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Fisiologia do Exercício

Prof.ª Rafaela Liberali


Prof.ª Simone A. P. Vieira

2016
Copyright © UNIASSELVI 2016

Elaboração:
Prof.ª Rafaela Liberali
Prof.ª Simone A. P. Vieira

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

612.044
L695f Liberali; Rafaela
Fisiologia do Exercício / Rafaela Liberali; Simone A. P.
Vieira: UNIASSELVI, 2016.

270 p. : il

ISBN 978-85-515-0023-1

1. Fisiologia do Exercício.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Apresentação
Prezado acadêmico!

Bem-vindo à disciplina de Fisiologia do Exercício. Esse é o nosso


Caderno de Estudos, material elaborado com o objetivo de contribuir para
a realização de seus estudos e para a ampliação dos conhecimentos sobre
a aplicação da fisiologia do exercício, caracterizada pelo estudo dos efeitos
agudos e crônicos do exercício físico sobre as estruturas e as funções
dos sistemas do corpo humano, proporcionando reflexões sobre outras
perspectivas no espaço educacional em geral.

Ao longo da leitura deste Caderno de Estudos você irá adquirir


conhecimentos fundamentais da adaptação do organismo humano ao
exercício físico, que permitem desenvolver atividades práticas na escola
com segurança, devido a um maior entendimento do corpo, aplicando
esse conhecimento com maior inteligência, autonomia, responsabilidade e
sensibilidade.

Neste Caderno de Estudos você encontrará conteúdos fundamentais,


proporcionando consciência de como o organismo reage durante o exercício
físico e como as funções orgânicas respondem e se adaptam ao estresse imposto
pelo exercício físico. Ao propor um exercício físico, o professor terá objetivos
claramente definidos, amplos e consistentes nos domínios sobre a fisiologia
do exercício, para com segurança aumentar o condicionamento físico sem
levar o praticante ao estado de fadiga, não apenas evitando acidentes, como
também verificando e norteando o andamento do treinamento físico.

Desejamos a você um bom trabalho e que aproveite ao máximo o


estudo dos temas abordados nesta disciplina.

Bons estudos e sucesso!

Prof.ª Rafaela Liberali


Prof.ª Simone A. P. Vieira

III
UNI

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o


material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO,
BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA.......................................................................... 1

TÓPICO 1 - NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO............................................. 3


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
2 CARACTERÍSTICAS DA NUTRIÇÃO EQUILIBRADA E SUA
RELAÇÃO COM O EXERCÍCIO FÍSICO......................................................................................... 3
3 CARBOIDRATOS (CHO) E SUA RELAÇÃO COM O EXERCÍCIO FÍSICO............................ 7
3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS................................................................................... 8
3.2 ÍNDICE GLICÊMICO (IG) E CARGA GLICÊMICA (CG).......................................................... 12
4 LIPÍDIOS E SUA RELAÇÃO COM O EXERCÍCIO FÍSICO........................................................ 16
5 PROTEÍNAS E SUA RELAÇÃO COM O EXERCÍCIO FÍSICO................................................... 19
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 22
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 26
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 28

TÓPICO 2 - ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO, HIDRATAÇÃO,


DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS................................................................................. 31
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 31
2 ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO............................................................ 31
3 ÁGUA....................................................................................................................................................... 35
3.1 ELETRÓLITOS................................................................................................................................... 37
3.2 HIDRATAÇÃO (EUIDRATAÇÃO) E DESIDRATAÇÃO............................................................ 39
3.3 VITAMINAS E SUA RELAÇÃO COM O EXERCÍCIO FÍSICO................................................. 42
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 46
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 48
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 50

TÓPICO 3 - BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO...................... 53


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 53
2 DIFERENCIAÇÃO ENTRE ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO................................ 53
3 TREINAMENTO FÍSICO..................................................................................................................... 55
4 HOMEOSTASE...................................................................................................................................... 56
4.1 ESTADO ESTÁVEL OU STEADY STATE...................................................................................... 59
4.2 MECANISMO DE CONTROLE HOMEOSTÁTICO – SISTEMAS DE CONTROLE.............. 61
5 BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA................................................................................................. 63
5.1 METABOLISMO................................................................................................................................ 68
5.2 FADIGA.............................................................................................................................................. 71
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 74
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 76
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 79

VII
UNIDADE 2 - FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO............................................................. 81

TÓPICO 1 - APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I...................................... 83


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 83
2 SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO E EXERCÍCIO FÍSICO................................................... 83
2.1 SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO........................................................................................... 83
3 SISTEMA IMUNOLÓGICO E EXERCÍCIO FÍSICO...................................................................... 95
3.1 SISTEMA IMUNOLÓGICO DURANTE A PRÁTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO..................... 96
3.1.1 Imunidade inata........................................................................................................................... 101
3.1.2 Imunidade adaptativa................................................................................................................. 103
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 107
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 109
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 111

TÓPICO 2 - APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II..................................... 113


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 113
2 SISTEMA ENDÓCRINO E EXERCÍCIO FÍSICO........................................................................... 113
2.1 PRINCIPAIS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS................................................................................ 114
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 134
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 137
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 139

TÓPICO 3 - CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA


AO MOVIMENTO HUMANO....................................................................................... 141
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 141
2 SISTEMA NERVOSO E SUA RELAÇÃO COM O MOVIMENTO HUMANO....................... 141
3 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO.............................................................................................. 146
3.1 AÇÕES MUSCULARES.................................................................................................................... 153
4 ADAPTAÇÕES NEUROMUSCULARES E TREINAMENTO DE FORÇA................................ 155
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 160
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 163
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 165

UNIDADE 3 - FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS............... 167

TÓPICO 1 - ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO


RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO
DE DOENÇAS.................................................................................................................... 169
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 169
2 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DAS DOENÇAS CRÔNICAS
NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNTS) E SUA RELAÇÃO COM A PRÁTICA DO
EXERCÍCIO FÍSICO.............................................................................................................................. 169
2.1 EVOLUÇÃO, RECOMENDAÇÕES E SISTEMA DE VIGILÂNCIA DOS
FATORES DE RISCO E DO NÍVEL DE EXERCÍCIO FÍSICO PARA AS DCNTS.................... 172
3 DCNT: OBESIDADE E EXERCÍCIO FÍSICO................................................................................... 174
4 DCNT: HIPERTENSÃO E EXERCÍCIO FÍSICO............................................................................. 179
5 DCNT: DIABETES E EXERCÍCIO FÍSICO....................................................................................... 182
6 DCNT: SÍNDROME METABÓLICA E EXERCÍCIO FÍSICO....................................................... 185
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 188
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 191
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 193

VIII
TÓPICO 2 - ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À
PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO PÚBLICO ESPECIAL.......................... 195
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 195
2 EXERCÍCIO PARA AS CRIANÇAS: RELAÇÃO DO TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA
ESCOLAR E SUAS IMPLICAÇÕES COM A SAÚDE NO DESENVOLVIMENTO
DO SER HUMANO............................................................................................................................... 195
3 DCNT E SUA RELAÇÃO COM A PRÁTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO
EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES................................................................................................ 202
4 EXERCÍCIO PARA OS IDOSOS: RELAÇÃO DO TIPO DE ATIVIDADE FÍSICA
E SEUS BENEFÍCIOS NAS DCNT, MANUTENÇÃO E QUALIDADE DE VIDA................... 211
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 217
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 219
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 220

TÓPICO 3 - ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS MODALIDADES


ESPORTIVAS...................................................................................................................... 223
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 223
2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO FUTEBOL................................................................................... 223
3 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO FUTSAL...................................................................................... 226
4 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO VOLEIBOL................................................................................. 229
5 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO BASQUETEBOL....................................................................... 231
6 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO HANDEBOL.............................................................................. 234
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 237
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 239
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 241
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 243

IX
X
UNIDADE 1

A BASE PARA O DESEMPENHO


HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E
BIOENERGÉTICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade você deverá ser capaz de:

• diferenciar os macronutrientes e suas funções na alimentação;

• entender a importância da alimentação equilibrada para a prática


de exercício físico;

• diferenciar bioquímica de bioenergética;

• entender os vários processos químicos da vida celular do ponto de


vista energético;

• analisar as implicações fisiológicas dos processos químicos voltadas


ao exercício físico.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles você encontrará
atividades que o ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.

TÓPICO 1 – NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

TÓPICO 2 – ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO,


HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS

TÓPICO 3 – BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO


EXERCÍCIO

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO


FÍSICO

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você verá que a alimentação equilibrada associada à prática de
exercício físico é essencial para a obtenção de bons resultados, independentemente
da meta a ser alcançada, com melhor desempenho no exercício. E que a bioquímica
e a bioenergética constituem um dos principais blocos temáticos da Fisiologia,
focando no estudo dos vários processos químicos que tornam possível a vida
celular do ponto de vista energético e analisando as suas implicações fisiológicas.

2 CARACTERÍSTICAS DA NUTRIÇÃO EQUILIBRADA E SUA


RELAÇÃO COM O EXERCÍCIO FÍSICO
“Pela ingestão equilibrada de todos os nutrientes, oriundos de uma boa
nutrição, pode-se promover a saúde, prevenir doenças e melhorar a capacidade de
rendimento do organismo”. (PEREIRA; CABRAL, 2007, p. 41).

Atwater, em 1894, iniciou as pesquisas científicas estabelecendo relações


entre a composição dos alimentos, quantidade e qualidade de consumo e a saúde dos
indivíduos, publicando padrões dietéticos e tabelas de composição de alimentos.
A partir daí, vários guias alimentares foram desenvolvidos em diferentes formas
de apresentação (PHILIPPI et al., 1999).

O objetivo desses guias é organizar de forma gráfica a distribuição dos


alimentos para que a população compreenda e, a partir disso, fazer com que
haja o consumo de vários alimentos e em quantidade suficiente para que juntos
componham uma dieta adequada nutricionalmente (PHILIPPI et al., 1999).

Caro acadêmico! Você sabia que para que uma dieta seja equilibrada
e nutritiva, cinco características são importantes? São elas: a adequação; a
qualidade; a quantidade suficiente; a harmonia e a variedade de alimentos. Essas
cinco características são importantes para o funcionamento do corpo em geral
e, principalmente, fornecem combustíveis necessários à prática regular e segura
dos exercícios físicos. Para que aprendamos como organizar essas características
alimentares, a melhor forma é seguir a pirâmide alimentar. Veja, a seguir, o exemplo
de pirâmide alimentar criada em 1996.

3
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 1 - PIRÂMIDE ALIMENTAR DE 1996

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/ERFCcR>. Acesso em: 27 jan. 2016.

A pirâmide foi melhor adaptada em 2013, passando a contar com novos


alimentos para melhor adaptação à dieta e aos hábitos culturais dos brasileiros,
além de uma redução do valor energético diário para 2.000 Kcal, fracionamento da
dieta em seis porções diárias e o incentivo à prática de atividades físicas.

FONTE: Disponível em: <http://www.nutricaopraticaesaudavel.com.br/index.php/saude-bem-


estar/entenda-a-nova-piramide-alimentar/>. Acesso em: 27 jan. 2016.

4
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

FIGURA 2 - PIRÂMIDE ALIMENTAR ADAPTADA À POPULAÇÃO BRASILEIRA

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/jpsrqA>. Acesso em: 27 jan. 2016.

FIGURA 3 - PIRÂMIDE ALIMENTAR INFANTIL DURANTE A SEMANA

FONTE: BARBOSA et al. (2005, p. 637)

5
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 4 - PIRÂMIDE ALIMENTAR INFANTIL FINAL DE SEMANA

FONTE: Barbosa et al. (2005, p. 637)

DICAS

Veja nesse endereço on-line a professora Lina Cláudia falando sobre a Pirâmide
Alimentar: Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=nfkksMFRquI>.

A nutrição acompanha o ser humano em todas as etapas de sua vida,


com suas peculiaridades dietéticas, levando em conta origens, idade, condições
fisiológicas e múltiplas finalidades e, atualmente, a alimentação está presente
na mídia brasileira com modelos de dietas para perder ou ganhar peso, para
robustecer músculos, para melhorar a saúde e para diversificar e sofisticar o
cardápio (ROMANELLI, 2006).

TUROS
ESTUDOS FU

Não é objetivo deste tópico aprofundar os aspectos da alimentação em caráter


social, econômico, mas sua influência na prática do exercício físico, pois é através de uma
dieta equilibrada em quantidade e qualidade que o organismo adquire energia para o bom
desempenho de suas funções. Veremos agora os macronutrientes presentes em nossa
alimentação que influenciam a prática do exercício físico.

6
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

FIGURA 5 - MACRONUTRIENTES

FONTE: Hermsdorff; Volp; Bressan (2007)

Os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) juntos influenciam a


ingestão calórica (IC) e no gasto energético (GE), com importante papel no controle
do peso e da reserva de gordura corporal. Para seu entendimento é necessário
analisar a ingestão, oxidação, termogênese e estocagem dos macronutrientes,
e suas influências diretas durante a prática do exercício físico (HERMSDORFF;
VOLP; BRESSAN, 2007). Veja, a seguir, o quadro com os aportes calóricos diários:

QUADRO 1 - EXEMPLO DE APORTE CALÓRICO DIÁRIO DOS MACRONUTRIENTES


Macronutriente DRIS 2005 Atleta de endurance Atleta de força

Carboidrato 45-65% 55-80% 30-65%

Lipídio 20-35% 10-25% 15-30%

Proteína 10-35% 10-20% 20-40%


FONTE: Phillips; Moore; Tang (2007, p. S59)

Agora, acadêmico, você verá cada macronutriente isoladamente, pois eles


possuem funções e objetivos diferentes na formação estrutural de nosso organismo
e como combustível energético à prática do exercício físico.

3 CARBOIDRATOS (CHO) E SUA RELAÇÃO COM O


EXERCÍCIO FÍSICO
Os CHO são formados por carbono e água e pela combinação de átomos
de hidrogênio, carbono e oxigênio (hidratos de carbono), fundamentais no
fornecimento de energia ao organismo, por meio do catabolismo da glicose presente
na corrente sanguínea e do glicogênio muscular e hepático (COYLE, 1992), tendo
como ideal o consumo em média de 55% a 60% da dieta diária.

A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME, 2003) recomenda


ingestão de CHO correspondente a 60-70% do valor energético total e 5-8g de
carboidratos por kg de massa corporal ao dia.

7
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 6 - OBJETIVOS DO CONSUMO DE CARBOIDRATOS

FONTE: Fonseca (2012, p. 176)

Após a digestão, os carboidratos são armazenados na forma de glicogênio


muscular (músculos) e glicogênio hepático (fígado) (ROGATTO, 2003). “O
glicogênio muscular gera a energia durante o exercício e a sua depleção leva à
fadiga, sendo que o organismo consegue reverter a exaustão com concentrações
adequadas de carboidratos”. (GUERRA; SOARES; BURINI, 2001, p. 201).

Para que haja recuperação precisa ter a restauração dos estoques hepáticos
e musculares de glicogênio, reposição de fluidos e eletrólitos, regeneração e reparo
de lesões causadas pelo exercício e adaptação após o estresse catabólico, ou seja,
com envolvimento dos processos nutricionais (GUERRA; SOARES; BURINI, 2001).

3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS


Os carboidratos podem ser classificados de acordo com o tamanho do
carboidrato (grau de polimerização (número de unidades monoméricas), ou de
acordo com sua digestibilidade ou disponibilidade (LUZ et al., 1997). São eles:

FIGURA 7 - CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS

FONTE: Luz et al. (1997, p. 175)

8
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

a) Monossacarídeos (com um açúcar por molécula)

Presentes em muitas frutas como uva, maçã, laranja, pêssego etc., a glicose
e frutose são os dois monossacarídeos mais abundantes na natureza e os principais
açúcares de muitas frutas. “Nos seres humanos, o metabolismo da glicose é a
principal forma de suprimento energético”. (FRANCISCO JUNIOR, 2008, p. 9).

FIGURA 8 - REPRESENTAÇÃO DAS ESTRUTURAS QUÍMICAS DA


D-GLICOSE E D-FRUTOSE

FONTE: Francisco Junior (2008, p. 8)

b) Dissacarídeos (com dois açúcares por molécula) e oligossacarídeos (de


três a cinco açúcares por molécula)

Os oligossacarídeos são formados por cadeias curtas de monossacarídeos.


Os mais comuns são os dissacarídeos, que têm em sua composição dois
monossacarídeos unidos por uma ligação denominada glicosídica. Aqui temos
como exemplo a sacarose, que é o açúcar da cana (uma molécula de glicose e outra
de frutose) e a lactose, que é o açúcar do leite (uma molécula de galactose e outra
de glicose) (FRANCISCO JUNIOR, 2008).

“A maltodextrina é o único oligossacarídeo biodisponível no organismo


humano”. (FRANCISCO JUNIOR, 2008, p. 9).

9
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 9 - REPRESENTAÇÃO DAS MOLÉCULAS DE LACTOSE (A) E


SACAROSE (B)

FONTE: Francisco Junior (2008, p. 9)

c) Polissacarídeos (mais de 20 unidades até milhares de monossacarídeos)

“O polissacarídeo encontrado na alimentação é o amido, presente


em tubérculos e cereais. Amido e glicogênio são importantes nas funções de
armazenamento energético tanto nas células vegetais, quanto nos animais”.
(FRANCISCO JUNIOR, 2008, p. 9).

FIGURA 10 - REPRESENTAÇÃO DA CADEIA DE AMILOSE (A) E AMILOPECTINA (B)

FONTE: Francisco Junior (2008, p. 9)


10
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

FIGURA 11 - CLASSIFICAÇÃO DOS CARBOIDRATOS

FONTE: Luz et al. (1997, p. 175)

“Além da classificação dos carboidratos pela polimerização (número de


unidades monoméricas), eles também podem ser classificados de acordo com a
digestibilidade, que depende da presença de enzimas específicas que irão liberar os
monossacarídeos para serem absorvidos”. (CECATO et al., 2010, 282).

São eles, segundo Cecato (2010, p. 282):

Carboidratos digeríveis: capazes de sofrer degradação pelas enzimas


humanas. Exemplos: amido, sacarose, lactose, maltose e isomaltose;

Carboidratos parcialmente digeríveis: por alguma razão não sofrem digestão


no intestino delgado. Exemplo: amido resistente.

Carboidratos indigeríveis: incapazes de serem digeridos por enzimas humanas,


mas podem sofrer fermentação pelas bactérias intestinais, desempenhando outras
funções no organismo.

DICAS

Se você quiser saber mais sobre o metabolismo de carboidratos e sua ação no


exercício físico, veja os links dos vídeos a seguir:
Vídeo 1= <https://www.youtube.com/watch?v=q0D_rAo9NJM>.
Vídeo 2 = <https://www.youtube.com/watch?v=891LG65paNk>.
Vídeo 3 = <https://www.youtube.com/watch?v=icm0bd0SEYs>.

11
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

TUROS
ESTUDOS FU

“O índice glicêmico (IG) avalia o efeito dos carboidratos sobre a glicose sanguínea,
pelo fato do organismo não digerir e nem absorver todos os carboidratos com a mesma
velocidade”. (SAPATA, FAYH e OLIVEIRA, 2006, p. 189). Vamos, a partir de agora, entender e
observar a importância do IC no desempenho no exercício.

3.2 ÍNDICE GLICÊMICO (IG) E CARGA GLICÊMICA (CG)


Em 1981, Jenkins desenvolveu o IG, comparando os efeitos fisiológicos de
alimentos contendo carboidratos em relação à sua composição química. Podendo
definir IG como a classificação de um alimento em relação ao efeito que ele exerce
na glicemia pós-prandial, em comparação àquela observada após o consumo de
um alimento referência, ambos contendo a mesma quantidade de carboidrato
disponível (50g ou 25g) (JENKINS et al., 2002).

FIGURA 12 - CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE GLICÊMICO

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/vkmmZx>. Acesso em: 28 jan. 2016.

12
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

O quadro a seguir, caro acadêmico, familiarizará você com diversos


alimentos e o seu índice glicêmico.

QUADRO 2 - CLASSIFICAÇÃO DO ÍNDICE GLICÊMICO DE ALGUNS ALIMENTOS

FONTE: Disponível em: <http://static.wixstatic.com/media/35adea_77380f2d026e45889b4


e96b90b0ea529.png>. Acesso em: 28 jan. 2016.

NOTA

Por que é importante sabermos o IG dos alimentos?


Porque o IG dos alimentos consumidos antes, durante e após o treino influencia no desempenho
do exercício (GUERRA; SOARES; BURINI, 2001).

Ao serem consumidos, os alimentos provocam no organismo:

13
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 13 - ÍNDICE GLICÊMICO E RESPOSTA GLICÊMICA

FONTE: Sapata; Fayh; Oliveira (2006)

“Quando se pretende avaliar um alimento isoladamente, o ideal é avaliar a


carga glicêmica (CG), pois esta envolve a qualidade e a quantidade do carboidrato
consumido, quantificando o efeito total desse carboidrato consumido sobre a
glicose plasmática” (SILVA et al., 2009, p. 561). Obtido pela fórmula: CG= (porção
carboidrato x IG)/100.

FIGURA 14 - CARGA GLICÊMICA DE ALGUNS ALIMENTOS

FONTE: Disponível em: <http://www.nutricaobrasilia.com/wordpress/wp-content/


uploads/2013/05/Slide1.png>. Acesso em: 28 jan. 2016.

Silva et al. (2009, p. 263) apresentam a tabela a seguir, que representa os


valores utilizados para classificar o IG e a CG de um alimento e a CG diária, tendo
a glicose como referência.

14
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

TABELA 1 - IG E A CG DE UM ALIMENTO E A CG DIÁRIA

Fonte: Silva et al. (2009, p. 263)

Acadêmico! A melhor maneira de entendermos realmente a efetividade


de um assunto é lendo pesquisas científicas sobre ele e o que realmente já foi
pesquisado sobre o tema. Ao longo do caderno você encontrará várias tabelas com
pesquisas científicas, confirmando ou refutando o que já foi pesquisado sobre o
assunto.

Veja um estudo que analisou o consumo alimentar, o IG e a CG em


jogadoras de futebol. E os autores concluíram, ao final do estudo, que apesar de
o IG ter sido alto e ser importante para a reposição de glicogênio muscular após
a partida, as jogadoras consumiram refrigerantes e fast-foods e estes não são as
melhores escolhas alimentares, pois não são alimentos saudáveis (GONÇALVES
et al., 2015). Veja no Quadro 3:

QUADRO 3 - ESTUDO DE CAMPO QUE AVALIOU O IG E CG DE JOGADORAS DE FUTEBOL

Estudo/ Sujeitos/
Análise Resultados
referência Idade (anos)/sexo

- dia de treinamento e dia pós-


jogo = IG das refeições variou
entre baixo e moderado.

7 jogadoras de futebol - dia do jogo = IG baixo foi


feminino - do IG e da CG predominante, entretanto, no
Gonçalves et al.
clube da cidade de antes, durante e lanche, primeira refeição após
(2015)
Botucatu-SP após o jogo a partida, se caracterizou como
(18 a 27 anos) alto.

- A CG foi alta na maioria


das refeições, nos três dias
avaliados.

FONTE: A autora

Na prática do exercício físico moderado diariamente e na melhora do


desempenho físico de atletas, utiliza-se o índice glicêmico como um guia de
referência para a seleção do suporte nutricional ideal de carboidratos, levando em

15
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

conta a taxa de digestão e absorção de um determinado alimento (SIU; WONG,


2004), pois quanto mais intenso o exercício for, maior será sua dependência em
relação ao carboidrato como combustível (SAPATA, FAYH e OLIVEIRA, 2006).

Por exemplo, indivíduos com excesso de gordura corporal tendem a ser


mais lentos e fatigáveis na execução do movimento, do que um indivíduo mais
magro e musculoso, do mesmo peso (POWERS; HOWLEY, 2014).

4 LIPÍDIOS E SUA RELAÇÃO COM O EXERCÍCIO FÍSICO


“Os lipídios são moléculas pequenas semelhantes ou homólogas, na
estrutura, definidos como compostos que ocorrem naturalmente solúveis em
solventes não polares, mas insolúveis em água, e os principais tipos de lipídios são
os triglicerídeos (gorduras e óleos), fosfolipídios, ceras e esteroides”. (HUANG;
FRETER, 2015, p. 925).

FIGURA 15 - CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/sPuxu9>. Acesso em: 15 mar. 2016.

“Durante o exercício físico, os lipídios (gorduras) são utilizados como


importantes fontes de energia juntamente com o carboidrato, poupando o
glicogênio muscular”. (BARRETO et al., 2009, p. 244). Existem três caminhos após
a ingestão dos ácidos graxos provenientes da dieta: armazenados para posterior
16
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

utilização, diretamente metabolizados para gerar energia ou incorporados nas


estruturas das células (AOKI, SEELAENDER, 1999).

FIGURA 16 - ALIMENTOS RICOS EM LIPÍDIOS

FONTE: Disponível em: <http://www.guiadenutricao.com.br/wp-content/


uploads/2013/07/lipideos-alimentos.jpg>. Acesso em: 15 mar. 2016.

Em exercícios de longo tempo, ou seja, com esforço prolongado, o músculo


esquelético usa como substrato energético fontes provenientes dos carboidratos e
lipídios (15% a 20% do total das calorias ingeridas), mas os lipídios, sob a forma
de ácidos graxos, possuem vantagem no fornecimento energético comparado aos
carboidratos (GOMES, SMOLAREK, SOUZA JUNIOR, 2011).

DICAS

Se você quiser saber mais sobre as funções dos lipídios – compostos orgânicos,
veja os vídeos a seguir:
Vídeo 1= <https://www.youtube.com/watch?v=fU4XQcln2OI>.
Vídeo 2 = <https://www.youtube.com/watch?v=nv_vVOw_YgI>.
Vídeo 3 = <https://www.youtube.com/watch?v=efxM9AXKGGc>.

A energia é obtida através dos processos oxidativos, no interior da


mitocôndria, como, por exemplo, em uma sessão de atividade física de intensidade
moderada (60% a 80% da frequência cardíaca máxima ou 50% a 75% do VO2max
e longa duração (“endurance”), os ácidos graxos são o principal substrato para as
fibras oxidativas de contração lenta (AOKI, SEELAENDER, 1999).

Os lipídios que são usados como combustíveis para a conversão de


energia são originados: a) a partir de gordura armazenada como triglicerídeos
17
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

dentro dos adipócitos (mobilizado como livres ácidos graxos); b) de triglicerídeos


intramuscular. C) lipoproteínas de baixa densidade ricas em triglicerídeos (VLDL-
TGs; quilomícrons) (SMEKAL et al., 2003).

“O uso dos carboidratos e lipídios como fonte de energia depende de


alguns fatores, como a intensidade do exercício, duração, tipo de célula esquelética
usada, tipo de exercício, taxas hormonais etc.” (SMEKAL et al., 2003, p. 891).

Achten e Jeukendrup (2004) apontam em sua revisão que estudos que


compararam corrida e ciclismo geralmente revelam maior oxidação da gordura
na corrida; descreveram também um estudo em que foram avaliados 10 triatletas
durante duas horas de corrida e ciclismo, e concluíram que, mesmo que o ciclismo
tenha apresentado maiores valores de VO2max, a corrida apresentou oxidação da
gordura em 18% maior que o ciclismo.

A capacidade do corpo humano para armazenar carboidratos é limitada


e, quando os depósitos de glicogênio se esgotam, a eliminação de energia taxa de
carboidratos é diminuída, e a intensidade do exercício deve ser reduzida, porque
trifosfato de adenosina não pode ser gerado em uma taxa suficiente (SMEKAL et
al., 2003, p. 891). Veja no Quadro 4.

QUADRO 4 - ESTUDO DE CAMPO SOBRE O METABOLISMO DE LIPÍDIOS DURANTE O EXERCÍCIO

Estudo/ Sujeitos/ Intervenção


Resultados
referência Idade (anos)/ sexo Duração (semanas)

23 mulheres - indivíduos obesos e obesos


mórbidos possuem uma
- Bicicleta ergométrica
- 10 peso normal, diminuição da capacidade
- intensidade moderada
Thyfault et al. eutroficas de oxidar os ácidos graxos
de 50% VO2max
(2004) - 7 obesas do plasma em comparação
- 60 minutos
- 6 obesos mórbidos com os indivíduos magros
- 1 sessão
tanto em repouso quanto em
(25 a 44 anos) exercício.

FONTE: A autora

A partir de agora, acadêmico, falaremos da proteína, que é um dos


macronutrientes muito utilizados por atletas e praticantes de exercício, pois, pelo
fato de grande parte do organismo ser composto de água, as proteínas compõem os
músculos, e o exercício provoca uma série de efeitos no metabolismo de proteínas.

18
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

5 PROTEÍNAS E SUA RELAÇÃO COM O EXERCÍCIO FÍSICO


Consideram-se as proteínas como macromoléculas, compostas por um
conjunto de aminoácidos de baixo peso molecular, que são fontes de energia e
calor, com função reguladora (hormonal), estrutural (colágeno), defensivas
(anticorpos), de transporte (albumina) e de ação catalítica (enzimas) (VANESA;
PAZ, 2014). “Várias pesquisas, desde os anos 70 e 80, mostram o interesse pelo
estudo do metabolismo de proteínas/aminoácidos e como afetam o rendimento
durante o exercício prolongado”. (ROSSI; TIRAPEGUI, 1999, p. 71).

Segundo a American Dietetic Association, Dietitians of Canada e American


College of Sports Medicine (2000, p. 2133),

a proteína é um dos suplementos alimentares mais populares dentre


os desportistas e tem a função de aumentar o balanço nitrogenado
diário, aumentar a ressíntese de ATP depois do exercício físico, evitar
a anemia esportiva por meio do aumento da síntese de hemoglobina,
mioglobulina e enzima oxidativas durante o exercido aeróbio, melhorar
a recuperação tecidual e a resposta imunitária do organismo, dentre
outros fatores.

“Para se analisar a eficiência e qualidade da proteína, deve-se considerar


a sua digestibilidade e capacidade de satisfazer os requerimentos nutricionais do
homem por aminoácidos essenciais e nitrogênio não essencial, na função de síntese
proteica” (PIRES et al., 2006, p. 182).

FIGURA 17 - ALIMENTOS RICOS EM PROTEÍNAS

FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-ti19IhJc3ZQ/VImLnqyLOfI/


AAAAAAAACcA/T_AIoYN2Wfs/s1600/por%C3%A7%C3%A3o%2Bproteina%2Bvegetal.
png>. Acesso em: 16 mar. 2016.

19
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 18 - ALIMENTOS RICOS EM PROTEÍNAS

FONTE: Disponível em: <http://nutrir-bem.com/wp-content/


uploads/2015/01/por%C3%A7%C3%A3o-prote%C3%ADna.png>.
Acesso em: 16 mar. 2016.

FIGURA 19 - ALIMENTOS RICOS EM PROTEÍNAS

FONTE: <http://image.slidesharecdn.com/nutrientes-121012131839-phpapp01/95/
nutrientes-4-728.jpg?cb=1350048000>. Acesso em: 16 mar. 2016.

No artigo de Frenhani e Burini (1999, p. 228), os autores descrevem os


mecanismos envolvidos na absorção de aminoácidos:

- quando ingeridas as proteínas, na boca são apenas reduzidas a


partículas menores, sem sofrerem modificações químicas;
- quando chegam ao estômago (representam 10-20% da digestão total
proteica), as proteínas e polipeptídios são desnaturados por ação
do HCl e hidrolisadas pela pepsina, sendo que a maior parte desta
digestão ocorre no lúmen do duodeno e jejuno, sob a influência do suco

20
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

pancreático, processando-se, quase completamente, no íleo terminal.


- no intestino delgado, a enteropeptidase, em pH neutro, ativa o
tripsinogênio a tripsina que, por sua vez, promove a ativação das outras
propeptidases do suco pancreático, levando então à hidrólise luminal
de proteínas e polipeptídios, produzindo aminoácidos (AA) livres e
pequenos peptídeos, e estes são então hidrolisados pelas peptidases
da borda em escova a AA, di e tripeptídios que são absorvidos,
principalmente, no jejuno proximal.

As unidades básicas que compõem uma proteína são chamadas de


aminoácidos, e em humanos saudáveis, nove aminoácidos são considerados
essenciais, pois devem ser inseridos na dieta, uma vez que não podem ser
sintetizados endogenamente (ROGERO; TIRAPEGUI, 2008). Veja a seguir os
aminoácidos essenciais e não essenciais.

FIGURA 20 - CLASSIFICAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/1/333479/slides/slide_1.jpg>.


Acesso em: 18 mar. 2016.

A leucina, valina e isoleucina são aminoácidos essenciais de cadeia


ramificada (ACR), diferindo na sua concentração e também diferem em relação
ao tipo de fibra muscular, ou seja, 20-30% maior em fibras de contração lenta em
comparação àquelas de contração rápida (ROGERO; TIRAPEGUI, 2008).

A massa muscular de humanos é de 40-45% da massa corporal total, existe


grande quantidade de ACR nas proteínas musculares e estes ACR correspondem a

21
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

35% dos aminoácidos essenciais em proteínas musculares, e também são relevantes


para a manutenção da proteína corporal, além de serem fonte de nitrogênio para a
síntese de alanina e glutamina (ROGERO; TIRAPEGUI, 2008).

TUROS
ESTUDOS FU

Olá, acadêmico!
Não se esgota aqui a importância da alimentação para a prática do exercício físico com objetivo
de melhorar o desempenho. No próximo tópico você verá a alimentação adequada que deve
ser realizada e sua influência no exercício físico.

LEITURA COMPLEMENTAR

Reportagem sobre como é a alimentação dos atletas de ponta

Leia parte da reportagem sobre como é alimentação de atletas olímpicos,


realizada pela BBC, em 20/07/2012.

Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, veja link disponível em: <http://


g1.globo.com/mundo/noticia/2012/07/londres-2012-como-e-a-alimentacao-dos-
atletas-de-ponta.html>. Acesso em: 28 jan. 2016.

Reportagem:

Uns têm que comer muito, outros muito pouco. Uns têm que escolher
muito bem o que põem no prato, outros poucos podem ignorar qualquer restrição.
Para todos os esportistas olímpicos, a dieta é um assunto crucial e específico.

Isso porque cada corpo atlético, alto ou baixo, robusto ou frágil, é uma
“máquina” que requer combustível específico para obter o mais alto rendimento.
O impacto da dieta sobre o desempenho esportivo já era conhecido pelos atletas
olímpicos originais, no século VI a.C.

Segundo pesquisas históricas, as façanhas de alguns profissionais que


consumiam dietas ricas em proteínas deram início a uma febre do consumo de
carne entre os competidores que lutavam pela glória em Olímpia. “Não há uma
fórmula para todos os esportes”, disse à BBC Álvaro García-Romero Pérez,
professor da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Europeia de Madri
e especialista em nutrição desportiva.

22
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

“Não deve ser nada muito pesado, nem para esportistas nem para não
esportistas. A alimentação deve ser parte de uma filosofia de vida e pode ser
conseguida por meio da educação alimentar”, observa Marcia Onzari, chefe da
cátedra de Nutrição da Universidade de Buenos Aires. A realidade é que, para
alguns, “treinar” o estômago pode ser quase tão duro como converter-se no
indivíduo mais rápido, forte ou no que salta mais alto.

Os que comem muito

Já se tornou uma lenda a história segundo a qual o nadador americano


Michael Phelps, ganhador de 16 medalhas olímpicas, manteria uma dieta
pantagruélica de 12 mil calorias por dia (quase cinco vezes a média recomendada
para um homem adulto). O mesmo Phelps já desmentiu isso, que o professor
García-Romero acredita ser um exagero.

Mas alguns esportes, que Onzari agrupa na categoria de “longa duração


ou resistência”, requerem de verdade o consumo de quantidades de alimentos
consideravelmente superiores ao de um ser humano médio.

“Isso inclui a maratona, o triatlo, o remo, a natação em águas abertas, o


ciclismo. Eles se caracterizam por uma demanda de energia muito elevada. Os
esportistas têm que consumir uma quantidade suficiente de carboidratos para ter
muita energia quando estão treinando ou competindo, junto com a hidratação”,
observa Onzari.

Os alimentos que são fonte de carboidratos incluem os cereais como a aveia,


a cevada, o trigo e o milho, as farinhas, os legumes e algumas frutas. García-Romero
afirma que a chave está na “alimentação sustentada durante longos períodos que
supõe o treinamento”, mas as experiências variam de um atleta para o outro.

Em um artigo recente na imprensa local, a nadadora de águas abertas


Keri-Ann Payne atribuía a uma estratégia equivocada de alimentação o fato de
ter perdido o campeonato mundial de 2007. “Na minha modalidade, o que faz a
diferença é o que se come dois dias antes da competição. Você tem que se encher de
carboidratos, coisa que eu não fiz. Comer uma montanha de arroz ou de macarrão
não é tão divertido como parece”, disse.

Os que comem pouco

No outro extremo estão os “esportes de categoria de peso”, como o boxe e as


artes marciais, e os “esportes estéticos”, como a ginástica ou o nado sincronizado. O
controle do peso é fundamental em cada uma dessas modalidades, e pode colocar
o atleta sob uma forte pressão diante da comida.

A lutadora turca de taekwondo Nur Takar, por exemplo, segue uma dieta
de 1.500 calorias por dia, 500 abaixo da média recomendada às mulheres. A ginasta
sul-coreana Son Yeon-Jae causou polêmica recentemente ao dizer publicamente
que seguia um regime alimentar rígido e que comia “como um passarinho”: só café
23
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

da manhã e almoço, em quantidades limitadas. “A vida é dura neste momento”,


disse em uma entrevista em maio.

Para García-Romero, eticamente não é correto submeter qualquer atleta a


esse tipo de dieta. “Não se deve fazer isso. Acima do atleta está a pessoa. No mundo
dos esportes, muitas vezes, nos fixamos somente na época de competições, mas
temos também que pensar no que acontecerá com essas pessoas depois”, afirma.

Os que comem alimentos específicos

Em outro grupo estão os atletas que precisam de força, como os levantadores


de peso e os praticantes do arremesso de martelo. “Essas pessoas precisam de
um aumento na quantidade de energia em sua alimentação para conseguir um
aumento de massa muscular e, para isso, são necessários proteínas, creatina e
suplementos para aumento de peso”, disse Onzari.

De acordo com García-Romero, isso também não seria recomendável do


ponto de vista da saúde. “Se uma pessoa recebe proteínas por muito tempo, é
possível que tenha problemas hepáticos e renais”, afirmou.

Outra história é a dos atletas que evitam ou se concentram em certos


alimentos, que consideram importantes para seu sucesso ou simplesmente por
gostarem mais. Um caso famoso é o da maratonista chinesa Wang Junxia, cuja
dieta inclui vermes e sopa de tartaruga. Já o jogador de basquete canadense Steve
Nash é um grande fanático por nozes e grãos.

O maratonista americano Michael Arnstein, por sua vez, não é somente


vegetariano, mas se baseia estritamente em frutas. “Há muitos benefícios, tanto
para a pessoa que a segue como para o planeta em que vivemos”, escreveu o atleta
em seu blog.

Os que comem o que querem

Enquanto alguns atletas seguem dietas severas, outros dizem que comem
o que querem. O corredor americano Tyson Gay faz parte do primeiro grupo.
Segundo declarações recentes, a nutricionista do atleta determina que ele consuma
230 gramas de proteínas, 308 gramas de carboidratos e 70 gramas de gorduras
diariamente.

No outro extremo, o nadador do mesmo país Ryan Lochte não parece


acreditar em nutricionistas. “A nutrição é a última coisa com que me preocupo.
Como o que conheço bem. Estou comendo McDonald’s a cada refeição desde que
cheguei aqui. E acredito que está me ajudando”, disse o nadador durante os Jogos
Olímpicos de Pequim, em 2008.

24
TÓPICO 1 | NUTRIÇÃO: ENERGIA PARA O EXERCÍCIO FÍSICO

Um pouco menos radical é a britânica Jessica Ennis, que compete no


heptatlo. “Todo mundo me fala que está se submetendo a uma dieta restrita, mas
esse não é o meu caso. Como saladas e verduras, mas também chocolates. Alguns
atletas comem normal”, disse recentemente.

Não há apenas uma receita para a vitória olímpica. Segundo especialistas, o


senso comum teria que ser usado para manter a saúde no longo prazo. O professor
Álvaro García-Romero afirma que os extremos são compreensíveis.

“Entendo que um atleta que treina de uma certa forma vai ter uma
repercussão econômica e, na melhor das hipóteses, vai trabalhar um número
limitado de anos e, depois, viver de renda”, afirmou.

ATIVIDADE PRÁTICA

Ações educativas para promoção de hábitos alimentares saudáveis

Objetivo: Realizar a criação da pirâmide alimentar com imagens, fotografias


ou rótulos de alimentos. Elaborar um material educativo para orientação nutricional,
por meio de um folder que apresente princípios da alimentação saudável. Tempo
de duração: de 45 a 60 minutos. Material a ser utilizado: fotografias, imagens ou
réplicas e rótulos de alimentos e uma cartolina. Separado em grupos, cada grupo
cria o seu.

UNI

Etapas: Em uma cartolina, desenhar a pirâmide de alimentos.


1 - Colar as imagens, rótulos de alimentos de acordo com sua ordenação dos
alimentos seguindo o guia da pirâmide alimentar.
2 - É apresentada em quatro níveis e subdivida em oito grupos alimentares e
ordenados da seguinte maneira:
- 1º nível: grupo dos cereais, tubérculos, raízes (base da pirâmide)
- 2º nível: grupo das hortaliças e grupo das frutas;
- 3º nível: grupo do leite e produtos lácteos; grupo das carnes e ovos e grupo
das leguminosas;
- 4º nível: grupo dos óleos e gorduras e grupo dos açúcares e doces (topo da
pirâmide).
- Abaixo da pirâmide, água e exercícios físicos diversos.
3 - Depois se pode dividir e cada grupo apresenta um nível da pirâmide.
4 - Estes cartazes podem ser colados ao longo da universidade como forma de
promoção de hábitos saudáveis alimentares.

25
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:

• A alimentação promove a saúde e previne doenças.

• A alimentação equilibrada também pode melhorar o rendimento do organismo


na prática do exercício físico.

• Os guias alimentares servem para que o indivíduo entenda de modo prático a


importância de uma dieta equilibrada e o que deve conter.

• Os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) influenciam na ingestão


calórica (IC) e no gasto energético (GE).

• Os macronutrientes têm papel no controle do peso e da reserva de gordura


corporal.

• Os carboidratos são fundamentais no fornecimento de energia ao organismo,


devendo ser consumidos em média de 55% a 60% da dieta diária.

• Após a digestão, os carboidratos são armazenados na forma de glicogênio


muscular (músculos) e glicogênio hepático (fígado).

• O glicogênio muscular gera a energia durante o exercício e a sua depleção leva


à fadiga.

• Para que haja recuperação precisa ter a restauração com envolvimento dos
processos nutricionais.

• Os carboidratos podem ser classificados de acordo com o tamanho do carboidrato


(grau de polimerização – número de unidades monoméricas) ou de acordo com
sua digestibilidade ou disponibilidade.

• A maltodextrina é o único oligossacarídeo biodisponível no organismo humano.

• O polissacarídeo encontrado na alimentação é o amido, presente em tubérculos


e cereais.

• Os carboidratos podem classificados de acordo com a digestibilidade, que são


carboidratos digeríveis, carboidratos parcialmente digeríveis e carboidratos
indigeríveis.

• O índice glicêmico classifica os alimentos em relação ao efeito que ele exerce na


glicemia pós-prandial.

26
• O IG dos alimentos consumidos antes, durante e após o treino influencia o
desempenho do exercício.

• Quando se pretende avaliar um alimento isoladamente, o ideal é avaliar a carga


glicêmica (CG), pois esta envolve a qualidade e a quantidade do carboidrato
consumido.

• No exercício físico diário e na melhora do desempenho físico de atletas é utilizado


o índice glicêmico como um guia de referências para a seleção do suporte
nutricional ideal de carboidratos.

• Os lipídios são moléculas pequenas semelhantes na estrutura.

• Os principais tipos de lipídios são os triglicerídeos (gorduras e óleos), fosfolipídios,


ceras e esteroides.

• Durante o exercício físico, os lipídios (gorduras) são utilizados como importantes


fontes de energia juntamente com o carboidrato, poupando o glicogênio
muscular.

• Em exercícios de longo tempo, ou seja, com esforço prolongado, o sistema


musculoesquelético usa como substrato energético fontes provenientes dos
carboidratos e lipídios.

• As proteínas como macromoléculas, compostas por um conjunto de aminoácidos


de baixo peso molecular.

