quando
comparado com paralelo)
◆ Existe o carrossel robotizado (teteira encaixa sozinha, sem mão de obra)
Obs: no paralelo o sistema em si é mais barato mas o gasto com funcionários é maior
➔ Robótica: por conta do peso, a vaca “quer” ser ordenhada e entra no robô sozinha. É possível
saber a CCS e a produção do animal em tempo real - caso tenha alteração de CCS o sistema
já desvia o leite para não ir para o tanque. A ordenha robótica também libera ração para a
vaca, uma quantidade estipulada pelo proprietário
◆ As vacas são ordenhadas pelo menos 3 x por dia (quanto mais a vaca for
ordenhada, menor a chance de mastite pois o teto é limpo mais vezes e sobra
menos leite residual)
Obs: na fazenda robotizada eu tenho aumento do valor médio de produção pelo ajuste de ordenha -
posso obter 5 litros a mais de leite ordenhados por dia na fazenda (aumenta o lucro). Além disso, o
robô possibilita até o reconhecimento dos animais que estão no cio e o ajuste de ração dos animais (é
possível economizar com ração)

Curva de Lactação
Deve ser avaliada para encontrar:
● Alimentação deficiente
● Instalações inadequadas
● Patologias não aparentes
● Animais mais produtivos
Normalmente a lactação dura 305 dias (a vaca pare, começa a aumentar a produção - mais ou menos
aos 90 dias de parida ocorre o PICO DE LACTAÇÃO - e depois disso vai diminuindo a produção e
ocorre a secagem em torno de 60 dias antes do parto)

Características da Curva de Lactação:


➢ Persistência da lactação: por quanto tempo a vaca segura a produção mais elevada
○ Uma ótima vaca holandesa é aquela que produz 10 mil litros de leite em uma
lactação
➢ Pico de lactação: ponto em que a produção é a mais alta
○ O pico de lactação da girolanda não é muito pronunciado
➢ Produção inicial: do primeiro e segundo dias
➢ Produção total: produção dos 305 dias

Fatores que influenciam na curva de lactação:


➢ Ambiente
➢ Idade da vaca
➢ Ordenha do parto
➢ Gestação - se ela emprenhar a produção costuma cair um pouco
➢ Período de serviço - tempo necessário até emprenhar novamente

Uso de bST
É o hormônio aplicado nas vacas em lactação para
manter a persistência. A aplicação é feita SC a cada
14 dias e somente em animais produzindo mais de
20 litros/dia que tenham comida de qualidade,
conforto térmico e EC bom - só aplicado depois de
atingir o pico (tanto para vacas quanto para novilhas
há efeito positivo na aplicação de bST e o bST pode
ser aplicado enquanto a vaca estiver respondendo)
➔ O bST ajuda na manutenção do escore
corporal (o ideal é ficar entre 2.75 e 3),
ele aumenta a eficiência de nutrientes metabolizados no fígado que são enviados para a
glândula mamária
➔ Os receptores do humano não reconhecem os hormônios da vaca, por isso não tem problema
injetar hormônio na vaca (mesmo que a tenha uma porcentagem de hormônio muuuuuuuuito
pequena sendo passada para o leite)
Obs: o boostin tem ação mais rápida pois a base de diluição do hormônio é aquosa enquanto o
lacto tem ação mais lenta pois a base de diluição é óleo. Posilac é recomendado para Girolando.

Manejo Vaca Seca


Depois que a vaca parir, são necessários 45 dias para involução uterina e após esse período se iniciam
os protocolos para emprenhá-la novamente. 60 dias antes do parto é o momento de secar a vaca -
fazer restrição nutricional para produzir pouco leite e parar de ordenhar. Essas vacas serão separadas:
● Vacas com PL <5L/dia: lote que recebe menos concentrado
● Vacas entre 5 e 10L/dia: corta um pouco da ração para que chegue a 5 L em 1 ou 2 dias
facilitando a secagem
● Vacas com > 10L/dia: tirar toda a ração (concentração) e boa parte da silagem de milho.
Não deixar de ordenhar para evitar mastite
Antibiótico Vaca Seca
Aplicado em cada teto da vaca intramamário quando o animal já estiver produzindo menos
de 5L/d, depois pode ser aplicado o selante também em cada teto que serve como barreira para a
entrada de microorganismos
➔ A vaca que nunca deu problema e que tem CCS baixa com plaqueamento confirmando
ausência de bactéria, podemos evitar de usar o antibiótico vaca seca (nem todas as vacas
precisam do antibiótico mas DE FORMA GERAL TEM QUE USAR O ANTIBIÓTICO
VACA SECA)
➔ Sem usar o antibiótico, 12, 6 % de vacas tiveram problemas no período de seca e 66,9%
curaram sozinhas

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