• As proteínas têm a função de fontes de energia e calor, reguladora (hormonal),


estrutural (colágeno), defensivas (anticorpos), de transporte (albumina) e de
ação catalítica (enzimas).

• Quando ingeridas as proteínas, na boca são apenas reduzidas a partículas


menores, no estômago (representam 10-20% da digestão total proteica) e no
intestino delgado, são reduzidas a aminoácidos (AA) livres e pequenos peptídios.

• As unidades básicas que compõem uma proteína são chamadas de aminoácidos.

• Há 20 aminoácidos, nove aminoácidos são considerados essenciais, pois devem


ser ingeridos na dieta, visto que não podem ser sintetizados endogenamente.

• A leucina, valina e isoleucina correspondem a 35% dos aminoácidos essenciais


em proteínas musculares.

• A leucina, valina e isoleucina são aminoácidos essenciais de cadeia ramificada


(ACR).

27
AUTOATIVIDADE

1. A nutrição acompanha o .................... em todas as etapas de sua vida, com


suas peculiaridades ...................., levando em conta origens, ....................,
condições .......................e múltiplas finalidades e, atualmente, a ........................
está presente na mídia brasileira com modelos de ........................para perder
ou ganhar peso, para robustecer ........................., para melhorar a saúde e
para diversificar e sofisticar o ......................... (ROMANELLI, 2006, p. 335).
Assinale a alternativa correta que preenche a citação acima:

a) ( ) ser humano, dietas, idade, fisiológicas, alimentação, dietéticas, músculos,


cardápio
b) ( ) ser humano, fisiológicas, idade, dietéticas, alimentação, dietas, músculos,
cardápio
c) ( ) ser humano, cardápio, dietéticas, idade, alimentação, músculos,
fisiológicas, dietas
d) ( ) ser humano, dietéticas, idade, fisiológicas, alimentação, dietas, músculos,
cardápio

2. Para o entendimento da atuação dos macronutrientes é necessário analisar:


EXCETO:

a) ( ) Ingestão.
b) ( ) Oxidação.
c) ( ) Resistência cardiovascular.
d) ( ) Termogênese.

3. Em relação às proteínas, assinale V para verdadeiro e F para falso sobre suas


características:

( ) Micromoléculas, compostas por um conjunto de aminoácidos de alto peso


molecular.
( ) São fontes de energia e calor.
( ) Quando ingeridas as proteínas, na boca são reduzidas a partículas menores
e sofrem modificações químicas.
( ) Têm função reguladora (hormonal), estrutural (colágeno), defensivas
(anticorpos), de transporte (albumina).

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) V – F – F – V.

28
4. Sobre os lipídios, assinale a alternativa verdadeira:

a) ( ) Durante o exercício físico os lipídios (gorduras) são utilizados como


importantes fontes de energia juntamente com o carboidrato, poupando o
glicogênio muscular.
b ) ( ) Durante o exercício físico os lipídios (gorduras) não são utilizados como
importantes fontes de energia juntamente com o carboidrato, poupando o
glicogênio muscular.
c) ( ) Durante o exercício físico os lipídios (gorduras) são utilizados como
importantes fontes de energia, mas não com o carboidrato.
d) ( ) Durante o exercício físico os lipídios (gorduras) são utilizados como
importantes fontes de energia juntamente com o carboidrato, gastando todo
o glicogênio muscular.

29
30
UNIDADE 1
TÓPICO 2

ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO


FÍSICO, HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E
VITAMINAS

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você entenderá o equilíbrio entre consumo de macronutrientes
e o seu aporte ao exercício físico, bem como a influência do consumo adequado de
vitaminas e água, necessários ao equilíbrio corporal.

2 ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO


O equilíbrio dos macronutrientes no exercício, segundo McArdle, Katch e
Katch (2011, p. 12), “depende da intensidade e da duração do esforço, assim como
da aptidão e do estado nutricional do indivíduo”.

“Em exercícios, intensos fatores neuro-humorais reduzem a liberação de


insulina, pois ocorre a elevação da produção hormonal de adrenalina, noradrenalina
e glucagon e atuam sobre a enzima glicogênio fosforilase, que facilita a glicogenólise
no fígado e no músculo ativo”. (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011, p. 12).

“O glicogênio muscular armazenado fornece energia sem utilizar o oxigênio


e se constitui como o principal fornecedor de energia nos primeiros minutos
do exercício, e com a progressão do exercício, a glicose carreada pelo sangue
aumenta sua contribuição como combustível metabólico” (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2011, p. 12), “durante a prática de exercícios físicos tanto aeróbios quanto
anaeróbios” (CYRINO; ZUCAS, 1999, p. 73).

“No exercício anaeróbico intenso, o carboidrato é o único macronutriente


capaz de fornecer energia rapidamente quando o suprimento de oxigênio não
satisfaz as necessidades de oxigênio de um músculo”. (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2011, p. 12).

31
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 21 - FUNÇÃO DOS CARBOIDRATOS PARA A CONTRAÇÃO MUSCULAR

Fonte: Cyrino e Zucas, (1999, p. 73)

Assim, consumir carboidratos antes do exercício físico aumenta as reservas


de glicogênio muscular e hepático, mas devem ser administrados cerca de três
ou quatro horas antes da prática, para facilitar a digestão, normalizar os níveis
glicêmicos e insulinêmicos e garantir bons níveis energéticos, pois antes disso,
como, por exemplo, cerca de 30-60 minutos antes do esforço físico, pode levar à
hiperinsulinemia e reduzir as concentrações sanguíneas de glicose e ácidos graxos
livres (AGL), afetando negativamente o desempenho, especialmente em esforços
prolongados (CYRINO; ZUCAS, 1999).

Alguns estudos são realizados para mostrar essa relação do consumo de


carboidratos antes, durante e depois do exercício, para estudar a sua influência
na performance. Veja os estudos no quadro a seguir. O estudo de Sapata, Fayh e
Oliveira (2006) aponta que a glicose antes não afetou o desempenho no exercício
e o estudo de Febbraio et al. (2000) concluiu que a pré-ingestão de carboidrato
melhora o desempenho apenas quando a ingestão de CHO é mantida durante
todo o exercício e que a ingestão de carboidrato durante 120 minutos de ciclismo
pode melhorar o desempenho.

32
TÓPICO 2 | ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO, HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS

QUADRO 5 - ESTUDO DE CAMPO SOBRE O METABOLISMO DE CARBOIDRATO DURANTE O


EXERCÍCIO

Estudo/ Sujeitos/ Intervenção


Resultados
referência Idade (anos)/sexo Duração (semanas)

- exercício foi cargas


- ↑ glicemia após 30
progressivas em
min do consumo da
cicloergômetro
bebida malto
- 30 min antes do exercício
- ↓ níveis glicêmicos
= 250ml de uma das três
aos 15 min do
diferentes bebidas:
exercício, com o
SAPATA, 10 homens consumo das bebidas
G1) placebo (suco Clight® (0g
FAYH E (23 ± 2,1 anos) malto e glicose
de CHO);
OLIVEIRA (não fumantes e
(2006) não atletas) - ↑ frequência cardíaca
G2) 1g de maltodextrina/kg
durante o exercício
em água, mesmo sabor do
com a ingestão da
placebo;
bebida glicose
G3) 250ml de Gatorade®
- desempenho não
(18g de CHO) + glicose para
foi alterado com as
completar 1g de glicose/kg
bebidas
no mesmo sabor das demais.

- ↑ glicemia no G2 e G3
- exercício foi cicloergômetro
em 120 minutos - ↓ níveis glicêmicos até
os 80 min no G1, G2 e
G1 = placebo 30min antes e 2 G3
g/kg de carboidrato durante o
exercício. - ↓ níveis glicêmicos
depois de 80 min no G2
7 homens
G2 = 2 g/kg de carboidrato e G4, mas estável no
FEBBRAIO (26.9 ± 6.6 anos)
30min antes e placebo durante G1 e G3
et al. (2000) (treinados em
o exercício.
endurance)
G3 = 2 g/kg de carboidrato
30min antes e durante o - Atlas concentrações
exercício. de glicose no
plasma aumenta
G4 = placebo 30min antes e o desempenho no
durante o exercício. exercício.

Fonte: A autora

33
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

Ao ler a tabela acima, você, acadêmico, pode visualizar a importância da


adequação do alimento na nossa dieta, especialmente do CHO, pois o consumo de
carboidratos influencia vários marcados bioquímicos e pode aumentar ou diminuir
o desempenho na prática do exercício.

NOTA

Veja como ler os estudos da tabela, se confirmam ou refutam a teoria. Portanto,


faça sempre isso, busque artigos, analise-os. Em se tratando de nutrição, busque sempre auxílio
de um nutricionista para orientação da dieta adequada a cada esporte.

Para o American College of Sports Medicine (2000), a refeição, antes de


qualquer exercício físico, deve:

- Ter quantidades suficientes de líquidos para manter a hidratação.


- Ser relativamente baixa em gorduras e fibras para facilitar o esvaziamento
gástrico e minimizar o estresse gastrointestinal.
- Ser relativamente alta em carboidratos para maximizar a manutenção da
glicose sanguínea.
- Moderada em proteínas e composta por alimentos com que o atleta esteja
familiarizado, para reduzir os riscos de intolerância.

Durante o repouso e no exercício a proteína seria o pool energético,


fornecendo pelo menos 5% de energia, e com o aumento da duração do exercício.
Tem-se como ideal a ingestão de 1,2 a 1,5 de proteína/kg de peso corporal/dia, pois
contribui com a manutenção de concentrações de glicose através da gliconeogênese
no fígado. Mas toda atenção deve ser dada na ingestão de uma elevada quantidade
de proteína, pois poderia comprometer a ingestão de carboidrato, causar
desidratação e o excesso de proteína estocado como tecido adiposo (GUERRA,
2004).

DICAS

Veja os vídeos a seguir, sobre como se alimentar antes, durante e depois do treino:
Vídeo 1= <https://www.youtube.com/watch?v=s9ZXxYgD7GU>.
Vídeo 2 = <https://www.youtube.com/watch?v=m6WJTrr29oc>.

34
TÓPICO 2 | ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO, HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS

Agora, caro acadêmico, falaremos da água, considerada como a fonte da


vida, pois ela é o elemento mais importante da natureza e de nosso organismo,
além de participar de vários processos fisiológicos. Você sabia que um ser humano
pode passar no máximo três dias sem consumir água? Leia a seguir e veja por que
o ser humano não pode viver mais de três dias sem água.

3 ÁGUA
“Considerado um composto inorgânico, a água constitui 55% a 60% da
massa corporal de adultos” (TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 29), “65% a 75
% do peso dos músculos e 50% do peso da gordura corporal, assim, diferenças
na água corporal total são devido às diferenças corporais”. (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2011, p. 50).

Segundo Tortora e Derrickson (2012, p. 29-30), várias são as propriedades


da água, como elemento essencial à vida. São elas:

- Solvente: A água carrega nutrientes, oxigênio e resíduos por todo o


corpo.
- Reações químicas: é um meio ideal para as reações químicas, pelo fato de
poder dissolver diferentes substâncias.
- Absorção e liberação de calor: absorve ou libera uma quantidade
relativamente grande de calor com apenas uma pequena mudança em
sua temperatura. Modera os efeitos das mudanças de temperaturas
ambientais, ajudando a manter a homeostase da temperatura corporal.
- Necessita uma grande quantidade de calor para mudar do estado líquido para
o gasoso: a água evapora pelo suor, ajudando a resfriar o corpo, por levar
grandes quantidades de calor.
- Lubrificante: componente principal da saliva, dos mucos e outros
líquidos lubrificantes. Sendo que a lubrificação é necessária nas
cavidades abdominal, torácica, articulações.

O corpo humano possui dois sistemas hídricos, o intracelular (no meio da


célula) e o extracelular (líquidos que circundam as células, como plasma, linfa,
saliva, líquido existente nos olhos, secretado pelas glândulas, trato digestivo,
que banha os nervos da medula espinhal, pela pele e rins) (MCARDLE; KATCH;
KATCH, 2011, p. 50).

35
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 22 - ÁGUA NO CORPO HUMANO

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/oficinas2012-121018140648-


phpapp01/95/oficina-de-capacitaogesto-sustentvel-dos-recursos-hdricos-27-638.
jpg?cb=1350569430>. Acesso em: 25 mar. 2016.

“A ingestão de água normalmente deve ser de 2,5 litros de água por dia,
que é fornecida por três fontes”:

- durante o metabolismo (pela degradação das moléculas para obtenção de


energia, forma-se dióxido de carbono e água);
- pelos líquidos;
- pelos alimentos (a maioria dos alimentos, especialmente frutas e verduras,
contém grandes quantidades de água). (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011, p. 51).

A excreção de água é realizada pelo corpo, por algumas vias.


- pela urina (99% dos líquidos ingeridos são absorvidos pelo rim, o que
equivale a 1.000 a 1.500 mL por dia);
- através da pele (350 ml são perdidos pela pele em forma de suor); como
vapor de água (pequenas gotículas aquosas no ar exalado, de 250 a 350 ml por dia);
- pelas fezes (entre 100 a 200mL são perdidos pela eliminação intestinal,
pois 70% do material fecal é formado por água). (MCARDLE; KATCH; KATCH,
2011, p. 51).

Veja a figura a seguir, que mostra o ganho e perda de água:

36
TÓPICO 2 | ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO, HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS

FIGURA 23 - EQUILÍBRIO HÍDRICO

FONTE: Tortora, Derrickson (2012, p. 560)

Um dos principais excretores de água corporal é o suor, que contém, além


da água, outros minerais em diversas concentrações, e quando o suor é eliminado,
diversos fatores interferem na sua composição, porém, entre os eletrólitos, os que
sofrem maiores modificações são o sódio e o cloreto, cuja concentração é mais
elevada (HIRATA; VIST; LIBERALI, 2008).

3.1 ELETRÓLITOS
As correntes elétricas são conduzidas por substâncias, chamadas eletrólitos,
que podem atuar na membrana celular e gerar corrente elétrica (por exemplo, o
impulso nervoso) ou ainda ativar enzimas para controlar inúmeras atividades
metabólicas da célula (MARTINS et al., 2007). “Os eletrólitos encontram-se
dissolvidas no corpo como partículas carregadas eletricamente e denominadas
íons”. (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011, p. 47). Veja a seguir a diferença entre
eletrólitos e não eletrólitos.

37
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 24 - DIFERENÇA ENTRE ELETRÓLITOS E NÃO ELETRÓLITOS

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/2/370558/slides/slide_5.


jpg>. Acesso em: 30 mar. 2016.

Sua principal função é controlar a troca de fluidos dentro dos vários


receptores de líquidos do corpo, levando assim à excreção entre as células e o meio
externo e o equilíbrio entre as trocas de nutrientes (KATCH; MCARDLE, 1996).
Sendo que os principais fluidos corporais são sódio, potássio, cloreto, bicarbonato,
sulfato, magnésio e cálcio (MARTINS et al., 2007).

Os íons fundamentais na manutenção da pressão osmótica e equilíbrio


ácido-base dos líquidos corporais são o cloro (Cl-), sódio (Na+) e o potássio (K+). O
potássio, magnésio e fosfato encontram-se em maiores quantidades intracelulares,
enquanto sódio, cálcio e cloro têm uma concentração muito mais elevada no líquido
extracelular (MARTINS et al., 2007).

“O principal eletrólito do meio extracelular é o sódio, que tem a função


determinante na regulação do equilíbrio osmótico e possui valores de normalidade
compreendidos entre 135 e 145 mmol/L”. (MARINS; DANTAS; NAVARRO, 2003,
p. 15).

DICAS

“Quando existe uma grande produção de suor recomenda-se, em geral, o


consumo de líquidos que contenham eletrólitos, em particular o sódio, entretanto ainda se
discute qual a quantidade e sob que condições de exercício a reposição deste eletrólito será
necessária. Sendo assim, é importante estabelecer o grau de influência do conteúdo de sódio
das bebidas hidratantes relacionadas com o tempo de exercício e o grau de desidratação”.
(MARINS; DANTAS; NAVARRO, 2003, p. 13).

38
TÓPICO 2 | ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO, HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS

3.2 HIDRATAÇÃO (EUIDRATAÇÃO) E DESIDRATAÇÃO


“Quando o corpo humano é submetido a uma atividade, eleva a produção
de calor e, consequentemente, a ativação dos mecanismos fisiológicos de controle
térmico e hídrico”. (RIBEIRO; LIBERALI, 2010, p. 508). Assim, a ingestão hídrica
torna-se essencial para manter esse equilíbrio e, ao mesmo tempo, melhorar o
desempenho e a saúde dos indivíduos (MARTINS et al., 2007).

Algumas terminologias são importantes para o entendimento do conteúdo


do equilíbrio hídrico corporal, segundo Marquezi e Lancha Junior (1998, p. 219):

- Hiperidratação e hipoidratação (aumento ou a diminuição do volume


hídrico corporal);
- Desidratação (processo de perda de água, passando de um estado
hiperidratado para um estado euidratado, e/ou continuamente para um estado
hipoidratado);
- Reidratação (processo de recuperação do volume hídrico corporal normal,
a partir do estado hipoidratado em direção ao estado euidratado).

“A perda hídrica pela sudorese durante o exercício pode levar o organismo


à desidratação, com aumento da osmolalidade, da concentração de sódio no
plasma e diminuição do volume plasmático” (MACHADO-MOREIRA et al., 2006,
p. 405). Quando a ingestão hídrica não consegue repor as perdas de água, ocorre
um desequilíbrio na dinâmica dos líquidos, gerando a desidratação, afetando as
funções fisiológicas e a termorregulação (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011).

Uma forma de avaliação da hidratação é pela variação do peso corporal,


antes e após o exercício (MACHADO-MOREIRA et al., 2006, p. 405). Quando se
perdem 2% do peso corporal, o indivíduo já se encontra desidratado, e perdas de
5% podem diminuir a capacidade de trabalho do corpo e o desempenho em cerca
de 30% (MONTEIRO; GUERRA; BARROS, 2003).

Acadêmico! Na tabela a seguir visualizaremos os tipos de classificação


do estado de hidratação corporal e alguns índices que são utilizados para essa
classificação (peso corporal, coloração da urina e gravidade específica da urina):

TABELA 2 – CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO DE HIDRATAÇÃO CORPORAL

Fonte: Machado-Moreira et al. (2006, p. 406)

39
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

Atenção, caro acadêmico! Temos que ter cuidado e evitar a desidratação,


pois ela pode trazer vários prejuízos à pessoa, pois leva ao desequilíbrio de fluidos
e eletrólitos nas células musculares, afetando os processos energéticos e pode até
gerar a fadiga.

A recomendação para repor a perda hídrica, segundo ACSM (2000), é que


se beba água em quantidades suficientes para repor a perda hídrica pela sudorese,
como, por exemplo, em um exercício até 60 minutos de duração, a ingestão de 200
ml de água, em intervalos de 15 minutos para uma hidratação ótima.

As perdas hídricas são, muitas vezes, utilizadas por atletas de modalidades


de luta para se encaixarem em outras categorias, e para isso optam pela perda
brusca do peso corporal, que pode levar a vários prejuízos fisiológicos, como a
redução de força muscular, aumento de eletrólitos perdidos pelo corpo, depleção
dos estoques de glicogênio, prejuízo ao processo termorregulatório, entre outros
(FABRINI et al., 2010).

Veja nos estudos a seguir, caro acadêmico, como a restrição hídrica


(desidratação) é uma das principais estratégias utilizadas pelos atletas para a
perda rápida de peso. Mas precisa ser observado o que Artioli, Franchini e Lancha
Junior (2006, p. 92) apontam em seus estudos: “que os métodos utilizados pelos
atletas para reduzir o peso, muitas vezes são, em sua maior parte, potencialmente
perigosos à saúde, além de prejudiciais ao desempenho”.

E que toda perda ou reposição deve ser feita respeitando os princípios


fisiológicos.

QUADRO 6 - ESTUDO DE CAMPO SOBRE ESTRATÉGIAS USADAS PARA A PERDA DE PESO


Estudo/ Sujeitos/
Principais resultados para a perda de peso rápida
referência Idade (anos)/sexo

- Aumento de atividades (70 = 76,1%)


125 atletas de judô - Dieta hipocalórica (55 = 59,8%)
(105 masculinos - Restrição de carboidratos (30 =32,6%)
Fabrini et al.
e 20 femininos) - Restrição de líquidos (19 = 20,7%)
(2010)
(média de idade 17 - Restrição de lipídios (11 = 12,0%)
anos) - Uso de diurético e/ou laxante (10 = 10,9%)
- Uso de sauna/roupas antitranspirantes (09 = 9,8%)

- Desidratação (70 = 68,4%)


- Diminuição da ingestão energética total (12 =
63,1%)
28 judocas de elite
Artioli et al. - Cortar gorduras e guloseimas (09 = 47,4%)
do sexo masculino
(2006) - fazer mais exercícios (05 = 26,3%)
- cortar ou diminuir a ingestão no jantar (05 =
26,3%)
- Diminuir a ingestão de carboidratos (02 = 10,5%)
Fonte: A autora

40
TÓPICO 2 | ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO, HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS

FIGURA 25 - EFEITOS DA DESIDRATAÇÃO

Fonte: Reis, Seelaender, Rossi, 2010, p. 432

A função cognitiva pode ser afetada pela desidratação, principalmente


nas fases pelas quais as informações são processadas: percepção, aprendizagem,
memória, atenção, vigilância, raciocínio e solução de problemas, incluindo
funcionamento psicomotor (tempo de reação, tempo de movimento e velocidade
de desempenho) (REIS; SEELAENDER; ROSSI, 2010).

DICAS

Vimos acima que a desidratação faz mal para o organismo. Perguntamos: qual é
a quantidade ideal de hidratação durante o esporte?

Maughan e Leiper (1994) descrevem em seu artigo que a reposição de


líquidos deve ser proporcional a alguns fatores, tais como:

- intensidade do exercício;
- condições climáticas;
- aclimatação do indivíduo;
- condicionamento físico do indivíduo;
- características individuais fisiológicas e biomecânicas do exercício.

A hidratação é um fator importante que deve ser considerado antes e durante


(melhora o desempenho, principalmente se o líquido a ser consumido contém
carboidrato) e depois do exercício (MONTEIRO; GUERRA; BARROS, 2003).

41
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

DICAS

Veja os vídeos da USP sobre como fazer hidratação no exercício.


Vídeo 1: <http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=3804>.
Vídeo 2: <http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=3805>.
Vídeo 3: <http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=3806>.

TUROS
ESTUDOS FU

Olá, acadêmico!
Não se esgota aqui o estudo da hidratação. Na Unidade 3 você verá os mecanismos
termorregulatórios, que são afetados pela hidratação, mas levando em conta onde é realizado
o exercício (em temperaturas quentes e/ou frias).

Ao estudar esse caderno você está visualizando, caro acadêmico,


que não é apenas um simples alimento que faz a diferença na nossa saúde e,
consequentemente, na prática do exercício. Mas um conjunto de alimentos,
nutrientes, que, adequados, formam a base de um organismo saudável e que pode
levar à diferença do rendimento durante o exercício físico. Isso não seria diferente
com as vitaminas. Vamos entender agora a importância dessas substâncias nesse
contexto alimentar aliado ao exercício.

3.3 VITAMINAS E SUA RELAÇÃO COM O EXERCÍCIO FÍSICO


“Vitaminas são substâncias orgânicas presentes em muitos alimentos em
pequenas quantidades e indispensáveis ao funcionamento do organismo, na forma
de cofatores”. (PAIXÃO; STAMFORD, 2004, p. 96). Elas não contêm energia para o
corpo, mas funcionam como elos essenciais e reguladores nas reações metabólicas
que liberam energia a partir do alimento e podem ser classificadas em lipossolúveis
(vitaminas A, D, E, K) e em hidrossolúveis (vitaminas C, B6, B1, B2, B12, niacina,
ácido pantotênico, biotina, ácido fólico (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011).

As vitaminas lipossolúveis são obtidas pela dieta, das gorduras, e uma


ingestão excessiva dessas vitaminas pode ser prejudicial. Já as hidrossolúveis
funcionam essencialmente como coenzimas, participam diretamente das reações
químicas e são dispersas nos líquidos corporais e qualquer excesso é eliminado
pela urina (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011).

42
TÓPICO 2 | ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO, HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS

FIGURA 26 - CLASSIFICAÇÃO DAS VITAMINAS CONFORME A SOLUBILIDADE

FONTE: Disponível em: <http://cptstatic.s3.amazonaws.com/imagens/enviadas/materias/


materia10259/tabela-saude-1.jpg>. Acesso em: 11 out. 2016.

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UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 27 - CARACTERÍSTICAS DAS VITAMINAS

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/-79nLRz5EHqM/TasoXmHv1rI/


AAAAAAAAAPc/6gFdTkXLcqg/s1600/vitaminas+2.png>. Acesso em: 1 abr. 2016.

As vitaminas hidrossolúveis (vitamina B1), tiamina (vitamina B2),


riboflavina e vitamina B-6 são importantes para o exercício, pois ajudam na
produção de energia durante o exercício (MANORE, 2000).

Segundo Woolf e Manore (2006), auxiliam no exercício, pois:

- A tiamina desempenha um papel importante no metabolismo de


carboidratos, gorduras e proteínas, especialmente os aminoácidos de cadeia
ramificada (BCAA) (leucina, isoleucina e valina).

44
TÓPICO 2 | ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO, HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS

- A riboflavina é um componente essencial de duas coenzimas, que


participam no metabolismo de aminoácidos, na produção hormonal e,
principalmente, porque auxilia a transferência de elétrons que vêm das vias de
energia à cadeia de transporte de elétrons para a formação de ATP, e também está
envolvida na conversão de vitamina B-6 na sua forma ativa.

- A vitamina B-6 desempenha um papel importante nas vias metabólicas


necessárias para o exercício, principalmente no metabolismo dos aminoácidos e
na quebra de glicogênio.

DICAS

Veja os vídeos sobre a suplementação de vitaminas e minerais aliados ao exercício


físico:
Vídeo 1: <http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=3818>.
Vídeo 2: <http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=3818>.
Vídeo 3: <http://eaulas.usp.br/portal/video.action?idItem=3819>.

TUROS
ESTUDOS FU

Olá, acadêmico!
Não se esgota aqui o estudo das vitaminas. Você ainda verá que muitas vitaminas são
antioxidantes, pois previnem o estresse oxidativo originado pela prática do exercício.

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UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

LEITURA COMPLEMENTAR

REPORTAGEM SOBRE OS PROBLEMAS DA PERDA DE PESO


ACELERADA NO MMA

Leia parte da reportagem Nutricionista alerta sobre os problemas da perda


de peso acelerada no MMA, entrevista concedida pelo nutricionista Miguel Vieira
em 15/09/2015 para o site Artes Marciais Fight, site D24.

Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, veja disponível em: <http://


artesmarciaisfight.com.br/nutricionista-alerta/>. Acesso em: 1 abr. 2016.

Reportagem:

Muitos lutadores de MMA seguem sem um acompanhamento de um


nutricionista, às vezes até por condições financeiras, porém vale a pena ressaltar,
com grande ênfase, o problema de não ter tal acompanhamento, devido às
aceleradas perdas de peso que os atletas passam para chegar ao peso ideal do
combate. Para entender melhor sobre o que estamos falando, vale a pena ler essa
entrevista com o nutricionista Miguel Vieira ao site D24. E se você é um lutador de
MMA, conte-nos como se prepara para os dias de combate.

Manaus – No Mixed Martial Arts (MMA), a desidratação, perda de líquidos


do corpo, é uma prática comum entre os lutadores para atingir mais rápido o peso
da respectiva categoria. Mas o nutricionista Miguel Vieira, que é especializado
em nutrição esportiva e já fez acompanhamento para lutadores de renome do
Ultimate Fighting Championship (UFC), como Anderson Silva e os irmãos
Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro, explicou ao DIÁRIO os riscos à saúde
desta estratégia e revelou qual método considera menos prejudicial ao organismo.
Ele veio do Rio de Janeiro para dar consultas por três dias numa clínica particular,
em Manaus.

“Muitas pessoas não entendem porque um lutador perdeu 10 quilos para


lutar numa categoria. Eu peso 95 quilos e se fosse um lutador de MMA eu competiria
na categoria até 93 quilos, que é a meio-pesado. Se lutasse nessa categoria não
precisaria fazer sacrifício nenhum, já estaria no meu peso e estaria tranquilo com
a alimentação normal, enquanto meu adversário debilitado pela perda de peso”,
exemplificou Vieira. “A diferença é que no dia seguinte da pesagem, no dia da
luta mesmo, ainda estaria com os meus 93 quilos e o meu oponente poderia
estar até com 105 quilos, porque desidratou para atingir o peso. Esse processo de
desidratação é realmente arriscado e pode causar insuficiência renal, taquicardia e
vários problemas. Esse método deriva do boxe”, completou.

A perda de líquidos, conforme o nutricionista, vira a única forma para um


lutador, que prefere competir numa categoria abaixo do peso ideal do seu corpo,
‘bater’ na pesagem.

46
TÓPICO 2 | ALIMENTAÇÃO ADEQUADA AO EXERCÍCIO FÍSICO, HIDRATAÇÃO, DESIDRATAÇÃO E VITAMINAS

O Rousimar Palhares, o Toquinho (ex-UFC e atualmente no World Series


of Fighting), pesa 94 quilos e consigo colocá-lo com 88 quilos e 3% de gordura, mas
ele luta na categoria 77 quilos. Então, não sobra mais gordura para perder, por isso
só me resta tirar água (do corpo), porque o músculo tem 70% de líquido e nessa
margem é que faço perder bastante água”, comentou. “Na verdade, ele não perde
dez quilos e, sim, dez litros na última semana. “Por isso, é possível de um dia para
o outro devolver até dez ou 15 quilos, que seriam os litros, por voltar a se reidratar
e se alimentar”, comentou o especialista.

Por deixar o corpo mais debilitado, a desidratação é a última fase da


redução do peso e precisa de cuidados redobrados. “O segredo é a perda gradativa
junto com uma equipe (multidisciplinar). Não é apenas o nutricionista, é o
preparador físico e o treinador. Não se pode exigir muito de um atleta nos últimos
dez dias, esse período é só para perda de peso, fazendo manoplas, pulando corda,
sauna ou banheira. Cada lutador tem sua estratégia”, disse. “Antes da pesagem
se estabelecem metas diárias, porque se ficar nas mãos do atleta, acaba deixando
para reduzir o peso nos últimos três dias. Nesse caso fica mais agressivo para o
organismo, às vezes nem consegue subir na balança ou vira lutador de um round
só”, alertou Vieira.

A reidratação para recuperar o peso para obter vantagem para a luta é um


processo menos agressivo. Porém, sem exageros. “Eu recomendo beber líquidos
gradativamente, já que o corpo se adaptou a ficar com pouca água e alimento. Se der
uma enxurrada de alimento, o corpo se sente mal e é comum acabarem vomitando
tudo. Primeiro é reidratar com bebidas isotônicas e depois água mineral e água de
coco, apenas duas horas depois alimentos sólidos, mas mais carboidratos, como
batata doce, macarrão integral e uma lasanha sem muito queijo”, recomendou.
“Proteínas, como ovos, frangos e peixes, não são tão essenciais. Mas 88% do prato
tem que ser de carboidratos, o restante será de proteínas e gorduras, porque são
os carboidratos que darão a reserva de glicogênio muscular para usar na luta”,
explicou.

Mea-culpa

O nutricionista Miguel Vieira espera que as regras da pesagem mudem


no MMA. Numa ‘mea-culpa’, ele acredita que o acompanhamento do profissional
médico deveria ser de outra maneira.

“Isso só vai terminar se fizerem igual como ocorre nas competições de


judô e jiu-jítsu, em que a pesagem é duas horas antes da luta. Desta forma, um
atleta não iria querer desidratar porque não conseguiria recuperar o peso duas
horas depois”, exemplificou. “Se fizer assim (no MMA), a maioria dos atletas terá
que subir uma categoria e lutar no peso deles. Eu torço para que isso aconteça
porque, como nutricionista, sou pago para nutrir e não desnutrir. E esse processo
de desidratação é uma forma de desnutrição, mas monitorada. Mas sei que isso faz
parte do espetáculo”, comentou.

47
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:

• O equilíbrio dos macronutrientes no exercício depende da intensidade, duração,


aptidão e do estado nutricional do indivíduo.

• O glicogênio muscular armazenado fornece energia sem utilizar o oxigênio e


se constitui como o principal fornecedor de energia nos primeiros minutos do
exercício.

• Com o passar do exercício a glicose carreada pelo sangue aumenta sua


contribuição como combustível metabólico.

• Consumir carboidratos antes do exercício físico aumenta as reservas de glicogênio


muscular e hepático, mas deve ser administrada cerca de três ou quatro horas
antes da prática.

• Consumir carboidratos 30-60 minutos antes do esforço físico pode afetar


negativamente o desempenho, especialmente em esforços prolongados.

• Durante o repouso e no exercício a proteína fornece pelo menos 5% de energia.

• A água constitui 55% a 60% da massa corporal, de 65% a 75 % do peso dos


músculos e 50% do peso da gordura corporal.

• As propriedades da água, como elemento essencial à vida, são de solvente,


absorção e liberação de calor, resfriar o corpo e lubrificante.

• O corpo humano possui dois sistemas hídricos, o intracelular e o extracelular.

• A ingestão de água normalmente deve ser de 2,5 L por dia.

• A ingestão de água é fornecida por três fontes: durante o metabolismo, pelos


líquidos, pelos alimentos.

• A excreção de água é realizada pelo corpo, pela urina, pela pele e pelas fezes.

• Um dos principais excretores de água corporal é o suor.

• As correntes elétricas são conduzidas por substâncias, chamadas eletrólitos.

• Os eletrólitos encontram-se dissolvidos no corpo como partículas carregadas


eletricamente.

48
• A principal função dos eletrólitos é controlar a troca de fluidos dentro dos vários
receptores de líquidos do corpo.

• Os principais fluidos corporais são sódio, potássio, cloreto, bicarbonato, sulfato,


magnésio e cálcio.

• O principal eletrólito do meio extracelular é o sódio.

• Quando o corpo humano é submetido a uma atividade, eleva a produção de


calor.

• A ingestão hídrica torna-se essencial para melhorar o desempenho e a saúde dos


indivíduos.

• Quando a ingestão hídrica não consegue repor as perdas de água, ocorre um


desequilíbrio na dinâmica dos líquidos, gerando a desidratação.

• Quando se perde 2% do peso corporal, o indivíduo já se encontra desidratado.

• Perdas de 5% do peso corporal podem diminuir a capacidade de trabalho do


corpo e o desempenho em cerca de 30%.

• A desidratação pode trazer vários prejuízos à pessoa, no desempenho, afetando


os processos energéticos e até gerar a fadiga.

• A recomendação para repor a perda hídrica é que se beba água em quantidades


suficientes para repor a perda hídrica pela sudorese, com a ingestão de 200 ml
de água, em intervalos de 15 minutos para uma hidratação ótima.

• A função cognitiva pode ser afetada pela desidratação.

• A hidratação é um fator importante que deve ser considerado antes e durante


(melhora o desempenho, principalmente se o líquido a ser consumido contém
carboidrato) e depois do exercício.

• Vitaminas são substâncias orgânicas, na forma de cofatores.

• As vitaminas funcionam como elos essenciais e reguladores nas reações


metabólicas que liberam energia a partir do alimento.
• As vitaminas são classificadas em lipossolúveis (vitaminas A, D, E, K) e em
hidrossolúveis (vitaminas C, B6, B1, B2, B12), niacina, ácido pantotênico, biotina,
ácido fólico.

• As vitaminas hidrossolúveis (vitamina B1), tiamina (vitamina B2), riboflavina


e vitamina B-6 são importantes para o exercício, pois ajudam na produção de
energia durante o exercício.

49
AUTOATIVIDADE

1. Em relação ao consumo de carboidratos adequados ao exercício físico,


assinale V para verdadeiro e F para falso sobre suas características:

( ) Consumir carboidratos antes do exercício físico aumenta as reservas de


glicogênio muscular e hepático, micromoléculas compostas por um conjunto
de aminoácidos de alto peso molecular.
( ) Devem ser administrados cerca de três ou quatro horas antes da prática.
( ) Quando ingeridos cerca de 30-60 minutos antes do esforço físico, podem
levar à hiperinsulinemia.
( ) Consumir antes do exercício não afeta o desempenho, deixando o indivíduo
com maior disposição e sem risco de fadiga.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – V – V – F.
d) ( ) V – F – F – V.

2. A refeição antes de qualquer exercício físico deve, EXCETO:

a) ( ) Ter quantidades suficientes de líquidos para manter a hidratação.


b) ( ) Ser relativamente baixa em gorduras e fibras para facilitar o esvaziamento
gástrico e minimizar o estresse gastrointestinal.
c) ( ) Ser relativamente baixa em carboidratos para maximizar a manutenção
da glicose sanguínea.
d) ( ) Moderada em proteínas e composta por alimentos com que o atleta esteja
familiarizado, para reduzir os riscos de intolerância.

3. Considerado um composto ..................., a água constitui ................... da


massa corporal de adultos, ....................... do peso dos músculos e ...............
do peso da gordura corporal, assim, diferenças na ............ total são devido
às diferenças ..................... (TORTORA; DERRICKSON, 2012; MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2011). Assinale a alternativa correta que preenche a citação
acima:

a) ( ) inorgânico, 65% a 75%, 55% a 60%, 50%, corporais, água corporal.


b) ( ) inorgânico, 50%, 55% a 60%, 65% a 75%, água corporal, corporais.
c) ( ) corporais, 55% a 60%, 50%, 65% a 75%, inorgânico, água corporal.
d) ( ) inorgânico, 55% a 60%, 65% a 75%, 50%, água corporal, corporais.

4. O corpo humano possui dois sistemas hídricos. Sobre esses dois sistemas,
associe os itens a seguir:

50
I - intracelular
II - extracelular

( ) Líquidos que circundam as células.


( ) Meio da célula.
( ) Plasma, linfa, saliva, líquido existente nos olhos, secretado pelas glândulas,
trato digestivo, que banha os nervos da medula espinhal, pela pele e rins.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) II – I – II.
b) ( ) I – I – II.
c) ( ) II – II – I.
d) ( ) I – II – II.

5. Conforme seus estudos, as correntes elétricas são conduzidas por substâncias,


chamadas eletrólitos. Sobre esses aspectos dos eletrólitos, analise as seguintes
sentenças:

Os eletrólitos não atuam na membrana celular e não geram corrente elétrica


........

Encontram-se

....... dissolvidas no corpo como partículas não carregadas eletricamente, mas


como neutras.

a) ( ) A primeira é uma afirmação verdadeira e a segunda, falsa.


b) ( ) Ambas afirmações são falsas.
c) ( ) As duas são verdadeiras mas não tem relação entre si.
d) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é complemento e justificativa da
primeira.

6. De acordo com o que você estudou na disciplina Fisiologia do Exercício,


analise o conceito a seguir: “Vitaminas são substâncias orgânicas presentes
em muitos alimentos em pequenas quantidades e indispensáveis ao
funcionamento do organismo. As vitaminas são obtidas pela dieta, das
gorduras, e uma ingestão excessiva dessas vitaminas pode ser prejudicial”.

A partir desse conceito, assinale a alternativa correspondente:


a) ( ) Lipossolúveis.
b) ( ) Hidrossolúveis.
c) ( ) Reguladoras.
d) ( ) Reações químicas.

51
52
UNIDADE 1
TÓPICO 3

BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS


AO EXERCÍCIO

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico você entenderá a diferença entre alguns conceitos importantes,
utilizados no contexto da educação física, como atividade física, exercício físico,
treinamento físico. Além de entender como o organismo humano vive em equilíbrio
entre seus sistemas (homeostase), quais os sistemas de controle desse equilíbrio e a
bioquímica e a bioenergética envolvidas nesse processo, tanto em repouso quanto
durante a prática do exercício físico.

2 DIFERENCIAÇÃO ENTRE ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO


FÍSICO
Cara acadêmico! É comum a utilização dos termos atividade física e
exercício físico, portanto, cabe essa distinção, pois a fisiologia de ambos difere, e
durante o desenvolvimento deste caderno, os termos atividade física e exercício
físico serão abordados como dois aspectos distintos.

De acordo com Caspersen, Powell e Christenson (1985, p. 126),

Atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelos


músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que
os níveis de repouso, e exercício físico é uma atividade física planejada,
estruturada e repetitiva que tem como objetivo final ou intermediário
aumentar ou manter a saúde/aptidão física.

53
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 28 - ATIVIDADE FÍSICA X EXERCÍCIO FÍSICO

FONTE: Disponível em: <http://blogs.portalnoar.com/f5fitness/wp-content/


uploads/2014/02/Slide1.jpg>. Acesso em: 1 abr. 2016.

Muitas formas de atividades são consideradas atividades físicas, como as


atividades ocupacionais, cuidados com a casa, atividades de transporte e atividades
realizadas em momentos de lazer, entre outros (SANTOS; SIMÕES, 2012).

O termo mais comum usado é o exercício físico que objetiva a melhora dos
aspectos de algum componente da aptidão física. Caspersen, Powell e Christenson
(1985, p. 126) ainda fazem uma terceira definição:

Aptidão física (Physical Fitness-Esporte) podemos dizer que é usado


quando o foco é além dos componentes relacionados à saúde, tem o foco
na melhora da capacidade atlética, como, por exemplo, na (a) resistência
cardiorrespiratória, (b) muscular endurance, (c) a força muscular, (d) a
composição corporal, e (e) flexibilidade.

FIGURA 29 - COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA

FONTE: Disponível em: <http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/educfisica/imagens/11_


aptidao_fisica02.jpg>. Acesso em: 1 abr. 2016.

54
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

3 TREINAMENTO FÍSICO
O treinamento físico surgiu no século XX, quando treinadores reuniram
e sistematizaram experiências objetivando facilitar o processo e aumentar o
rendimento de atletas (BARBANTI; TRICOLI; UGRINOWITSCH, 2004). Pode-
se definir treinamento físico como o uso repetido do exercício para melhorar a
aptidão física, e utiliza o conhecimento de diversas áreas, como da fisiologia do
exercício, anatomia, biomecânica, bioquímica etc. (BARBANTI, 2001).

É muito importante para o atleta, pois, realizado de maneira adequada,


levando em conta o desenvolvimento das qualidades técnicas, físicas e psicológicas
de um atleta ou de uma equipe, leva à melhora do desempenho na fase certa
(TUBINO, 1984).

Acadêmico, veja a seguir o exemplo de uma periodização de treinamento


físico, realizado no preparo de jogadores de futebol, em que se apresenta o tipo
de treinamento e respectivo valor, em minutos, do total das sessões, bem como as
capacidades biomotoras pertencentes a cada tipo de treinamento e o percentual
desenvolvido em cada semana estudada, realizado por Borin et al. (2011).

TABELA 3 - PERIODIZAÇÃO DE TREINAMENTO FÍSICO PARA FUTEBOL

FONTE: Borin et al. (2011, p. 222)

Quando nos submetemos a um determinado esforço físico, o corpo se


modificará e terá adaptações fisiológicas, permitindo assim que seja submetido a
estímulos gradualmente mais intensos (GUEDES; GUEDES, 1995).

Essas mudanças dependem do tipo de exercício realizado, e são elas,


segundo Maglischo (2010, p. 22):

- aumento do consumo máximo de oxigênio;


- diminuição da frequência cardíaca de repouso e submáxima;
55
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

- aumento de força muscular;


- aumento de débito cardíaco máximo e submáximo;
- modulação da atividade de enzimas do metabolismo aeróbio e anaeróbio.

A partir de agora vamos entender, acadêmico, que o nosso organismo


vive em equilíbrio, e tudo que altera esse equilíbrio leva a um desequilíbrio e
consequente adaptação do nosso organismo, e o exercício físico seria um fator que
afeta esse equilíbrio.

4 HOMEOSTASE
Walter Cannon, em 1929, foi o primeiro a considerar que algumas variáveis
fisiológicas são vitais (ex.: pressão arterial e de açúcar no sangue), que seguiam
uma regulação fisiológica, e a chamou de sabedoria do corpo (RAMSAY; WOODS,
2014).

“O termo homeostase foi definido por Cannon como um conjunto de


valores aceitáveis para as variáveis internas para seu perfeito funcionamento, ou
seja, estado de equilíbrio razoavelmente estável entre as variáveis fisiológicas”.
(RAMSAY; WOODS, 2014, p. 225).

FIGURA 30 - INTEGRAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS – EQUILÍBRIO FISIOLÓGICO

FONTE: Disponível em: <http://www.uel.br/laboratorios/lefa/aulasfisiogeral/


INTRODUCAOAFISIOLOGIA.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2016.

“Toda a fisiologia fundamenta-se no princípio da homeostasia, que é


a manutenção de um meio interno normal, a partir de perturbações externas e
internas, para que as funções das células e dos sistemas de órgãos do corpo sejam
preservadas”. (RAFF; LEVITZKY, 2012, p. 1).

56
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

Muitos sistemas fisiológicos são controlados pela homeostasia e esta


pode ser alterada por diversos fatores, como o treinamento físico, sedentarismo,
envelhecimento, mudanças climáticas, alimentação ou doença. Ou seja, por
razões biológicas e devido aos estímulos que sofre a todo instante, o organismo
dificilmente retorna exatamente à sua funcionalidade anterior como previsto pela
homeostase (SOUZA JUNIOR; PEREIRA, 2008).

FIGURA 31 - ORGANISMO EM HOMEOSTASE E A RESPOSTA FISIOLÓGICA

FONTE: Disponível em: <http://www.uel.br/laboratorios/lefa/aulasfisiogeral/


INTRODUCAOAFISIOLOGIA.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2016.

Veja, acadêmico, na figura acima, o que pode ocorrer se o organismo reagir


negativamente à quebra da homeostase.

“O princípio da homeostase impõe, dessa forma, que variações metabólicas


ou fisiológicas são meramente respostas transitórias às flutuações promovidas por
estímulo, como, por exemplo, estímulo do exercício físico”. (PAKENAS; SOUZA
JUNIOR; PEREIRA, 2007, p. 331).

57
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

UNI

“O principal foco da fisiologia é a compreensão dos mecanismos pelos quais


as células, órgãos e sistemas mantêm a homeostasia. Isto é efetuado principalmente pelo
mecanismo de retroalimentação negativa (feedback negativo). O conceito básico é que o
corpo tenta aumentar o valor de uma variável quando ela está abaixo de seu valor ótimo
(ponto de ajuste) e diminuir este valor quando ele está acima do ótimo. Isso é muito parecido
ao mecanismo de funcionamento do termostato que controla a temperatura de uma sala,
como, por exemplo, ao abrir a janela em um dia frio, a temperatura da sala vai diminuir em
relação ao ponto de ajuste do termostato. Isso é chamado de perturbação”. (RAFF; LEVITZKY,
2012, p. 6).

Acadêmico! Vamos entender como funciona o mecanismo de


retroalimentação negativa (feedback negativo) da homeostase. Veja a seguir:

FIGURA 32 - SISTEMA DE CONTROLE HOMEOSTÁTICO

FONTE: Disponível em: <http://www.uel.br/laboratorios/lefa/aulasfisiogeral/


INTRODUCAOAFISIOLOGIA.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2016.

O exercício físico leva a mudanças corporais e fisiológicas devido à


repetição, e assim o corpo busca a constante estabilidade como preconizado
pela homeostase, e quando o exercício físico for em excesso, pode propiciar ao
organismo perda de complexidade estrutural e funcional, resultando no fenômeno

58
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

conhecido por barreira de desempenho (rendimento) físico, estresse físico, fadiga e


até lesão (SOUZA JUNIOR; PEREIRA, 2008).

Então, podemos dizer que o exercício físico seria um estímulo estressor,


que leva a inúmeras alterações fisiológicas visando suprir o aumento da demanda
energética e a busca de uma nova situação de homeostase (CONTARTEZE et al.,
2007).

4.1 ESTADO ESTÁVEL OU STEADY STATE


O estado estável, em inglês steady state, seria uma nova condição que
ocorre no organismo, decorrente diretamente do exercício. Oposto à homeostase,
o estado estável é atingido de acordo com a intensidade e a duração do exercício;
à medida que se eleva o grau de dificuldade, o organismo automaticamente se
ajusta, demandando maior custo energético (FUNDAÇÃO VALE, 2013).

Então, o estado estável responsabiliza-se pela estabilização e continuidade


da atividade na intensidade em que está ocorrendo, até que esse estado seja
insustentável e ocorra a interrupção do exercício (FUNDAÇÃO VALE, 2013). Veja
a seguir, acadêmico, na Figura 36, que, com a prática de um exercício físico de
intensidade moderada, ocorre um déficit de oxigênio até que seja estabelecida a
condição de estado estável. O déficit é compensado a partir do final do exercício
com o consumo extra de oxigênio pós-exercício (EPOC).

FIGURA 33 - CONSUMO DE OXIGÊNIO EM REPOUSO, DURANTE O EXERCÍCIO DE


INTENSIDADE MODERADA E NA RECUPERAÇÃO

FONTE: Porto e Garcia Junior (2011, p. 46)

59
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

Quando se realiza qualquer tipo de exercício físico, seja uma simples


caminhada até o trabalho ou um treinamento programado constituído
por exercícios de elevada intensidade, há aumento no consumo de
oxigênio em razão do aumento da demanda de vários órgãos e,
principalmente, dos músculos. Durante o exercício, o consumo aumenta
em proporção à intensidade do exercício, e permanece aumentando
mesmo após o final do esforço. (PORTO; GARCIA JUNIOR, 2011, p. 46).

“Já em exercício de máxima intensidade ocorre o desequilíbrio no início


de elevada magnitude, gerando um déficit de oxigênio, e não há condições de
estabelecer a condição de estado estável, ocorrendo a fadiga”. (PORTO; GARCIA
JUNIOR, 2011, p. 46).

FIGURA 34 - CONSUMO DE OXIGÊNIO EM REPOUSO, DURANTE O EXERCÍCIO DE


INTENSIDADE MÁXIMA E NA RECUPERAÇÃO

FONTE: Porto, Garcia Junior (2011, p. 46)

Perguntamos: por que é importante a compreensão da homeostase?

Para responder a essa pergunta, buscou-se a citação a seguir. A partir da


compreensão da homeostase é possível analisar a utilização das fontes de energia,
bem como sua origem e suas formas de conversão em energia utilizável no
movimento humano (FUNDAÇÃO VALE, 2013).

60
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

4.2 MECANISMO DE CONTROLE HOMEOSTÁTICO –


SISTEMAS DE CONTROLE
“Para que a homeostase funcione, precisa haver comunicação dentro do
corpo realizada principalmente pelos sistemas nervoso e endócrino, os quais
utilizam impulsos elétricos neurais e hormônios liberados no sangue como
transportadores de informação”. (MARIEB; HOEHN, 2009, p. 9).

Não importa o que está sendo regulado (variável), todos os mecanismos de


controle homeostático funcionam independentes. São eles, de acordo com Marieb
e Hoehn (2009, p. 9):

a) primeiro componente (receptor) - sensor que monitora o ambiente e


responde às alterações, chamadas de estímulos, enviando informações para o
segundo componente, pela via aferente.

b) segundo componente (centro de controle) determina o ponto de ajuste,


recebe a informação e analisa e então determina as respostas apropriadas ou a via
de ação.

c) terceiro componente (efetor) orienta os meios para a saída da resposta


do centro de controle ao estímulo, pela via eferente. Os resultados dessas
respostas do efetor agem por retroalimentação sobre o estímulo, diminuindo-o
(retroalimentação negativa) de tal modo que todo o mecanismo de controle é
interrompido, ou aumentando-o se a reação continua.

61
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

FIGURA 35 - OS ELEMENTOS DO SISTEMA DE CONTROLE HOMEOSTÁTICO

FONTE: Marieb, Hoehn, (2009, p. 9)

Acadêmico! Observe acima o sistema de controle homeostático, que mostra


que o organismo pode estar em equilíbrio ou desequilíbrio.

A retroalimentação negativa estabiliza a variável que está sendo regulada


e assim ajuda o sistema a manter a homeostase. Já, algumas vias reflexas da
retroalimentação positiva não são homeostáticas e a resposta reforça o estímulo ao
invés de diminuí-lo ou reforçá-lo, ou seja, afasta a variável que está sendo regulada
do seu valor normal, disparando um ciclo vicioso de resposta sempre crescente e
deixando o sistema temporariamente fora de controle (SILVERTHORN, 2009).

62
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

FIGURA 36 - RETROALIMENTAÇÃO NEGATIVA E POSITIVA

Fonte: Silverthorn (2009, p. 205)

5 BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA
Acadêmico! Você sabe a diferença entre bioquímica e bioenergética?

Podemos dizer que a bioquímica “é a ciência da base da química da


vida” (do grego bios, vida), dos constituintes químicos das células e das reações
e processos que são submetidos e têm como principal objetivo a compreensão
em nível molecular, de todos os processos químicos associados às células vivas.
(MURRAY et al., 2014, p. 1).

“E a bioenergética, ou termodinâmica bioquímica, estuda as alterações


da energia que acompanham as reações bioquímicas, pois os sistemas biológicos
são isotérmicos e utilizam a energia química para ativar os processos vivos”.
(BOTHAM; MAYES, 2013, p. 109).

Podemos nos fazer vários questionamentos, antes de prosseguir com o


estudo da bioquímica e bioenergética. Quais são os limites do corpo humano ao
realizar o exercício físico? Será possível correr 100 metros abaixo de 10 segundos?
Será possível correr um triátlon abaixo de seis horas? Estas questões importantes
podem ser respondidas com o estudo da bioquímica e bioenergética.

Os seres humanos são sistemas termodinâmicos que necessitam de


energia para manter sua organização e estão em constante troca com
o meio ambiente, e essa energia para suportar os processos vitais é
obtida pela oxidação dos nutrientes contidos nos alimentos ingeridos.
A energia química potencial contida nas ligações C-H dos carboidratos,
lipídios e proteínas é liberada por oxidação desses substratos dentro
das células, numa série de passos bioquímicos que ocorrem no citosol
e nas mitocôndrias, conhecidos como metabolismo intermediário. Esse
processo consome oxigênio e produz água, gás carbônico, energia
química armazenada nas ligações fosfato do trifosfato de adenosina
(ATP) e calor que é dissipado para o meio ambiente.

63
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

Aproximadamente 65% da energia liberada na oxidação do substrato é


transformada em energia química armazenada no ATP e 35% da energia
é liberada sob a forma de calor. O ATP é uma forma de armazenamento
de energia intracelular prontamente disponível para realizar trabalho
químico ou mecânico, por meio da sua hidrólise em difosfato de
adenosina (ADP) com liberação da energia armazenada” (DIENER,
1997, p. 245).

Resumindo, caro acadêmico, você aprendeu que para todo funcionamento


do nosso organismo e principalmente para os músculos, o ATP é a fonte de energia
que mantém tudo funcionando, ou seja, o trifosfato de adenosina (ATP) serve
como um instrumento bioquímico que armazena e utiliza energia. Veja a seguir a
estrutura da molécula de ATP.

FIGURA 37 - ESTRUTURA DA MOLÉCULA DE ATP

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/figuras/bioquimica/ATP.


jpg>. Acesso em: 5 maio 2016.

Quando o ATP é utilizado ele não se regenera? Ou é utilizado apenas uma vez?
Não! Ele é reaproveitado e reconstruído através de uma reação na direção
oposta:

ADP + Pi ATPAG = + 14 Kcal/M (absorve energia endotérmica)


A reconstrução de 1 Mol de ATP necessita de 14 Kcal/M.

“As células continuamente produzem ATP por processos que envolvem a


ligação do fosfato inorgânico (Pi) ao ADP e que requerem uma fonte de energia”.
(BATTASTINI; ZANIN; BRAGANHOL, 2011, p. 26).

64
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

transforma o ATP em energia passa por processos que envolvem a ligação


do fosfato inorgânico (Pi) ao ADP e que requerem uma fonte de energia.
Por sua vez, a energia do ATP é transferida para os diferentes processos
biológicos (síntese de biomoléculas, contração muscular, transporte de
íons etc.) através da hidrólise de seu fosfato terminal, o que gera um
contínuo ciclo de síntese e degradação do ATP. É importante ressaltar
que o ADP, produto da hidrólise do ATP, também pode ser hidrolisado,
gerando AMP, o qual pode gerar o nucleosídeo adenosina. A adenosina
pode ser reutilizada, dando origem a novas moléculas de ATP ou, por
uma sequência de reações enzimáticas, ser levada à rota de degradação
das purinas. Sem essa fonte primordial e imediata de energia (ATP), as
células não sobrevivem. (BATTASTINI; ZANIN; BRAGANHOL, 2011,
p. 26).

UNI

Forma-se ATP a partir de ADP e Pi quando as moléculas alimentares são oxidadas.


Veja na figura a seguir:

FIGURA 38 - ENERGIA E QUEBRA DA MÓLECULA DE ATP

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/4-aulatransferencia-130820085100-


phpapp02/95/transferncia-de-energia-em-repouso-e-em-condies-de-exerccio-9-638.
jpg?cb=1376988783>. Acesso em: 5 maio 2016.

65
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

Lembre-se, acadêmico, de que a correta e adequada alimentação influencia


em todos os processos orgânicos. “Os seres vivos têm a capacidade de converter
a energia química presente nas moléculas que compõem a dieta alimentar para
ser utilizada como uma fonte de energia corporal (ATP) pelo homem”. (SILVA;
BRACHT, 2001, p. 28).

Agora vamos entender a relação do ATP com a prática do exercício físico.

Durante a contração muscular, a quebra do ATP em ADP (adenosina


difosfato) e sua refosforilação à ATP constituem o chamado ciclo ATP-ADP.
Observe na figura a seguir:

FIGURA 39 - ENERGIA E QUEBRA DA MÓLECULA DE ATP

FONTE: Disponível em: <http://queimadiaria.com/blog/wp-content/uploads/2016/03/atp_ciclo.


jpg>. Acesso em: 5 maio 2016.

“A formação de ATP se dá principalmente através de processos aeróbicos


(oxidativos), mas também durante exercícios de alta intensidade (anaeróbios)”.
(ROSSI; TIRAPEGUI, 1999, p. 69).

No músculo, essa energia ativa, liberada pela quebra do ATP em ADP,


ocorre sobre os elementos contráteis, induzindo o encurtamento da fibra muscular,
e somente uma pequena parte de ATP fica armazenada dentro da célula, levando
à manutenção e regulação do metabolismo energético na célula (SILVA; BRACHT,
2001).

66
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

Durante o exercício, a demanda energética do músculo esquelético


aumenta, consumindo uma quantidade maior de trifosfato de adenosina
(ATP). No entanto, os estoques de ATP são bem limitados, significando
que a produção de ATP deve ocorrer na mesma velocidade na qual ele
é utilizado, para que o exercício possa continuar por tempo prolongado
(CAPUTO et al., 2009, p. 95).

Existem três processos distintos e integrados que operam para satisfazer a


demanda energética do músculo. Veja, caro acadêmico, na figura a seguir:

FIGURA 40 - SISTEMAS ENERGÉTICOS

Fonte: Adaptado de Caputo et al. (2009)

Dentre os três sistemas energéticos, o sistema do fosfagênio (alático)


e do glicogênio-ácido lático são ambos limitados, visto que, apesar de terem
velocidades de geração de potência mais rápida que o aeróbico, possuem um
estoque disponível por tempo restrito a poucos segundos e de, no máximo, dois
minutos. No entanto, o sistema aeróbico dispõe de estoques mais extensos que o
dos outros dois sistemas, existindo ainda a opção da degradação de componentes
celulares para fornecer elementos para esse sistema.

TABELA 4 - VELOCIDADE DE GERAÇÃO DE ENERGIA

FONTE: Adaptado de Caputo et al. (2009)

67
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

UNI

Caro acadêmico! Acima, as características dos três sistemas. E veja o quadro a


seguir como complemento, para que você tenha uma ideia desse processo de geração de
energia durante a prática do exercício. Observe que a oxidação da gordura é o último processo
do sistema e, por isso, para emagrecimento deve ser feito de preferência contínuo e em longa
duração.

QUADRO 7 - RESUMO E CARACTERÍSTICAS DOS TRÊS SISTEMAS ENERGÉTICOS


Sistemas energéticos Características Exercício

Exercícios de curtíssima
Sistema ATP-CP - energia imediata
duração;
(fosfagênio) ou - pouca disponibilidade
Exercício agudo de elevada
anaeróbio alático - não utiliza oxigênio
intensidade 2-20’’.

Sistema glicólise - maior disponibilidade Exercícios de curta duração;


anaeróbia ou anaeróbio - depleção do carboidrato Exercício intenso (duração
lático - não utiliza oxigênio superior a 20’’).

- fase final da oxidação de


carboidratos
Exercícios de longa duração;
Sistema aeróbico ou Oxidação das gorduras
Exercício intenso (duração
oxidativo - ciclo de Krebs
superior a 45’’).
- disponibilidade infinita de
energia

Fonte: A autora

5.1 METABOLISMO
Chamamos de metabolismo a todas as reações químicas que acontecem
no organismo, e estas podem extrair energia das biomoléculas dos nutrientes
(proteínas, carboidratos e lipídios), como também sintetizam ou degradam
moléculas (SILVERTHORN, 2009). Veja a seguir como o metabolismo é dividido
em catabolismo (destruição) e anabolismo (construção):

68
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

FIGURA 41 - DIVISÃO DO METABOLISMO

FONTE: Adaptado de Silverthorn (2009)

Caro acadêmico! Veja na figura a seguir que os substratos utilizados pelas


células para a firmação da ATP são carboidratos, ácidos graxos livres e aminoácidos.
As vias metabólicas específicas para o carboidrato (Glicólise), para os ácidos graxos
(B-oxidação) e para os aminoácidos (Transaminação).

FIGURA 42 - DIVISÃO DO METABOLISMO

FONTE: Adaptado de Silverthorn (2009)

69
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

O metabolismo é afetado pela prática do exercício físico?

Porque o exercício físico, por ser um potente agente estressor, provoca


significativas alterações no metabolismo, aumentando a proporção do catabolismo
(degradação) em comparação ao anabolismo (síntese), porque há demanda
significativamente aumentada em relação aos combustíveis energéticos para
sustentação do esforço (KATER et al., 2011).

FIGURA 43 - AS VIAS METABÓLICAS ESPECÍFICAS PARA O CARBOIDRATO (GLICÓLISE), PARA OS


ÁCIDOS GRAXOS (B-OXIDAÇÃO) E PARA OS AMINOÁCIDOS (TRANSAMINAÇÃO)

FONTE: Disponível em: <https://ennioss.files.wordpress.com/2012/01/slide_561.jpg>. Acesso em:


16 mar. 2016.

UNI

Curiosidades!
“O exercício físico é a principal atividade consumidora de energia do corpo e a falta de
energia para a contração muscular é a principal causa de fadiga no exercício prolongado. Os
carboidratos são o combustível preferido do músculo esquelético.
Um ser humano possui aproximadamente 4000Kcal de energia armazenada como glicogênio
(3000kcal no fígado e 1000kcal no músculo esquelético), o qual fornece energia suficiente
para o exercício de intensidade moderada de três horas. Em comparação com 10.000kcal
armazenada de lipídios no tecido adiposo, os quais fornecem energia para correr 161 km.
Então perguntamos: Com todo esse estoque de energia, por que os atletas entram em fadiga?
Porque os estoques de carboidratos são depletados e os lipídios não podem ser convertidos
em ATP tão rapidamente como os carboidratos. Metabolizar os lipídios exige que o atleta
se exercite em ritmo mais lento, o que corresponde à taxa na qual a energia dos lipídios é
convertida em energia no ATP” (SILVERTHORN, 2009, p. 116).

70
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

Caro acadêmico! Vamos entender agora porque é importante estudar a


fadiga. Podemos dizer que é importante estudar a fadiga, pois serve como um
sinalizador, um mecanismo de defesa que é ativado antes que ocorra alguma
deterioração de determinadas funções orgânicas e celulares, prevenindo lesões
celulares irreversíveis e numerosas lesões esportivas (SANTOS; DEZAN; SARRAF,
2003).

5.2 FADIGA
A fadiga pode ser inicialmente definida como o conjunto de
manifestações produzidas por trabalho, ou exercício prolongado, tendo
como consequência a diminuição da capacidade funcional de manter, ou
continuar o rendimento esperado. Fisiologicamente, o termo fadiga vem
sendo definido, em inúmeros trabalhos da área, como a “incapacidade
para manter o poder de rendimento”, tanto em exercícios de resistência,
como em estados de hipertreinamento (ROSSI; TIRAPEGUI, 1999, p.
67).

Ao iniciar um exercício de baixa intensidade, os sistemas anaeróbios


alático e lático contribuem com a significante proporção na ressíntese de ATP até
que uma estabilidade seja alcançada pelo metabolismo aeróbio, e esse retardo de
tempo (1-2 min), até que o sistema aeróbio seja capaz de atender ou se aproximar
da demanda energética, é devido ao aumento gradual do fluxo sanguíneo (oferta
de oxigênio) e da ativação das suas várias reações enzimáticas (CAPUTO et al.,
2009, p. 95).

Durante exercícios de alta intensidade, a demanda de ATP pela contração


é muito alta, uma estabilidade nunca é alcançada e a fadiga muscular ocorre
rapidamente. Nestas circunstâncias, a ressíntese do ATP derivado do sistema
anaeróbio normalmente conta com a maior contribuição para o total de ATP
ressintetizado (CAPUTO et al., 2009).

A fadiga muscular pode ser classificada, conforme o período de sua


aparição, em aguda e crônica. Vamos entender cada uma isoladamente:

- A fadiga aguda é causada por alterações fisiológicas que impossibilitam


a continuidade do exercício com o intuito de preservar o organismo em uma
única sessão de treinamento. Subdivide-se em central e periférica (SILVA; DE-
OLIVEIRA; GEVAERD, 2006).

A fadiga central seriam as alterações no funcionamento cerebral, ocasionadas


pelo exercício intenso ou prolongado, com consequente diminuição no rendimento.
E a fadiga periférica, as alterações decorrentes do exercício relacionadas à liberação
e reabsorção da acetilcolina, propagação do potencial elétrico na fibra muscular,
liberação e reabsorção de cálcio nas cisternas do retículo sarcoplasmático, acúmulo
de metabólitos e depleção de glicogênio muscular durante o processo de contração
muscular (SILVA; DE-OLIVEIRA; GEVAERD, 2006).

71
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

- A fadiga crônica caracteriza-se por um somatório de processos de


recuperação incompleto durante um período longo de treinamento intenso,
que podem causar alterações prolongadas no humor, personalidade, sistema
hormonal e imune, com consequente comprometimento da saúde, e apresenta
como principais sintomas a indisposição, o cansaço, gripes e resfriados constantes
(SILVA; DE-OLIVEIRA; GEVAERD, 2006).

UNI

A fadiga durante o exercício físico é um fenômeno complexo, cujas causas


parecem depender do tipo de esforço.

FIGURA 44 - FATORES RELACIONADOS COM A FADIGA

FONTE: Sousa, Navarro (2010)

72
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

Como evitar a fadiga muscular?

Vários estudos, com consumo de diversos nutrientes, suplementos, são


realizados na tentativa de entender a fisiologia da fadiga. “Acredita-se que a fadiga
durante exercícios prolongados também é associada com a depleção do glicogênio
muscular e, em função disto, se acredita que altos níveis de glicogênio muscular no
pré-exercício são essenciais para otimizar a performance”. (SOUSA; NAVARRO,
2010, p. 465).

Veja no quadro a seguir algumas indicações desse consumo para evitar a


fadiga durante o exercício.

QUADRO 8 - INGESTÃO DE CARBOIDRATOS E EXERCÍCIOS

Consumo de
Características
carboidratos

1 - 2-4 horas antes do exercício aumenta a performance;


2 - ingestão de alimentos com baixo índice glicêmico aumenta o
tempo de endurance quando comparada com alimentos de alto índice
Antes do glicêmico;
exercício 3 - deve ser relativamente baixa em gordura e fibras para facilitar o
esvaziamento gástrico, minimizar desconforto gastrointestinal, ser rica
em carboidratos para manter a glicose sérica e maximizar os estoques
de glicogênio, ser moderada em proteínas e familiar ao atleta.

1 - suplementação de carboidratos previne a queda da concentração da


glicose sérica, o que facilita a alta taxa de oxidação de carboidratos nos
estágios tardios do exercício, retardando o início da fadiga, permitindo
Durante o que
exercício seja mantida a sustentação da intensidade do exercício e que resulte
em aumento na performance;
2 - ingestão de carboidratos durante exercícios a 70–75% do VO2máx
aumenta o tempo até a exaustão.

1 - combinação de carboidratos e proteína é mais efetiva do que apenas


carboidratos na reposição do glicogênio muscular durante as 04h
imediatamente após o exercício;
2 - o tempo e a composição da alimentação, ou lanche pós-exercício ou
pós-competição, dependem da extensão, de quanto intenso foi a sessão
Após o do exercício e de quando acontecerá o próximo exercício intenso;
exercício 3 - consumo de carboidratos 30 minutos após o exercício (1,0 a 1,5g de
carboidratos/kg de peso a cada duas horas até atingir seis horas, é o
recomendado) resulta em altos níveis de glicogênio quando
comparado com o mesmo consumo duas horas após o exercício. Esta
prática não é necessária para os atletas que descansam um dia, ou
mais, entre as sessões de treinos intensos.

FONTE: Sousa; Navarro (2010)

73
UNIDADE 1 | A BASE PARA O DESEMPENHO HUMANO: NUTRIÇÃO, BIOQUÍMICA E BIONERGÉTICA

TUROS
ESTUDOS FU

Olá, acadêmico!
Não se esgota aqui o estudo do consumo de nutrientes, com a performance e fadiga.
Lembrando que sempre devemos buscar um nutricionista para, juntamente com o educador
físico, planejar de forma segura o tipo e quantidade de alimentos que devem ser consumidos
de acordo com o tipo de exercício praticado.

LEITURA COMPLEMENTAR

Veja a reportagem sobre “CICLISMO: ENGANANDO OS ATLETAS ELES


PEDALAM MAIS!”

Leia parte da matéria realizada por Yuri Motoyama sobre uma pesquisa
conduzida na Universidade de Massey, na Nova Zelândia, com um grupo de
ciclistas.

Se quiser visualizar a matéria na íntegra, acesse <http://4x15.com.br/


ciclismo-enganando-os-atletas-eles-pedalam-mais/>. Acesso em: 7 maio 2016.

Yuri Motoyama resume um estudo publicado por Stone et al. (2012).

Uma pesquisa conduzida na Universidade de Massey, na Nova Zelândia,


realizou um experimento muito interessante. Um grupo de ciclismo  realizou
quatro testes de 4.000 metros em um ciclo-ergômetro. O primeiro teste foi para
eles se habituarem à aparelhagem (eles utilizavam máscaras para análise dos
gases expirados). No segundo teste, chamado de baseline, os ciclistas tentariam
alcançar seus recordes nos 4.000m. Na terceira e quarta tentativa os pesquisadores
informaram aos ciclistas que eles iriam competir contra seu próprio recorde.

Para que isso fosse visualizado, a bicicleta que eles utilizaram  estava
conectada a um tipo de jogo de videogame. Em uma tela, os ciclistas visualizavam
um ciclista pedalando contra eles, esse ciclista era um avatar calibrado com o
recorde deles no baseline.

O grande lance da pesquisa era que, em uma das duas últimas tentativas
(a da quebra do recorde), os pesquisadores enganavam os ciclistas e calibravam o
avatar a correr 2% a mais que os seus próprios recordes.

O resultado foi muito interessante, o fato de se criar uma competição


contra o avatar fez com que seus próprios recordes fossem quebrados. E o mais
interessante foi que quando eles competiram contra o avatar 2% mais rápido (sem
saberem), eles quebraram seus recordes novamente!
74
TÓPICO 3 | BIOQUÍMICA E BIOENERGÉTICA APLICADAS AO EXERCÍCIO

A literatura científica sobre treinamento tem muitos dados a respeito sobre


como os aspectos motivacionais podem interferir na fadiga (consequentemente na
performance). A grande dúvida que fica no ar seria: quando paramos um exercício,
realmente estamos impossibilitados de continuar? Por que paramos, então?

75
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:

• Atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos


esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso.

• Exercício físico é a atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem


como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física.

• Atividade física são as atividades ocupacionais, cuidados com a casa, atividades


de transporte e atividades realizadas em momentos de lazer, entre outros.

• O termo mais comum usado é o exercício físico que objetiva a melhora dos
aspectos de algum componente da aptidão física.

• Aptidão física (Physical Fitness-Esporte) usado quando o foco é na melhora da


capacidade atlética, como, por exemplo, na (a) resistência cardiorrespiratória,
(b) muscular endurance, (c) a força muscular, (d) a composição corporal, e (e)
flexibilidade.

• Treinamento físico como o uso repetido do exercício para melhorar a aptidão


física, e utiliza o conhecimento de diversas áreas, como da fisiologia do exercício,
anatomia, biomecânica, bioquímica etc.

• Submetido a um esforço físico, o corpo se modificará e terá adaptações fisiológicas,


como aumento do consumo máximo de oxigênio, da força muscular, débito
cardíaco máximo e submáximo e diminuição da frequência cardíaca de repouso
e submáxima.

• Homeostase é um conjunto de valores aceitáveis para as variáveis internas para


seu perfeito funcionamento, ou seja, estado de equilíbrio razoavelmente estável
entre as variáveis fisiológicas.

• Toda a fisiologia fundamenta-se no princípio da homeostasia, que é a manutenção


de um meio interno normal.

• Muitos sistemas fisiológicos são controlados pela homeostasia, e esta pode


ser alterada por diversos fatores, como o treinamento físico, sedentarismo,
envelhecimento, mudanças climáticas, alimentação ou doença.
• O exercício físico leva a mudanças corporais e fisiológicas devido à repetição.

• O exercício físico seria um estímulo estressor, que leva a inúmeras alterações


fisiológicas visando suprir o aumento da demanda energética e a busca de uma
nova situação de homeostase.

76
• O estado estável seria uma nova condição que ocorre no organismo, decorrente
diretamente do exercício, oposto à homeostase.

• O estado estável responsabiliza-se pela estabilização e continuidade da atividade


na intensidade em que está ocorrendo, até que esse estado seja insustentável e
ocorra a interrupção do exercício.

• A partir da compreensão da homeostase é possível analisar a utilização das


fontes de energia, bem como sua origem e suas formas de conversão em energia
utilizável no movimento humano.

• Para que a homeostase funcione, precisa haver comunicação dentro do corpo


realizada principalmente pelos sistemas nervoso e endócrino.

• Não importa o que está sendo regulado (variável), todos os mecanismos de


controle homeostático funcionam independentes, são eles o receptor, o centro de
controle e o efetor.

• A bioquímica “é a ciência da base da química da vida” (do grego bios, vida),


dos constituintes químicos das células e das reações e processos a que são
submetidos.

• A bioenergética estuda as alterações da energia que acompanham as reações


bioquímicas.

• Os seres humanos são sistemas termodinâmicos que necessitam de energia para


manter sua organização e estão em constante troca com o meio ambiente, sendo
essa energia para suportar os processos vitais.

• A energia para os seres humanos é obtida pela oxidação dos nutrientes contidos
nos alimentos ingeridos.

• Aproximadamente 65% da energia liberada na oxidação do substrato é


transformada em energia química armazenada no ATP, e 35% da energia é
liberada sob a forma de calor.

• A reação que transforma o ATP em energia passa por processos que envolvem a
ligação do fosfato inorgânico (Pi) ao ADP e que requerem uma fonte de energia.

• Forma-se ATP a partir de ADP e Pi quando as moléculas alimentares são oxidadas.

• Durante a contração muscular, a quebra do ATP em ADP (adenosina difosfato) e


sua refosforilação à ATP constituem o chamado ciclo ATP-ADP.

• No músculo, essa energia ativa liberada pela quebra do ATP em ADP ocorre
sobre os elementos contráteis, induzindo o encurtamento da fibra muscular.

77
• Durante o exercício, a demanda energética do músculo esquelético aumenta,
consumindo uma quantidade maior de trifosfato de adenosina (ATP).

• Três sistemas energéticos geram energia durante a prática do exercício: o sistema


do fosfagênio (alático) e do glicogênio-ácido lático, que são ambos limitados, e o
aeróbico, que dispõe de estoques mais extensos.

• Chamamos de metabolismo a todas as reações químicas que acontecem no


organismo, e estas podem extrair energia ou degradar as biomoléculas dos
nutrientes (proteínas, carboidratos e lipídios).

• As vias metabólicas específicas para o carboidrato (Glicólise), para os ácidos


graxos (B-oxidação) e para os aminoácidos (Transaminação).

• O exercício físico é um agente estressor, que altera o metabolismo, aumentando a


proporção do catabolismo (degradação) em comparação ao anabolismo (síntese).

• A fadiga é definida como o conjunto de manifestações produzidas por trabalho,


ou exercício prolongado, e pode diminuir a capacidade funcional de manter, ou
continuar, o rendimento esperado.

• Ao iniciar um exercício de baixa intensidade, os sistemas anaeróbios alático e


lático contribuem com a significante proporção na ressíntese de ATP até que
uma estabilidade seja alcançada pelo metabolismo aeróbio.

• Durante exercícios de alta intensidade, a demanda de ATP pela contração é


muito alta, uma estabilidade nunca é alcançada e a fadiga muscular ocorre
rapidamente.

• A fadiga muscular pode ser classificada, conforme o período de sua aparição, em


aguda e crônica.

• Fadiga aguda é causada por alterações fisiológicas que impossibilitam a


continuidade do exercício, com o intuito de preservar o organismo em uma
única sessão de treinamento.

• Fadiga crônica caracteriza-se por um somatório de processos de recuperação


incompletos durante um período longo de treinamento intenso.
• A fadiga crônica pode causar alterações prolongadas no humor, personalidade,
sistema hormonal e imune, com consequente comprometimento da saúde, e
apresenta como principais sintomas a indisposição, o cansaço, gripes e resfriados
constantes.

• Uma das formas de evitar a fadiga é pela alimentação pré, durante e após
exercício.

78
AUTOATIVIDADE

1. Muitas formas de atividade são consideradas atividade física, como:


EXCETO:

a) ( ) As atividades ocupacionais.
b) ( ) Cuidados com a casa.
c) ( ) Pedalar três vezes na semana.
d) ( ) Atividades de transporte e atividades realizadas em momentos de lazer.

2. Em relação à homeostase, assinale V para verdadeiro e F para falso sobre


suas características:

( ) Walter Cannon, em 1929, foi o primeiro a considerar que algumas variáveis


fisiológicas são vitais (ex.: pressão arterial e açúcar no sangue), que seguiam
uma regulação fisiológica.
( ) O termo homeostase foi definido por Cannon como um conjunto de valores
aceitáveis para as variáveis internas para seu perfeito funcionamento.
( ) Homeostase é o estado de equilíbrio razoavelmente estável entre as variáveis
fisiológicas.
( ) A homeostase não pode ser alterada por diversos fatores, como o treinamento
físico, sedentarismo, envelhecimento, mudanças climáticas, alimentação ou
doença.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) V – F – F – V.

3. Aproximadamente ......................... da energia liberada na ............................ é


transformada em energia ................. armazenada no ATP e ..........................
da energia é liberada sob a forma de calor......................................... Assinale a
alternativa correta que preenche a citação acima:

a) ( ) 35%, oxidação do substrato, química, 65%, calor.


b) ( ) 65%, química, calor, oxidação do substrato, 35%.
c) ( ) 35%, calor, oxidação do substrato, química, 65%.
d) ( ) 65%, oxidação do substrato, química, 35%, calor.

4. Conforme seus estudos, a fadiga divide-se em aguda e crônica. Sobre as


características da fadiga crônica, analise as seguintes sentenças:

79
A fadiga crônica caracteriza-se por um somatório de processos de recuperação
incompletos durante um período longo de treinamento intenso,

E tem como consequência ....

alterações prolongadas no humor, personalidade, sistema hormonal e imune,


com consequente comprometimento da saúde, e apresenta como principais
sintomas a indisposição, o cansaço, gripes e resfriados constantes.

a) ( ) A primeira é uma afirmação verdadeira e a segunda, falsa.


b) ( ) Ambas afirmações são falsas.
c) ( ) As duas são verdadeiras, mas não têm relação entre si.
d) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é complemento e justificativa da primeira.

5. Sobre o sistema de energia aeróbio, assinale a alternativa verdadeira:

a) ( ) Dispõe de estoques menos extensos que os sistemas anaeróbicos (alático e


lático), existindo ainda a opção da degradação de componentes celulares para
fornecer elementos para esse sistema.
b) ( ) Dispõe de estoques mais extensos que os sistemas anaeróbicos (alático e
lático), existindo ainda a opção da degradação de componentes celulares para
fornecer elementos para esse sistema.
c) ( ) Dispõe de estoques mais extensos que os sistemas anaeróbicos (alático
e lático), e não faz a opção da degradação de componentes celulares para
fornecer elementos para esse sistema.
d) ( ) Dispõe de estoques menos extensos que os sistemas anaeróbicos (alático
e lático), e não faz a opção da degradação de componentes celulares para
fornecer elementos para esse sistema.

80
UNIDADE 2

FISIOLOGIA APLICADA AO
EXERCÍCIO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

A partir desta unidade você será capaz de:

• conhecer as subdivisões da fisiologia;

• entender a fisiologia dos movimentos durante a realização de um exercí-


cio;

• entender a fisiologia do exercício e a partir deste entendimento saber como


aplicá-la em uma aula de Educação Física;

• a partir do entendimento da fisiologia você será capaz de adequar cada


tipo de movimento para cada objetivo almejado para as aulas de Educação
Física.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, você encontra-
rá atividades que o ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.

TÓPICO 1 – APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

TÓPICO 2 – APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

TÓPICO 3 – CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO


MOVIMENTO HUMANO

81
82
UNIDADE 2
TÓPICO 1

APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE
ENERGÉTICA I

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você está convidado a desvendar toda a fisiologia do exercício.
Durante o exercício ocorre um aumento do rastreamento energético para a
manutenção da atividade muscular, e esse aprimoramento da capacidade energética
será nosso foco de estudo. Também iremos compreender o funcionamento dos
sistemas cardiorrespiratório e imunológico na execução do exercício físico.

2 SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO E EXERCÍCIO FÍSICO


Sempre que realizamos atividades físicas são necessárias adequações
fisiológicas do nosso corpo, adaptações e regulações sistêmicas dos aspectos
cardíacos, hemodinâmicos e expiratórios para o favorecimento de um melhor
desempenho da atividade física (NASCIMENTO; SILVA, 2007).

2.1 SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO


Coração e pulmões são os principais órgãos que compõem esse sistema,
compreendido pela interligação dos sistemas circulatório e respiratório. O coração
age como uma bomba propulsora do sistema circulatório, os vasos sanguíneos
viabilizam a distribuição do sangue, transportando oxigênio para todo o corpo por
meio de duas vias essenciais: as artérias (arteríolas e capilares) e as veias (vênulas)
(VILLELA; SANTOS; JAFELICE, 2007).

As artérias conduzem o sangue para fora do órgão do coração, chamado


de sangue arterial, os capilares permutam substâncias com os tecidos e as veias e
vênulas transportam o sangue venoso, o sangue que retorna ao coração (VILLELA;
SANTOS; JAFELICE, 2007). O sistema cardiorrespiratório compreende um conjunto
de estruturas que são responsáveis por executar uma função muito importante,
que são as trocas gasosas, a mudança do oxigênio para dióxido de carbono aos
músculos e ao ambiente natural. Essa função do sistema cardiorrespiratório é mais
exigida quando se realizam exercícios físicos de pouca intensidade por longos
períodos de tempo (PEREIRA; BORGES, 2006).

Dentro da complexidade deste sistema ocorrem dois percursos principais:


o sistêmico e o pulmonar. No circuito sistêmico o sangue é impelido do ventrículo

83
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

esquerdo (VE) para a artéria aorta, e suas ramificações distribuem o sangue para
todas as partes do corpo, menos para os pulmões. Depois de o sangue chegar às
células, retorna já como venoso ao coração pelas veias cavas pela aurícula direita,
também denominada “grande circulação ou circulação sistêmica” (GUYTON,
1992).

FIGURA 45 - DEMONSTRAÇÃO DA GRANDE CIRCULAÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://player.slideplayer.com.br/3/1242019/data/images/img27.jpg>.


Acesso em: 10 mar. 2016.

Em seguida, o sangue decorrido da veia cava superior se junta ao sangue


colhido da cabeça, braços e tórax. O sangue oriundo do restante do corpo passa pela
veia cava inferior, entra no coração pela aurícula direita. O sangue venoso move-
se pela artéria pulmonar, até os pulmões, estabelecendo a hematose, estabilização
das trocas gasosas, passando para sangue arterial, voltando ao coração pelas veias
pulmonares, também denominadas “pequena circulação, ou ainda circulação
pulmonar” (GUYTON, 1992, p. 92-93).

84
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

FIGURA 46 - DEMONSTRAÇÃO DA PEQUENA CIRCULAÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/


circulaosanguinea091010090947phpapp02/95/
circulaosanguinea-5-728.jpg?cb=1255165841>. Acesso em: 10
mar. 2016.

UNI

Caro acadêmico, depois de entender o sistema cardiorrespiratório, agora veremos


qual é a sua relação com o exercício físico.

A prática de exercícios físicos desencadeia reações nos mais variados


segmentos do corpo humano, mais especificamente no sistema cardiorrespiratório.
Leva a diversas alterações fisiológicas decorrentes do trabalho despendido pelo
próprio exercício e que requerem adaptações, independentemente dos fenômenos
mecânicos da circulação sanguínea que acarretam os sistemas referenciados
(MONTEIRO; FILHO, 2004).

Essas alterações corporais ou feedback fisiológico são reações que os


exercícios provocam ao descontinuar a homeostase, compensação físico-química
do organismo, gerando aumento do gasto de oxigênio, dos níveis metabólicos e
imediato incremento energético, exacerbados pela ação dos grupos musculares
envolvidos na realização dos exercícios. E o organismo, para controlar tais ações,
passa por diversas adaptações, como estabilização da frequência cardíaca, perfusão
circulatória e fluxo sanguíneo (SANTOS; GONÇALVES, 2011).

85
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

Em um estudo retrospectivo, Brum et al. (2004) construíram um apanhado


dos últimos dez anos sobre os efeitos e adaptações agudas e crônicas dos exercícios
físicos no sistema cardiovascular, encontraram um cenário que evidenciou as
principais respostas fisiológicas, como aumento da frequência cardíaca, do volume
sistólico, do débito cardíaco, e confirmaram que o exercício físico age como um
fator protetor para inúmeras doenças e predisposições cardiorrespiratórias e
neurovasculares.

UNI

Caro acadêmico! Relembramos um pouco sobre a anatomia do coração e


sistemas cardiorrespiratórios. Agora, no link a seguir, você poderá assistir a vídeos de aulas
sobre o que estudamos.

FONTE: Disponível em: <https://www.youtube.com/


watch?v=Mrbt7pPNVuI&list=PL97C9D755BC662E4C&index=3>.

Vimos, acadêmico, que o sistema cardiorrespiratório e o sistema vascular


sofrem vários efeitos e adaptações durante a prática dos exercícios físicos, sendo
um deles o aumento da frequência cardíaca, assunto em que nos aprofundaremos
um pouco mais.

Na realização de um exercício físico é sabido que ocorrem inúmeras reações


e efeitos fisiológicos. Um deles é o aumento significativo do débito cardíaco, ou
seja, a ampliação do fluxo sanguíneo em decorrência do acréscimo da oxigenação
exigida pelos músculos, o que faz com que a pulsação do coração aumente a sua
velocidade em relação ao tempo, também conhecida como frequência cardíaca
(GUYTON, 1992).

Frequência cardíaca (FC) é compreendida pelo número de pulsações,


número de vezes que os ventrículos cardíacos se contraem em um minuto. São os
batimentos que o coração repete dependendo do ritmo em que o corpo humano
se encontra (GUYTON, 1992). É expresso em BPM (batidas por minuto), sendo
considerado como estado normal de batimentos do coração o ritmo de 72 bpm
(GUYTON, 1992).

Os batimentos do coração ou a frequência cardíaca são medidos por


minutos. É muito versátil, em razão de sua constante variabilidade desencadeada
por diversas situações que não sejam o repouso, sendo exatamente o que
acontece quando o corpo humano é exposto às atividades físicas (ROQUE, 2009).
Essa variabilidade da frequência cardíaca certifica a relevância das adaptações
cardiorrespiratórias e autonômicas realizadas antes, durante e após um exercício
físico (PASCHOAL; PETRELUZZI; GONÇALVES, 2002). Geralmente é medido
por um aparelho específico denominado frequencímetro, existindo várias marcas e
86
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

formatos no mercado. É uma espécie de relógio que monitora a frequência cardíaca


durante a realização de exercícios físicos, treinamentos puxados, corridas, enfim, é
um dispositivo de grande valia para aprimoramento da condição física (ROQUE,
2009). Veja um dos modelos de frequencímetro.

FIGURA 47 - FREQUENCÍMETRO CARDÍACO

FONTE: Disponível em: <http://isoub1-a.akamaihd.net/


produtos/01/00/item/110877/1/110877111_1GG.jpg>.
Acesso em: 10 mar. 2016.

O trabalho realizado pelo músculo do coração, denominado frequência


cardíaca, é monitorado pelo sistema nervoso autônomo, atendendo às exigências
metabólicas necessárias para a manutenção do organismo humano (PEREIRA,
2009). Tal trabalho desempenhado pelo coração pode ter uma mensuração estimada,
utilizando o resultado da multiplicação de duas variáveis, a frequência cardíaca e
a pressão arterial sistólica, denominada de “Duplo-Produto” (DP) (MIRANDA et
al., 2005). DP é uma variável que indica o comportamento do funcionamento do
coração durante um esforço físico puxado, por exemplo, um exercício aeróbico
(MIRANDA et al., 2005).

A identificação do DP tem relevância, pois fornece parâmetros mais


fidedignos durante uma exposição mais forçada ao exercício físico, dando
segurança e controle dessas variáveis e desempenho da bomba coração, resultando
num condicionamento físico satisfatório e livre de riscos (MIRANDA et al.,
2005). A FC é assistida pelo sistema nervoso autônomo (SNA), guiado pelo ramo
simpático durante a realização do exercício, e parassimpático (tônus vagal) quando
em repouso, tendo o exercício físico capacidade de interferir na variabilidade da
frequência cardíaca. Isto porque durante sua execução a frequência cardíaca sai do
estado de repouso e migra para uma frequência cardíaca acelerada, aumentando
o consumo de oxigênio, o débito cardíaco, assim como as contrações sistólicas,
podendo chegar a um pico máximo, determinado como frequência cardíaca
máxima (ALMEIDA; ARAÚJO, 2003).

87
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

FIGURA 48 - DEMONSTRAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA

FONTE: Disponível em: <http://clientes.mobidevel.com/c7s/enem2011/a327.png>. Acesso


em: 16 mar. 2016.

A atuação reguladora entre os meios externos e internos do sistema nervoso


autônomo confere o funcionamento dos vários sistemas envolvidos que garantem
a homeostasia (autocontrole) (FERREIRA et al., 2010). Você sabia que o nosso
corpo pode alcançar uma frequência cardíaca máxima durante um exercício
físico, e que o controle da Frequência Cardíaca Máxima (FCM) é um importante
indicador para obtermos um bom desempenho num treino? Acompanhe abaixo
as diferenças entre Frequência Cardíaca Máxima (FCM) e Frequência Cardíaca
de Repouso (FCR).

A Frequência Cardíaca Máxima (FCM) ocorre quando um indivíduo é


submetido a um esforço físico muito grande, levando-o ao esgotamento, à fadiga
muscular, e avaliando as batidas do coração, a frequência cardíaca atinge seu
pico máximo, chega a um valor muito alto. É tida como uma importante medida
de mensuração da capacidade máxima durante um esforço físico, exercícios
aeróbicos ou, ainda, exercícios que exijam bastante gasto de oxigênio (CAMARDA
et al., 2008). A mensuração da FCM é realizada pela aplicação de alguns testes de
máximo esforço, por exemplo, no teste ergométrico ou no cicloergométrico, que
quantificam o pico máximo da frequência cardíaca do indivíduo submetido ao
teste de esforço elevado (CAMARDA et al., 2008).

Existem algumas fórmulas ou equações para dimensionar a previsão da


FCM. Entre elas, a mais estudada, comprovada e realizada pelo teste ergométrico
de esforço progressivo máximo é a fórmula de Karvonen, 1957, expressa da
seguinte maneira: FCM: 220 – idade. 220 é uma representação padrão utilizada
por Karvonen, e revela a FCM de indivíduos adultos jovens, menores de 40 anos,
e assim subestima a FCM de indivíduos idosos (POLICARPO; FERNANDES
FILHO, 2004).

Outra maneira de calcular a FCM é pela fórmula de Tanaka e cols., 2001, que
mensura a FCM em todos os indivíduos, livres de qualquer condição física e/ou
sexo, mas adultos sadios. Expressa da seguinte forma: FCM=208 – (0,7 x idade em
anos). Essa fórmula nos revela o nível de intensidade do exercício físico realizado
por indivíduos saudáveis, e a partir do conhecimento da FCM podemos elaborar
estratégias de treinamento físico. Já para indivíduos com alguma disfunção
cardíaca, respiratória, vascular ou ainda metabólica, é necessária a visita a um
médico especialista que irá analisar a maneira propícia para a mensuração da FCM
desse indivíduo (CAMARDA et al., 2008).

88
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

DICAS

Caro acadêmico! Ter consciência e saber calcular a FCM é de grande valia na


elaboração de treinos funcionais, visando encontrar os benefícios do exercício para o corpo
sem prejudicá-lo, prevenindo lesões ou futuras doenças. Você gostaria de praticar, conhecer
sua FCM? Então, a seguir há um exemplo da FCM usando a fórmula de Karvonen:
Ex.: João Carlos (nome fictício) tem 28 anos de idade e quer descobrir sua FMC para melhorar
seu desempenho físico. Assim, aplicamos a fórmula de Karvonen: 220 - 28 = 192 FCM.
E temos a FCM de João Carlos, 192 batimentos por minuto num esforço máximo. Um cálculo
simples e uma valiosa informação, para melhorar o treinamento físico.

Diferentemente da FCM, entendemos por Frequência Cardíaca de


Repouso (FCR), ou mesmo basal, uma condição normal, funcional do corpo, é o
ritmo das batidas do coração quando o indivíduo está em descanso, parado, sem
realizar esforço, exercício físico. As contrações do coração estão batendo em ritmo
saudável, estável (FRONCHETTI et al., 2006).

A FCR é usualmente reconhecida como um marcador de referência para a


mensuração da FC e FCM, pois é a partir da FCR que podemos obter parâmetros da
variação da intensidade aplicados ao exercício físico (FRONCHETTI et al., 2006).
Uma FCR de valor baixo representa uma condição física saudável, um estado
funcional repousado. Em contrapartida, uma FCR com valores altos pressupõe
algum tipo de alteração cardiovascular, por isso se faz importante a avaliação
da FC, pois permite prevenir e identificar possíveis distúrbios e futuras doenças
(ALMEIDA; ARAÚJO, 2003).

DICAS

Caro acadêmico! Para sabermos a nossa frequência cardíaca de repouso,


estudos científicos demonstram que o melhor horário é pela manhã, logo após acordar. Faz-se
contando as pulsações posicionando um ou dois dedos no pulso ou na carótida, durante um
minuto ou 15 segundos e multiplicando as pulsações por quatro para chegar aos 60 segundos.
Ou ainda pode-se medir a FCR com o frequencímetro, como demonstrado anteriormente.
Existem muitos fatores que influenciam a FCR e ela pode variar de pessoa para pessoa, mas é
importante que façamos este controle para podermos nos exercitar com segurança. A leitura
do artigo a seguir destaca mais sobre a importância do controle das frequências cardíacas.
TEIXEIRA, A. L.; MORAES, E. M.; ALVES, H. B.; LIMA, J. R. P. Análise da frequência cardíaca em
repouso registrada pré-teste de exercício máximo. Rev. de Atenção à Saúde, v. 13, n. 45, p.
34-38, 2015. Disponível em: <http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/
view/2958>. Acesso em: 16 mar. 2016.

89
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

Outro marcador do sistema cardiorrespiratório que passa por alterações


e adaptações durante a prática dos exercícios físicos é a Pressão Arterial.
Conheceremos mais detalhes sobre seu comportamento na leitura seguinte.

A pressão arterial (PA) é compreendida como a resultante da força do sangue


dentro das artérias, dos vasos sanguíneos, sendo determinada pela resistência
ao fluxo sanguíneo e débito cardíaco (MARTELLI, 2013). A força gerada pelas
contrações do coração impulsiona o sangue para as artérias e veias, para o átrio
direito, esta força é denominada de pressão, que tem como função o transporte de
nutrientes para as células, conduzir os hormônios e guiar os excessos metabólicos
até serem excretados pelos pulmões, intestinos e rins (LUNA, 2002).

FIGURA 49 - PRESSÃO ARTERIAL

FONTE: Disponível em: <http://www.endocardio.med.br/wp-content/


uploads/2011/07/hipertensao01.jpg>. Acesso em: 16 mar. 2016.

Os vasos sanguíneos têm a capacidade de se ajustarem de acordo com a


demanda sanguínea, para mais ou para menos, fazendo uma vasoconstrição, uma
diminuição na luz do vaso, se houver uma queda no bombeamento de sangue.
E ao contrário, se houver um aumento no volume sanguíneo, os vasos têm a
capacidade de dilatar-se, provocando uma vasodilatação, um aumento na luz do
vaso (GUYTON, 1992).

Estes movimentos de vasoconstrição e vasodilatação dos vasos sanguíneos


são habilidades do corpo humano em conferir um sistema de autorregulação da
pressão arterial, e quando esse sistema é desregulado por influência de inúmeros
fatores (sedentarismo, tabagismo, excesso de sódio (sal), disfunções renais etc.),
desencadeia então uma das doenças mais acometidas em nosso país, conhecida
como hipertensão arterial ou pressão alta (MARTELLI, 2013).

De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (DBH) VI 2010, p.


1: “A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial
caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA)”.

90
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

Por se tratar de um assunto muito amplo e que requer atenção, a


“Hipertensão Arterial Sistêmica” será aprofundada no tópico 1 da Unidade 3
deste caderno de estudos, quando abordaremos as doenças crônicas. A seguir
você encontra uma tabela que apresenta a Classificação da Pressão Arterial para
adultos (> 18 anos), tendo como referências as medidas casuais ou de consultório,
segundo DBH VI.

TABELA 5 - CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL PARA ADULTOS


(> 18 ANOS)

FONTE: Disponível em: <http://www.socesp.org.br/upload/revista/2015/


REVISTA-SOCESP-V25-N1.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2016.

Para que a PA tenha um controle, uma regulação, há dois mecanismos que


realizam esse processo, a regulação hormonal e a regulação neural. A regulação
hormonal é feita pelo controle das substâncias celulares, com diferentes tipos de
hormônios, que sofrem certas adaptações com ação prolongada (IRIGOYEN et
al., 2005). Já a regulação neural é efetuada pelo sistema nervoso autônomo, sendo
esses mecanismos não tão eficientes, e para auxiliá-los o nosso organismo ainda
conta com a regulação feita pelos rins, pelo sistema renal (IRIGOYEN et al., 2005).
O funcionamento dos rins permite que ocorra uma redução do débito cardíaco e
na quantidade de sangue circundante no corpo, controlando e impedindo que a
PA fique elevada (IRIGOYEN et al., 2005).

Assim, há sempre uma mensuração, um controle dos líquidos corporais


para manter a PA estável, um controle do volume de substâncias distribuídas e a
quantidade a ser regulada por esses sistemas controladores (MARTELLI, 2013).
Uma desregulação num desses mecanismos, ou até mesmo nos dois, desencadeia
o aumento dos níveis de pressão, podendo desenvolver uma hipertensão arterial
(MARTELLI, 2013).

No decurso do ciclo cardíaco, a PA sofre alterações fisiológicas em decorrência


de inúmeros estímulos internos e externos, posturais e comportamentais, por
exemplo, a movimentação decorrida da respiração, débito cardíaco, fases do
sono e o exercício físico (ACCORSI-MENDONÇA et al., 2005). Em razão dessas

91
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

flutuações fisiológicas e estímulos externos, e para manter a PA numa contante,


os mecanismos de regulação da PA são extremamente importantes, para que ela
seja sustentada dentro dos limites de normalidade, sendo aproximadamente 120
mmHg para a pressão sistólica e 80mmHg para a pressão diastólica (ACCORSI-
MENDONÇA et al., 2005).

É de entendimento da maioria da população que o exercício físico traz


melhoras para a saúde, mas é sempre bom ressaltar que a prática de exercícios
físicos é uma atitude muito sábia, para prevenção e também como tratamento
para as doenças desencadeadas pelo descontrole da PA, como é muito corriqueira
a hipertensão arterial (MEDINA et al., 2010). Salientamos que cada pessoa deve
ter seu programa de exercício personalizado para o seu biótipo, respeitando suas
capacidades e limitações corporais (MEDINA et al., 2010).

Depois desta revisão sobre a PA, caro acadêmico, veremos, a seguir, que
a prática de exercícios físicos também exerce relação com os volumes sistólicos,
diastólicos e débito cardíaco.

A prática de exercícios físicos acentua o trabalho dos sistemas


cardiorrespiratórios, intensificando, por consequência, a PA e seus parâmetros,
como o volume sistólico, diastólico, médio e ainda o débito e frequência cardíaca
e respiratória, ocasionando um aumento da pressão cardíaca para suprir o gasto
energético exigido durante o exercício físico (SANT’ANNA JUNIOR et al., 2010).
A PA está dividida em quatro situações: Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão
Arterial Diastólica (PAD), Pressão Arterial Média (PAM). A seguir entenderemos a
definição de cada uma delas (LUNA, 2002).

Entende-se por PAS, ou volume sistólico, o volume de sangue ejetado


para fora do coração no tempo de um batimento cardíaco, durante uma contração
sistólica, estimada em 60 mls em indivíduos ditos normais, é a pressão máxima
ocorrida durante a fase de contração, no ciclo cardíaco (LUNA, 2002).

FIGURA 50 - DEMONSTRAÇÃO DA PAS

FONTE: Disponível em: <http://www.euroclinix.com.pt/images/pages/


tensao-arterial-sistolica-diastolica.gif>. Acesso em: 18 mar. 2016.

92
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

A PAD é caracterizada como a menor pressão intrarterial durante o


relaxamento ventricular do músculo cardíaco, é quando as cavidades ventriculares
do coração são completadas de sangue, logo após uma contração sistólica, é
a mínima contração ocorrida durante o ciclo cardíaco, na fase de relaxamento
(POLITO; FARINATTI, 2003).

FIGURA 51 - DEMONSTRAÇÃO DA PAD

FONTE: Disponível em: <http://www.euroclinix.com.pt/images/


pages/tensao-arterial-sistolica-diastolica.gif>. Acesso em:
18 mar. 2016.

A PAM é uma pressão ocorrida nos capilares, também descrita como pressão
de irrigação, que é responsável pelo recebimento de substâncias. Para identificar
a PAM é necessário fazer um cálculo expresso pela fórmula: PAM = PAD + (PAS-
PAD/3), obtendo um valor médio, logo, PAM é o valor médio da pressão arterial
durante o ciclo cardíaco, é a PAM que determina a intensidade média de fluidez
do sangue, em torno de 8mmhg (LUNA, 2002).

DICAS

Veja no vídeo a seguir uma aula do professor Rodrigo Storck sobre pressão arterial
que reforçará o que estudamos agora. E a seguir veremos a conceituação de débito cardíaco
e retorno venoso.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YK2b9E73pe0>. Acesso em: 20.03.2016.

Débito cardíaco (DC) é compreendido pelo volume de sangue total


percorrido nos ventrículos e nas artérias aorta e pulmonar durante um minuto,
é o volume de sangue bombeado pelo coração em um minuto. O débito cardíaco
depende da frequência cardíaca, do volume de ejeção e do retorno venoso
(GUYTON, 1992). A bomba cardíaca, o músculo coração, faz o bombeamento de
sangue para a artéria aorta a cada minuto, e a quantidade, o volume de sangue

93
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

conduzido é denominado débito cardíaco, é o volume de sangue circundante que


ajuda no transporte de nutrientes e substâncias para todo o corpo (GUYTON,
2006).

Da mesma forma, o DC sofre constantes alterações em função de alguns


fatores determinantes, como a variação da resistência periférica, idade, metabolismo,
estrutura corporal e o próprio exercício físico, onde o DC pode acrescer em torno
de cinco a seis vezes o estado normal, quando em descanso (GUYTON, 2006).

FIGURA 52 - DEMONSTRAÇÃO DE DÉBITO CARDÍACO

FONTE: Disponível em: <http://img.docstoccdn.com/thumb/orig/113502184.


png>. Acesso em: 19 mar. 2016.

Já o Retorno Venoso (RV) é o volume de sangue que trafega das veias para
o átrio direito a cada minuto, é a circulação periférica que impulsiona o fluxo de
sangue das veias para o coração, essa movimentação é denominada RV (GUYTON,
2006). Tais variáveis, débito cardíaco e retorno venoso, devem ser equivalentes, a
não ser que o volume sanguíneo esteja sendo acumulado ou removido dos pulmões
e coração, sendo RV um dos mais importantes reguladores do DC (GUYTON,
2006).

Valores preestabelecidos para o DC de repouso já foram estudados e


definidos, considerando indivíduos jovens, saudáveis e tidos como normais para
homens um DC de repouso de 5,6L/min e para mulheres, jovens, saudáveis,
normais um valor em torno de 4,9 L/min, admitindo assim uma média de DC de
repouso de 5L/min (GUYTON, 2006).

Durante a realização de exercícios físicos, os parâmetros volume sistólico,


débito cardíaco e a frequência cardíaca aumentam, em decorrência do acréscimo
de sangue circulante para suprir a exigência de oxigênio dos músculos ao longo
da atividade muscular, da contratilidade das fibras musculares, da capacidade
vasodilatadora e respiratória (POLITO; FARINATTI, 2003).

94
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

FIGURA 53 - CICLO CARDÍACO

FONTE: <http://www.sobiologia.com.br/figuras/Fisiologiaanimal/sistolediastole.jpg>. Acesso em:


19 mar. 2016.

UNI

Caro acadêmico! Para reforçar os conceitos e definições de todos os parâmetros


dos sistemas cardiorrespiratórios que vimos até agora, sugerimos a leitura completa do artigo
“Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular”, encontrado na
íntegra no link a seguir:
FONTE: BRUM, P. C.; FORJAZ, C. L. M.; TINUCCI, T.; NEGRÃO, C. E. Adaptações agudas e
crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Rev. Paul. Educ. Fís., v. 18, p. 21-31, 2004.
Disponível em: <http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2009/11/adaptacoes-
musculares-ao-exercicio-fisico1.pdf>. Acesso: em: 23 mar. 2016.

3 SISTEMA IMUNOLÓGICO E EXERCÍCIO FÍSICO


Caro acadêmico! Você sabe qual é a importância do sistema imunológico
para o organismo? Será que conseguiríamos sobreviver sem as funções deste
sistema? Muito bem, para entendermos tais indagações, neste novo tópico, que
iniciaremos agora, teremos a oportunidade de desvendar as particularidades do
sistema imunológico e aprender o quanto a prática de exercícios físicos interfere
positivamente na resposta imune ao nosso corpo.
95
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

3.1 SISTEMA IMUNOLÓGICO DURANTE A PRÁTICA DO


EXERCÍCIO FÍSICO
O sistema imunológico (SI) tem por definição ser um sistema formado
por um emaranhado de órgãos, moléculas e células, com o principal objetivo de
realizar ação protetora, é o sistema de defesa natural contra micro-organismos
invasores, contra as doenças. Este sistema mantém o organismo humano seguro,
autocontrolado da ação de agentes agressores internos e externos (LEVY; MONTE,
2008). Para o organismo realizar uma resposta imune e proteger o indivíduo
de uma doença, o SI tem que cumprir algumas etapas essenciais, como: fazer a
identificação do patógeno que possivelmente desenvolverá a doença se a pessoa
não tomar as devidas precauções. Isto é feito pelas células brancas existentes no
sangue, que ativam a imunidade inata, o que veremos mais adiante (MURPHY;
TRAVERS; WALPORT, 2010).

Num segundo momento, o SI tem como função estimular as funções


efetoras, recrutar grande número de células para entrar em combate e manter o
controle do organismo. Esta já é a terceira etapa, fazer a autorregulação, evitando
a desestabilização de todo o corpo. E por último, mas não menos importante e
sim de grande valia, o sistema imunológico é capaz de recordar-se, desenvolver
memória, protegendo o organismo da repetição do mesmo patógeno, e no caso de
reincidir a doença, a reação será muito mais precisa, porque o indivíduo terá uma
memória protetora (MURPHY; TRAVERS; WALPORT, 2010).

Para conseguirmos organizar nosso aprendizado, abaixo encontraremos


uma figura explicativa que reporta uma visão geral dos mecanismos celulares,
inclusive as células do SI, existentes na corrente sanguínea, oriundas das células-
tronco da medula óssea.

96
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

FIGURA 54 - CÉLULAS ENCONTRADAS NO SANGUE, PROVINDAS DA MEDULA ÓSSEA


INCLUINDO AS CÉLULAS DO SI

FONTE: Murphy; Travers; Walport (2010)

O SI trabalha na defesa do organismo humano, oferecendo respostas


imunológicas às ações dos patógenos (vírus, bactéria, fungo etc.), assim as células
efetoras produzem os anticorpos, sendo a base de funcionamento do SI a relação
ataque-defesa, ou seja, antígeno-anticorpo (GUYTON, 2002).

97
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

FIGURA 55 - ESTRUTURA ANTÍGENO-ANTICORPO

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/11/3178016/slides/


slide_20.jpg>. Acesso em: 23 mar. 2016.

O anticorpo é uma glicoproteína plasmática solúvel específica,


gamaglobulina, conhecida como imunoglobulina, que exerce oposição ao antígeno.
É formado pela junção de cadeias polipeptídicas caracterizadas de leves e pesadas,
e geralmente são apresentadas numa combinação de duas cadeias leves e duas
cadeias pesadas, unidas por pontes de dissulfeto, construindo assim a estrutura
do anticorpo (GUYTON, 2002).

Os anticorpos agem de duas formas diferentes. Na primeira atacam


diretamente o patógeno, para tentar inativar o antígeno, de forma que aumentam
de tamanho, envolvem e neutralizam-no, e em seguida ativam o sistema de
complemento que extermina o invasor (GUYTON, 2002). Mas nem sempre a ação
dos anticorpos é eficiente o suficiente para destruir o antígeno e fazer a barreira
de proteção necessária, ele ativa a cascata do sistema complemento, que são em
torno de 20 tipos diferentes de proteínas que vão fornecer suporte no ataque aos
antígenos (GUYTON, 2002). Os anticorpos neutralizam, aglutinam e precipitam os
antígenos que ativam o sistema complemento e, após, são fagocitados (GUYTON,
2002).

98
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

FIGURA 56 - ESTRUTURA DO ANTICORPO

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/6imunologiaantico


rpos1120316072005phpapp02/95/6imunologia-anticorpos1-4-728.
jpg?cb=1331883293>. Acesso em: 23 mar. 2016.

O antígeno é reconhecido como um agente invasor, um organismo


estranho capaz de provocar uma resposta imune. Se apresenta de duas formas:
como monovalente (possui apenas uma Hapteno (molécula pequena, de estrutura
simples, que sozinha não induz resposta imune, somente quando agregada a um
carreador, uma proteína imunogênica)) ou como multivalente (os microrganismos)
(MURPHY; TRAVERS; WALPORT, 2010).

FIGURA 57 - HAPTENO

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/


clase4antigenos150223091720conversiongate01/95/curso-
inmunologia-04-antigenos-15-638.jpg?cb=1424943785>. Acesso
em: 24 mar. 2016.

Dispõe também de Epítopos, que são conjuntos moleculares, chamados


de determinantes antigênicos, que se replicam de forma ordenada, ou ainda são
porções do antígeno que facilitam o reconhecimento ou ativação do anticorpo, é o
sítio de ligação do antígeno ao anticorpo (MURPHY; TRAVERS; WALPORT, 2010).

99
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

FIGURA 58 - DEMONSTRAÇÃO ANTÍGENO, EPÍTOPO E ANTICORPO

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/09P493HypPo/


Uooe8mflYWI/AAAAAAAACxg/LDxjZF7STvo/s1600/Antigen-
Antibody.png>. Acesso em: 24 mar. 2016.

Os antígenos são reconhecidos por moléculas conhecidas como


imunoglobulinas (Ig), produzidas pelas células T. Estas moléculas são criadas
com vários tipos de especificidade, que interagem com o patógeno (MURPHY;
TRAVERS; WALPORT, 2010).

FIGURA 59 - LIGAÇÃO DE ANTÍGENOS A ANTICORPOS

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/


antgenoseanticorpos131031142548phpapp01/95/
antgenos-e-anticorpos-16-638.jpg?cb=1383229612>.
Acesso em: 24 mar. 2016.

As estruturas representadas nas cores azul e amarela são as zonas variáveis


das cadeias leves e pesadas, e as estruturas coloridas de vermelho definem a zona
de ligação do antígeno com o anticorpo (MURPHY; TRAVERS; WALPORT, 2010).

100
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

Caro acadêmico! O SI é um sistema amplo, complexo, dinâmico, que


requer atualizações constantes. A partir de agora entenderemos a divisão deste
sistema, que é dividido em duas partes: imunidade inata e imunidade adaptativa.

3.1.1 Imunidade inata


A imunidade inata, natural ou Resposta Imune Inata (RII) corresponde a
uma resposta imediata do organismo frente a qualquer estímulo de forma não
específica. Não possui memória, trabalha formando uma espécie de barreira direta.
Antes mesmo de ter contato com o agente agressor, capta o menor sinal de perigo e
imediatamente esquematiza uma defesa, é a primeira ação de defesa, representada
pelos fagócitos macrófagos (nos tecidos) e neutrófilos (no sangue). (MEDZHITOV;
JANEWAY, 2000).

Os mecanismos de defesa atuantes na RII são as barreiras físicas (mucosa


nasal, pele), secreções (sebáceas, sudoríparas e lacrimais), fagocitose (destroem os
agentes invasores), resposta inflamatória (quando os agentes invasores passam pela
barreira física, ex.: corte na pele) e sistema complemento (proteínas produzidas no
fígado que circulam pelo plasma e são ativadas em forma de cascata, onde uma
proteína ativa a seguinte) (MEDZHITOV; JANEWAY, 2000).

Também conhecida como imunidade natural, a RII realiza certas funções,


como: fagocitose (engloba micro-organismos, partículas), faz um tipo de
reconhecimento inespecífico; destrói esses micro-organismos pela ação de enzimas
digestivas; produz resistência da pele prevenindo a entrada de agentes agressores,
sendo essa uma barreira inata, a primeira a produzir citoxinas, e ainda realiza a
fixação dos micro-organismos por compostos químicos (lisozima, polipeptídios,
sistema complemento e linfócitos) presentes na circulação sanguínea (GUYTON,
2002).

A RII corresponde à primeira linha de defesa do nosso organismo frente


a uma doença, ela consegue combater grandes quantidades de agressores, mas
é ineficaz no combate individualizado, e para suprir tamanha responsabilidade
possui células escudeiras que reagem e fagocitam os invasores. Essas células
efetoras são: macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e células Natural de Killer
(NK) (CRUVINEL et al., 2010).

A seguir, caro acadêmico, veremos, uma a uma, as definições de cada


célula:

Macrófagos: São células de limpeza, participam da fagocitose, fazem o


reconhecimento do agente agressor na imunidade inata; originárias da medula
óssea, representam grande significância no processo de proteção do organismo
humano, e produzem citoxinas (quimioxinas). Exemplo de imunidade inata é a
própria pele (MURPHY; TRAVERS; WALPORT, 2010).

101
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

FIGURA 60 - MACRÓFAGOS

FONTE: Murphy; Travers; Walport, 2010

Neutrófilos: Os leucócitos são da família das células brancas do sistema


sanguíneo, também fagocitam e participam do englobamento e exterminação dos
micro-organismos (MURPHY; TRAVERS; WALPORT, 2010).

FIGURA 61 - NEUTRÓFILOS

FONTE: Murphy; Travers; Walport (2010)

Células dendríticas: Estão presentes nos linfócitos, elas enclausuram o


antígeno, também derivadas da medula óssea, e têm uma importante função, que
é realizar a conexão das imunidades inata e adaptativa (MURPHY; TRAVERS;
WALPORT, 2010).

FIGURA 62 - CÉLULAS DENDRÍTICAS

FONTE: Murphy; Travers; Walport (2010)

102
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

Célula Natural de Killer (NK): É uma célula mononuclear, também


derivada da medula óssea, destrói as células infectadas. São conhecidas como
células assassinas naturais que agem na imunidade inata, representam cerca de
10% dos linfócitos (MURPHY; TRAVERS; WALPORT, 2010).

FIGURA 63 - CÉLULAS NK

FONTE: Murphy; Travers; Walport (2010)

DICAS

Caro acadêmico! Você deve estar fascinado com o universo da imunologia.


Para ter um melhor aprofundamento sobre esse assunto que estamos estudando, sugiro a
leitura do artigo de Cruvinel e colaboradores, um ótimo instrumento de entendimento, no
link a seguir. E após obtermos conhecimento sobre a RII, conheceremos a partir de agora
como funcionam e quais são as células da imunidade adaptativa.
Artigo: CRUVINEL et al. Fundamentos da imunidade inata com ênfase nos mecanismos
moleculares e celulares da resposta inflamatória. Ver. Bras. Reumatol, v. 50, n. 4, p. 434-61, 2010.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbr/v50n4/v50n4a08.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2016.

Como vimos acima, caro acadêmico, o SI é dividido em duas partes.


Já conhecemos a imunidade inata e agora estudaremos o que é a imunidade
adaptativa.

3.1.2 Imunidade adaptativa


Também denominada de Resposta Imune Adaptativa (RIA), caracteriza-
se por responder de forma específica. Esse tipo de imunidade ocorre quando os
primeiros esforços da imunidade inata para combater o invasor não conseguem
dar conta, a infecção domina, e aí, então, é ativada a imunidade adaptativa, que
é a segunda linha de defesa, com formação de anticorpos, ação protetora contra

103
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

o mesmo agressor, reconhece o patógeno invasor, e frente a essa batalha a RIA é


assistida pelos linfócitos, pois são esses linfócitos que reconhecem o agente invasor
e ativam a produção da imunidade adaptativa (LORENZI; COELHO‐CASTELO,
2011).

A imunidade adaptativa são nossas defesas específicas adquiridas e que


possuem subdivisões:

Imunidade humoral: mediada por anticorpos, são células efetoras, presentes


na linfa e no sangue (nos líquidos corporais), produzidas depois dos linfócitos
B terem reconhecido o antígeno por meio de receptores específicos, também
denominadas imunoglobulinas, e possuem algumas fases: a fase ativação dos
linfócitos B, a proliferação clonal dos linfócitos ativados e a diferenciação dos
linfócitos B (PEAKMAN; VERGANI, 2011).

Imunidade celular: mediada por células pela ação dos linfócitos T realizando
a apresentação do antígeno após os macrófagos terem fagocitado o agente agressor,
forma fragmentos de moléculas com poder antígeno que se ligam às proteínas do
complexo principal de histocompatibilidade (MHC) dos macrófagos e dá origem
ao complexo antígeno-MHC; assim é apresentada aos linfócitos T, que por sua vez
tornam-se ativos, e estando ativos eles se dividem em T citotóxico (Tc), linfócitos
T auxiliares (Th) e linfócitos T de memória (Tm). Atuam de forma específica
diretamente contra o agente agressor (ex.: células cancerígenas) e as destroem
por indução de lise celular (dissolução da célula), melhoram a cada contato pela
sua especificidade e por ter a capacidade de desenvolver memória (PEAKMAN;
VERGANI, 2011).

FIGURA 64 - DEMONSTRAÇÃO DOS LINFÓCITOS B E T

FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/VitorCarvalho1/imunidade>. Acesso em: 15


jul. 2016.

104
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

A ativação da RIA é feita pelas células T e B e por imunoglobulinas. As


células de linfócitos T e B são originadas das células estaminais da medula óssea,
no início são iguais, mas depois sofrem maturação. Os linfócitos T interagem com
os linfócitos B, são multifacetários, as células T migram para o timo e lá fazem
seu processo de maturação e seleção, dando origem aos linfócitos T (imunidade
celular) e auxiliam na fagocitose. Já os linfócitos que permanecem na medula óssea
também passam pelo processo de maturação, originam os linfócitos B (imunidade
humoral), fazem o reconhecimento do receptor de superfície do antígeno e o
convertem em plasmócitos, que por sua vez produzem e modificam o anticorpo,
tornando-o mais específico, e se ligam ao antígeno. Localizados nos gânglios
linfáticos, estão sempre prontos para reagir (PEAKMAN; VERGANI, 2011).

E as imunoglobulinas (Ig) são anticorpos produzidos pelos plasmócitos,


que são linfócitos B especializados. São divididas em cinco classes, por possuírem
diferenças na sequência de aminoácidos: IgG (representa 80% das Ig, presente
no plasma e na linfa), IgM (representa 10% das Ig, é produzida na fase aguda da
doença que desencadeia a resposta humoral), IgA (representa 15% das Ig, presente
na saliva, lágrimas, leite materno e nas mucosas), IgE (representa menos de 5%
das Ig, encontrada nos basófilos e mastócitos, faz mediação nos casos de alergias),
IgD (é encontrada nos linfócitos B, baixíssima concentração no plasma e age como
receptor antigênico) (PEAKMAN; VERGANI, 2011).

E para que ocorra a ativação da RIA é preciso já ter ocorrido a RII como
primeira ação frente ao micro-organismo invasor, assim o mecanismo adaptativo
age com toda a sua eficácia (MESQUITA JUNIOR et al., 2010). As imunidades inatas
(natural) e adaptativa (adquirida) são interligadas e interdependentes, compondo
todo o sistema imunológico (MESQUITA JUNIOR et al., 2010).

Caro acadêmico! Entendemos que o sistema imunológico é um sistema de


defesa muito maleável, que se adéqua e tem a capacidade de produzir inúmeras
células que irão reconhecer e exterminar os agentes invasores para exercer sua
principal função, que é defender o organismo. Mas você deve se perguntar: será
que os exercícios físicos influenciam no sistema imunológico? De que forma?
Quais são os benefícios para o corpo humano?

A prática regular de exercícios físicos de caráter não competitivo,


caro acadêmico, exerce relevante eficácia clínica, interagindo, estimulando e
promovendo alterações da resposta imune, pois agem como uma espécie de
regulador da resposta imune, mediada por uma rede de inter-relação que concilia
os fatores hormonais, os níveis metabólicos, os mecânicos e imunológicos, que
variam de acordo com a intensidade e a duração dos exercícios físicos (KRINSKI
et al., 2008). Sendo os hormonais (epinefrina, hormônio do crescimento, cortisol
e as endorfinas), os metabólicos (o aminoácido e a glutamina) e como efeitos
mecânicos destacam-se a hipertermia e a hipóxia. Outros fatores que se alteram
no sistema imune com o exercício são os anatômicos, fisiológicos, nutricionais,
microbiológicos, genéticos e ambientais (ROSA; VAISBERG, 2002).

105
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

Os efeitos positivos dos exercícios físicos para o sistema imunológico são


estimulados na imunidade inata e na adaptativa, sendo um deles a diminuição de
eventos infecciosos, seja viral ou bacteriano, sendo que com a prática de exercícios
moderados ocorre potencialização nas funções dos neutrófilos, macrófagos,
células NK e dos linfócitos T e B (ROSA; VAISBERG, 2002). Tais efeitos são
alcançados a partir de uma prática de exercícios moderados. Exercícios de alto
impacto ou de competição de alto desempenho causam grandes alterações nos
sistemas cardiovasculares e neuroendócrinos, contribuindo para o aparecimento
de distúrbios no sistema imunológico, sendo possível conseguir bons resultados
com a prática de exercícios que respeitem os limites fisiológicos, como afirmam
vários estudos (ROSA; VAISBERG, 2002).

Dentro deste contexto, destacam-se os benefícios dos exercícios moderados


regulares, principalmente para os sistemas cardiovascular, respiratório e muscular,
e ainda há melhora das condições psicológicas, diminuição do estresse, aumento
do metabolismo, aumentando, por consequência, a disposição e a vitalidade,
sendo que a qualidade dessas alterações dependerá da duração e da intensidade
do exercício (ROSA; VAISBERG, 2002).

A prática de exercícios físicos de alta intensidade, que exigem muito do


corpo e causam estresse físico, provoca um acréscimo de disparo dos hormônios
noradrenalina e adrenalina (as catecolaminas que modulam a resposta imune
no exercício, agindo como imunossupressoras). Alteram a regulação do sistema
imune, que podem ser alterações gerais ou locais, desenvolvendo um processo
inflamatório por excesso de exercício. Entre essas alterações fisiológicas destacam-
se predisposição a infecções, alterações tissulares, hipertermia (aumento da
temperatura corporal que estimula as citocinas, aumentando os linfócitos e
aumentando também os níveis séricos das Ig), astenia (mal-estar, cansaço), fadiga
(fraqueza), distúrbios neurológicos e neuroendócrinos, inflamação muscular,
alterações metabólicas e alterações no próprio sistema imune, sendo então que
os atletas de alta performance estão predispostos a algum tipo de infecções
(MARTÍNEZ; ALVAREZ-MON, 1999).

Contudo, é de relevância para os atletas de competição ponderar juntamente


com sua equipe técnica e traçar estratégias específicas de prevenção para os
períodos de maior exigência física e ações preventivas em longo prazo para que
o atleta não sofra consequências indesejadas durante sua vida desportiva, como
diminuição do desempenho, por exemplo, (MARTÍNEZ; ALVAREZ-MON, 1999).
Por outro lado, caro acadêmico, os indivíduos que não são atletas devem incluir a
prática de exercícios moderados regulares em seu cotidiano, para assegurar maior
desempenho de seu sistema imunológico, bem como todos os outros sistemas
que compõem o corpo humano, e assim obter qualidade e longevidade de vida
(MARTÍNEZ; ALVAREZ-MON, 1999).

Caro acadêmico! Não se esgotam aqui os estudos sobre os sistemas


cardiorrespiratório e imunológico quanto às suas caraterísticas. Tão somente
introduzimos, nesse tópico, os princípios e as considerações que os fundamentam,
cabe ainda um aprofundamento no assunto com pesquisas e leituras mais
106
TÓPICO 1 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA I

específicas. Assim, você poderá aperfeiçoar ainda mais o seu conhecimento. Por
ora conseguimos compreender que esses sistemas respondem muito bem à prática
de exercícios físicos regulares, estimulando e mantendo a funcionalidade, bem
como a integridade dos sistemas cardiorrespiratório e imunológico, resultando em
qualidade de saúde.

LEITURA COMPLEMENTAR

Leia parte da entrevista: Sistema imune reage ao exercício, com o Dr.


Mauro Walter Vaisberg (Doutor em Reabilitação e Mestre em Imunologia),
concedida para o site Revista Super Saudável, publicação da Yakult do Brasil –
Ano XIII – nº 57 – jan/mar. 2013.

Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, acesse o link:


<http://www.yakult.com.br/yakult/upload/supersaudavel/130029227671032494_
yak_57.pdf>.

A atividade física provoca alterações no comportamento fisiológico


dos sistemas neuroendócrino e imune, que, para se adaptarem ao desequilíbrio
provocado pelo exercício, mudam seu patamar de equilíbrio sempre que
solicitados. Isso provoca, entre outras respostas fisiológicas, uma inflamação
aguda e a ativação do sistema imune, que imediatamente produz moléculas
que regulam o estado de resposta inflamatória do organismo para bloquear a
inflamação causada pelo exercício. Automaticamente, o sistema imune também
bloqueia a inflamação provocada pelas doenças, o que, repetido várias vezes, em
função de um esquema de treinamento, é uma das bases do uso do exercício como
modalidade terapêutica. “Isso demonstra porque o exercício é saudável e quanto a
atividade física é fundamental para a manutenção da saúde”, defende o professor
doutor Mauro Vaisberg, coordenador do Ambulatório de Promoção da Saúde do
Departamento de Medicina Esportiva da UNIFESP. A atividade física regular e
moderada melhora a cognição por vários mecanismos. Na doença de Alzheimer,
por exemplo, cuja incidência é menor em grupos de indivíduos fisicamente ativos,
é demonstrado menor depósito de proteína amiloide, depositada quando há uma
resposta inflamatória crônica. O exercício físico também tem ação de reequilibrar
o organismo, porque o sistema musculoesquelético é, atualmente, considerado
um órgão endócrino e imune, por produzir moléculas com ações similares a
hormônios e citocinas, moléculas efetoras dos sistemas endócrino e imune,
além de ser fundamental para o metabolismo. Nos atletas de alto rendimento,
que levam o organismo ao limite extremo, a inflamação e o estresse oxidativo
provocados pela atividade aumentam o consumo de oxigênio e a produção de
radicais livres, induzindo a uma resposta inflamatória. Por isso, os atletas de elite
têm inflamações recorrentes, distúrbios de sono e lesões musculoesqueléticas
de repetição. “Estudos demonstram que até 50% das lesões em atletas de elite
podem ocorrer sem a presença de traumas, devido ao estado de inflamação não
controlado e às alterações no sono”, relata o professor. Em estudo com 50 atletas

107
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

de handebol, juvenis e profissionais, os pesquisadores verificaram a presença de


citocinas pré-inflamatórias, moléculas do sistema imune que ativam a resposta
inflamatória. Estas moléculas desempenham várias funções no organismo, e tanto
o sistema musculoesquelético como o cardíaco têm suas ações influenciadas por
estas moléculas, bem como as produzem. Quando há um estado inflamatório,
mesmo sem trauma, essas moléculas podem desencadear a lesão muscular. Na
pesquisa, dos 30% de atletas com lesão, a maioria era formada pelos cadetes, jovens
mais estressados por estarem no limiar entre a profissionalização da carreira.
“Provavelmente, este estresse emocional é fator desencadeador de lesões devido à
inflamação que produz”, reflete o docente.

FONTE: Disponível em: <http://www.yakult.com.br/yakult/upload/


supersaudavel/130029227671032494_yak_57.pdf>. Acesso em: 17 jul. 2016.

108
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:

• O coração e os pulmões são os principais órgãos que compõem os sistemas,


compreendidos pela interligação do sistema circulatório e sistema respiratório.

• O coração age como uma bomba propulsora do sistema circulatório.

• O sistema cardiorrespiratório compreende um conjunto de estruturas que são


responsáveis por executar uma função, as trocas gasosas.

•A prática de exercícios físicos desencadeia reações nos sistemas cardiorrespiratórios,


e que requerem adaptações, independentemente dos fenômenos mecânicos da
circulação sanguínea.

• As principais respostas fisiológicas obtidas com a prática de atividade física,


como aumento da frequência cardíaca, do volume sistólico e do débito cardíaco,
confirmaram que o exercício físico age como um fator protetor para inúmeras
doenças e predisposições cardiorrespiratórias e neurovasculares.

• As características importantes e a atuação das frequências cardíacas máximas e


de repouso frente à prática de exercícios.

• A prática de exercícios físicos é uma atitude muito sábia, para prevenção e


tratamento das doenças desencadeadas pelo descontrole da PA.

• Os exercícios físicos acentuam o trabalho dos sistemas cardiorrespiratórios,


intensificando, por consequência, a PA e seus parâmetros, como o volume
sistólico, diastólico, médio e ainda o débito e frequência cardíaca e respiratória,
ocasionando um aumento da pressão cardíaca para suprir o gasto energético
exigido durante o exercício físico.

• O sistema imunológico é um sistema formado por um emaranhado de órgãos,


moléculas e células, com o principal objetivo de realizar ação protetora, é o
sistema de defesa natural contra micro-organismos invasores.

• O anticorpo é uma glicoproteína plasmática solúvel específica, gamaglobulina,


conhecida como imunoglobulina, que exerce oposição ao antígeno.

• O antígeno é reconhecido como um agente invasor, um organismo estranho


capaz de provocar uma resposta imune.

• A imunidade inata, natural ou Resposta Imune Inata (RII) corresponde a uma


resposta imediata do organismo frente a qualquer estímulo de forma não
específica.

109
• A imunidade adaptativa, ou Resposta Imune Adaptativa (RIA), caracteriza-se
por responder de forma específica. Esse tipo de imunidade ocorre quando os
primeiros esforços da imunidade inata combatem o invasor; é a segunda linha
de defesa, com formação de anticorpos, ação protetora contra o mesmo agressor,
reconhece o patógeno invasor.

• A prática regular de exercícios físicos de caráter não competitivo exerce relevante


eficácia clínica, interagindo, estimulando e promovendo alterações do sistema
imunológico.

110
AUTOATIVIDADE

Agora responda às questões a seguir e teste seu conhecimento.

1 O sistema cardiorrespiratório compreende um conjunto de estruturas que


são responsáveis por:

Assinale V para verdadeiro e F para falso sobre as informações a seguir:


( ) Executar uma função muito importante, que são as trocas gasosas, a
mudança do oxigênio para dióxido de carbono aos músculos e ao ambiente
natural.
( ) Executar uma função muito importante, que é o bombeamento de oxigênio
e dióxido de carbono para a corrente sanguínea, é o oxigênio que promove
as batidas do coração.
( ) Executar uma função muito importante, que são os estreitamentos das
veias e artérias para melhor passagem do sangue para irrigar o coração.
( ) Executar uma função muito importante, que são as trocas sanguíneas para
os pulmões em ambiente natural.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:

a) ( ) V – F – F – F.
b) ( ) F – V – F – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – V – F.

2 Sobre a frequência cardíaca e o exercício físico, assinale a alternativa correta:

a) ( ) Frequência cardíaca não aumenta com a prática de exercícios físicos,


e o número de vezes em que os ventrículos cardíacos se contraem em um
minuto também não se altera.
b) ( ) Ocorrem inúmeras reações e efeitos fisiológicos, e um deles é o aumento
significativo do débito cardíaco.
c) ( ) As BPM (batidas por minuto) são consideradas como estado normal de
batimentos do coração, 312 bpm no início do exercício.
d) ( ) A frequência cardíaca de repouso fica extremamente elevada após o
término do treinamento físico.

3 A pressão arterial (PA) é compreendida como a resultante da força do


sangue dentro das artérias, dos vasos sanguíneos, que é determinada pela
resistência ao fluxo sanguíneo e débito cardíaco (MARTELLI, 2013).

111
A pressão arterial sofre alterações durante a realização do exercício físico.

PORQUE:

A PA sofre alterações fisiológicas em decorrência de inúmeros estímulos


internos e externos, posturais e comportamentais, por exemplo, a movimentação
decorrente da respiração, débito cardíaco, fases do sono, e o exercício físico
(ACCORSI-MENDONÇA et al., 2005).

a) ( ) Ambas as afirmações são falsas.


b) ( ) As duas são verdadeiras, mas não têm relação uma com a outra, são
assuntos distintos.
c) ( ) A primeira e a segunda afirmações são verdadeiras e uma complementa
a outra.
d) ( ) A primeira afirmação está correta e a segunda é complemento oposto da
primeira.

4 Sobre a imunidade humoral, de quem é a responsabilidade?

a) ( ) Eosinófilos.
b) ( ) Neutrófilos.
c) ( ) Linfócitos T.
d) ( ) Linfócitos B.

5 O anticorpo é uma ............................ plasmática solúvel ..............................,


conhecida como imunoglobulina que exerce oposição ao .................... . É
formado pela junção de cadeias polipeptídicas caracterizadas de leves e
pesadas, e geralmente são apresentadas numa combinação de .......cadeias
leves e cadeias pesadas, unidas por pontes de dissulfeto, construindo assim
a estrutura do anticorpo (GUYTON, 2002).

Assinale a alternativa certa que preenche a citação acima:


a) ( ) Glicoproteína, específica, gamaglobulina, antígeno, duas e duas.
b) ( ) Hapteno, específica, betaglobulina, três e duas.
c) ( ) Epítopos, não específica, gamaglobulina, anticorpo, quatro e quatro.
d) ( ) Sítio de ligação, específica, alfaglobulina, anticorpo, duas e cinco.

112
UNIDADE 2 TÓPICO 2
APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE
ENERGÉTICA II

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico você está convidado a entender fisiologicamente o
funcionamento do sistema endócrino e suas relações e interações com o exercício
físico. Estudamos no tópico anterior que os efeitos benéficos de exercícios moderados
ressaltam o sistema imune. Agora veremos que esses benefícios também interagem
no sistema endócrino a partir da ativação das funções hormonais em resposta ao
estímulo físico, compreendendo que há indícios de interação entre os sistemas
imune, nervoso e endócrino frente ao exercício físico, e que o sistema endócrino
interfere nas condições de vitalidade, metabolismo, emoção, sexualidade,
crescimento e desenvolvimento (VULCZAK; MONTEIRO, 2008).

2 SISTEMA ENDÓCRINO E EXERCÍCIO FÍSICO


O sistema endócrino é um sistema de regulação importante para o organismo
humano, modulando e integrando as funções corporais, mantendo o equilíbrio do
corpo nos estados de repouso e no exercício (VULCZAK; MONTEIRO, 2008). É
composto por um conjunto de órgãos hospedeiros, GLÂNDULAS ENDÓCRINAS,
as quais produzem substâncias químicas sintetizadas, mensageiros químicos,
HORMÔNIOS, que ativam os sistemas enzimáticos, estimulam a atividade
secretória, induzindo a síntese das gorduras e proteínas que são liberadas para a
corrente sanguínea, espalhada pelo corpo e auxiliando o organismo a responder ao
estresse físico e fisiológico gerado com a prática física (BUENO; GOUVÊA, 2011).

O sistema nervoso envia seus impulsos eletroquímicos de uma forma


rápida e local, já a transmissão do sistema endócrino é feita de forma química,
que responde de forma mais lenta e duradoura na síntese e permite a liberação
de hormônios na circulação sanguínea, onde realizam suas funções de várias
maneiras: por alterações da permeabilidade da membrana aos íons (norepinefrina,
epinefrina), por ativação de genes por meio de sua ligação aos intracelulares
(ligação dos esteroides e tireoides aos receptores proteicos no interior da célula)
e por formação de AMP (Adenosina monofosfato cíclico), que é um segundo
mensageiro, emite sinal celular, age como um modulador fisiológico (GUYTON;
HALL, 2006).

Assim, caro acadêmico, podemos entender que o sistema nervoso informa


ao sistema endócrino as condições do meio externo e esse sistema faz a regulação
da resposta interna do organismo frente à externa. Voltaremos a nos aprofundar no
113
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

sistema nervoso no próximo tópico, o importante é que compreendemos a afinação


de trabalho em parceria entre esses dois sistemas (GUYTON; HALL, 2006).

Para obtermos bom entendimento, caro acadêmico, faremos uma breve


revisão conceitual das principais glândulas endócrinas, a classificação hormonal,
as características da resposta celular, solubilidade hormonal, mecanismo de ação
e controle da síntese hormonal existentes no corpo humano.

2.1 PRINCIPAIS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS


Na composição do sistema endócrino estão as glândulas endócrinas, que
são controladas pelo sistema nervoso por meio do hipotálamo, onde os sistemas
exercem inter-relações neuroendócrinas. Além do hipotálamo, encontramos a
hipófise (glândula pituitária, que controla o funcionamento de quase todo o corpo
humano). Ainda fazem parte do sistema endócrino a glândula tireoide, a glândula
paratireoide, as glândulas suprarrenais (ou adrenais), a glândula pineal, pâncreas
endócrino (ilhotas de Langerhans) e as gônadas (masculina e feminina) (GUYTON;
HALL, 2006).

FIGURA 65 - LOCAIS ANATÔMICOS DAS PRINCIPAIS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

FONTE: Disponível em: <http://www.ogrupo.org.br/glandulas_supra-renais.asp>.


Acesso em: 19 jul. 2016.

114
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

No quadro a seguir, caro acadêmico, esquematizamos um resumo das


principais glândulas endócrinas, quais são os hormônios produzidos por cada
uma, seus órgãos/tecidos-alvos e suas ações.

QUADRO 9 - PRINCIPAIS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS, HORMÔNIOS PRODUZIDOS, ÓRGÃOS/


TECIDOS-ALVOS E AÇÕES

GLÂNDULA E HORMÔNIO ÓRGÃO/TECIDO-


AÇÕES
SECRETADO ALVO

HIPOTÁLAMO/LIBERAÇÃO E
- Lobo anterior da - Estimula ou inibe a
INIBIÇÃO – HORMÔNIOS DA
hipófise secreção dos hormônios.
HIPÓFISE

HIPOTÁLAMO produz e - Estimula a contração.


o LOBO POSTERIOR DA - Útero - Estimula a ejeção do leite
HIPÓFISE libera e estoca: - Glândulas mamárias para os ductos.
Hormônio Antidiurético (ADH) - Rins (ductos coletores) - Estimula a reabsorção de
e Ocitocina água.
- Estimula o crescimento.
LOBO ANTERIOR DA -Estimula a síntese de
HIPÓFISE proteínas.
- Estimula a secreção do
- Hormônio do Crescimento - Geral leite
(GH) - Glândula mamária - Estimula a secreção de
- Prolactina - Glândula tireoide hormônios pelas glândulas
- Hormônio estimulante da - Córtex adrenal tireoides e o tamanho da
tireoide (TSH) tireoide.
- Hormônio - Estimula a secreção de
Adrenocorticotrópico (ACTH) hormônios corticais pela
adrenal.
- Controla o metabolismo
das proteínas, carboidratos
e gorduras.
- Reduz a excreção de sódio
CÓRTEX SUPRARRENAL
- Geral pelos rins.
- Hormônio Cortisol
- Sistema muscular - Aumenta a excreção de
- Hormônio Aldosterona
potássio.
- Os níveis de cortisol
interferem no ritmo
circadiano.

- Estimulam as funções das


- HORMÔNIOS
gônadas.
GONADOTRÓPICOS
- Estimulam o crescimento
- Gônadas dos folículos nos ovários
- Hormônio estimulante
durante a ovulação e
folicular (FSH)
estimulam a formação de
- Hormônio luteinizante (LH)
esperma nos testículos.

115
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

- Estimulam a velocidade
GLÂNDULA TIREOIDE do organismo.
- Tiroxina (T4) - Geral - Inibição da remoção de
- Tri-iodotiroxina (T3) - Ossos cálcio dos ossos quando o
- Calcitonina nível de cálcio no sangue
diminui.

- Promove a entrada de
glicose no tecido celular,
controlando o metabolismo
ILHOTAS DE LANGERHANS
dos carboidratos.
- Insulina - Pâncreas
- Estimulam o aumento
- Glucagon
da liberação hepática
da glicose nos líquidos
circundantes.

-Estimulam o
desenvolvimento dos
órgãos femininos,
das mamas e outras
características sexuais
OVÁRIOS
- Órgãos sexuais secundárias.
- Estrogênio
femininos - Estimulam a secreção
- Progesterona
de leite uterino pelas
glândulas endometriais
do útero, promovem o
desenvolvimento das
mamas.

- Estimula o crescimento
dos órgãos sexuais
TESTÍCULOS
masculinos, promove
- Testosterona - Testículos
o desenvolvimento das
características sexuais
secundárias.

- Estimula a absorção
GLÂNDULA PARATIREOIDE intestinal de cálcio, e
- Rins
excreção de cálcio pelos rins
- Ossos
- Paratormônio e a liberação de cálcio para
ossos.

- Promove o crescimento do
corpo lúteo, assim como a
secreção de estrogênio e de
progesterona.
PLACENTA
- Promove o crescimento
Gonadotropina, - Útero
das glândulas sexuais da
Estrogênio, Progesterona, - Mamas
mãe e alguns tecidos do
Somatomamotropina.
feto.
- Promove o
desenvolvimento do
endométrio uterino.
FONTE: Adaptado de: Guyton; Hall (2006)
116
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

Depois de entendermos, caro acadêmico, as principais glândulas


endócrinas, os hormônios produzidos por cada uma, seus órgãos/tecidos-alvos e
suas ações, veremos como são classificadas.

Na Classificação Hormonal, o sistema endócrino realiza constante interação


com o sistema nervoso, assistindo o controle neural para regulação do controle
hormonal ativando os órgãos-alvo (estrutura específica em que o hormônio atua
(os receptores)) e assegura a síntese proteica no metabolismo, a homeostasia no
meio ambiente interno, essencial para o bom funcionamento do corpo durante o
estado de repouso e exercício (BUENO; GOUVÊA, 2011).

E a Classificação Química Hormonal é realizada da seguinte forma: proteicos


e polipeptídeos, esteroides (derivados do colesterol) e amínicos (derivados dos
aminoácidos) (GONZALEZ; SILVA, 2006).

Proteicos e polipeptídeos: são os hormônios que se fixam na superfície,


produzidos pela hipófise (hormônios de crescimento, TSH, FSH, prolactina, LH),
paratireoides (PTH) e pâncreas (insulina e glucagon) (GONZALEZ; CERONI DA
SILVA, 2006).

Amínicos: são os hormônios derivados do aminoácido tirosina, que se fixam


na parte superior da membrana, ou por vezes atravessam-na, são os hormônios
produzidos pela medula, pela suprarrenal (adrenalina, cortisol) e pela tireoide (T3,
T4) (GONZALEZ; CERONI DA SILVA, 2006).

Esteroides: Esses hormônios atravessam a membrana, têm uma estrutura


originada do próprio colesterol, córtex suprarrenal (cortisol e aldosterona), ovários
(estrogênio e progesterona), testículos (testosterona) e a placenta (estrogênio e
progesterona) (GONZALEZ; CERONI DA SILVA, 2006).

Os hormônios mantêm o equilíbrio interno pelo balanço eletrolítico e ácido


básico trabalhando como reguladores fisiológicos, podendo acelerar ou diminuir
a velocidade das respostas celulares. Veremos a seguir quais são as características
de resposta celular, realizada pelos hormônios que se organizam numa divisão
estabelecida como: hormônios gerais e específicos (GUYTON; HALL, 2006).

Hormônios gerais: São os hormônios receptores encontrados em vários tipos


celulares (GUYTON; HALL, 2006).

Hormônios específicos: São os hormônios receptores encontrados em um


conjunto limitado de células (GUYTON; HALL, 2006).

Os hormônios, para que desempenhem suas funções com máxima


eficácia, precisam ser solúveis. Assim, estudaremos agora, caro acadêmico, a
solubilidade hormonal.

117
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

Os hormônios são solúveis em água e em lipídios. Os solúveis em água são


polares e são reconhecidos no exterior celular, entre eles glucagon, melatonina,
serotonina, histamina, adrenalina, dopamina (aminoácidos); FSH e LH (peptídeos)
e PTH, ADH, GH, insulina (proteínas). E os hormônios solúveis em lipídios são
apolares e são reconhecidos no interior da célula, no núcleo ou no citoplasma,
entre eles T3, T4 (originados dos aminoácidos) e cortisol, aldosterona, testosterona,
progesterona, estrógenos e andrógenos (originados do colesterol) (GUYTON;
HALL, 2006).

Agora que você viu as várias características das glândulas endócrinas,


vamos ver como funciona seu mecanismo de ação.

Os mecanismos de ação das glândulas endócrinas são realizados pelos


hormônios que agem como mensageiros químicos, sintetizados e armazenados nas
glândulas endócrinas, são liberados na corrente circulatória pelo processo exocitose
quando for solicitado (GUYTON; HALL, 2006). Exercem as funções de controlar a
velocidade das reações químicas celulares, interagindo com seu receptor específico,
que, por sua vez, emite um sinal intracelular, formando assim um segundo
mensageiro intracelular, gerando uma resposta biológica. Regulam o crescimento
e o desenvolvimento de certos órgãos, tais como sexuais e reprodutivos, nervosos
e mentais, influenciando no desenvolvimento da personalidade (GUYTON;
HALL, 2006). Os hormônios atuam por meio de receptores específicos presentes
nas células-alvo.

Depois de entender as várias características das glândulas endócrinas e


seu mecanismo de ação, vamos conhecer os hormônios e seus receptores (órgãos-
alvos).

São considerados receptores os Guanilil Ciclase (recebem o citosol); o


receptor Tirosina Cinase (aminoácidos tirosina); os receptores associados à ligação
de proteínas; os receptores tirosina fosfatases, que retiram o fosfato do aminoácido
tirosina das proteínas sinalizadoras, e os receptores serinas, que fosforizam as
proteínas nos aminoácidos serinas (GUYTON; HALL, 2006).

Os receptores são as células-alvo em que o hormônio se liga, interagindo


inicialmente na superfície externa da membrana plasmática das células-alvo, e
assim, após essa ligação ocorre a cascata bioquímica dentro da célula, alterando a
permeabilidade da membrana, e ativam as enzimas (adenilciclase e a guanilciclase)
que produzem o AMPc (adenosina monofosfato cíclica) (mediador comum dos
hormônios) e o GMPc (guanosina-monfosfato cíclico) (guanosina monofosfato
cíclico) (nucleotídeo que atua como segundo mensageiro), tendo o segundo
mensageiro como resposta ao hormônio primário que modificam e regulam
a velocidade da transcrição de genes específicos (GUYTON; HALL, 2006). Os
receptores não possuem componentes fixos, e por isso podem variar o número
de receptores para cada tipo de célula, e assim variar a intensidade da resposta
(GUYTON; HALL, 2006). Veremos, então, caro acadêmico, como são essas
respostas diante da prática do exercício físico.

118
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

A resposta das informações fornecidas pelo exercício é feita da seguinte


forma: pela secreção de hormônios por meio das glândulas exócrinas e endócrinas
do corpo inteiro, pela contração dos músculos esqueléticos e pela contração da
musculatura lisa interna dos órgãos (CANALI; KRUEL, 2001). O exercício físico
age como um estímulo para a secreção de alguns hormônios e como fator inibitório
para outros, e essas alterações hormonais ainda necessitam de mais estudos para
serem mais bem compreendidas (CANALI; KRUEL, 2001).

Entre as respostas hormonais ao exercício destacam-se a liberação do


GH, sendo nos treinos anaeróbios em que os níveis de GH são mais liberados, e
nos treinos aeróbios a liberação de GH é bem menor, isso porque nas condições
anaeróbias as adaptações necessárias realizam mais síntese tecidual do que nos
treinos aeróbios (CANALI; KRUEL, 2001). Também como resposta ao exercício há
a elevação dos níveis hormonais e liberação de ACTH, o cortisol, FSH, LH, ADH
(regulador da tonicidade dos líquidos corporais), glucagon, as catecolaminas,
testosterona, progesterona, estrogênio. Assim, entendemos que as respostas
hormonais aos exercícios são estimuladas tanto na prática de exercícios sem
frequência como bem mais nos praticados com regularidade (CANALI; KRUEL,
2001).

UNI

No estudo a seguir você pode conferir a interação dos receptores de hormônios


frente ao exercício e ao dano muscular, corroborando com nosso aprendizado.

FOSCHINI, D.; PRESTES, J.; CHARRO, M. A. Relação entre exercício físico, dano muscular e dor
muscular de início tardio. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano,
v. 9, n. 1, p. 101-106, 2007.
Disponível em: <http://sites.google.com/site/jailsonfisio/Exerciciofisicodanomuscularesoreness.
pdf>. Acesso em: 20 jul. 2016.

Agora, caro acadêmico, veremos as descrições de cada glândula e alguns


órgãos do sistema endócrino e sua relação com os exercícios físicos, sendo elas:
hipotálamo, hipófise, tireoide, paratireoide, suprarrenais, pâncreas e gônadas.

O complexo e importante sistema hipotálamo-hipófise é o que produz os


hormônios e os envia para as glândulas. Este eixo controla as funções vegetativas
e endócrinas do corpo. É extremamente exigido pelo sistema endócrino, onde
o hipotálamo faz a conexão do sistema nervoso com o endócrino, que libera
hormônios que são sintetizados na eminência mediana, local exato de ligação do
hipotálamo e hipófise (também conhecida como glândula pituitária), que por sua
vez direcionam para a sela túrsica, que compreende as áreas hipófise anterior (ou
adeno-hipófise, tem a função de receber os hormônios inibidores e a de liberação)
e a hipófise posterior (ou neuro-hipófise, tem a função de armazenar e distribuir os

119
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

hormônios recebidos do hipotálamo); com a adeno a ligação é realizada por meio


do eixo hipotálamo-hipófise, que utilizam um sistema de ligação via neuronal
(GUYTON; HALL, 2006).

Conhecido também como sistema porta-hipotálamo-hipófise, onde


vários elementos inibidores e liberadores são secretados neste sistema porta e
direcionados para síntese dos hormônios adeno-hipofisiários. E podemos imaginar,
caro acadêmico, que a função do hipotálamo seria como a de um intérprete dos
estímulos e a hipófise age como porta-voz destas informações hipotalâmicas,
aumentando ou diminuindo a secreção de hormônios (FOSCHINI; PRESTES;
CHARRO, 2007). Observe na figura a seguir, caro acadêmico, a localização desse
sistema hipotálamo-hipófise.

FIGURA 66 - COMPLEXO HIPOTÁLAMO, HIPÓFISE E EXERCÍCIO

FONTE: Disponível em: <http://corticoides.files.wordpress.com/2012/06/1.jpg>. Acesso em: 20


jul. 2016.

Os principais hormônios secretados pelo eixo hipotálamo-hipófise são:


hormônio liberador de tireotrofina (TRH); hormônio liberador de gonadotrofina
(GnRH); somatostatina ou hormônio inibidor do hormônio do crescimento
(GHIRH); hormônio liberador de hormônio do crescimento (GHRH); hormônio
liberador de corticotrofina (CRH); hormônio liberador de prolactina (PrlRH). E a

120
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

ocitocina (OC) e a arginina-vasopressina (AVP) para a neurohipófise (CANALI;


KRUEL, 2001).

A relação-interação dos exercícios com hormônios secretados a partir do


hipotálamo e hipófise acontece por fatores não osmóticos, o exercício estimula a
secreção de ADH (hormônio antidiurético) fazendo uma retenção hídrica, podendo
levar ao aumento da ingestão de líquidos, e posterior hiponatremia (baixo nível de
sódio no sangue) por exercício. Isso acontece pela capacidade do ADH de, durante
o exercício, realizar a modulação da osmolalidade sérica, sendo assim, durante a
realização de exercícios é importante a ingestão de líquidos para estimular a redução
dos níveis de ADH (GUYTON; HALL, 2006). Além de os exercícios estimularem o
aumento do cortisol, principalmente em exercícios intensos, estimular o GH para
obter aumento de massa magra (GUYTON; HALL, 2006).

UNI

Caro acadêmico! Acabamos de entender o eixo hipotálamo-hipófise como


parte atuante no sistema endócrino, e a seguir você verá a glândula tireoide e a relação
com o exercício físico.

A tireoide é uma glândula importante, porque tem como função a produção,


armazenamento e liberação dos seus próprios hormônios tireoidianos na corrente
sanguínea, localizada na base do pescoço, em formato de uma borboleta de asas
abertas, controlada pela glândula pituitária ou hipófise, utiliza o eixo hipotálamo-
hipófise na regulação de diversos órgãos corporais (GUYTON; HALL, 2006). Por
exemplo: as contrações cardíacas, o peristaltismo intestinal e a frequência das
evacuações, o metabolismo e a temperatura corporal, do humor, da memória, no
sistema ósseo e muscular e ainda interferindo na ovulação e no ciclo menstrual das
mulheres se houver qualquer disfunção na glândula tireoide (GUYTON; HALL,
2006).

Os hormônios formados na tireoide são os tiroxina ou tetraiodotironina


(T4 – quatro iodos) e tri-iodotironina (T3 – três iodos), determinam a velocidade
de trabalho celular (metabolismo), são impulsionados pelo TSH (hormônio
estimulante da tireoide) secretado pela hipófise anterior com função de estimular
o processo de captação do iodo, aumentar o metabolismo basal estimulado por um
aumento da necessidade de energia e do consumo de O2, e elevação da temperatura
corporal. Ainda auxiliam na elaboração de proteínas, favorecendo o crescimento e
inibem o sistema nervoso simpático (CANALI; KRUEL, 2001).

Durante a prática do treinamento físico, esses hormônios estimulam


a síntese de enzimas e produzem um aumento da massa de mitocôndrias,
importante em práticas que exijam resistência, porque geram energia nos músculos

121
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

e aumentam a força. O cérebro fica mais insensível à fadiga, aumentando o


desempenho e proporcionando efeitos positivos com exercício físico, pois quanto
maior o treinamento, maior será a produção do hormônio da tireoide, interferindo
no metabolismo das gorduras, aumentando os ácidos graxos livres no sangue
(CANALI; KRUEL, 2001).

FIGURA 67 - GLÂNDULA TIREOIDE

FONTE: Disponível em: <http://lh3.ggpht.com/FmiYSgUpe30/TsuyRmch4YI/


AAAAAAAAEQE/xJDeofx_LI/cap145_fig1%25255B3%25255D.
jpg?imgmax=800>. Acesso em: 20 jul. 2016.

UNI

Caro acadêmico! Agora que entendemos as características da glândula


tireoide, a seguir você verá a glândula paratireoide e sua relação com o exercício físico.

As glândulas paratireoides são compostas por quatro pequenas glândulas


endócrinas, de cor amarelada, estão dispostas na parte superior e inferior da face
posterior da glândula tireoide, sua função é secretar o hormônio paratireoide ou
paratormônio (PTH). Esse hormônio faz a regulação da concentração plasmática
do fosfato e do cálcio, responsável pelo equilíbrio metabólico do cálcio, canalizado
pela calcitonina e sua ação é nos órgãos-alvos intestino, rins e no sistema ósseo
(GUYTON; HALL, 2006). O PTH gera uma maior concentração de cálcio no trato
digestivo e ativa os osteoclastos, que liberam cálcio nos ossos, aumentando os
níveis de cálcio no sangue, sendo que a manutenção desses níveis é garantida pelo
efeito antagônico da calcitonina (regula a economia de cálcio), reduzindo o cálcio,
e o hormônio paratireoide eleva o cálcio no sangue. A ativação dos osteoclastos

122
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

e osteoblastos possibilita maior mineralização e desmineralização do osso


estimulado pela carga corporal, sendo que a falta desse hormônio pode causar
contrações musculares, e o contrário, pode levar à descalcificação dos dentes e
ossos (GHISELLI; JARDIM, 2007).

A relação do PTH com exercício ainda necessita de estudo, mas o fato é


que com a prática de um treinamento duradouro ocorre o estímulo ósseo, com
aumento da absorção de cálcio e a reabsorção pelos tubos renais, com consequente
fortalecimento ósseo, sendo esse o principal efeito de exercícios nas glândulas
paratireoides (CANALI; KRUEL, 2001).

FIGURA 68 - GLÂNDULAS PARATIREOIDES

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/


uploads/2010/08/glandula-paratireoides.jpg>. Acesso em: 20 jul.
2016.

Caro acadêmico! Acabamos de estudar as glândulas paratireoides. A


seguir você verá a importância das glândulas suprarrenais ou adrenais (córtex
adrenal e medula adrenal) e sua relação com o exercício físico.

As glândulas suprarrenais exercem funções vitais para o nosso organismo,


principalmente na regulação do metabolismo do sódio, potássio, da água e dos
carboidratos, assim como também regula os efeitos corporais sentidos pelo estresse
(variação da temperatura, tensão emocional, infecções e o próprio exercício físico)
e mantêm o equilíbrio do meio interno (homeostase) (GUYTON; HALL, 2006). Elas
estão localizadas sobre os rins, por isso recebem esse nome, secretam entre outros
hormônios a aldosterona, adrenalina e noradrenalina (GUYTON; HALL, 2006).

As glândulas suprarrenais são formadas por duas regiões e cada uma


delas é responsável pela produção de hormônios diferentes: a Medula Adrenal,
uma camada interna que secreta as catecolaminas (as principais são: adrenalina,
noradrenalina, dopamina, b-endorfina) que têm função pleiotrópica (mecanismo
genético controlador das características de um gene apenas) e o Córtex Adrenal,
camada externa que é dividida em três áreas, a glomerulosa (produz aldosterona,

123
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

desoxicorticoesterona e corticoesterona), a fascicular (produz cortisol,


corticoesterona e cortisona) e a reticular (produz os androgênios, hormônio
esteroide sexual masculino e o hormônio de-hidroepiandrosterina – DHEA)
(TORTORA; DERRICKSON, 2012).

As glândulas suprarrenais também formam um eixo complexo


hipotalâmico-hipófise-suprarrenal que é ativado em resposta à demanda orgânica
à qual o indivíduo foi exposto, por exemplo, um estado de tensão. Assim, as
catecolaminas produzem hormônios além do necessário, sobrecarregando e
hiperativando as suprarrenais, que por sua vez exigem da hipófise que reflete
no hipotálamo, provocando consequente diminuição das defesas imunológicas
(TORTORA; DERRICKSON, 2012).

As relações da prática do exercício físico com as glândulas suprarrenais são


relevantes, acelerando a síntese e a secreção das catecolaminas com consequente
aumento da atividade das glândulas suprarrenais, acelerando o metabolismo
e o aumento dos níveis de testosterona, assim como a regulação da lipólise
(transformação da gordura em energia) no tecido adiposo, e ainda a diminuição
de insulina (FRENCH et al., 2007). Os níveis de catecolaminas aumentam durante
o exercício físico, variando com a intensidade na prática, sendo a epinefrina a que
mais aumenta, seguida da noradrenalina, quando ao término do treinamento
os níveis de epinefrina se normalizam de imediato e os níveis da noradrenalina
persistem elevados por algumas horas. Acompanhando os níveis hormonais
também ocorrem a elevação do aporte sanguíneo e o acréscimo na força das
contrações cardíacas para suprir a imposição da atividade muscular (CANALI;
KRUEL, 2001).

FIGURA 69 - GLÂNDULAS SUPRARRENAIS

FONTE: Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/


conteudo_legenda/71f581317b3fcc47bdc754ef4ff95262.jpg>.
Acesso em: 22 jul. 2016.

124
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

UNI

Agora que entendemos o funcionamento das glândulas suprarrenais, a seguir


você verá a importância do pâncreas e sua relação com o exercício físico.

O pâncreas é um órgão importantíssimo, é uma glândula mista de


realização de secreção externa e interna. A externa apresenta a secreção do suco
pancreático, atuante no sistema digestivo e internamente participa na secreção
de dois hormônios essenciais, a insulina e o glucagon (GUYTON; HALL, 2006).
Essa secreção interna é realizada por um conjunto de células denominado de
Ilhotas de Langerhans (ou ilhotas pancreáticas). É um conjunto de células esféricas
que formam a parte exócrina do pâncreas e secretam insulina e glucagon para
a corrente sanguínea, sendo esses dois hormônios os principais reguladores dos
níveis de açúcar no sangue (GUYTON; HALL, 2006). As ilhotas pancreáticas são
constituídas por quatro tipos celulares diferentes: as células alfa (a), as células beta
(b), as células delta (d) e as células PP (F) (GUYTON; HALL, 2006).

As células a produzem e liberam o glucagon (é um polipeptídio que tem


como função elevar os níveis de glicemia), é antagonista da insulina, promove
a glicogenólise (a degradação do glicogênio) e o aumento da gliconeogênese
(conversão dos aminoácidos, lactato, piruvato e glicerol em glicose, isso acontece
no fígado e durante o estado de jejum), com liberação de moléculas de glicose na
corrente sanguínea; também diminui a síntese do colesterol pelo fígado, inibe a
reabsorção pelos rins e aumenta o débito cardíaco (GUYTON; HALL, 2006).

A insulina trabalha para que o índice glicêmico não supere os 160-180mg/


dl após a alimentação, e ainda intervém na reserva energética em forma de tecido
adiposo e participação no crescimento muscular e ósseo (GALVIN et al., 2014). As
células b secretam a insulina, hormônio anabólico, é uma proteína que age sobre o
metabolismo dos carboidratos, tem função contrária à do glucagon, diminui o nível
de açúcar no sangue, acelerando o transporte e a conversão da glicose, acelera os
movimentos dos aminoácidos e diminui a conversão do glicogênio em glicose no
fígado (GUYTON; HALL, 2006).

Já as células d, caro acadêmico, são produtoras de somatostatina, inibidoras


da secreção de insulina e glucagon, diminuem a motilidade da vesícula biliar, do
estômago e do duodeno, e nas células F está contido o polipeptídio pancreático
(PP), que é liberado no plasma durante a alimentação pelas proteínas e gorduras, e
tem como função a inibição do estímulo gástrico e a secreção exócrina do pâncreas
(GUYTON; HALL, 2006).

Caro acadêmico! Cabe aqui ressaltar a relevância da insulina e do glucagon


para o metabolismo dos carboidratos, eles controlam os níveis de produção e
degradação da glicose, que possuem efeitos contrários em diversos processos
125
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

enzimáticos no fígado, sendo estimulados pelos exercícios físicos, quando os


músculos secretam uma substância chamada Interleucina 6 (IL-6), que aumenta a
sobrevida das células pancreáticas produtoras de insulina, o que é extremamente
importante no controle da diabetes (PAULA et al., 2015).

FIGURA 70 - DEMONSTRAÇÃO DA ILHOTA DE LAGERHANS, CÉLULAS E PÂNCREAS

FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/b_Gu2Em2s50/UU_PBhQcRWI/


AAAAAAAAAtw/dRugDnXcY2M/s1600/diabetes-pancreas.gif>. Acesso em: 23
jul. 2016.

UNI

Caro acadêmico! A seguir sugerimos uma leitura de artigo muito interessante:


GALVIN, E. A.; NAVARRO, F.; GREATTI, V. R. A importância da prática do exercício físico para
os portadores de Diabete Mellitus: uma revisão crítica. Salusvita, v. 33, n. 2, p. 209-222, 2014,
onde os autores abordam profundamente a questão da insulina e os benefícios do exercício.
Você poderá encontrar o artigo no link a seguir:
<http://www.usc.br/biblioteca/salusvita/salusvita_v33_n2_2014_art_05.pdf>. Acesso em: 23 jul.
2016.

O nosso organismo tem uma leitura para o exercício físico, interpreta como
um estresse, e para responder a esse estímulo, já que todas as suas funções orgânicas
estão sendo exigidas e alteradas, imediatamente ocorre um aumento na secreção
hormonal. E um desses hormônios é o glucagon, que em resposta ao exercício
aumenta a concentração de glicose por meio da glicogenólise e gliconeogênese,
liberando o próprio glucagon e a glicose durante todo o período do treinamento na
corrente sanguínea, entendendo que com a prática do exercício há uma elevação
do glucagon e um declínio da insulina (PAULA et al., 2015).
126
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

FIGURA 71 - ESTRUTURA QUÍMICA DO GLUCAGON

FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/KGd7koGjsvg/TrWbIxU0qNI/


AAAAAAAAAjk/Lw8txmmt8L0/s1600/imagem%2B1.png>. Acesso em: 23
jul. 2016.

O hormônio insulínico aumenta sua produção em resposta ao aumento dos


níveis circundantes de glicose, com consequente captação periférica de carboidratos
para os músculos e adipócitos. Assim podemos dizer, caro acadêmico, que um dos
benefícios do exercício físico é a indução de captação de glicose pelos músculos,
regulando o aumento da sensibilidade à insulina em nível muscular, estimulando
o transporte da glicose no músculo esquelético, GLUT4 (substância que realiza
o transporte da glicose), e proporciona efeito potencializador na fosforilação
do IRS-2 (substrato do receptor de insulina) (ROPELLE et al., 2005). Assim,
entendemos que a relação da insulina com o exercício físico é expressiva, pois a
prática de exercício físico viabiliza o aumento da sinalização da insulina pelos
transportadores de GLUT4, aumentando a fosforilação do receptor de insulina,
favorecendo e otimizando a captação de insulina, baixando a síntese e a secreção
de insulina, diminuindo o tamanho da célula adiposa, sinalizando efeitos positivos
do exercício físico para o organismo humano (ROPELLE et al., 2005).

FIGURA 72 - ESTRUTURA QUÍMICA DA INSULINA

FONTE: <http://es.123rf.com/photo_13207592_la-insulina-humana-estructura-quimica-
estilizada.html>. Acesso em: 23 jul. 2016.
127
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

UNI

Então, nós podemos entender que um indivíduo estando alimentado ocorre


produção de insulina, e se estiver num estado de jejum, produz glucagon.

Caro acadêmico! Acabamos de entender a composição e funcionamento


do pâncreas. A seguir você verá a importância das glândulas gônadas e sua
relação com o exercício físico.

As glândulas gônadas são as glândulas sexuais, representadas no corpo


da mulher pelos ovários e no corpo do homem pelos testículos. Têm a importante
função de produzir gametas e liberar hormônios específicos que possibilitam o
desenvolvimento sexual e reprodutivo (GUYTON; HALL, 2006). As gônadas
estimuladas pela hipófise produzem: FSH (hormônio estimulante folicular, estimula
a maturação do folículo na mulher e no homem a formação dos espermatozoides),
LH (hormônio luteinizante, desenvolve o corpo lúteo no ovário feminino após
a fase fértil, preparando para possível gravidez, ovulação, e no homem produz
testosterona) e o LTH (hormônio luteotrofina, crescimento mamário, participa no
aleitamento materno e estimula maior produção de hormônios) (GUYTON; HALL,
2006).

A glândula gônada masculina (os testículos) produz a testosterona, que


possibilita os caracteres sexuais masculinos (pelos, voz grave, libido, crescimento
da próstata) e produção de espermatozoides, e se ocorrer alguma disfunção, isso
acarretará alterações na puberdade, como um atraso, e na fase adulta possível
infertilidade, diminuição da libido e impotência (GUYTON; HALL, 2006). Já a
glândula gônada feminina, os ovários, comandados pela hipófise e hipotálamo,
produzem os hormônios estrogênio e progesterona, que regulam o ciclo menstrual
e acertos fisiológicos durante a gravidez, bem como definem as características
femininas (GUYTON; HALL, 2006).

Se essas características sofrerem qualquer disfunção, esta poderá refletir


em todas as fases etárias da mulher. Na puberdade, alteram a regularidade
menstrual, podendo evoluir para possível infertilidade futura, até mesmo na fase
da menopausa, com a cessação da produção hormonal, podendo desencadear
osteoporose (GUYTON; HALL, 2006). Assim, a relação do exercício físico com
as gônadas é bastante significativa, pois seus benefícios auxiliam no alívio dos
sintomas provocados pela tensão pré-menstrual na mulher, e no homem estimula
a produção de esperma (GUYTON; HALL, 2006).

Ainda na prática de um treinamento muito intenso podem ocorrer alguns


desajustes hormonais, tanto na mulher como no homem. Na mulher, uma alta
intensidade de exercícios físicos interfere diretamente em seu ciclo menstrual.

128
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

Atletas femininas têm um índice muito baixo de gordura, o que impossibilita a


síntese dos hormônios esteroides (estrógeno e progesterona); assim, as paredes do
útero e o endométrio não sofrem o espessamento necessário, e mesmo que tenha
óvulo, este não é liberado, pelo fato de a área não estar preparada, e com isso essas
atletas não menstruam, são amenorreicas, por que o hormônio não foi induzido
(CANALI; KRUEL, 2001). Já nos homens a alteração hormonal é inversa, ocorre um
aumento da produção de testosterona pela alta intensidade de treinamento físico,
o que faz com que aumente a síntese proteica que resulta no aumento gradual e
proporcional da massa muscular, gerando potência e força muscular (CANALI;
KRUEL, 2001).

FIGURA 73 - GÔNADAS MASCULINAS E FEMININAS


Útero

Tuba
Uterina
Veias dilatadas do Ovário
Pênis cordão espermático

Testículo

FONTE: Disponível em: <http://cdn3.slideserve.com/5384319/slide1-n.jpg>. Acesso em: 25 jul. 2016.

Caro acadêmico, você acabou de estudar composição e funcionamento


das glândulas gônadas. A seguir você entenderá os mecanismos de feedback
(retroalimentação) que acontece no sistema endócrino.

Todo o nosso organismo utiliza os sistemas de feedback, e o sistema


endócrino não é diferente, passa por várias alterações e processos fisiológicos para
manter o funcionamento estável. Esses processos são contidos por um mecanismo
de regulação denominado feedback ou retroalimentação, ou ainda, retroação. Este
mecanismo corresponde a um autocontrole do organismo, faz a regulagem dos
níveis de hormônios atuantes na corrente sanguínea, equilibrados pela estimulação
(ativados) ou inibição (desativados) deste mecanismo, conforme necessidade do
corpo, podendo ser positivo ou negativo (GHISELLI; JARDIM, 2007).

Vamos pensar em um exemplo para podemos elucidar esse mecanismo:


quando o nível de um hormônio qualquer estiver baixo na corrente sanguínea,
o trajeto de produção é imediatamente ativado para que tudo se restabeleça; e
vice-versa: quando os níveis de hormônios estiverem muito elevados, a via de
comunicação de produção é desativada, sendo estes os mecanismos de feedback
(GHISELLI; JARDIM, 2007).

Um feedback positivo ocorre quando um determinado órgão estimula


outro órgão, e este, por ação de seus produtos, retroestimula o órgão primário,
intensificando-o, o feedback positivo acelera a produção do produto. Mas se não

129
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

existisse um mecanismo de equilíbrio, sinalizando que o trabalho já é suficiente, o


mesmo ficaria sempre no retrabalho, que o levaria à falência, para tanto, o feedback
negativo atua em contrapartida do feedeback positivo, equilibrando-o, porque o
feedback positivo gera modificação e o feedback negativo, estabilidade (GHISELLI;
JARDIM, 2007). O feedback positivo necessita de estímulo constante para acontecer,
por exemplo, no período da lactação, quando a sucção do neném estimula a
secreção de mais e mais prolactina, e em resposta ocorre o aumento do leite; assim
que o desmame é realizado, termina o estímulo e acaba a produção. E o feedback
negativo ocorre quando um órgão estimula outro órgão, então esse segundo órgão
inibe a ação do primeiro órgão estimulado, ou seja, o estímulo inibe seu próprio
estimulante, para contrabalancear, manter o equilibrio e fechar o ciclo (GHISELLI;
JARDIM, 2007).

Perceba, na figura a seguir, que a hipófise estimula o hormônio estimulante


da tireoide (TSH), que estimula a produção dos hormônios tireoidianos T3 e
T4 produzidos na tireoide, que por sua vez os libera na corrente sanguínea, e o
mecanismo de feedback entra em ação controlando o excesso ou a insuficiência de
sua produção (NEVES et al., 2007). Podemos citar outros exemplos de feedback
negativo, que são os que ocorrem com mais frequência no corpo humano, como a
regulação da glicemia, da pressão arterial, da pressão parcial de CO2, entre outros
(NEVES et al., 2007).

FIGURA 74 - MECANISMO DE FEEDBACK

Hipófise
TSH

Retroalimentação
Estimula a Inibe a produção
produção de TSH,
de T3 e T4 controlando
(hormônios a secreção
tiroidianos) de T3 e T4

T3
T4

FONTE: Disponível em: <http://www.colegioweb.com.br/sistema-


hormonal/feedback-ou-retroalimentacao.html>. Acesso em:
26 jul. 2016.

130
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

UNI

Agora, acadêmico, que você leu e compreendeu como o sistema endócrino


é dividido e quais são suas funções, vamos estudar no quadro a seguir as características
hormonais e os benefícios do exercício físico, para obtermos um entendimento geral do
funcionamento deste sistema complexo.

QUADRO 10 - CARACTERÍSTICAS HORMONAIS E OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO (E.F.)


Glândula Hormônio Efeitos Hormonais Benefício do E.F.

Aumenta com
Estimula o
a proporção de
crescimento tecidual;
exercícios, aumenta
GH e Somatropina Mobiliza os ácidos
a gliconeogênese e
graxos para ganho de
diminui o consumo
energia.
de glicose.

Estimula a liberação Aumenta com a


(TSH) Tireotropina de tiroxina pela intensidade do
tireoide. exercício.

Aumenta com o
Estimula a
exercício prolongado
produção e a
ACTH e intenso; aumenta
liberação de cortisol,
Adrenocorticotrópico, a gliconeogênese,
aldosterona e mais
corticotropina. diminui a síntese
alguns hormônios
proteica e a captação
Hipófise suprarrenais.
da glicose.
Anterior

Estimula a liberação
Não acontecem
Gonadotrópico de tiroxina pela
modificações.
tireoide.

Atuam na produção
de estrogênio
Aumenta com a
e progesterona
FSH e LH intensidade do
pelos ovários, e de
exercício.
testosterona pelos
testículos.

Aumenta com a
Inibe a testosterona
intensidade de
PRL (Prolactina) e mobiliza os ácidos
exercícios de longa
graxos.
duração.

131
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

Aumenta com a
Controla a secreção
ADH (Vasopressina) intensidade de
de água pelos rins.
exercícios.

Hipófise Estimulam os
posterior músculos do útero
e das mamas,
Ocitocina Desconhecidos.
importantes no
trabalho de parto e na
lactação.

Promove o
catabolismo dos
ácidos graxos e das
proteínas; conserva Aumenta somente
Cortisol e a glicose no sangue: com exercício
Corticoesterona antagonista da intenso e diminui
Córtex insulina; exerce com exercício leve.
suprarrenal efeitos anti-
inflamatórios com a
adrenalina.

Promove a retenção Aumenta com a


Aldosterona de sódio, potássio e intensidade do
água pelos rins. exercício.

Aumenta com a
Facilita a atividade intensidade do
simpática; eleva exercício (moderado
o débito cardíaco; e intenso); aumenta
regula os vasos a glicogenólise
Medula Adrenalina/
sanguíneos; aumento (adrenalina),
suprarrenal Noradrenalina
do catabolismo aumenta lipólise, a
do glicogênio e a frequência cardíaca,
liberação de ácidos o volume de ejeção
graxos. e a resistência
vascular.

Aumenta com a
intensidade do
Estimula a taxa
exercício; aumenta
metabólica; regula
T4 e T3 a taxa metabólica; o
o crescimento e a
GH, os ácidos graxos
Tireoide atividade das células.
livres e aumenta os
aminoácidos.

Reduz a concentração
Calcitonina Desconhecido.
plasmática de cálcio.

132
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

Promove o transporte
dos carboidratos,
Aumenta com a
aminoácidos e ácidos
intensidade do
graxos para dentro
Insulina exercício.
das células; aumenta
Aumenta a captação
o catabolismo dos
de glicose.
carboidratos e reduz
Pâncreas a glicose sanguínea.

Promove a liberação
da glicose do Aumenta com a
fígado para o intensidade do
Glucagon sangue, aumenta o exercício;
metabolismo lipídico Aumenta a
e reduz os níveis de gliconeogênese.
aminoácidos.

Aumenta com a
Eleva o cálcio
intensidade do
Paratireoides Paratormônio sanguíneo e reduz o
exercício de longa
fosfato.
duração.

Aumenta com
a intensidade
do exercício, é
Controla o ciclo dependente do
menstrual, provoca ciclo menstrual;
aumento no depósito ocorre variação dos
Estrogênio e
Ovários de gordura corporal níveis de açúcar no
progesterona
e acentua as sangue, podendo
características sexuais ocorrer aumento
femininas. ou diminuição da
glicemia e aumento
do depósito de
gordura.

Controla o aumento
do volume muscular; Aumenta com a
provoca o aumento intensidade do
do número das exercício; aumenta
Testículos Testosterona hemácias, reduz a a síntese proteica;
gordura corporal; aumenta a produção
acentua as de espermatozoides
características sexuais e a libido.
masculinas.
Aumenta com a
Estimula a secreção
Rins Renina intensidade do
da aldosterona.
exercício.
FONTE: (FUNDAÇÃO Vale, 2013) (Adaptado de McARDLE et al. (2011); ROBERGS; ROBERTS (2002)

133
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

Caro acadêmico! Não se esgotam aqui os estudos sobre o sistema endócrino


e suas caraterísticas hormonais. Tão somente introduzimos, nesse tópico, os
princípios e as considerações fundamentais que regem este sistema. Cabe ainda
um aprofundamento no assunto com pesquisas e leituras mais específicas, e
se assim for do seu entendimento, por ora conseguimos compreender que o
sistema endócrino muito se favorece com a prática de exercícios físicos regulares,
independentemente das modalidades, oportunizando diversos benefícios para um
corpo e mente saudáveis.

LEITURA COMPLEMENTAR

Veja a pesquisa sobre “Cortisol e atividade física: será o estresse um


indicador do nível de atividade física espontânea e capacidade física em idosos?”

Leia parte do artigo escrito por Fabiane de Castro Vaz et al., (2013), que
realizou um levantamento bibliográfico na base de dados Medline, por artigos
publicados nos últimos cinco anos que demonstraram as potenciais associações
entre o cortisol e a atividade física em idosos.

Se quiser visualizar o artigo na íntegra, acesse: <http://www.ambr.org.br/


wp-content/uploads/2014/07/10_Cortisol.pdf>. Acesso em: 26 de julho de 2016.

Resumo: O envelhecimento pode ser compreendido como processo


fisiológico natural, integrante do ciclo de vida do ser humano, que cursa com
diminuição progressiva das reservas funcionais individuais. Condições de
sobrecarga física, como na vigência de doenças diversas, na ocorrência de acidentes
e/ou em quadros de importante tensão emocional, podem, de forma isolada ou
conjunta, ocasionar uma condição clínica que necessite de assistência especializada
a essa população específica. Nesse contexto, indaga-se: haverá associação entre o
estresse e grau de atividade física espontânea em idosos?

Considerando-se o fato de que atividade física regular propicia importantes


benefícios para a saúde, que o estresse crônico pode ter associação com o aumento
na incidência de doenças crônico-degenerativas e o crescimento do contingente
populacional de idosos em todo o mundo, julga-se relevante considerar essas
possíveis associações no contexto da atenção à saúde do idoso.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),


existem atualmente no Brasil aproximadamente 20 milhões de pessoas com idade
acima de 60 anos, o que representa pelo menos 10% da população brasileira.
Segundo projeções estatísticas da Organização Mundial da Saúde – OMS, no
período de 1950 a 2025 o grupo de idosos no país deverá aumentar em 15 vezes
e, na população total, esse crescimento será de apenas cinco vezes. Essa previsão
coloca o Brasil no sexto lugar mundial quanto ao contingente de idosos, que
poderá alcançar, em 2025, cerca de 32 milhões de idosos. Portanto, o crescente

134
TÓPICO 2 | APRIMORAMENTO DA CAPACIDADE ENERGÉTICA II

envelhecimento da população traz à tona a necessidade de identificação de fatores


de risco potencialmente modificáveis que possam se associar ao surgimento de
incapacidades físicas nesses indivíduos.

FUNÇÃO NEUROENDÓCRINA NO IDOSO: O envelhecimento não é


um processo homogêneo, e os sistemas orgânicos podem ser influenciados por
múltiplos fatores, incluindo os genéticos, escolhas de estilo de vida e diferentes
exposições ambientais. Um estudo realizado com gêmeos dinamarqueses indica
que a genética é responsável por cerca de 25 por cento da variação de longevidade
entre gêmeos, e fatores ambientais representaram cerca de 50 por cento desse
processo. No entanto, deve-se observar que, em se tratando de maior longevidade,
da ordem de 90 anos etários ou mais, as influências genéticas tendem a se tornar
mais importantes. Ao longo do processo de envelhecimento ocorre perda funcional
nos sistemas cardiovascular, nervoso, imunitário e endócrino.

Por seu papel regulador de diversas funções orgânicas, o sistema


endócrino ganha especial destaque. Dentre as alterações endócrinas relacionadas
ao envelhecimento, incluem-se a diminuição das concentrações do hormônio
de crescimento (GH), dos esteroides sexuais (testosterona, estrógenos e
progesterona) e alterações na secreção dos hormônios adrenais, como o cortisol,
deidroepiandrosterona (DHEA) e sua forma sulfatada (SDHEA). Essas alterações
estão associadas direta ou indiretamente a graus variados de perda de massa óssea
e muscular, disfunção cognitiva, alterações de memória, dentre outras perdas
funcionais relacionadas ao envelhecimento. Assim, eventualmente, as alterações
hormonais próprias do idoso podem associar-se a desfechos indesejáveis à
saúde, em decorrência das modificações dos processos metabólicos relacionados
ao envelhecimento. Assim como acontece com o sistema endócrino, a função
imunitária é alterada com o envelhecimento e o consequente estresse crônico a
ele associado. É bem estabelecido que a mudança gradual e natural no sistema
imunitário, chamada imunossenescência, conduz à progressiva diminuição na
capacidade orgânica, levando à desregulação imune substancial. Assim, os idosos
tornam-se mais vulneráveis e mais susceptíveis a doenças, com risco aumentado
de desenvolvimento ou progressão de doenças inflamatórias.

Tem-se que a resposta ao estresse fisiológico é papel da interação dinâmica


entre os sistemas nervoso, endócrino e imunitário, destina-se a promover a
adaptação e o equilíbrio diante das diversas adversidades ambientais e físicas.
Estressores psicológicos, como a preocupação, a ansiedade e a percepção de
falta de controle, são importantes ativadores dos sistemas neuroendócrinos de
adaptação ao estresse. É importante ressaltar que o estresse, independentemente
do envelhecimento, é considerado um dos fatores de maior impacto negativo sobre
a saúde, podendo resultar em aumento da incidência de obesidade, diabetes melito
tipo II, e doença cardiovascular. Tais evidências são consonantes com o papel
fisiológico do cortisol, considerado o principal mediador da resposta adaptativa
ao estresse, o qual está envolvido em diversas outras funções essenciais, como
o metabolismo energético, a regulação do sistema imunitário e o metabolismo
ósseo. Diante das associações diretas entre a resposta adaptativa ao estresse e o
envelhecimento, várias linhas de pesquisa têm buscado estratégias que possam
135
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

minimizar os efeitos deletérios sobre a função física global que sejam atribuíveis
não apenas ao estresse, mas também ao processo de senescência propriamente
dito. Dentre elas, a prática de exercícios físicos e/ou a mudança no estilo de vida
para uma vida mais ativa podem contribuir para redução dos efeitos negativos da
senescência e do estresse em indivíduos idosos. Nesse contexto, a avaliação das
potenciais relações entre a secreção de cortisol e a atividade física espontânea em
idosos requer especial consideração.

FONTE: Disponível em: <http://www.ambr.org.br/wp-content/uploads/2014/07/10_Cortisol.pdf>.


Acesso em: 26 jul. 2016.

136
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:

• O sistema endócrino é um sistema de regulação importante para o organismo


humano, modulando e integrando as funções corporais.

• Esse sistema é composto por um conjunto de órgãos hospedeiros GLÂNDULAS


ENDÓCRINAS, as quais produzem substâncias químicas sintetizadas,
mensageiros químicos HORMÔNIOS.

• O sistema nervoso informa ao sistema endócrino as condições do meio externo e


esse sistema faz a regulação da resposta interna do organismo frente à externa.

• Na composição do sistema endócrino estão as glândulas endócrinas, que são


controladas pelo sistema nervoso por meio do hipotálamo, onde os sistemas
exercem inter-relações neuroendócrinas.

• As principais glândulas endócrinas controladas pelo sistema nervoso são


hipotálamo, hipófise (glândula pituitária) e as glândulas reguladas pelo próprio
sistema endócrino, a glândula tireoide, a glândula paratireoide, as glândulas
suprarrenais (ou adrenais), a glândula pineal, pâncreas endócrino (ilhotas de
Langerhans) e as gônadas (masculina e feminina).

• Hormônios são divididos em gerais, que são os hormônios receptores encontrados


em vários tipos celulares, e em hormônios específicos, que são os hormônios
receptores encontrados em um conjunto limitado de células.

• Os hormônios são solúveis em água e em lipídios. Os solúveis em água são


polares e são reconhecidos no exterior celular, entre eles glucagon, melatonina,
serotonina, histamina, adrenalina, dopamina (aminoácidos); FSH e LH
(peptídeos) e PTH, ADH, GH, insulina (proteínas).

• E os hormônios solúveis em lipídios são apolares e são reconhecidos no


interior da célula, no núcleo ou no citoplasma, entre eles T3, T4 (originados dos
aminoácidos) e cortisol, aldosterona, testosterona, progesterona, estrógenos e
andrógenos (originados do colesterol).

• Os mecanismos de ação das glândulas endócrinas são realizados pelos


hormônios que agem como mensageiros químicos, sintetizados e armazenados
nas glândulas endócrinas, são liberados na corrente circulatória pelo processo
exocitose quando for solicitado.

• O exercício físico age como um estímulo para a secreção de alguns hormônios e


como fator inibitório para outros.

137
• Entre as respostas hormonais ao exercício destacam-se a liberação do GH, sendo
nos treinos anaeróbios quando os níveis de GH são mais liberados.

• Nos treinos aeróbios a liberação de GH é bem menor, isso porque nas condições
anaeróbias as adaptações necessárias realizam mais síntese tecidual do que nos
treinos aeróbios.

• O complexo e importante sistema hipotálamo-hipófise é o que produz os hormônios


e os envia para as glândulas, este eixo controla as funções vegetativas e
endócrinas do corpo.

• A tireoide é uma glândula importante, porque tem como função a produção,


armazenamento e liberação dos seus próprios hormônios tireoidianos na
corrente sanguínea; localizada na base do pescoço, em formato de uma borboleta
de asas abertas, controlada pela glândula pituitária ou hipófise, utiliza o eixo
hipotálamo-hipófise na regulação de diversos órgãos corporais.

• As glândulas paratireoides são compostas por quatro pequenas glândulas


endócrinas, de cor amarelada, estão dispostas na parte superior e inferior da face
posterior da glândula tireoide, sua função é secretar o hormônio paratireoide ou
paratormônio (PTH).

• As glândulas suprarrenais exercem funções vitais para o nosso organismo,


principalmente a regulação do metabolismo do sódio, potássio, da água e dos
carboidratos, como também regulam os efeitos corporais sentidos pelo estresse
(variação da temperatura, tensão emocional, infecções e o próprio exercício
físico) e mantêm o equilíbrio do meio interno (homeostase).

• O pâncreas é uma glândula mista de realização de secreção externa e interna; a


externa apresenta a secreção do suco pancreático, atuante no sistema digestivo,
e internamente participa na secreção de dois hormônios essenciais, a insulina e
o glucagon.

• As glândulas gônadas são as glândulas sexuais representadas no corpo da


mulher pelos ovários e no corpo do homem pelos testículos, têm a importante
função de produzir gametas e liberar hormônios específicos que possibilitam o
desenvolvimento sexual e reprodutivo.

138
AUTOATIVIDADE

Agora responda às questões a seguir e teste seu conhecimento.

1 Os mensageiros químicos ativam os sistemas enzimáticos e estimulam


a atividade secretória, induzindo a síntese das gorduras e proteínas que
são liberadas para a corrente sanguínea. De que se trata? Com base nesse
conhecimento, assinale a informação correta:

a) ( ) Baço.
b) ( ) Glicogênio.
c) ( ) Hormônios.
d) ( ) Células-alvo.

2 Com relação ao hipotálamo e à hipófise, qual é o órgão/tecido-alvo e sua


ação? Assinale a alternativa correta:

a) ( ) Córtex suprarrenal realiza liberação e inibição – hormônios da hipófise –


célula-alvo: lobo posterior da hipófise – Ação: Estimula ou inibe a secreção
dos hormônios.
b) ( ) Hipotálamo realiza liberação e inibição – hormônios da hipófise – célula-
alvo: lobo anterior da hipófise – Ação: Não realiza a secreção dos hormônios.
c) ( ) Hipotálamo realiza liberação e inibição – hormônios das gônadas – célula-
alvo: lobo superior da hipófise – Ação: Estimula ou inibe a secreção dos
hormônios.
d) ( ) Hipotálamo realiza liberação e inibição – hormônios da hipófise – célula-
alvo: lobo anterior da hipófise – Ação: Estimula ou inibe a secreção dos
hormônios.

3 Como a classificação química hormonal é organizada?

a) ( ) São classificados em: lipídicos e polipeptídeos; amínicos; esteroides.


b) ( ) São classificados em: proteicos e polipeptídeos; amínicos; esteroides.
c) ( ) São classificados em: proteicos e enzimas; amínicos; esteroides.

4 A tireoide é controlada pela glândula pituitária e utiliza um eixo para sua


regulação. Qual é esse eixo e quais órgãos corporais regula?

a) ( ) Eixo hipotálamo-hipófise e regula as contrações cardíacas, o peristaltismo


intestinal e a frequência das evacuações, o metabolismo e a temperatura
corporal, entre outros.
b) ( ) Eixo hipófise-pituitária e regula as contrações cardíacas, o peristaltismo
da derme e a frequência das evacuações, o metabolismo e a temperatura
corporal, entre outros.

139
c) ( ) Eixo hipotálamo-paratireoide e regula as contrações cardíacas, o
peristaltismo intestinal e a frequência das micções, o metabolismo e a
temperatura corporal, entre outros.
d) ( ) Eixo hipotálamo-hipófise e regula as contrações cardíacas, o peristaltismo
dos brônquios e a frequência das evacuações, o metabolismo e a elevação da
temperatura corporal, entre outros.

5 As glândulas ....................... são formadas por duas regiões e cada uma


delas é responsável pela produção de hormônios diferentes, a.................
................., uma camada interna que secreta as ...................................... (as
principais são: adrenalina, noradrenalina, dopamina, endorfina) que têm
função pleiotrópica (mecanismo genético controlador das características
de um gene apenas) e o ................................, camada externa que é dividida
em três áreas: a glomerulosa (produz aldosterona, desoxicorticoesterona e
corticoesterona), a fascicular (produz cortisol, corticoesterona e cortisona) e
a reticular (produz os androgênios, hormônio esteroide sexual masculino e
o hormônio de-hidroepiandrosterina – DHEA) (TORTORA; DERRICKSON,
2012).

Assinale a alternativa certa que preenche a citação acima:


a) ( ) Supraparatireoide, medula espinhal, catecolaminas e córtex adrenal.
b) ( ) Suprarrenais, medula adrenal, colaminas e córtex frontal.
c) ( ) Suprarrenais, medula adrenal, catecolaminas e córtex adrenal.
d) ( ) Supraciliar, medula oblonga, colaminas e córtex adrenal.

140
UNIDADE 2
TÓPICO 3

CONTROLE NEURAL E DA FORÇA


RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico você entenderá a relação entre sistema nervoso e
neuromuscular, pelo fato do sistema muscular ser uma das funções do sistema
nervoso. Além de entender como a adaptação neural é importante e predomina
nas fases iniciais do treinamento de força, e nas fases intermediárias e avançadas
passa a ser prioridade a adaptação muscular, ou seja, os fatores hipertróficos
reduzem a ação neural, em relação ao início do treinamento.

2 SISTEMA NERVOSO E SUA RELAÇÃO COM O


MOVIMENTO HUMANO
O sistema nervoso é uma rede intrincada e altamente organizada de bilhões
de neurônios e neuróglia e possui como estruturas “o encéfalo, os nervos cranianos
e seus ramos, a medula espinal, os nervos espinais e seus ramos, os gânglios, os
plexos entéricos e os receptores sensitivos” (TORTORA; DERRICKSON, 2012, p.
237). Veja essas estruturas na figura a seguir:

FIGURA 75 - PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO SISTEMA NERVOSO

SNC
Encéfalo

Medula
espinhal

FONTE: Tortora; Derrickson (2012, p. 238)

141
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

Segundo Tortora e Derrickson (2012, p. 239), “o sistema nervoso exerce um


conjunto complexo de tarefas”, como produzir a fala, sentir os diversos odores,
lembrar eventos passados, e também fornece sinais que controlam os movimentos
corporais e regula o funcionamento dos órgãos internos. O sistema nervoso possui
três funções básicas:

Função sensitiva: os receptores sensitivos detectam estímulos internos,


como um aumento na acidez sanguínea, e estímulos externos, como
um pingo de chuva batendo em seu braço. Essa informação sensitiva
é então levada até o encéfalo e à medula espinhal por meio dos nervos
cranianos e espinais. Função integradora: o sistema nervoso integra
(processa) a informação sensitiva, analisando e armazenando uma
parte dela e tomando decisões para as respostas apropriadas. Uma
função integradora importante é a percepção, a consciência do estímulo
sensitivo. A percepção ocorre no encéfalo. Função motora: uma vez que
a informação sensitiva é integrada, o sistema nervoso pode provocar
uma resposta motora adequada ativando os efetores (músculos e
glândulas) por meio dos nervos cranianos e espinais. A estimulação dos
efetores causa contração muscular e secreção das glândulas (TORTORA;
DERRICKSON, 2012, p. 239).

Caro acadêmico! Você poderia se perguntar: por que estudar o sistema


nervoso se esse tópico fala de sistema motor e movimento? Mas, como vimos
acima, a função motora faz parte do sistema nervoso, como uma de suas três
funções e, consequentemente, de todo movimento humano.

“O sistema nervoso consiste em duas partes principais: o sistema nervoso


central (SNC), que consiste no cérebro e na medula espinhal, e o sistema nervoso
periférico (SNP), que consiste nos nervos que transmitem a informação para e a
partir do SNC” (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011, p. 321). Veja na figura essa
divisão do sistema nervoso.

142
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

FIGURA 76 - DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO

FONTE: Disponível em: <https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/ca/7d/fc/


ca7dfc2525fbe08b17b58fcf847680fe.jpg>. Acesso em: 19 jul. 2016.

O SNC, formado pela medula espinal e o encéfalo, tem a função de


processar as diferentes informações sensitivas e é também a fonte de pensamentos,
emoções e memórias, e é responsável pela “maioria dos impulsos nervosos que
estimulam os músculos a se contraírem e as glândulas a secretarem” (TORTORA;
DERRICKSON, 2012, p. 254). Veja na figura e no quadro a seguir as características
de cada parte que compõe o SNC:

QUADRO 11 – PARTES QUE COMPÕEM O SNC


Partes Características
- localizado imediatamente acima do mesencéfalo
- composto por quatro sub-regiões: hipotálamo, subtálamo, tálamo e
Cérebro –
epitálamo.
Diencéfalo
- relacionadas às funções límbicas (ou emocionais e funções vitais como
sede, fome e comportamento sexual).

- constituído pelos hemisférios cerebrais, um de cada lado


Cérebro – - relacionado ao pensamento, memória, atenção, juízo de raciocínio,
Telencéfalo cálculo, linguagem, movimentos complexos, percepções e cognição
elaborada e tantos outros aspectos do comportamento humano.

- constituído de bulbo, protuberância e mesencéfalo


Tronco - localizado no interior do crânio
encefálico - apresenta diversas funções, como o controle cardiorrespiratório e
também por determinados reflexos de alta complexidade.

143
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

- responsável pelo movimento (velocidade do movimento, funções reflexas


do movimento), locomoção, ajustes posturais, coordenação e monitoração
Cerebelo - localiza-se posteriormente à ponte e bulbo
- responsável por movimentos balísticos, o que é conferido pela interação
com o córtex motor, mediada por determinadas conexões.
FONTE: Adaptado de MCARDLE; KATCH; KATCH (2011, p. 321-322)

FIGURA 77 – DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

FONTE: Disponível em: <http://meucerebro.com/wp-content/uploads/2014/12/sistema-nervoso-


central-hipot%C3%A1lamo-tenec%C3%A9falo-mesenc%C3%A9falo-ponte-bulbo-
cerebelo.jpg>. Acesso em: 20 jul. 2016.

Agora, caro acadêmico, que você viu o SNC, vamos ver o SNP. O SNP
inclui todo o tecido nervoso fora do SNC, incluindo os nervos cranianos e seus
ramos, os nervos espinais e seus ramos, os gânglios e os receptores sensitivos, e são
divididos em “sistema nervoso somático (SNS) (soma = corpo), sistema nervoso
autônomo (SNA) (auto = próprio e nomo = lei) e sistema nervoso entérico (SNE)
(enter = intestinos)” (TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 254). O SNC subdivide-
se em nervos cranianos e raquidianos e o SNA é subdividido em sistemas nervosos:
simpático e parassimpático, devido às suas diferenças anatômicas e fisiológicas.
Veja, na figura a seguir, o SNP.

144
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

FIGURA 78 - DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/figuras/Fisiologiaanimal/


nervoso18.jpg>. Acesso em: 20 jul. 2016.

O SNP inclui os neurônios aferentes, que têm a função de retransmitir


a informação sensorial proveniente dos receptores existentes na periferia para
o SNC, e neurônios eferentes, que transmitem a informação do cérebro para os
tecidos periféricos, sendo que os dois tipos de neurônios aferentes são conhecidos
como nervos somáticos e autônomos (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2011).

Vamos entender, agora, a diferença entre eles. Os nervos autônomos,


ou chamados de involuntários, são os músculos do intestino, vasos sanguíneos,
glândulas salivares e sudoríparas, músculo cardíaco e algumas glândulas
endócrinas. Já “as fibras nervosas somáticas (ou motoneurônios) inervam o
músculo esquelético e a descarga desses neurônios é sempre excitatória em sua
resposta, acarretando uma contração muscular” (MCARDLE; KATCH; KATCH,
2011, p. 325).

145
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

TUROS
ESTUDOS FU

Agora, acadêmico, que você leu e compreendeu como o sistema nervoso é


dividido e quais são suas funções, vamos estudar o sistema musculoesquelético, suas divisões,
funções e como está relacionado com o sistema nervoso.

3 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
O sistema motor é formado por todos os músculos e os neurônios que os
comandam. Estriado e liso são as duas categorias de divisão dos músculos do corpo.
“O músculo liso reveste o tubo digestivo e as artérias, entre outras coisas, sendo
inervado pelas fibras nervosas do sistema neurovegetativo (SNV) e é responsável
do peristaltismo (movimento de material através dos intestinos) e do controle da
pressão sanguínea” (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2002, p. 437).

O músculo estriado é subdividido em cardíaco e esquelético. Veja a


diferença entre eles na citação a seguir:

O músculo cardíaco é o do coração, e se contrai de forma rítmica na


ausência de qualquer inervação, e essa inervação no coração proveniente
do SNV tem como função aumentar ou diminuir a frequência cardíaca.
O músculo esquelético constitui a maior parte da massa muscular do
corpo, movimenta os ossos nas articulações e os olhos na cabeça,
controla a respiração e a expressão facial, além de produzir a fala. Cada
músculo esquelético é coberto por uma camada de tecido conjuntivo
que forma os tendões no final de cada músculo. Dentro de cada músculo
há centenas de fibras musculares – as células do músculo esquelético – e
cada fibra é inervada por uma única ramificação de axônio proveniente
do SNC. (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2002, p. 437).

Agora que você viu como é dividido e subdividido o tecido muscular,


vamos ver no quadro a seguir as quatro funções do tecido muscular.

QUADRO 12 - FUNÇÕES DO TECIDO MUSCULAR

Funções Características
- produzir movimentos corporais
Movimento - integra músculos, ossos e articulações para gerar o movimento
(caminhar, correr, jogar, etc.).
- as contrações do músculo esquelético estabilizam articulações
Estabilização - mantém as posições do corpo (sentado e em pé)
- responsável pela postura.

146
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

- armazena e move as substâncias dentro do corpo


- armazenamento realizado por contrações sustentadas de fixas de
Armazenamento
anel de músculo liso (esfíncteres) ou temporário de alimento no
estômago, ou urina na bexiga etc.
- na contração produz calor
Produção de calor - muito desse calor é liberado pelos músculos e usado para manter a
temperatura normal do corpo.
FONTE: A autora. Adaptado de: Tortora; Derrickson (2012, p. 185).

Observamos acima que o músculo estriado esquelético é o maior do corpo


humano e que ambos, liso e estriado, possuem várias funções. Mas, você sabia, caro
acadêmico, que qualquer movimento, como caminhar, andar de bicicleta, jogar
vôlei, requer uma interação entre ossos e músculos? (TORTORA; DERRICKSON,
2012). E que em termos de atividade muscular, “a medula espinhal é o principal
centro de processamento e distribuição para o controle motor”? (MCARDLE;
KATCH; KATCH, 2011, p. 327).

Podemos nos questionar: Como a informação processada no SNC é


transmitida aos músculos para gerar uma resposta motora apropriada?

Iniciamos respondendo que cada músculo esquelético é um “órgão separado,


composto por centenas a milhares de células, chamadas de fibras musculares em
razão de suas formas alongadas, e os tecidos conjuntivos circundam as fibras
musculares e os músculos inteiros, os vasos sanguíneos e os nervos penetram nos
músculos” (TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 185).

Nervos e vasos sanguíneos que suprem os músculos esqueléticos estão


diretamente relacionados com a contração. “A contração muscular também requer
uma boa quantidade de ATP e, portanto, grandes nutrientes e oxigênio para a
síntese de ATP” (TORTORA; DERRICKSON, 2012, p. 186).

As células musculares, ou seja, as fibras musculares, constituem as unidades


motoras que são subdivididas por um tipo diferente de fibra com o mesmo
perfil metabólico. Possuem pontos em comum com as fibras lisas e cardíacas em
organização, composição (proteínas contráteis e regulatórias) e metabolismo,
porém possuem grandes diferenças morfológicas, funcionais e nutricionais entre
elas (MARTINEZ; ALVAREZ-MON, 1999).

“Entre as fibras esqueléticas há diferença tanto em termos de rapidez de


resposta (fibras de contração rápida e lenta) quanto no metabolismo (vermelhas,
predominantemente oxidativas; e brancas, predominantemente glicolíticas)”
(MARTINEZ; ALVAREZ-MON, 1999, p. 160). Os músculos esqueléticos envolvidos
nos movimentos possuem uma combinação desses tipos de fibras. Veja, na tabela
a seguir, essas características histológicas, histoquímicas, metabólicas e funcionais
diferentes.

147
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

TABELA 6 - CLASSIFICAÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS

FONTE: Martinez; Alvarez-Mon (1999, p. 160)

Podemos nos perguntar, caro acadêmico, quando essas fibras são


recrutadas durante o exercício? Respondemos usando McArdle, Katch e Katch
(2011, p. 331): “As fibras de baixa capacidade de força apresentam tempos de
encurtamento lentos e mais resistência à fadiga, e aquelas com capacidade mais
alta de gerar força evidenciam um encurtamento rápido, mas propensas à fadiga
precoce”. Veja no quadro e figura a seguir as características das fibras durante a
contração muscular.

QUADRO 13 - CARACTERÍSTICAS DAS FIBRAS NA CONTRAÇÃO MUSCULAR


Tipos Características
- chamadas de fibras lentas e contração lenta
- fibras vermelhas e altamente vasculares
Fibras Tipo I - tensão baixa
- resistência à fadiga
- predominam nos músculos posturais

148
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

- fibras brancas e contração rápida


- elevado potencial oxidativo e glicolítico
- força moderada
Fibras Tipo IIa
- resistência à fadiga
- produção de força relativamente alta e com diâmetro de 28
milímetros
- fibras brancas e contração rápida
- alta força
Fibras Tipo IIb
- fadiga rápida
- alta produção de força e com diâmetro de 46 milímetros

- intermediárias entre IIa e IIb, pouco diferenciadas e representam


Fibras do tipo IIc
cerca de 1% do total das fibras.
FONTE:Adaptado de: McArdle; Katch; Katch (2011, p. 331); Grillo; Simões (2007)

FIGURA 79 - CARACTERÍSTICAS DAS FIBRAS NA CONTRAÇÃO MUSCULAR

FONTE: Martinez; Alvarez-Mon (1999, p. 160)

Veja, no quadro a seguir, o exemplo das fibras nos diferentes esportes.

QUADRO 14 - COMPOSIÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES E TIPOS DE FIBRAS

FONTE: Adaptado de Guyton; Hall (2006)

149
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

TUROS
ESTUDOS FU

As fibras vermelhas, normalmente, são solicitadas em atividades de baixa


intensidade, quando a tensão muscular durante a contração é pequena e quando o
metabolismo energético predominante é o aeróbio. As fibras brancas, com metabolismo
predominante anaeróbio, são ativadas preferencialmente nas atividades de velocidade e
nas tarefas de força. Nesse último caso, no entanto, geralmente em conjunto com as fibras
vermelhas (GRILLO; SIMÕES, 2007).

Caro acadêmico! Veja, na figura a seguir, a imagem de um músculo com as


fibras (brancas e vermelhas) que estão dentro do fascículo.

FIGURA 80 - EXEMPLO DE MÚSCULO E DAS FIBRAS NA CONTRAÇÃO MUSCULAR

FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-FdxJY0xJpO4/VhU5yW77XJI/


AAAAAAAAAEE/jK2i3TE3Srg/s1600/Slide11.jpg>. Acesso em: 24 jul. 2016.

Caro acadêmico! Veja na foto o sarcômero e entenda que nossos músculos


esqueléticos possuem milhares de fibras (brancas e vermelhas) e elas possuem
uma membrana conhecida como sarcolema. “Cada fibra muscular é composta
por várias miofibrilas e cada miofibrila é composta de vários sarcômeros (unidade
funcional do músculo) ligados em série” (BADARO; SILVA; BECHE, 2007, p. 34).

150
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

“O sarcômero (sarcolema) representa a zona que vai de uma linha Z até


a outra linha Z. As miofibrilas são compostas de pequenas estruturas chamadas
miofilamentos proteicos de actina e miosina dentro do sarcômero, e os sarcômeros
são responsáveis pela contração muscular” (BADARO; SILVA; BECHE, 2007, p.
34). Veja, na figura a seguir, o exemplo do que acontece com o sarcômero com o
músculo relaxado e contraído.

FIGURA 81 - SARCÔMERO COM O MÚSCULO RELAXADO E CONTRAÍDO

FONTE: Tortora; Derrickson (2012, p. 185)

Para entender a figura acima, caro acadêmico, essas diminuições do


músculo, relaxado e contraído, você tem que entender o mecanismo do filamento
deslizante. Na contração muscular, as cabeças de miosina dos filamentos espessos
puxam os filamentos delgados, fazendo-os deslizarem em direção ao centro de
um sarcômero, e à medida que os filamentos delgados deslizam, as bandas I e as
zonas H tornam-se mais estreitas e finalmente desaparecem por completo quando
o músculo está contraído ao máximo (TORTORA; DERRICKSON, 2012).

Você viu, caro estudante, que a função básica do músculo é a contração


realizada pelo sistema musculoesquelético. Existem cerca de 430 músculos
esqueléticos no corpo e, destes, uns 75 pares de músculos fornecem a maioria
dos movimentos e da postura do corpo (DUTTON, 2009). Veja agora algumas
terminologias que são usadas para descrever as funções desses músculos pareados
durante o movimento:
151
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

QUADRO 15 - FUNÇÕES DESSES MÚSCULOS PAREADOS DURANTE O MOVIMENTO


Tipos Características

- Um músculo agonista se contrai para produzir o movimento


Músculos agonistas
desejado

- Esses músculos são grupos musculares que trabalham juntos


para produzir o movimento, ou seja, são os ajudantes dos
Músculos sinergistas
agonistas, visto que a força gerada pelos sinergistas trabalha na
mesma direção que a dos agonistas

- Esses músculos opõem-se ao movimento desejado, ou seja,


Músculos resistem ao movimento agonista relaxando e alongando-se de
antagonistas maneira gradual para assegurar que o movimento desejado
ocorra e que seja feito de maneira coordenada e controlada

FONTE: Adaptado de Dutton (2009)

Na foto a seguir veja o exemplo dos deslizamentos das fibras musculares


e também do movimento de contração do bíceps – agonista (contraído) – e
consequentemente o tríceps se torna o antagonista (relaxado). Isso acontece para
que haja equilíbrio e segurança durante o exercício. Quando o agonista recebe o
impulso para se contrair, o antagonista relaxa por meio da inibição recíproca.

FIGURA 82 - EXEMPLO DE MOVIMENTO COM AGONISTA E ANTAGONISTA

FONTE: Disponível em: <http://cienciadotreinamento.com.br/wp-content/uploads/2015/03/


coativa%C3%A7%C3%A3o.jpg>. Acesso em: 24 jul. 2016.

152
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

NOTA

Você sabia, caro acadêmico, que atletas de potência possuem alta porcentagem
de fibras rápidas, já os de endurance possuem alta porcentagem de fibras lentas? E que o
exercício físico é capaz de alterar o tamanho e a composição bioquímica de uma fibra muscular
esquelética, assim como a inatividade também pode alterar tais características em função da
ausência de estímulos?

3.1 AÇÕES MUSCULARES


Os músculos estriados esqueléticos possuem diferentes tipos de fibras que
se adaptam, física e bioquimicamente, para responder “adequadamente” ao que lhe
é exigido, e essas alterações que acontecem em nível muscular são determinadas
pela forma de atividade contrátil que esses músculos executam, ou seja, pela ação
muscular (CLEBIS; NATALI, 2001).

Podemos dizer que o termo ação muscular é utilizado para descrever o


“trabalho”, e precede os tipos de contrações musculares. O exercício físico consiste
em ações musculares: estáticas (isométricas), dinâmicas ou isotônicas (concêntricas
e excêntricas), isoladas ou combinadas (MARTINEZ; ALVAREZ-MON, 1999).

A ação isométrica é chamada de estática, pois não tem movimento, ou seja,


ocorre a contração muscular, mas sem aumento ou diminuição do ângulo articular.
Diferentemente da ação isométrica, as ações isotônicas dividem-se em concêntricas
e excêntricas e possuem variação do ângulo articular na ação muscular. A ação
concêntrica é gerada por uma ação muscular que acarreta encurtamento muscular
com movimento de uma parte do corpo, e uma ação excêntrica ocorre quando um
músculo é ativado e produz força, mas o músculo alonga (CABRAL et al., 1998).
Veja essas ações na figura a seguir.

153
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

FIGURA 83 - EXEMPLO DE MOVIMENTO COM AGONISTA E


ANTAGONISTA

FONTE: Disponível em: <https://personalbruno.files.wordpress.


com/2012/03/contrac3a7c3a3omuscular4.jpg>. Acesso em:
24 jul. 2016.

Veja outro exemplo na figura a seguir, onde C representa a fase de ação


EXCÊNTRICA do exercício de quadríceps e, em D, a fase CONCÊNTRICA no
aparelho de cadeira extensora.

FIGURA 84 - EXEMPLO DE MOVIMENTO COM AÇÃO CONCÊNTRICA E


EXCÊNTRICA

FONTE: Clebis; Natali (2001, p. 51)

154
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

DICAS

Se você quiser saber mais sobre as ações isométricas e isotônicas relacionadas ao


movimento, veja os vídeos a seguir:
Vídeo 1= <https://www.youtube.com/watch?v=4dLFncMOqlI>
Vídeo 2 = <https://www.youtube.com/watch?v=Lf1r1r-X8dw>.

4 ADAPTAÇÕES NEUROMUSCULARES E TREINAMENTO DE


FORÇA
O treinamento contra resistência, também conhecido como musculação
ou treinamento de força, consiste na realização de exercícios utilizando diversos
modos de sobrecarga, como pesos, máquinas específicas, elásticos, massa corporal
ou outra forma de equipamento que contribua para o desenvolvimento da força,
potência ou resistência muscular (POLITO; FARINATTI, 2003). O treinamento da
força traz inúmeros benefícios, como modificações morfológicas, neuromusculares
e fisiológicas, até alterações sociais e comportamentais.

Nesse item, caro acadêmico, iremos falar especificamente da força e de suas


relações com o sistema neuromuscular. Podemos definir força como a “capacidade
do músculo de produzir tensão contra determinada resistência” (BADILLO;
AYESTARÁN, 2001). Segundo Balga e Moraes (2007, p. 199), veja os tipos de força:

Força máxima: é a maior força que o sistema neuromuscular pode


mobilizar através de uma contração máxima voluntária, ocorrendo
(dinâmica) ou não (estática) movimento articular. Força explosiva:
é definida como a força produzida na unidade de tempo. Força de
resistência: é a capacidade de o sistema neuromuscular sustentar níveis
de força moderados por intervalos de tempo prolongados.

O desenvolvimento da força envolve, principalmente, mecanismos de
adaptações neural e morfológica. Nas etapas iniciais do treinamento (4-6 semanas),
os ganhos de força são obtidos preferencialmente através de adaptações neurais.
“Após esse período inicial, a contribuição das adaptações morfológicas aumenta,
enquanto das neurais tende a diminuir. O ganho de força depende, então, da
otimização dessas adaptações durante o treinamento” (BARROSO; TRICOLI;
UGRINOWITSCH, 2005, p. 112).

Podemos dizer que as principais adaptações neurais ao treinamento de


força são: “– ajustes no sistema nervoso para aquisição de habilidades e ativação
máxima do músculo (maior eficiência no recrutamento); – aumento da ativação
neural; – diminuição da coativação dos músculos antagonistas” (BRENTANO;
PINTO, 2012, p. 66).

155
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

E as principais adaptações morfológicas são: “– aumento da área da secção


transversa das fibras musculares; – alterações no ângulo de penação das fibras”
(BRENTANO; PINTO, 2012, p. 66).

Para gerar um aumento na força, devemos ter em mente que esse aumento
será proporcional à quantidade de sobrecarga que usamos, tal como medido pela
força relativa desenvolvida e pelo número das ações musculares executadas
durante o treinamento de força (veja o exemplo na figura a seguir). O treinamento
da força conduz às adaptações neurais e estruturais no sistema neuromuscular, pois
a força é caracterizada pela habilidade do sistema nervoso de ativar os músculos
envolvidos em movimentos específicos e pela ativação dos motoneurônios
(MAIOR; ALVES, 2003). Veja exemplo na figura a seguir:

FIGURA 85 - ORDEM NO RECRUTAMENTO DAS FIBRAS DURANTE CONTRAÇÕES

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/-HPIciT53Tfw/UXPk9KGb7xI/


AAAAAAAAAD4/WXnsQFse9iU/s1600/ativa%25C3%25A7%25C3%25A3o.png>. Acesso
em: 24 jul. 2016.

O treinamento de força, além de aumento na força, induz também aumento


no tamanho da fibra muscular (hipertrofia), no número de fibras (hiperplasia e/ou
na quantidade de tecido conjuntivo no músculo). Estudos mostram que o aumento
da área de secção transversa (hipertrofia) ocorre nas fibras tipo II (KOMI, 2009).

156
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

FIGURA 86 - ADAPTAÇÕES NEURAIS COM O TREINAMENTO DE FORÇA

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/adaptacoesmuscul


aresesqueleticasaotreinamentodeforca-140923081613-phpapp01/95/
adaptacoes-musculares-esqueleticas-ao-treinamento-de-forca-17-638.
jpg?cb=1411460384>. Acesso em: 24 jul. 2016.

Observa-se na figura acima que inicialmente temos as adaptações neurais


com o treinamento de força e que a hipertrofia muscular assume, gradativamente,
uma função importante em períodos posteriores (BRENTANO; PINTO, 2012). A
hipertrofia muscular está associada com o aumento na área de secção transversa
(AST) de todo o músculo ou das fibras musculares, isoladamente (OKANO et al.,
2008).

DICAS

Se você quiser saber sobre tudo o que estudamos de fibras e mais sobre a
Hipertrofia Miofibrilar e Hipertrofia Sarcoplasmática, veja o vídeo no seguinte link:
Vídeo 1= <https://www.youtube.com/watch?v=eaiCny7Vsms>.

Podemos nos perguntar, caro acadêmico: Como se organiza um treino de


força com eficiência para que tenhamos um aumento da força muscular e/ou
hipertrofia? Para responder a essa pergunta devemos levar em conta que muitas
variáveis (volume, intensidade, frequência, tipo de exercício etc.) são importantes.
Mas falaremos especificamente da intensidade.

Ao realizarmos exercícios com a finalidade de aumento da força, devemos


planejar uma rotina de treinamento e executá-la corretamente, com exercícios

157
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

organizados sistematicamente, que possam desenvolver a força por meio de uma


adaptação à sobrecarga, e dentre tais componentes do treinamento de força, a
intensidade ou carga utilizada em um exercício específico é uma das variáveis
mais importantes (SIMÃO JUNIOR et al., 2006).

A carga que se utiliza na prática do exercício seria a principal moduladora


da intensidade, além de outras variáveis que também são consideradas variáveis
de intensidade, como: – tipo de contração utilizada; – velocidade de execução
das repetições; – intervalo entre as séries de exercícios; – ordem dos exercícios;
– número de sessões em um mesmo dia e – número de repetições máximas (RM)
(TIGGEMANN; PINTO; KRUEL, 2010). E como variável de volume pode-se
considerar: – número de repetições e séries de uma sessão, bem como o número de
sessões semanais (TIGGEMANN; PINTO; KRUEL, 2010).

Falaremos especialmente da intensidade, que pode ser definida como: “A


intensidade ou carga pode ser definida de várias formas, mas as mais comumente
usadas são a absoluta, que se refere ao peso utilizado no aparelho ou barra; e a
relativa, expressa em percentual de uma repetição máxima (1RM)” (SIMÃO
JÚNIOR et al., 2006, p. 56).

DICAS

Se você quiser saber como se realiza o teste de 1RM, veja os vídeos a seguir:
Vídeo 1= <https://www.youtube.com/watch?v=ZaS29e36nCE>
Vídeo 2 = <https://www.youtube.com/watch?v=eGCxd9IXDPo>
Vídeo 3 = <https://www.youtube.com/watch?v=2QVnUy3-cyE>.

De acordo com a literatura, o teste de uma repetição máxima (1-RM) vem


sendo o mais frequentemente utilizado para avaliação da força dinâmica, sobretudo
por pesquisadores e profissionais das áreas do exercício físico e do esporte, uma
vez que é “um método prático, de baixo custo operacional e aparentemente seguro
para a maioria das populações” (TIGGEMANN; PINTO; KRUEL, 2010, p. 304).

NOTA

Basicamente, o teste de 1 RM se resume em: “O teste de 1RM seria a quantidade


máxima de peso levantado em um esforço simples máximo, em que o indivíduo completa
todo o movimento que não poderá ser repetido uma segunda vez” (RAMALHO et al., 2011, p.
169).

158
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

Abordamos nesse item falar de 1RM, pois todas as adaptações


neuromusculares advêm da prática do exercício, e essas variáveis afetam os
resultados. Por exemplo, um treinamento de força que objetive hipertrofia deve
levar em consideração algumas variáveis, como: o volume, que normalmente oscila
entre 8-12 repetições repetidos por três a quatro séries, com o intervalo de descanso
(ID) que deve durar de 60 a 90 segundos; e a intensidade em torno de 80% de
1RM (RAMALHO et al., 2011). Veja no quadro a seguir algumas recomendações
de zona de treinamento da força:

QUADRO 16 - ZONAS DE TREINAMENTO DA FORÇA


Zonas de treinamento Repetições máximas (RM) Séries % de 1RM
Força máxima 2 RM 4 - 10 >85%
Hipertrofia 6-12 RM 1-3>3 70-85%
RML 12-20 RM 2-3 50-60 %
Força explosiva <10 1-3 30%
FONTE: A autora. Adaptado de Fleck e Kraemer (1999)

Caro acadêmico! Não se esgotam aqui os estudos do treinamento de força.


Apenas mostramos com esse tópico que existem muitas variáveis que influenciam
a prescrição do treinamento de força na musculação e que devemos levar em
consideração os diferentes componentes da carga de treinamento e as variáveis
estruturais que podem influenciá-los, bem como a condição física da pessoa a
quem vamos prescrever o exercício.

159
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

LEITURA COMPLEMENTAR

Veja a reportagem sobre “Treinamento de força e hipertrofia”

Leia parte da matéria realizada por AZEVEDO, P. H. S. M.; AOKI, M.


S.; SOUZA JÚNIOR, T. P.; TRICOL, V., sobre uma pesquisa conduzida pela
Biomotricity Roundtable.

1. De acordo com os conceitos atuais, qual seria a velocidade de execução


ideal para promover a hipertrofia muscular?

Valmor Tricoli – Não existe resposta definitiva para esta pergunta.


Por um bom tempo a prática profissional acreditou que execução mais lenta
do movimento era recomendada. Porém, a evidência científica não comprovou
esta crença. Atualmente, existem indícios de que a execução em alta velocidade,
particularmente na fase excêntrica do movimento, parece ser mais eficiente para
os ganhos de força e hipertrofia.

Marcelo S. Aoki – O papel da velocidade de execução da ação muscular no


treinamento de força não está totalmente estabelecido. Poucos estudos avaliaram
o efeito da velocidade durante ações isoinerciais. Ratamess & Kraemer (2004)
utilizam apenas um estudo (HOUSH et al., 1992) para afirmar que a velocidade
de execução pode afetar a resposta hipertrófica. Porém, é importante ressaltar
que neste estudo foi utilizado equipamento isocinético. Já Carpinelli et al. (2004),
em sua análise crítica ao ACSM Position Stand on Resistance Training, atestam
que não existem evidências suficientes sobre a superioridade de uma velocidade
específica para o desenvolvimento da hipertrofia. Por exemplo, Young & Bilby
(1993) não verificaram diferença significativa da velocidade de execução sobre o
grau de hipertrofia.

Tácito Pessoa de Souza Junior – A velocidade de execução realizada no


treinamento de força com objetivo de hipertrofia muscular induz a respostas
neurais, hipertróficas e metabólicas. Entretanto, pouco se conhece a respeito da
velocidade ideal para hipertrofia. Um estudo realizado por Tesch et al. (1987)
sugeriu que velocidades elevadas produzem menos estímulos hipertróficos
quando comparados a velocidades mais baixas. Há ainda considerações quanto
ao nível de aptidão do praticante. De acordo com o American College of Sports
Medicine (ACSM), a classificação para “treinado” ou “intermediário” refere-
se aos indivíduos que têm aproximadamente seis meses ou mais de experiência
com treinamento com pesos, os classificados como “avançados” referem-se aos
indivíduos com anos de experiência e que apresentem significantes mudanças
morfológicas e funcionais, já indivíduos classificados como “elite” são atletas
altamente treinados, envolvidos em competições de alto nível. Parece que uma
variação de estímulos com diferentes velocidades de contração induz as melhores
respostas em indivíduos classificados como avançados.

160
TÓPICO 3 | CONTROLE NEURAL E DA FORÇA RELACIONADA AO MOVIMENTO HUMANO

2. Qual a importância do alongamento na indução/inibição do processo


hipertrófico?

Valmor Tricoli – Não existe evidência científica contundente para esta


relação em seres humanos e em condições fisiológicas normais. Sabe-se que em
algumas espécies, o alongamento crônico e prolongado pode provocar a chamada
hipertrofia longitudinal associada a um alto grau de hiperplasia.

Marcelo S. Aoki – Este é um tópico bastante polêmico. Diversos estudos,


conduzidos em modelo animal, investigaram o efeito do alongamento sobre o
processo de hipertrofia muscular. Williams & Goldspink (1971, 1973) reportaram
que a imobilização em alongamento crônico (1-3 semanas) aumentou o número
de sarcômeros, principalmente nas extremidades. Este fenômeno foi descrito
como hipertrofia longitudinal induzida por alongamento. Posteriormente, outros
estudos demonstraram que o alongamento poderia ser utilizado com estratégia
de reabilitação após o período de desuso. Coutinho et al. (2006), utilizando um
modelo experimental (ratos), demonstraram que sessões de alongamento pós-
desuso induzem o aumento da área de secção transversa do músculo (hipertrofia
radial). Estas evidências sugerem que esta estratégia (alongamento) poderia
auxiliar na recuperação da massa muscular. No entanto, não é possível extrapolar
os resultados obtidos nestas circunstâncias (alongamento crônico ou sessões de
alongamento pós-desuso) para o contexto de um indivíduo fisicamente/treinado,
buscando hipertrofia. Em um estudo, também utilizando modelo experimental
(ratos), realizado pelo nosso grupo de pesquisa, foi demonstrado que a resposta
hipertrófica induzida pelo alongamento crônico (quatro dias) é modulada
(parcialmente) pela inibição da via da quinase mTOR (AOKI et al., 2006). Mais
recentemente, nós também verificamos que a via da miostatina está reprimida
durante este processo de crescimento longitudinal (AOKI et al., 2008). Até o presente
momento, não tenho conhecimento de nenhum estudo que associou a estratégia
do alongamento ao treinamento de força, a fim de maximizar a hipertrofia em
seres humanos. Existe também uma grande preocupação do efeito do alongamento
sobre o subsequente desempenho no treino de força. Recentemente, o nosso grupo
também avaliou esta questão. Nós verificamos que uma sessão de alongamento
estático reduziu significativamente o desempenho no teste de 1-RM. No entanto,
nós não verificamos interferência quando foi utilizado o alongamento dinâmico
(BACURAU et al., 2009). É importante ressaltar que o efeito do alongamento
prévio sobre o treino de força tem sido avaliado, principalmente, sob o ponto de
vista funcional (produção de força ou potência), e não estrutural (hipertrofia).
Atualmente, não é possível afirmar que o alongamento exerce efeito positivo ou
deletério sobre o processo de hipertrofia do músculo esquelético.

Tácito Pessoa de Souza Junior – As pesquisas relacionam mais o aumento


ou diminuição de força quando aplicado o exercício de alongamento. Não há
pesquisas que comprovem a importância do alongamento na aquisição de massa
magra.

161
UNIDADE 2 | FISIOLOGIA APLICADA AO EXERCÍCIO

3. De acordo com os conhecimentos atuais, ainda se aplicam as zonas de


treinamento resistido para força (90%-100% 1-RM), hipertrofia (70-85% 1-RM) e
resistência (40-65% 1-RM)?

Valmor Tricoli – Pode ser afirmado que estes valores são universais. Porém,
deve ser lembrado que a intensidade é somente uma das variáveis para obtenção
destes objetivos (força, hipertrofia e RML).

Marcelo S. Aoki – Sim, as recomendações atuais sobre a prescrição da


intensidade no treinamento de força são baseadas no percentual do valor de
1-RM. No entanto, a determinação do valor de 1-RM é muitas vezes inviável, em
academias de ginástica, nos clubes etc. Na prática, este fato dificulta a prescrição/
controle da intensidade do treinamento de força. Também acredito que a sobrecarga
fisiológica (nível de estresse) do treinamento de força não é determinada somente
pela intensidade do treino (%1RM). Existe uma grande preocupação sobre o efeito
da intensidade, porém, é imprescindível considerar a complexa organização de
todas variáveis agudas do treinamento (intensidade, densidade, volume, duração,
frequência e tipo de ação).

Tácito Pessoa de Souza Junior – O ACSM faz essa recomendação, porém,


sugere estímulos variados e atenção quanto à aptidão do praticante.

Continua... Se você quiser ver as referências que eles citaram, acesse a


entrevista.

FONTE: AZEVEDO, P. H. S. M.; AOKI, M. S.; SOUZA JUNIOR, T. P.; TRICOL, V. Biomotricity
Roundtable – Resistance Training And Hypertrophy. Brazilian Journal of Biomotricity,
v. 3, n. 1, p. 02-11, 2009. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Valmor_
Tricoli/publication/238790893_BIOMOTRICITY_ROUNDTABLE_- _TREINAMENTO_DE_
FORA_E_HIPERTROFIA_BIOMOTRICITY_ROUNDTABLE_-_RESISTANCE_TRAINING_
AND_HYPERTROPHY/links/0c9605298936410a08000000.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2016.

162
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:

• O sistema nervoso é uma rede intrincada e altamente organizada de bilhões de


neurônios.

• O SN tem função sensitiva, integradora e motora.

• O sistema nervoso consiste em duas partes principais: o sistema nervoso central


(SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP).

• O SNC é formado pela medula espinal e o encéfalo e tem a função de processar as


diferentes informações sensitivas, é também a fonte de pensamentos, emoções
e memórias.

• O SNP inclui todo o tecido nervoso fora do SNC, incluindo os nervos cranianos
e seus ramos, os nervos espinais e seus ramos, os gânglios e os receptores.

• Os nervos autônomos ou chamados de involuntários são os músculos do


intestino, vasos sanguíneos, glândulas salivares e sudoríparas, músculo cardíaco
e algumas glândulas endócrinas.

• As fibras nervosas somáticas (ou motoneurônios) inervam o músculo esquelético


e a descarga desses neurônios é sempre excitatória em sua resposta, acarretando
uma contração muscular.

• O sistema motor é formado por todos os músculos e os neurônios que os


comandam. Estriado e liso são as duas categorias de divisão dos músculos do
corpo.

• O músculo esquelético constitui a maior parte da massa muscular do corpo,


movimenta os ossos nas articulações e os olhos na cabeça, controla a respiração
e a expressão facial, além de produzir a fala.

• O músculo estriado esquelético é o maior do corpo humano e qualquer movimento,


como caminhar, andar de bicicleta, jogar vôlei, requer uma interação entre ossos
e músculos.

• Nervos e vasos sanguíneos que suprem os músculos esqueléticos estão


diretamente relacionados com a contração.

• As células musculares, ou seja, as fibras musculares, constituem as unidades


motoras que são subdivididas por um tipo diferente de fibra com o mesmo
perfil metabólico.

163
• Entre as fibras esqueléticas há diferença tanto em termos de rapidez de resposta
(fibras de contração rápida e lenta) quanto no metabolismo (vermelhas,
predominantemente oxidativas; e brancas, predominantemente glicolíticas).

• Tipos de fibras musculares: tipo I, tipo IIa, tipo IIb e tipo IIc.

• Os músculos esqueléticos possuem milhares de fibras (brancas e vermelhas) e


elas possuem uma membrana conhecida como sarcolema.

• O sarcômero (sarcolema) representa a zona que vai de uma linha Z até a outra
linha Z. As miofibrilas são compostas de pequenas estruturas chamadas
miofilamentos proteicos de actina e miosina dentro do sarcômero, e os
sarcômeros são responsáveis pela contração muscular.

• No deslizamento das fibras musculares e do movimento de contração, o músculo


agonista fica contraído e, consequentemente, o antagonista fica relaxado.

• A ação isométrica é chamada de estática, pois não tem movimento.

• As ações isotônicas dividem-se em concêntricas e excêntricas e possuem variação


do ângulo articular na ação muscular.

• O desenvolvimento da força envolve, principalmente, mecanismos de adaptações


neural e morfológica.

• Nas etapas iniciais do treinamento (4-6 semanas), os ganhos de força são obtidos
preferencialmente através de adaptações neurais.

• Após esse período inicial, a contribuição das adaptações morfológicas aumenta,


enquanto das neurais tende a diminuir.

• As principais adaptações neurais ao treinamento de força são: – ajustes no


sistema nervoso para aquisição de habilidades e ativação máxima do músculo
(maior eficiência no recrutamento); – aumento da ativação neural; – diminuição
da coativação dos músculos antagonistas.

• O treinamento de força, além de aumento na força, induz também aumento no


tamanho da fibra muscular (hipertrofia), no número de fibras (hiperplasia e/ou
na quantidade de tecido conjuntivo no músculo).

164
AUTOATIVIDADE

Agora responda às questões e teste seu conhecimento.

1 Muitos órgãos fazem parte do Sistema Nervoso Central, EXCETO:

a) ( ) O encéfalo.
b) ( ) Os nervos cranianos e seus ramos.
c) ( ) A medula espinal.
d) ( ) O tornozelo e os pés.

2 Em relação à homeostase, assinale V para verdadeiro e F para falso sobre


suas características:

( ) Função sensitiva: os receptores sensitivos detectam estímulos internos,


como um aumento na acidez sanguínea, e estímulos externos, como um
pingo de chuva batendo em seu braço.
( ) A informação sensitiva é levada até o encéfalo e à medula espinhal por
meio dos nervos cranianos e espinais.
( ) Na função integradora, o sistema nervoso integra (processa) a informação
sensitiva, analisando e armazenando uma parte dela e tomando decisões
para as respostas apropriadas. Uma função integradora importante é a
percepção, a consciência do estímulo sensitivo. A percepção ocorre no
encéfalo.
( ) A função motora não tem relação com o sistema nervoso central, mas,
ao ser estimulado o músculo, a informação sensitiva é integrada, o sistema
nervoso pode provocar uma resposta motora adequada ativando os efetores
(músculos e glândulas) por meio dos nervos cranianos e espinais. A
estimulação dos efetores causa contração muscular e secreção das glândulas.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) V – F – F – V.

3 O ................... constitui a maior parte da massa muscular do corpo,


movimenta os ............. nas ................... e os olhos na cabeça, controla a ............
e a expressão facial, além de produzir a .............. . Assinale a alternativa
correta que preenche a citação acima:

a) ( ) respiração, ossos, articulações, músculo esquelético, fala.


b) ( ) músculo esquelético, ossos, articulações, respiração, fala.
c) ( ) ossos, músculo esquelético, articulações, respiração, fala.
d) ( ) articulações, músculo esquelético, ossos, respiração, fala.

165
4 Sobre as fibras, analise as seguintes sentenças:

As fibras vermelhas, normalmente, são solicitadas em atividades de baixa


intensidade,
quando
a tensão muscular durante a contração é pequena e quando o metabolismo
energético predominante é o aeróbio.

a) ( ) A primeira é uma afirmação verdadeira e a segunda, falsa.


b) ( ) Ambas afirmações são falsas.
c) ( ) As duas são verdadeiras mas não têm relação entre si.
d) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é complemento e justificativa da
primeira.

5 Sobre o sistema de energia aeróbio, assinale a alternativa verdadeira:

a) ( ) Os músculos agonistas se contraem para produzir o movimento


desejado, enquanto os músculos sinergistas trabalham juntos para
produzir o movimento, e os músculos antagonistas se opõem ao
movimento desejado, mantendo-se relaxados e alongados de maneira
gradual para assegurar que o movimento desejado ocorra e que seja feito
de maneira coordenada e controlada.
b ) ( ) Os músculos sinergistas se contraem para produzir o movimento desejado,
enquanto os agonistas trabalham juntos para produzir o movimento, e os
músculos antagonistas se opõem ao movimento desejado, mantendo-se
relaxados e alongados de maneira gradual para assegurar que o movimento
desejado ocorra e que seja feito de maneira coordenada e controlada.
c) ( ) Os músculos antagonistas se contraem para produzir o movimento
desejado, enquanto os sinergistas trabalham juntos para produzir o
movimento, e os músculos agonistas se opõem ao movimento desejado,
mantendo-se relaxados e alongados de maneira gradual para assegurar
que o movimento desejado ocorra e que seja feito de maneira coordenada e
controlada.
d) ( ) Os músculos agonistas se contraem para produzir o movimento desejado,
enquanto os antagonistas trabalham juntos para produzir o movimento, e
os músculos sinergistas se opõem ao movimento desejado, mantendo-se
relaxados e alongados de maneira gradual para assegurar que o movimento
desejado ocorra e que seja feito de maneira coordenada e controlada.

166
UNIDADE 3

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

A partir desta unidade você será capaz de:

• diferenciar a fisiologia aplicada em públicos especiais;

• entender a importância da prática de exercício físico para prevenção e até


tratamento das doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, hiperten-
são e diabetes);

• entender a fisiologia dos movimentos para o público infantil e idoso du-


rante a realização de um exercício;

• entender a fisiologia do exercício e como aplicá-la em uma aula de Educa-


ção Física;

• adequar cada tipo de movimento para cada objetivo almejado para as au-
las de Educação Física;

• entender os aspectos fisiológicos que compõem diferentes modalidades


desportivas.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles você encontra-
rá atividades que o ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.

TÓPICO 1 – ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO EXERCÍCIO FÍ-


SICO RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PRE-
VENÇÃO DE DOENÇAS

TÓPICO 2 – ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RE-


LACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO
PÚBLICO ESPECIAL

TÓPICO 3 – ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS MODALIDADES


ESPORTIVAS

167
168
UNIDADE 3
TÓPICO 1

ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA


DO EXERCÍCIO FÍSICO RELACIONADOS À
PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE
DOENÇAS

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico você verá as características das DCNT (Doenças Crônicas Não
Transmissíveis) e a sua relação com a prática do exercício físico, como prevenção
e tratamento para estas doenças. O foco deste tópico não é abordar as doenças
em si, mas como podemos, como professor de Educação Física, intervir com um
tratamento não medicamentoso, apenas pela incorporação da prática regular do
exercício físico. Abordaremos uma análise mais geral, na faixa etária adultos, e no
Tópico 2 você verá a parte exclusivamente voltada a crianças e adolescentes até os
idosos.

2 ALGUMAS CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DAS


DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNTS) E SUA
RELAÇÃO COM A PRÁTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO
Caro acadêmico! Iniciamos esse tópico falando das DCNT, e vamos mostrar
que o exercício físico se torna parte nesse processo, tanto na promoção quanto
na prevenção destas doenças. Entenderemos que as DCNT vêm aumentando em
todo o mundo, e dentre as principais doenças destacam-se a obesidade, diabetes,
hipertensão, acidentes cerebrovasculares, doenças cardiovasculares, o câncer e
também a osteoporose, também consideradas como DCNT (BRASIL, 2008).

As DCNT têm como definição as doenças caracterizadas por Pinheiro,


Torres e Corso (2004, p. 523):

doenças com história natural prolongada, múltiplos fatores de risco


complexos, interação de fatores etiológicos desconhecidos, causa
necessária desconhecida, ausência de participação ou participação
polêmica de micro-organismos entre os determinantes, longo período
de latência, longo curso assintomático, curso clínico em geral lento,
prolongado e permanente, manifestações clínicas com períodos de
remissão e de exacerbação, lesões celulares irreversíveis e evolução para
diferentes graus de incapacidade ou para a morte.

169
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

Segundo dados da Organização Panamericana de Saúde (OPAS, 2003), as


DCNT têm como uma carga total de morbidade no mundo de 47%, estimando-se
um aumento para 60% até 2020. E apontam também que em 2005, cerca de 60% do
total de mortes no mundo foi devido a alguma DCNT.

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2005) divulgou que, até 2005,


quase metade das mortes por DCNT foram com pessoas com menos de 70 anos
de idade e ¼ delas em pessoas com menos de 60 anos, indicando um quadro
grave imposto por essas doenças, o que torna a situação preocupante, em função
da prematuridade das mortes e pela geração de expressivos e negativos efeitos
econômicos para a sociedade em geral, especialmente nos países de baixa e de
média renda, onde ocorrem 80% das mortes. Veja na figura a seguir a projeção de
óbitos por DCNT da OMS.

FIGURA 87 - PROJEÇÃO DE ÓBITOS POR DCNT DA OMS

FONTE: OMS, 2005. Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/11/3573996/slides/


slide_3.jpg>. Acesso em: 4 ago. 2016.

Caro acadêmico! Apontamos que vários são os fatores etiológicos destas


doenças. Apresentam etiologia multifatorial e compartilham vários fatores de riscos,
que podem ser fatores de risco não modificáveis (incluindo hereditariedade, idade
e sexo) e modificáveis (que englobam a alimentação inadequada, o sedentarismo
e o tabagismo) (BRASIL, 2008). Esses últimos são assim denominados por serem
aptos de alterações mediante ações exclusivas e conjuntas de saúde, segundo
abordado e sugerido no documento “Estratégia Global em Alimentação Saudável,
Atividade Física e Saúde”, da OMS (OMS, 2004).

Veja, na figura a seguir, exemplos de fatores de risco, determinantes e


desfecho das DCNT.

170
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

FIGURA 88 - FATORES DE RISCO, DETERMINANTES E DESFECHO DAS DCNT

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/1/340608/slides/slide_8.jpg>.


Acesso em: 4 ago. 2016.

Observamos, caro acadêmico, na figura acima, que vários fatores são


precursores das doenças, mas que alguns podem ser modificáveis. A adoção de
estilo de vida saudável é fundamental para prevenção e controle das doenças.
Estas alterações podem ser promovidas através de várias formas de intervenção
(melhora na nutrição, prática de exercícios, entre outros) que contribuem para o
autoconhecimento do indivíduo, fator essencial para práticas saudáveis (OMS,
2005).

“Por serem doenças de longa duração, necessitam de um “acompanhamento


multidisciplinar permanente, intervenções contínuas e requerem que grandes
recursos materiais e humanos sejam despendidos, gerando encargos ao sistema
público e social” (COELHO e BURINI, 2009, p. 938). E a melhor forma de controle
do desenvolvimento destas doenças é o monitoramento da prevalência dos fatores
de risco, principalmente os de “natureza comportamental [dieta, sedentarismo
(inatividade física), dependência química (de tabaco, álcool e outras drogas)], cujas
evidências científicas de associação com doenças crônicas estejam comprovadas, é
uma das ações mais importantes da vigilância” (MALTA et al., 2009, p. 53).

171
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

TUROS
ESTUDOS FU

Não é objetivo deste tópico aprofundar o tema das DCNT, mas abordar os
aspectos das doenças e relacioná-las com a prática do exercício como forma de prevenção e
até de tratamento para essas DCNT. Veremos agora a evolução, recomendações e sistema de
vigilância dos fatores de risco e do nível de exercício físico para as DCNT.

2.1 EVOLUÇÃO, RECOMENDAÇÕES E SISTEMA DE VIGILÂNCIA DOS FATORES


DE RISCO E DO NÍVEL DE EXERCÍCIO FÍSICO PARA AS DCNTS

Uma das estratégias de controle das DCNT pelos órgãos públicos


competentes é a vigilância das DCNT, por meio de dados sistemáticos. Visando a
esse monitoramento, foi implantado, segundo Malta et al. (2009, p. 8):

o sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas


por inquérito telefônico (Vigitel) em todas as 27 capitais brasileiras e no
Distrito Federal”, com o objetivo de monitorar, continuamente, alguns
fatores de risco de DCNT presentes na população adulta (18 anos ou
mais de idade), entre eles o sedentarismo, caracterizado pelo Vigitel
como a inexistência de atividade física em todos os seguintes domínios:
(i) no lazer nos últimos três meses; (ii) no trabalho; (iii) no deslocamento
para o trabalho; e (iv) nas atividades domésticas.

Além do Vigitel, existem vários métodos de monitoramento do nível de


atividade física. Esses métodos podem variar desde monitores eletrônicos que
são precisos, porém caros (como, por exemplo, os sensores de movimentos), até
levantamentos realizados através de questionários (permite que grande parte da
população seja avaliada, mas apresentam menor precisão) (SILVA et al., 2007).

Esses questionários foram desenvolvidos, pela importância da análise do


nível de atividade da população, pois “a atividade física é considerada, dentre
outros fatores, um importante elemento na promoção da saúde e qualidade de
vida da população” (SILVA et al., 2007, p. 46).

Como exemplo, temos o Questionário Internacional de Atividade Física


(IPAQ), em que as perguntas do questionário estão relacionadas às atividades
realizadas na última semana anterior à aplicação do questionário. E a classificação
observa a seguinte conceituação em categorias, conforme Pardini et al. (2001):

Sedentário – Não realiza nenhuma atividade física por pelo menos 10


minutos contínuos durante a semana;

Insuficientemente Ativo – Consiste em classificar os indivíduos que praticam


atividades físicas por pelo menos 10 minutos contínuos por semana, porém
de maneira insuficiente para ser classificado como ativos. Para classificar os

172
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

indivíduos nesse critério, são somadas a duração e a frequência dos diferentes


tipos de atividades (caminhadas + moderada + vigorosa). Essa categoria divide-se
em dois grupos:

- Insuficientemente Ativo A – Realiza 10 minutos contínuos de atividade


física, seguindo pelo menos um dos critérios citados: frequência – 5 dias/semana
ou duração – 150 minutos/semana;

- Insuficientemente Ativo B – Não atinge nenhum dos critérios da


recomendação citada nos indivíduos insuficientemente ativos A.

Ativo – Cumpre as seguintes recomendações: a) atividade física vigorosa


– ≥ 3 dias/semana e ≥ 20 minutos/sessão; b) moderada ou caminhada – ≥ 5 dias/
semana e ≥ 30 minutos/sessão; c) qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/semana e ≥
150 min/semana.

Muito ativo – Cumpre as seguintes recomendações: a) vigorosa– ≥ 5 dias/


semana e ≥ 30 min/sessão; b) vigorosa – ≥ 3 dias/semana e ≥ 20 min/sessão +
moderada e/ou caminhada ≥ 5 dias/semana e ≥ 30 min/sessão.

Caro acadêmico! Acima vimos este questionário que avalia o nível de


atividade, pois o sedentarismo (inatividade física) é um dos fatores de risco para
as DCNT. Assim, várias recomendações internacionais foram criadas para mostrar
qual é o nível mínimo de atividade física que a pessoa deve fazer para que já tenha
um resultado positivo na prevenção das doenças crônicas, como:

considerando atividade física suficiente no lazer a prática de pelo


menos 30 minutos diários de atividade física de intensidade leve
ou moderada em cinco ou mais dias da semana; ou a prática de pelo
menos 20 minutos diários de atividade física de intensidade vigorosa
em três ou mais dias da semana. Caminhada, caminhada em esteira,
musculação, hidroginástica, ginástica em geral, natação, artes marciais,
ciclismo e voleibol foram classificados como práticas de intensidade leve
ou moderada; e corrida, corrida em esteira, ginástica aeróbica, futebol,
basquetebol e tênis, como práticas de intensidade vigorosa (MATSUDO
et al., 2002, p. 42).

Veja no quadro a seguir a evolução das recomendações da atividade física.

173
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

QUADRO 17 - EVOLUÇÃO E RECOMENDAÇÕES

Data/ Órgão Objetivo Atividades


Estabelecia exercícios
necessários para que - Atividades aeróbias
1978 Colégio os adultos saudáveis (caminhadas, corridas, ciclismo)
Americano de mantivessem ou - Frequência: 3 a 5 dias/semana
Medicina Esportiva melhorassem a aptidão - Intensidade: 60% a 90% VO2máx
cardiorrespiratória e a - Duração de 15 a 60 minutos.
composição corporal.

1990 Colégio
Idem + inclusão dos exercícios
Americano de Idem acima.
de força e resistência muscular.
Medicina Esportiva

1995
Centro de Controle e Todos os indivíduos
- Em todos ou na maioria dos
Prevenção de deveriam realizar atividades
dias da semana, totalizando,
Doenças (CDC) e o físicas de moderada
aproximadamente, 150 minutos/
Colégio Americano intensidade, contínuas ou
semana ou 200kcal por sessão.
de Medicina acumuladas.
Esportiva (ACSM)

Idem + - Frequência mínima:


5 x sem com intensidade de 30min
de duração para intensidades
2007 Centro moderadas,
de Controle e 3 vezes por semana e 20 minutos
Prevenção de para as vigorosas, podendo ser
Doenças (CDC) e o Idem acima. complementares.
Colégio Americano O programa moderado pode
de Medicina ser acumulado em sessões de 10
Esportiva (ACSM) minutos, no mínimo.
Foram incorporados os exercícios
de força muscular por, pelo menos,
duas vezes por semana.

FONTE: Coelho; Burini (2009)

A partir de agora, caro acadêmico, falaremos de cada DCNT


individualmente, relacionando com a prática do exercício físico.

3 DCNT: OBESIDADE E EXERCÍCIO FÍSICO


Define-se obesidade como o “acúmulo excessivo de gordura corporal”
(PINHEIRO; TORRES; CORSO, 2004, p. 523), que acarreta prejuízos à saúde
dos indivíduos, tais como: acidentes vasculares cerebrais, diabetes, hipertensão,
colesterol elevado, sem contar com os problemas psicológicos, ortopédicos e
orgânicos (SCHNEIDER et al., 2007).
174
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

A obesidade é uma doença multifatorial e inflamatória. Seu aumento


está avançando em enormes proporções, tanto em países desenvolvidos quanto
naqueles em desenvolvimento, atingindo status de epidemia (HALPERN;
RODRIGUES; COSTA, 2004). Só no Brasil, estatísticas mostram que cerca de metade
da população adulta apresenta excesso de peso, enquanto 12,5% dos homens e
16,9% das mulheres apresentam obesidade (SANDE-LEE; VELLOSO, 2012).

Existem várias medidas para análise da composição corporal, e uma das


mais utilizadas em estudos populacionais é o Índice de Massa Corporal (IMC)
(definido pelo peso em kg dividido pela altura em metros quadrados), que se torna
medida útil para avaliar o excesso de gordura corporal, sendo consensual admitir
que, “independentemente de sexo e idade, adultos com IMC igual ou superior a
30kg/m2 devem ser classificados como obesos” (PINHEIRO; TORRES; CORSO,
2004, p. 523). A obesidade surge a partir de um estilo de vida sedentário e uma
dieta rica em lipídios, alto consumo energético, mas indivíduos que associam
restrição calórica, prática de exercício físico e até tratamento comportamental
podem perder de 5% a 10% do seu peso corporal em um período de quatro a seis
meses (SCHNEIDER et al., 2007).

Perguntamo-nos: Como tratar a obesidade? Podemos dizer que a melhor


forma de tratar a obesidade é a associação de exercício físico aos programas de
emagrecimento, que, além de outros benefícios, têm se mostrado bastante eficazes
na manutenção do peso corporal em médio e longo prazo (TROMBETTA, 2003).

O exercício físico seria um dos melhores tratamentos para a obesidade,


pois pode trazer diversos benefícios para a saúde, além de prover a perda de
peso corporal e a manutenção do peso alcançado (GUESS, 2012). A prática do
exercício físico tem efeito agudo e também crônico sobre a mobilização e utilização
de gordura, que influenciam no emagrecimento, além do efeito direto no gasto
calórico, mantendo o metabolismo aumentado por um longo período após a sua
realização (TROMBETTA, 2003).

Assim, após o exercício, a mobilização e oxidação dos lipídios (gordura)


permanece aumentada. Apesar dos principais efeitos do treinamento físico no
controle do peso corporal serem obtidos cronicamente, alguns efeitos de grande
importância se referem ao “aumento da atividade da enzima lipase hormônio
sensível (enzima responsável pela maior mobilização de lípides no tecido adiposo)
e ao aumento da densidade mitocondrial, potencializando a oxidação de lípides,
favorecendo assim o emagrecimento” (TROMBETTA, 2003, p. 131).

175
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

NOTA

Por que é importante o exercício físico para a perda de peso e controle da


obesidade?
Porque é “bem estabelecido que modestas perdas de massa corporal total (5% a 10%) são
relevantes para a diminuição do risco de doenças crônicas” (ROCCA et al., 2008, p. 186).

Observamos que o exercício é um tratamento não medicamentoso para a


obesidade. Assim, nos perguntamos: qual é o melhor exercício para a perda de
gordura e controle da obesidade?

Iremos, agora, caro acadêmico, responder a esta pergunta abordando os


exercícios aeróbicos e anaeróbicos e o treinamento concorrente.

Com relação aos exercícios aeróbicos (exemplo: caminhada, corrida,


natação), estudos sugerem que exercícios com esta característica promovem maior
mobilização de gordura localizada na região abdominal, sobretudo em homens.
Essa adaptação favorável é atribuída à atividade lipolítica mais elevada nos
depósitos de gordura na região de tronco em comparação com as extremidades
(SILVA et al., 2012).

Os exercícios anaeróbios (exemplo: treino de força), mais especificamente


a prática do treinamento com pesos, além de auxiliarem na melhoria da estética
corporal, podem repercutir favoravelmente na qualidade de vida e saúde
de indivíduos de diferentes faixas etárias e de ambos os sexos, uma vez que o
treinamento muscular pode contribuir para o desenvolvimento ou manutenção da
força e da massa muscular (SANTOS et al., 2002).

O treinamento concorrente (TC) seria a junção dos exercícios aeróbicos e de


força em uma mesma sessão de treinamento ou em dias alternados (LAZAROTTO;
DERESZ; SPRINZ, 2010) e tem como objetivo principal fazer concorrência positiva
entre ambos os tipos de treinamento, pois o exercício aeróbio tem a capacidade de
diminuir a quantidade de gordura corporal, enquanto que o treinamento de força
seria para preservar ou aumentar a massa magra e ambos juntos podem acelerar o
metabolismo basal, promovendo emagrecimento e saúde (UGHINI, 2011).

Segundo Paulo et al. (2009, p. 145), pode-se apontar três possíveis


mecanismos relacionados ao efeito do treinamento concorrente:

a) a hipótese crônica, na qual se propõe a ideia de que algumas


adaptações morfofuncionais ocasionadas pelo treinamento exclusivo da
resistência aeróbia são distintas quando comparadas ao treinamento de
força per se; b) o over training, isto é, o organismo não assimilaria um
grande volume de treinamento para as duas capacidades motoras; c)
hipótese aguda, na qual após uma sessão de treinamento de resistência

176
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

aeróbia haveria uma fadiga residual que comprometeria o treino de


força na sessão subsequente.

Na literatura existem várias controvérsias sobre a ordem de realização


do TC. Silva, Rombaldi e Campos (2010) apontam que o exercício aeróbio,
quando realizado antes do exercício de força, parece ter um menor efeito sobre o
treinamento de força, bem como um maior estímulo ao emagrecimento, aumento
das capacidades aeróbias e melhoria da saúde. Você verá, acadêmico, no quadro
a seguir, estudos com exercício aeróbico antes seguido de força e alguns estudos
com exercícios de força antes seguidos dos aeróbicos, mas que ambas as ordens de
exercícios mostraram benefícios em diferentes variáveis.
Paulo et al. (2009, p. 145), em sua revisão em que avaliaram vários estudos
sobre o TC, apontam algumas características que devem ser levadas em conta
quando da elaboração de protocolos de TC com diferentes objetivos:

1- Os programas de TC se mostraram mais efetivos para melhorar a


resistência de força, o tempo de exaustão numa atividade aeróbia
e a velocidade da corrida de longa distância quando comparados ao
treinamento exclusivo de força ou de resistência aeróbia. Portanto, se
o objetivo do treinamento é a melhora desses fatores, o TC é essencial.
2- Por outro lado, se o objetivo for a melhora da força máxima, ou da
potência muscular, deve-se tomar alguns cuidados na estruturação
do treinamento, como: a) treinar força e resistência aeróbia em dias
alternados; b) se a sessão de treinamento das duas capacidades motoras
for no mesmo dia (não é indicado), treinar a sessão de força primeiro
e deixar para treinar força dos membros superiores no dia da sessão
aeróbia; c) procurar não treinar o TC na zona de interferência proposta
por Docherty & Sporer (2000); d) se o TC for com um grupo feminino,
os intervalos de descanso devem ser maiores, uma vez que elas podem
ser hipercortisólicas.

A seguir, observe o quadro e veja estudos com diversos tipos de exercícios


isolados e combinados que mostraram benefícios sobre o controle da composição
corporal e, consequentemente, das DCNT.

177
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

QUADRO 18 - ESTUDOS SOBRE DIFERENTES EXERCÍCIOS FÍSICOS, ISOLADOS E COMBINADOS


Sujeitos/
Estudo Idade Intervenções - Duração Resultados
(anos)
Os treinamentos foram compostos
por duas etapas (E1 e E2) com - Circunferência da Cintura:
duração de oito semanas cada, e ↓ TA (-1,70%; p = 0,023)
frequência de três sessões/semana. ↓ TC (-1,66%; p = 0,018)

G1 = controle (n=10 não fizeram - Colesterol LDL


nada). ↓ TF (-25,03%; p = 0,047)
42 homens
Souza et G2 = TAeróbico (n = 13) 60 min. de ↓ TC (29,74%; p = 0,011).
(40 e 60
al. (2012) caminhada ou corrida a 55-85%
anos)
VO2pico. - pressão arterial sistólica
G3 = TForça (n = 9) dez exercícios ↓TC (-7,83%; p = 0,029).
com 3 x 8-10 RM.
G4 = TConcorrente (n = 10) força máxima e VO2pico
1º = 6 exercícios com 3 x 8-10 RM aumentaram para os três
2º = 30 min de caminhada ou grupos de treinamento (p
corrida a 55-85% VO2pico. > 0,05).

G1 = controle (n=10) controle


alimentar, mas sem prática de
exercícios.

G2 = TC =
1º = ciclismo indoor, método Cortisol (mcg/dL).
20 homens
contínuo,
com
Rosa et al. 40 minutos, e intensidade entre 5
sobrepeso
(2010) e 7 da escala de OMNI do esforço ↓TC (-38,95%)
(27,7±5,1
percebido para o ciclismo. ↓ GC (49,35%).
anos)
2º = 1 sessão de musculação (3
séries de repetições realizadas
até a exaustão, com intensidade
de 85% de 1RM para todos os
exercícios e o intervalo entre as
séries foi de 2 a 3 minutos).
G1 – sessão 1 = aeróbio-força (AF).
O gasto energético total não
G2 – sessão 2 = força-aeróbio (FA)
diferiu entre as ordens de
exercício
FA = 2.793 ± 811kJ.
Força = 3 séries, intensidade de
10 homens
Panissa et 70% de 1RM e 12 repetições ou
(43-48 AF = 2.893 ± 903 kJ
al. (2009) até a
anos)
exaustão voluntária. Os intervalos
indicando que a ordem
de tempo entre as séries foram de
de execução não afetou
dois minutos.
significativamente o gasto
Aeróbico = esteira, intensidade de
energético.
90% do lactato sanguíneo durante
30 minutos.
FONTE: Souza et al. (2012); Rosa et al. (2010)
178
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Observa-se na tabela acima que a realização do TC com exercício de força


antes do aeróbico foi mais eficaz do que os TA e TF isolados na composição corporal,
pressão arterial, colesterol, no estudo de Souza et al. (2012). No estudo de Rosa et
al. (2010), os autores analisaram o cortisol por ser um glicocorticoide secretado
pelo córtex adrenal das glândulas suprarrenais e estar diretamente relacionado
com algumas citoquinas secretadas pelo tecido adiposo, desempenhando diversas
funções durante o exercício, por exemplo: auxiliar a gliconeogênese e acelerar
a mobilização e utilização das gorduras para a obtenção de energia e o TC com
aeróbico antes e exercício de força depois, e o grupo de apenas controle da
alimentação, foram ações efetivas na diminuição do cortisol. E o estudo de Panissa
et al. (2009) mostrou que não houve diferença na ordem da execução dos exercícios
do TC sobre o gasto energético, pois ambos foram efetivos.

TUROS
ESTUDOS FU

Caro acadêmico! Podemos concluir que o “sobrepeso e a obesidade são resultado


do aumento do sedentarismo e da alta ingestão calórica, o que contribui para o desenvolvimento
da Síndrome Metabólica (SM), que aumenta a possibilidade do desenvolvimento de diabetes
mellitus tipo 2 e de doença cardiovascular (DCV – hipertensão)” (SOUZA et al., 2012, p. 649).
Veremos agora estas DCNT associadas ao sobrepeso e obesidade e a sua relação com a prática
do exercício físico.

4 DCNT: HIPERTENSÃO E EXERCÍCIO FÍSICO


Caro acadêmico! Você viu na Unidade 2 as características do sistema
cardiovascular, e aqui iremos falar, dentre tantas doenças cardiovasculares,
da hipertensão, por ser uma das principias DCNT relacionadas à obesidade.
Como uma doença multifatorial e assintomática, a hipertensão (HAS) é uma
doença que pode levar a alterações hemodinâmicas, metabólicas e funcionais,
principalmente em estruturas vitais do organismo, como o coração, encéfalo,
rins, vasos sanguíneos, podendo levar o indivíduo a óbito (DBH VI, 2010).

Para valores de Pressão arterial (PA) considerados normais (normotensos)


temos como referência ≤ 120 mmHg para pressão arterial sistólica (PAS) e
≤ 80mmHg para pressão arterial diastólica (PAD). Segundo as Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão – DBH VI (2010, p. 1), a HAS “caracteriza-se pelo
aumento exacerbado da pressão arterial (PA) do indivíduo em repouso, e em
condições normais, os níveis da pressão arterial sistólica (PAS) devem estar >
140mmHg e a pressão arterial diastólica (PAD) > 90mmHg, tendo em vista que
a patologia apresenta estágios relativos aos níveis de PA”.

Existem diversos tratamentos para a HAS, como o uso de fármacos de


ação hipotensiva, contudo, a mudança no modo de vida também tem influência,

179
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

como reeducação alimentar e a prática do exercício físico. Pois o exercício


físico tem como um dos seus efeitos a diminuição da PA em repouso, tanto do
exercício aeróbico quanto de força, sendo que este benefício pode ocorrer tanto
como uma adaptação crônica ao treinamento ou como uma redução dos níveis
pressóricos depois de sessões agudas de exercícios, e mantido por um período
considerável após a prática do exercício físico (JANNIG et al., 2009).

A queda da PA, chamada de hipotensão, ocorre por meio do exercício,


provavelmente associada a uma vasodilatação decorrente da liberação de
substâncias, como bradicinina e óxido nítrico, que têm ação vasodilatadora e
agem no endotélio do vaso (BOMFIM; ROCHA, 2009). Além da hipotensão,
podemos dizer que com a progressão do exercício físico, algumas mudanças
fisiológicas acontecem no corpo humano a fim de absorver e responder a esses
estímulos.

Essa diminuição da PA mostra-se eficaz com a prática do exercício, para


indivíduos normotensos, como forma preventiva, e para hipertensos, como
um tratamento não farmacológico. A redução nos valores de PA sofre uma
maior influência do volume de treinamento do que outras variáveis como a
intensidade, o que aponta na direção de que um exercício realizado durante 45
minutos teria um maior efeito hipotensivo do que o mesmo com uma duração
de 20 minutos (NEGRÃO; RONDON, 2001).

Então, veja, caro acadêmico, que o exercício físico seria uma alternativa
não farmacológica no combate à hipertensão arterial. A prescrição indicada
são exercícios aeróbios e o exercício resistido (força) na mesma sessão. Veja, na
figura a seguir, as recomendações do exercício para hipertensos (DBH VI, 2010).

FIGURA 89 - RECOMENDAÇÕES ATUAIS PARA ATIVIDADE FÍSICA OU EXERCÍCIOS FÍSICOS


PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS PARA HIPERTENSÃO

FONTE: Coelho; Burini (2009, p. 941)

A seguir, observe o quadro com estudos de hipertensos e os benefícios


sobre o controle da pressão arterial e, principalmente, da hipertensão.

180
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

QUADRO 19 - ESTUDOS SOBRE DIFERENTES EXERCÍCIOS FÍSICOS, ISOLADOS E COMBINADOS

Sujeitos/
Estudo Intervenções - Duração Resultados
Idade (anos)

- 36 sessões de treinamento
- 3 dias na semana alternados
- intensidade de 40% a 60% da
frequência cardíaca máxima,
- 45 a 60 minutos.
- PAS = normotensos
G1 = aeróbio (caminhada, no qual
↓ G1 = Efeito
os sujeitos caminhavam 3.200m na
hipotensivo (-3,8
pista de atletismo).
300 idosos mmHg).
G2 = resistido (força) (exercícios
Carvalho et normotensos - PAS = hipertensos
alternados por segmentos divididos
al. (2013) (n=150) e - redução da PAS em
em
hipertensos todos os grupos, mas
treino ‘A’ e ‘B’; cada treino conteve
(n=150). principalmente do G1
seis exercícios, com 3 séries de
= - 7,5 mmHg.
12 repetições, com intervalo de
45 segundos entre cada série, e 1
minuto entre cada exercício).

G3 = treinamento concorrente
(período da manhã o treinamento
aeróbio e, à tarde, o treinamento
resistido.

SER1 =
- 3 dias não consecutivos. ↓ PAS após 40m o
exercício
G1 = 1 série (SER1). PAD não foram
encontradas reduções.
20 pessoas G2 = 3 séries (SER3).
hipertensas
Mediano et (61± 12 anos) - Teste de 10 repetições máximas SER3 =
al. (2005) (10RM). ↓ PAS que perdurou
(16 homens e 4 Supino reto, leg-press horizontal, por todo o período de
mulheres. remada em pé e rosca tríceps monitorização.
- 10 repetições dos exercícios Para PAD, foram
propostos, com intervalo de dois encontradas reduções
minutos entre as séries e os apenas no 30 e 50
exercícios. minuto pós-exercício.

Observam-se no quadro dois estudos. O primeiro estudo de Carvalho


et al. (2013), que envolveu exercícios aeróbicos, força e TC, e todos os exercícios
mostraram resultados na diminuição da PA. E no estudo de Mediano et al. (2005),
concluíram que uma sessão de treinamento de força pode promover reduções
nos níveis de PAS em indivíduos hipertensos medicados.

181
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

TUROS
ESTUDOS FU

Não acabam aqui, caro acadêmico, os benefícios dos exercícios para hipertensão,
vários estudos mostram os benefícios tanto do exercício aeróbico, quanto do exercício de
força. Cabe ao professor de Educação Física, ao acompanhar esse público, o fazê-lo de maneira
segura, respeitando os limites fisiológicos e das diretrizes. Agora veremos outra DCNT, a
diabetes, por também estar relacionada com a obesidade.

5 DCNT: DIABETES E EXERCÍCIO FÍSICO


O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) “é uma doença caracterizada pelo
descontrole do índice glicêmico, ocasionado pela incapacidade do hormônio
insulina de realizar sua função no organismo”, e está associada à hiperglicemia,
obesidade e síndrome metabólica (CAUZA et al., 2005, p. 1.528). A origem da
doença ainda é incerta, mas fatores de risco, como obesidade e inatividade física,
são precursores para o seu desenvolvimento (HOLTEN et al., 2004). A maioria das
pessoas com o DM tipo 2 tem excesso de peso e o diagnóstico, na maioria dos
casos, é feito a partir dos 40 anos de idade (LEITE; BARBOSA, 2008).

Os dois tipos mais comuns são o tipo 1, que resulta da falta total de insulina,
e o tipo 2, que resulta da produção diminuída de insulina ou por esse hormônio não
exercer adequadamente sua função (GROSS et al., 2002). Veja as características dos
tipos mais comuns do diabetes tipo 1 e tipo 2 e demais classificações de diabetes,
na tabela a seguir.

TABELA 7 – CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DO DIABETES MELLITUS

FONTE: GROSS et al. (2002)

182
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Existem diversas opções terapêuticas farmacológicas para o controle do


diabetes, podemos citar algumas, como sensibilizadores da ação de insulina,
drogas antiobesidade e insulina, anti-hiperglicemiantes, secretagogos, que podem
ser utilizadas isoladamente ou em associações (LEITE; BARBOSA, 2008).

Para pacientes com diabetes, as informações sobre os malefícios


do sedentarismo são de fundamental importância, estas devem ser
dadas logo no início do diagnóstico, permitindo que os benefícios das
mudanças no estilo de vida (dentre elas, o exercício físico) possam ser
apreciados com mais eficácia (LEITE; BARBOSA, 2008, p. 103).

Ambos os exercícios (aeróbio e de força) trazem benefícios aos diabéticos,


pois agem no controle glicêmico de diabéticos tipo 2 (CIOLAC; GUIMARÃES,
2004). Além de contribuir com o controle da glicemia, a associação de
exercícios resistidos com exercícios aeróbios, ou seja, treinamento concorrente,
melhora a qualidade de vida do portador de DM2, aumentando a capacidade
cardiorrespiratória, a força e a resistência muscular, facilitando a execução de
atividades da vida diária (ARSA et al., 2009).

Então, veja, caro acadêmico, que o exercício físico seria uma alternativa
não farmacológica no combate à diabetes mellitus. A prescrição indicada são
exercícios aeróbios e o exercício resistido (força) na mesma sessão. Veja na
tabela a seguir as recomendações do exercício para diabéticos.

TABELA 8 - RECOMENDAÇÕES ATUAIS PARA ATIVIDADE FÍSICA OU EXERCÍCIOS FÍSICOS


PREVENTIVOS E TERAPÊUTICOS PARA DIABÉTICOS

FONTE: Coelho; Burini (2009, p. 941)

Entre os exercícios de característica aeróbia podemos citar: caminhar,


nadar, correr, andar de bicicleta etc., mas que envolvem grande massa muscular
e, assim, atuam reduzindo de 10% a 20% na hemoglobina glicosilada, e também
em melhor transporte de oxigênio pela corrente sanguínea (ARSA et al., 2009).
A seguir, caro acadêmico, observe o quadro, com estudos de diabéticos e os
benefícios do exercício físico sobre os parâmetros da diabetes.

183
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

QUADRO 20 - ESTUDOS SOBRE DIFERENTES EXERCÍCIOS FÍSICOS, ISOLADOS E COMBINADOS

Sujeitos/
Estudo Intervenções - Duração Resultados
Idade (anos)

- 4 meses

G1 = força (primeiras 2 semanas,


o peso foi mantido a um nível
mínimo. De terceira semana, o
treinamento teve como objetivo
a hipertrofia e começou com 3
séries por grupo muscular por
semana. - 10 a 15 repetições sem
interrupção, até a fadiga severa,
ocorreram e mais repetições
eram impossíveis. O programa
43 diabéticos consistia de exercícios para todos - Glicose
Cauza et
(22 homens e os principais grupos musculares). ↓ G1 = -57%
al. (2013)
21 mulheres) ↓ G2 = -1%
G2 = aeróbico (cicloergômetro, 3
dias não consecutivos da semana.
Durante
as primeiras 4 semanas, 15
minutos por sessão, 3 vezes
por semana. Depois sessões de
exercício foram aumentadas em
5 minutos a cada 4 semanas.
O tempo total de exercício por
semana, excluindo aquecimento,
foi de 90 minutos durante últimas
4 semanas).

G1 = aeróbio (caminhada ou
Hemoglobina A1c
cicloergômetro, 15 a 20 min por
sessão em 60% da frequência
G1 = ↓0,51% na
cardíaca máxima com progressão
comparado ao G4.
251 adultos para 45 min a 75% da FC
portadores de máxima).
G2 = ↓0,38% comparado
diabetes tipo
ao grupo controle.
2 há mais de 6 G2 = força (7 exercícios diferentes,
SIGAL et meses 2 séries de 7 a 9 repetições
G3 = comparado com o
al. (2007) máximas, progredindo para 3
G1 (0,46%) e com o G2
(160 homens e séries).
(0,59%).
91 mulheres)
G3 = treinamento concorrente:
G1 e G2 = melhoram
(39 e 70 anos). treino aeróbio completo
o controle glicêmico
adicionado ao treino resistido
2, mas os ganhos são
completo.
maiores se combinados
os dois exercícios.
G4 = controle.
FONTE: Cauza et al. (2013); SIGAL et al. (2007)

184
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Observam-se na tabela dois estudos. O primeiro estudo, de Cauza et al.


(2013), mostra que o exercício de força foi mais efetivo na melhoria do controle
glicêmico. E no estudo de Sigal et al. (2007), a hemoglobina A1c diminui com
todo exercício isolado ou combinado. Confirmando os benefícios dos exercícios
físicos para diabéticos, que são eficazes no controle glicêmico, da hemoglobina
e na melhora da sensibilidade à insulina e tolerância à glicose (ARSA et al.,
2009).

TUROS
ESTUDOS FU

Agora que você viu as especificidades da diabetes, vamos ver a síndrome


metabólica.

6 DCNT: SÍNDROME METABÓLICA E EXERCÍCIO FÍSICO


“A síndrome metabólica (SM) é também conhecida como síndrome X,
síndrome da resistência à insulina, quarteto mortal ou síndrome plurimetabólica”
(CIOLAC; GUIMARÃES, 2004, p. 319). A SM tem por referência a resistência
à insulina (RI), criando um elo com a obesidade, pois obriga o pâncreas a
aumentar a produção deste hormônio e tem uma prevalência maior em homens
e mulheres, aproximando-se de 42% entre indivíduos com idade maior a 60
anos de idade e, também, mulheres com Síndrome do Ovário Policístico (SOP)
estão propensas a desenvolver SM, mesmo sendo magras (RIBEIRO FILHO et al.,
2006).

Dentre os fatores de risco, podemos dizer que a pessoa tem SM quando


possui três dos cinco fatores, sendo eles:

TABELA 9 - CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DA SM

FONTE: Penalva (2008, p. 246)

Como tratamento da SM, devemos considerar vários aspectos. Um dos


primeiros seria a diminuição da obesidade, para melhorar assim o “perfil lipídico,
diminuir a pressão arterial e a glicemia, além de melhorar a sensibilidade à
insulina, reduzindo o risco de doença aterosclerótica” (PENALVA, 2008, p. 246).
185
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

Assim, além da modificação no estilo de vida, do tratamento


medicamentoso, os principais seriam a modificação da alimentação, evitando
uma dieta aterogênica, ou seja, composta “por carboidratos complexos e integrais
(representando entre 45% e 65% do valor calórico total diário), proteínas (10%-
35% do valor calórico diário total) e gorduras (20%-35% do valor calórico diário
total), dando-se preferência às gorduras mono e poli-insaturadas, além de um
controle da ingestão de sódio (PENALVA, 2008, p. 246). E a prática de exercícios
físicos deve ser de pelo menos 30 minutos de atividade aeróbica de moderada
intensidade, diariamente (PENALVA, 2008).

Tanto o exercício resistido quanto o aeróbio promovem “benefícios


substanciais em fatores relacionados à saúde e ao condicionamento físico,
incluindo a maioria dos fatores de risco da síndrome metabólica” (CIOLAC;
GUIMARÃES, 2004, p. 322). Veja no quadro a seguir algumas alterações
fisiológicas com a prática do exercício físico.

QUADRO 21 - EFEITOS DO EXERCÍCIO SOBRE AS VARIÁVEIS DA SM

FONTE: Ciolac; Guimarães (2004, p. 322)

A American Heart Association e o National Heart, Lung and Blood Institute


traçam uma meta para o tratamento da SM (PENALVA, 2008, p. 248), veja na tabela
a seguir:
186
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

TABELA 10 – META PARA O TRATAMENTO DA SM

FONTE: Penalva (2008, p. 248)

Caro acadêmico! Você sabe qual exercício é o mais adequado para


indivíduos com SM?

Respondemos a esta pergunta apontando que um programa de exercícios


para SM deve conter as características de um programa de exercícios aplicados
a indivíduos saudáveis que desejam aprimorar a aptidão física e ser composto
por três componentes essenciais: treinamento aeróbio, treinamento de força e
treinamento de flexibilidade (VASCONCELOS et al., 2013). Veja as indicações de
exercícios no quadro a seguir, segundo Vasconcelos et al. (2013):

QUADRO 22 - INDICAÇÕES DE EXERCÍCIOS PARA SM


CARACTERÍSTICAS
- Caminhada, ciclismo ao ar livre em cicloergômetro ou mesmo no meio
aquático.
- Iniciar em uma intensidade moderada, ou seja, 40% a 60% do consumo de
oxigênio de reserva (VO2R) ou da frequência
cardíaca de reserva (FCR).
Aeróbicos - Duração iniciada com 20 minutos, evoluindo até 60 minutos, conforme a
melhora da condição física do praticante.
- Para os mais condicionados, a corrida pode ser uma opção e o trabalho
pode iniciar com intensidades entre 50% e 75% do VO2R ou FCR, durante
30 a 60 minutos.
- A frequência semanal deve ser de no mínimo três vezes por semana.

- Incluir oito a dez exercícios para os principais grupamentos musculares


requeridos nas atividades diárias.
- Para cada exercício, três séries de 10 a 12 repetições são habitualmente
recomendadas.
Força - A carga inicial pode ser ajustada para realizar dez repetições. Quando o
praticante conseguir realizar 12 repetições e sentir que a carga está leve,
pode aumentá-la, ou seja, não é necessário realizar repetições máximas.
- Quanto ao intervalo entre séries, deve ser adequado para permitir uma
correta recuperação do praticante – em geral, varia de 2 a 3 minutos.

FONTE: VASCONCELOS et al. (2013)


187
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

TUROS
ESTUDOS FU

Finalizamos este tópico, apontando que o exercício é muito importante na


prevenção das DCNT. No próximo tópico você verá essas doenças associadas ao crescimento
e desenvolvimento infantil e no envelhecimento.

LEITURA COMPLEMENTAR

Questionário de Baecke de avaliação da atividade física habitual

Você viu, caro acadêmico, que existem vários questionários que avaliam a
atividade física habitual. Segue exemplo de um deles. O questionário de Baecke
de AFH3 é um instrumento recordatório dos últimos 12 meses, de fácil aplicação e
entendimento, sendo proposto em escala qualiquantitativa e abordando magnitudes
como atividade física ocupacional, exercícios físicos no lazer e atividades de lazer
e locomoção. Sua validação está no artigo de Florindo e Latorre (2003). Se quiser
visualizar toda a validação deste questionário, acesse o endereço: <http://www.
scielo.br/pdf/rbme/v9n3/17260.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2016.

188
TÓPICO 1 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DO E. F. RELACIONADOS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E À PREVENÇÃO DE DOENÇAS

ATIVIDADE PRÁTICA

Ações educativas para promoção da atividade física habitual da última


semana

Objetivo: Realizar a criação da pirâmide (três níveis) da atividade física


habitual semanal com imagens, fotografias ou rótulos de exercícios. Elaborar um
material educativo para orientação da prática habitual de atividades físicas, por
meio de um folder. Tempo de duração: de 45 a 60 minutos. Material a ser utilizado:
fotografias, imagens ou réplicas e rótulos de pessoas caminhando, pedalando,
trabalhando, subindo escadas etc. Separado em grupos, cada grupo cria o seu.

189
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

UNI

1 – As crianças devem buscar fotos de pessoas caminhando, pedalando,


trabalhando, subindo escadas etc.
2 - Cada grupo terá a tarefa de colar na pirâmide, em ordenação de acordo:
- 1º nível: grupo das atividades que os elementos do grupo mais realizaram na última semana,
exemplo: caminhar até à escola. Daí se deve colar pessoas caminhando.
- 2º nível: grupo das atividades físicas habituais feitas moderadas na última semana.
- 3º nível: grupo das atividades físicas habituais quase não realizadas na última semana (topo
da pirâmide).
3 - Depois pode-se dividir e cada grupo apresenta um nível da pirâmide.
4 - Estes cartazes podem ser colados ao longo da escola, para promover os hábitos saudáveis
de atividade física habitual, lançando o desafio de repetir daqui a um mês a tarefa e de que a
pirâmide fique vazia em cima, onde estão as atividades físicas menos habituais.

190
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você viu que:

• A obesidade, diabetes, hipertensão, acidentes cerebrovasculares, doenças


cardiovasculares, câncer e osteoporose são considerados como DCNT.

• As DCNT têm morbidade no mundo de 47% e estima-se um aumento para 60%


até 2020.

• Essas doenças têm vários fatores etiológicos, multifatorial e vários fatores de


risco, que podem ser fatores de risco não modificáveis e modificáveis.

• Como prevenção e tratamento a essas doenças, a adoção de estilo de vida saudável


é fundamental, além de uma alimentação saudável e prática de exercícios.

• Uma das estratégias de controle das DCNT pelos órgãos públicos competentes é
a vigilância das DCNT por meio de dados sistemáticos.

• Além do Vigitel, existem vários métodos de monitoramento do nível de atividade


física. Um deles é por meio de questionários, e um exemplo seria o Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ).

• O IPAQ classifica o indivíduo em sedentário, Insuficientemente Ativo


(Insuficientemente Ativo A e Insuficientemente Ativo B), Ativo e Muito Ativo.

• A obesidade é definida como o acúmulo excessivo de gordura corporal.

• Melhor forma de tratar a obesidade seria a associação de exercício físico e


alimentação saudável.

• A prática do exercício físico tem efeito agudo e também crônico sobre a


mobilização e utilização de gordura, que influenciam no emagrecimento, além
do efeito direto no gasto calórico.

• O tratamento das DCNT pode ser realizado pelos exercícios aeróbicos, anaeróbicos
e treinamento concorrente.

• Exemplo de exercícios aeróbicos são a caminhada, a corrida, natação etc. De


exercícios anaeróbios, o treino de força. E do Treinamento Concorrente (TC), a
junção dos exercícios aeróbicos e de força em uma mesma sessão de treinamento
ou em dias alternados.

• A hipertensão associada com a obesidade é uma das principais DCNT, que pode
levar a alterações hemodinâmicas, metabólicas e funcionais.
191
• A HAS tem a pressão arterial (PA) aumentada em repouso, e em condições
normais, os níveis da pressão arterial sistólica (PAS) devem estar > 140mmHg e
a pressão arterial diastólica (PAD) > 90mmHg.

• Existem diversos tratamentos para a HAS, como o uso de fármacos de ação


hipotensiva; contudo, a mudança no modo de vida também tem influência,
como reeducação alimentar e a prática de exercício físico.

• O exercício leva à queda da PA, chamada de hipotensão, além de algumas


mudanças fisiológicas.

• O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença caracterizada pelo descontrole


do índice glicêmico, ocasionado pela incapacidade do hormônio insulina de
realizar sua função no organismo, e está associada à hiperglicemia.

• Ambos os exercícios (aeróbio e de força) trazem benefícios aos diabéticos, pois


agem no controle glicêmico de diabéticos tipo 2.

• A síndrome metabólica (SM) é também conhecida como síndrome X, síndrome


da resistência à insulina, quarteto mortal ou síndrome plurimetabólica.

• Tanto o exercício resistido quanto o aeróbio promovem benefícios substanciais


em fatores relacionados à saúde e ao condicionamento físico, incluindo a
maioria dos fatores de risco da síndrome metabólica.

192
AUTOATIVIDADE

Agora responda às questões abaixo e teste seu conhecimento.

1 Muitas doenças fazem parte das doenças crônicas não transmissíveis,


EXCETO:

a) ( ) Obesidade.
b) ( ) Hipertensão.
c) ( ) Acidentes cerebrovasculares.
d) ( ) Vômitos e diarreias.

2 Em relação às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), assinale V para


verdadeiro e F para falso sobre suas características:

( ) Apresentam etiologia multifatorial e compartilham vários fatores de risco,


que podem ser fatores de risco não modificáveis e modificáveis.
( ) Por serem doenças de longa duração, necessitam de um acompanhamento
multidisciplinar permanente, intervenções contínuas.
( ) Uma das estratégias de controle das DCNT pelos órgãos públicos
competentes é a vigilância das DCNT por meio de dados sistemáticos.
( ) O sedentarismo não é um dos fatores de risco para as DCNT.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) V – F – F – V.

3 Após o exercício, a mobilização e oxidação dos .................... (gordura)


permanece aumentada; apesar dos principais efeitos do treinamento físico
no controle do ................................ serem obtidos cronicamente, alguns
efeitos de grande importância se referem ao “aumento da atividade da
.................... lipase hormônio sensível (enzima responsável pela maior
mobilização de lípides no tecido adiposo) e ao aumento da ....................
............, potencializando a ..................... de lípides, favorecendo assim o
emagrecimento” (TROMBETTA, 2003, p. 131).

Assinale a alternativa correta que preenche a citação acima:


a) ( ) peso corporal, lipídios, enzima, densidade mitocondrial, oxidação.
b) ( ) lipídios, peso corporal, oxidação, enzima, densidade mitocondrial.
c) ( ) lipídios, peso corporal, enzima, densidade mitocondrial, oxidação.
d) ( ) lipídios, peso corporal, densidade mitocondrial, enzima, oxidação.

193
4 Sobre a hipertensão e exercício físico, analise as seguintes sentenças:

Existem diversos tratamentos para a HAS,

como

o uso de fármacos de ação hipotensiva; contudo, a mudança no modo de vida


também tem influência, como reeducação alimentar e a prática do exercício
físico.

a) ( ) A primeira é uma afirmação verdadeira e a segunda, falsa.


b) ( ) Ambas afirmações são falsas.
c) ( ) As duas são verdadeiras, mas não têm relação entre si.
d) ( ) As duas são verdadeiras e a segunda é complemento e justificativa da
primeira.

194
UNIDADE 3
TÓPICO 2

ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA


DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA
SAÚDE, VOLTADA AO PÚBLICO ESPECIAL

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico você está convidado a compreender a fisiologia do exercício


nos processos de crescimento e desenvolvimento da criança e de envelhecimento.
É fato que o organismo humano passa por vários processos, crescimento e
desenvolvimento na idade infantil, maturação na idade adulta e o declínio
de todas as capacidades fisiológicas e das atividades diárias, na terceira idade,
o envelhecimento (FECHINE; TROMPIERI, 2012). O processo de crescimento e
desenvolvimento infantil passa por várias transformações significativas no decorrer
de sua maturação. Sabendo disso, veremos quanto a prática de exercícios físicos
influencia positivamente ao longo desse desenvolvimento (OLIVEIRA, 2006).

Desvendado o processo de crescimento e desenvolvimento da criança,


estudaremos o processo inverso, o envelhecimento, e ao olharmos para essa
desaceleração do organismo é preocupar-se com um futuro de qualidade, saudável
e consciente, sendo essas as expectativas almejadas por grande parte da população,
da sociedade e do próprio indivíduo que está envelhecendo (CIVINSKI et al.,
2011). Nessa perspectiva, abordaremos o assunto descrevendo as alterações das
características fisiológicas e os benefícios do exercício físico na idade infantil e as
dificuldades que abrandam o processo de envelhecimento.

2 EXERCÍCIO PARA AS CRIANÇAS: RELAÇÃO DO TIPO DE


ATIVIDADE FÍSICA ESCOLAR E SUAS IMPLICAÇÕES COM A
SAÚDE NO DESENVOLVIMENTO DO SER HUMANO
Muitas são as adaptações que o corpo da criança e adolescente sofre no
decorrer do seu crescimento, desenvolvimento e maturação, e essas alterações
podem ser potencializadas e aperfeiçoadas quando a criança é assistida por um
programa de exercícios físicos que fomentam o seu desenvolvimento, tornando-se
um adulto saudável e bem disposto (OLIVEIRA, 2006).

Para iniciarmos o estudo, caro acadêmico, faz-se necessário termos bem


claros os conceitos de crescimento e desenvolvimento, para que possamos embasar
nosso conhecimento, ressaltando a importância dessas distinções, o que facilitará
a compreensão de qual estágio de maturidade a criança se encontra e, com isso,
195
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

o ajudará a traçar planos de aulas específicos de acordo com a idade da criança,


colaborando na divisão de grupos e classes dos escolares (MARCO, 2010). Assim,
a seguir, conceituaremos crescimento e desenvolvimento:

Crescimento: é um aumento quantitativo em tamanho ou magnitude, que


compreende desde o período da concepção até o final da adolescência ou início
da segunda década de vida. O crescimento finaliza quando o indivíduo alcança a
maturidade biológica e pode ser medido pelo peso, estatura, perímetro cefálico e
torácico, alterações nas fontanelas, dentição e alterações corporais (HAYWOOD;
GETCHELL, 2010). Dentre essas adaptações, o organismo segue uma sequência
fisiológica, o crescimento e o desenvolvimento são eventos diferentes, mas evoluem
juntos. O crescimento implica alterações corporais, aumento da massa muscular
em certo período de tempo, em consequência da evolução celular (OLIVEIRA,
2006).

FIGURA 90 - EVOLUÇÃO DO CRESCIMENTO ESTRUTURAL ANTES E APÓS O NASCIMENTO

Fonte: Gallahue et al. (2013)

As fases de crescimento da criança, caro acadêmico, seguem uma ação


contínua e dinâmica, que exige muita atenção, estímulo, movimento e socialização.
Estão expostas a inúmeras influências, como já comentamos aqui, mas podemos
dividi-las para uma melhor abordagem: a ação dos fatores intrínsecos e extrínsecos
(SOUZA et al., 2008).

Fatores intrínsecos envolvem toda a função orgânica, a herança genética,


sexo, etnia e, principalmente, a evolução dos sistemas neurológico e endócrino,
interagindo com a regulação hormonal, atuando ativamente no crescimento e
desenvolvimento do indivíduo (SOUZA et al., 2008).

Fatores extrínsecos remetem às influências ambientais, evidenciando a


dieta convencional, que possibilita elementos fundamentais para um crescimento
classificado como normal (alimentação normal para cada idade, incluindo
a ingestão de água, proteínas, vitaminas, carboidratos, sais minerais etc.). A

196
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

influência do ambiente proporciona as condições físicas, geográficas, urbanísticas,


socioeconômicas, interação da criança com o meio, as doenças, a higiene, relações
afetivas e as atividades físicas (SOUZA et al., 2008).

O crescimento funcional da criança é monitorado pelos profissionais


da saúde, por meio de um instrumento muito útil, chamado de Caderneta de
Saúde da Criança – Passaporte da Cidadania, que contém todas as informações
pertinentes à criança, aos pais, aos profissionais de saúde que a mantêm atualizada.
Permite o acompanhamento fidedigno do crescimento da criança, e também
serve como referência escolar, contribuindo para que os professores de Educação
Física conheçam como foi o histórico do crescimento de seu aluno, ajudando-o
a preparar suas aulas de acordo com a idade e a curva de crescimento, pois nela
estão registrados os gráficos da curva de crescimento de cada criança (BRASIL,
2007). Na caderneta existem as seguintes informações: dados de registro; direitos
das crianças; direitos dos pais; dados sobre gravidez, parto e puerpério; dados
do nascimento; informações sobre amamentação; informações sobre um ambiente
saudável; dez passos para a alimentação saudável; informações sobre saúde bucal;
informações sobre saúde auditiva e ocular; dados de desenvolvimento infantil;
registro de acompanhamento de saúde; registro e informações de vacinação;
acompanhamento do crescimento – gráficos do crescimento (BRASIL, 2007).

FIGURA 91 - CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA

Fonte: Brasil (2007)

197
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

UNI

Caro acadêmico! No artigo abaixo, leia sobre a possibilidade de ocorrência de


desvios posturais em escolares durante seu processo de crescimento normal. Essa leitura
proporcionará uma ampla visão auxiliar na hora de eleger um treinamento físico e as atividades
práticas para as aulas de Educação Física. Você encontrará este artigo no link a seguir. Boa
leitura!
SANTOS et al. Ocorrência de desvios posturais em escolares do ensino público fundamental de
Jaguariúna, São Paulo, Rev Paul Pediatr, v. 27, n. 1, p. 74-80, 2009. Disponível em: <http://www.
spsp.org.br/spsp_2008/revista/RPPv27n1p74-80.pdf>.

A seguir, caro acadêmico, entenderemos o conceito de desenvolvimento.

Desenvolvimento: Remete ao incremento da capacidade do indivíduo


em executar novas atividades e funções complexas. Refinamentos e maturação
do controle neuromuscular, motricidade fina e traços de caráter englobam os
processos fisiológicos, psicológicos e ambientais, que vão ser assistidos por toda
a vida (HAYWOOD; GETCHELL, 2010). Em concomitância com o crescimento,
o desenvolvimento ocorre de maneira gradativa e distinta, seus aspectos
neuropsicomotores e funções orgânicas da criança são elaborados durante a
infância, como o aprimoramento nutricional, da comunicação, a aprendizagem
de caminhar, a maturação do desenvolvimento neuropsicomotor, percepção,
adaptação, inter-relação com o meio ambiente e o outro, possibilitando ao indivíduo
lapidar suas capacidades e habilidades (OLIVEIRA, 2006). O desenvolvimento está
dividido em algumas etapas, entre elas estão, segundo Fonseca (2009):

Infância: Período que vai do nascimento até os dois anos.

Segunda infância: Entendida como a fase de aprimoramento das habilidades


adquiridas, idade explorativa e elaboração simbólica.

Funcionamento total de todas as funções: tônus, equilíbrio, lateralidade,


percepção corporal, elaboração espacial/temporal e as praxias finas (organização,
concentração e lateralização, dos seis aos sete anos) e globais (delineamento motor,
integração rítmica, dos cinco aos seis anos).

Pré-escola: Processo de individualização/separação, maior consciência,


construção da identidade, egocentrismo e ligação ao objeto de posse (objeto
transicional).

Ambiente escolar: Processo de socialização, adaptação, autonomia, limites e


frustrações.

Interação com o professor: Processo de afetividade, vínculo, referência,


segurança.
198
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

Práticas escolares: Processo de rotina planejada e diferenciada, ações livres e


também dirigidas, atividades lúdicas.

Terceira infância: Período escolar onde a criança está iniciando a adolescência.

Adolescência: Período de grandes transformações físicas e emocionais,


compreende a idade de 12 aos 18 anos.

UNI

Caro acadêmico! Não faz parte dos nossos objetivos aqui aprofundarmos o vasto
universo dos processos de crescimento e desenvolvimento e sim a sua relação com o exercício
físico para as crianças e adolescentes em idade escolar, o que veremos a partir de agora.

Depois de relembrarmos os conceitos de crescimento e desenvolvimento


normal da criança em idade escolar, caro acadêmico, vamos entender a relação do
exercício físico durante a manifestação desses dois processos concomitantes.

A literatura nos fornece suporte para afirmarmos que as atividades práticas


desenvolvidas pelo professor durante as aulas de Educação Física estimulam e
beneficiam vários aspectos dos processos de crescimento e desenvolvimento da
criança, bem como aumentam suas capacidades e habilidades orgânicas, tais como
força muscular, agilidade, resistência, flexibilidade, velocidade, coordenação
motora, entre outras. Ademais, os efeitos positivos do exercício físico são percebidos
também na maturação dos aspectos neuropsicológicos, como potencial acréscimo
de concentração, memória, percepção e outros mais, além de fomentar os aspectos
éticos, morais e sociais (MARCO, 2010).

A relação do crescimento e desenvolvimento da criança e a prática de


exercícios físicos torna-se muito estreita quando analisamos os inúmeros benefícios,
efeitos em curto prazo, como são citamos acima, efeitos positivos em longo prazo
com a prática de uma Educação Física intensa, que auxilia no aumento da massa
óssea na adolescência, o que influenciará futuramente na redução do risco do
aparecimento de osteoporose na idade avançada. (MARCO, 2010). Considerando
os aspectos fisiológicos que sofrem alterações por estímulo do exercício físico,
muitas são as respostas produtivas no crescimento normal da criança, pois o
organismo adéqua-se ao esforço exigido, a capacidade aeróbia, a frequência e o
débito cardíaco aumentam durante o exercício, auxiliando em vários ganhos, como:
massa muscular e fortalecimento, equilíbrio, flexibilidade, resistência, além dos
benefícios psicossociais, como: a socialização que proporciona novas experiências,
aprender a lidar com as derrotas, as vitórias, os limites e fazer e cultivar novas
amizades (VALENTE, 2002).

199
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

Desse modo, podemos entender que o exercício exerce papel fundamental


no processo de crescimento e desenvolvimento da criança e do adolescente, assim
como a importância de um professor bem preparado para auxiliá-lo no decorrer
de todo o processo, estimulando o hábito de praticar exercícios de forma sadia
e prazerosa, diminuindo as horas de sedentarismo das crianças e jovens frente
a tamanha tecnologia de entretenimento, como jogos de videogames e filmes
(MARCO, 2010).

A prática de exercícios físicos na fase de crescimento e desenvolvimento


da criança e do adolescente é essencial, porque impulsiona o crescimento motor,
aumenta as habilidades de motricidade fina, estimula o funcionamento do sistema
cardiocirculatório, desenvolve flexibilidade, faz a manutenção do peso corporal,
prevenindo a obesidade, melhorando a postura e autoestima (GALLAHUE, et al.,
2013).

Para tanto, o professor deve planejar em suas aulas exercícios leves,


moderados e até intensos, tendo o cuidado para não forçar a criança e o adolescente,
pois isso acarretaria em danos para o desenvolvimento (GALLAHUE, et al., 2013).
Esses exercícios, combinados com a interação com os colegas e professor, despertam
e proporcionam momentos de bem-estar e alegria para os jovens, obtendo como
resposta um desenvolvimento saudável, estimulado a prosseguir exercitando-se
por todas as fases de sua vida (GALLAHUE, et al., 2013).

Dentro da comunidade escolar, o professor de Educação Física é um


dos mais queridos pelas crianças e adolescentes, porque a imagem do professor
e as lembranças destas aulas remetem a boas sensações, bem-estar e diversão.
Mas as aulas que o professor de Educação Física ministra são embasadas nas
necessidades e na fase de cada aluno, estruturadas para estimular o movimento,
as capacidades motoras e o desenvolvimento neuromuscular, possibilitando a
execução do movimento, além de toda aprendizagem envolvida (BOSSLE, 2002).
Veja no quadro a seguir alguns exemplos de exercícios para cada fase específica
do crescimento e desenvolvimento humano, que podem ser aplicados por vocês,
futuros professores.

200
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

QUADRO 23 - EXEMPLOS DE EXERCÍCIOS PARA PRÁTICAR NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Tipos de exercícios que beneficiam o crescimento e o desenvolvimento da criança e do


adolescente

Idade Exercícios Ação do professor


Atividades naturais recreativas que
estimulem o equilíbrio, a flexibilidade, Planejar aulas que
independência, andar, correr, saltar, encorajem a independência
Creche (1-3 anos)
chutar, agarrar (Ex.: pega-pega, e a segurança da criança em
esconde-esconde, danças e circuitos realizar os movimentos.
com objetos de vários tamanhos).

Atividades naturais que estimulem


a criança, como: andar, correr, saltar, Planejar aulas que encorajem
chutar, agarrar, dançar, mas que a coordenação, percepção
Idade pré-escolar
ao mesmo tempo a desafiem (Ex.: de espaço, equilíbrio,
(3-7 anos)
amarelinha, corrida das cores, corrida flexibilidade da criança em
de saco, passa anel, carrinho de mão realizar os movimentos.
etc.).

Atividades que estimulem Planejar aulas que encorajem


aprendizagem de novas habilidades as habilidades motoras
Idade escolar
motoras (Ex.: natação, futebol, vôlei, da criança em realizar
(6/7-10 anos)
basquete, artes marciais, corrida, os movimentos mais
entre outros). específicos.

Atividades que estimulem resistência


e velocidade, nessa fase estão aptos
a treinar exercícios aeróbicos (Ex.: Planejar aulas que estimulem
Adolescência
esportes de competição, futebol, o fortalecimento muscular
(12-18 anos)
natação, vôlei, handebol, basquete, do adolescente.
atletismo, ciclismo, corrida,
musculação etc).
FONTE: Adaptado de Valente (2002)

Como vimos, caro acadêmico, a escolha do tipo de exercício influencia


diretamente no crescimento e desenvolvimento da criança e do adolescente, pois
as mudanças contínuas que passam durante este processo são inúmeras, e por não
estarem completamente maturadas, muitas vezes, não suportam exercícios pesados
ou que exigem carga. Esse entendimento é relevante no momento do planejamento
das aulas de Educação Física escolar. O professor deve estar ciente do que aplicar
em cada fase em que a criança, pré-adolescente, adolescente se encontra, para que
os ganhos que os exercícios físicos proporcionam sejam aproveitados ao máximo
(VALENTE, 2002).

Diante disso e da confirmação que a literatura nos fornece, entendemos que


o exercício físico é de suma importância para o crescimento e desenvolvimento
saudável das crianças e adolescentes, e seus efeitos vão além, atuam também

201
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

como fator de prevenção para diversas doenças que podem ser acometidas nessa
fase, como obesidade, hipertensão, diabetes e síndrome metabólica infantil,
reconhecidas como Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).

TUROS
ESTUDOS FU

Caro acadêmico! Você já estudou no Tópico 1 as DCNT, suas características,


especificidades e a relação com os exercícios. A seguir, entenderá os benefícios dos exercícios
físicos como prevenção e tratamento para as DCNT.

3 DCNT E SUA RELAÇÃO COM A PRÁTICA DO EXERCÍCIO


FÍSICO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Caro acadêmico! Iniciaremos estudando sobre como os exercícios físicos
atuam como fator protetor e, por vezes, como tratamento para a obesidade infantil
e da adolescência. A obesidade é caracterizada como uma das doenças que
compõem as DCNT, e estudos mostram um aumento rápido da prevalência de
obesidade nas fases da infância e adolescência. Esse aumento vem sendo motivo
de grande preocupação, não só para os profissionais de saúde, que visualizam os
efeitos positivos da prática de exercícios físicos, a saída para a diminuição dos riscos
de doenças crônicas, como a obesidade (OLIVEIRA et al., 2004). As tendências ao
desencadear a obesidade infantil são inúmeras, principalmente fatores ligados ao
estilo e hábitos de vida sedentários, por isso o exercício físico torna-se essencial
para a promoção e qualidade de vida das crianças e adolescentes (OLIVEIRA et
al., 2004).

FIGURA 92 - OBESIDADE INFANTOJUVENIL

FONTE: Disponível em: <http://img.r7.com/


images/2015/08/13/6tvc3udwsw_8z07wwq6ls_
file?dimensions=460x305>. Acesso em: 10 ago. 2016.

202
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

A obesidade pode acarretar sérios danos ao crescimento e desenvolvimento


da criança e do adolescente, como interferir no crescimento ósseo, influenciando na
estatura, desencadear menarca precoce, problemas respiratórios, cardiovasculares,
ortopédicos, dermatológicos, metabólicos, psicossociais. Para prevenir e tratar tais
acometimentos deve-se estimular uma consciência de comportamento saudável,
com transformações nos hábitos alimentares e, principalmente, a inclusão de
hábitos esportivos regulares para um crescimento e desenvolvimento normal,
longe de risco de doenças sérias (SOARES; PETROSKI, 2003). E quando voltamos
o olhar para a população escolar, podemos perceber que o professor de Educação
Física tem um importante papel na detecção da obesidade infantil, pois está em
contato diário com a criança e adolescente, e, a partir disso, pode direcionar o
planejamento de suas aulas com exercícios que corroborem para a queima de
calorias, estimulando a criança a criar o hábito de exercitar-se. Ao mesmo tempo, o
professor de Educação Física pode avaliar e analisar as alterações antropométricas
das crianças e adolescentes e informar a família, prevenindo o progresso e/ou a
instalação da doença (SOARES; PETROSKI, 2003).

Com base em comprovação científica, os especialistas pautam o tratamento


para a obesidade infantil e adolescência em três principais pontos-chave: reeducação
alimentar, comportamento e exercício físico. Para que o tratamento obtenha êxito
é extremamente relevante a presença de uma equipe multiprofissional, incluindo
médico, nutricionista, psicólogo e educador físico. Por se tratar de um processo
longo, a criança e/ou adolescente deve ter um bom convívio com estes profissionais,
expondo todas as dificuldades e contar com apoio total dos familiares (SOARES;
PETROSKI, 2003).

FIGURA 93 - PONTOS-CHAVE PARA PREVENIR E TRATAR A OBESIDADE INFANTIL

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/6etxHQ>. Acesso em: 10 ago. 2016.

203
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

Os exercícios físicos são peças-chave para a prevenção e tratamento da


obesidade infantil e adolescente, e o professor de Educação Física pode contribuir
muito planejando suas aulas elencando exercícios que preconizem o gasto
energético, exercícios aeróbicos (natação, corrida, ciclismo, jogos com bola etc.) de
força e resistência, exercícios posturais preventivos para o estirão de crescimento
(SOARES; PETROSKI, 2003). E assim, a prática de exercícios físicos durante as aulas
de Educação Física estimulará a diminuição do risco de obesidade, terá função
reguladora energética, influenciará na distribuição do peso corporal, preservará
e manterá a massa magra, além de promover perda de peso corporal (SOARES;
PETROSKI, 2003).

DICAS

Caro acadêmico! No vídeo a seguir, o repórter Danilo Sala, do site <www.


minhavida.com.br>, explana sobre a obesidade infantil e entrevista o pediatra Yechiel Moisés
Chencinski, que complementa sobre os riscos das DCNT, tratamento e o exercício físico.
Disponível no link: <https://youtu.be/RRQHl4np9SI>.

Agora que entendemos a importância dos exercícios físicos e do papel do


professor de Educação Física na prevenção e tratamento da obesidade infantil e
adolescência, a seguir abordaremos esses mesmos aspectos interagindo em outra
DCNT, a hipertensão arterial na infância e adolescência.

Atualmente é comum ouvir dizer ou até mesmo conhecer ou ainda viver


tal experiência de ter uma criança ou adolescente com problemas relacionados
à hipertensão. Muito disso atribui-se a diversas mudanças no modo de vida da
população, passando por processos de transição que alteraram o comportamento
e estilo de vida, principalmente das crianças, que hoje estão inseridas ou expostas
a fatores que resultam em um estilo de vida sedentário e predisposto a altos riscos
de desenvolver DCNT, como a hipertensão arterial precoce (FERREIRA; AYDOS,
2010).

Estudos revelam dados alarmantes sobre os riscos e a alta prevalência


de hipertensão precoce, configurando um sério problema de saúde pública,
aumentando a preocupação quando a hipertensão está associada a fatores
genéticos, à obesidade e, principalmente, ao sedentarismo e hábitos alimentares
errados, o que potencializa os riscos de morbidade e mortalidade por problemas
cardiovasculares em crianças e jovens em fase de crescimento e desenvolvimento
(FERREIRA; AYDOS, 2010). É uma doença assintomática, em que a prevenção é
o melhor tratamento, instruindo as crianças para controlar o peso, a pressão, a
ingestão de sódio desde cedo para evitar riscos futuros (FERREIRA; AYDOS, 2010).

204
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

FIGURA 94 - HIPERTENSÃO ARTERIAL INFANTOJUVENIL

FONTE: Disponível em: <http://blog.examineja.com.br/wp-content/uploads/2015/12/


blog-hipertensa%CC%83o.png>. Acesso em: 10 ago. 2016.

É de entendimento que a hipertensão arterial é uma doença clínica


multifatorial, que pode ser desencadeada por alterações metabólicas, elevação
do débito e frequência cardíaca, sobrecarga do músculo cardíaco, aumentando
a resistência vascular periférica, e todo o complexo processo cardiorrespiratório
e vascular sofre alterações, estabelecendo uma crise hipertensiva (FERREIRA;
AYDOS, 2010).

Todo esse processo de crise hipertensiva que ocorre no adulto acontece


igualmente nas crianças e adolescentes, sendo que a extensão dos riscos e das
lesões é menor na população infantojuvenil, classificada como um tipo de crise
hipertensiva primária sem etiologia definida, mas muito preocupante, porque
esses episódios hipertensivos irão certamente se agravar com o amadurecimento,
sendo indicativo de futuros adultos que sofrerão com problemas de hipertrofia
ventricular e aterosclerose, aumentando os riscos de infarto do miocárdio
(FERREIRA; AYDOS, 2010).

Dentro dessa realidade, o exercício físico torna-se o protagonista tanto na


prevenção como no tratamento da hipertensão arterial precoce, juntamente com
a importância do professor que está inserido nas atividades práticas diárias da
criança e do adolescente, cuidando e estimulando hábitos saudáveis, fomentando
na criança e no adolescente uma consciência em buscar melhores condições de
vida, despertando nessa população o prazer e o bem-estar que os exercícios físicos
proporcionam (BRAGA et al., 2006).

O estudo de Braga et al. (2006) reforça a importância da prática de exercícios


físicos para prevenção e tratamento da hipertensão arterial infantojuvenil, pois
verificou as relações dos índices antropométricos e a resposta da pressão arterial
(PA) ao exercício em crianças durante as aulas de Educação Física.

Foi aferida a PA das 38 crianças participantes antes e depois das atividades


físicas propostas, identificando alta prevalência de crianças com sobrepeso, obesos
e com tendência a alterações da PA, sem grande alteração pós-esforço, entendendo
que, independentemente do mecanismo fisiológico, a redução de peso é essencial
no tratamento da hipertensão em crianças e adolescentes, pois a diminuição do

205
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

percentual de gordura reduz simultaneamente a pressão arterial, e para tanto os


autores reforçam a importância do exercício físico. Podendo citar como exemplo:
exercícios de aquecimento, alongamentos, brincadeiras e jogos com bolas com
gradativo aumento da intensidade (BRAGA et al., 2006).

DICAS

Visite o site do Dr. Drauzio Varella e leia tudo sobre a elevação da pressão arterial
na infância e adolescência, causas, fatores de risco, sintomas, diagnósticos, e descubra por que
essa doença é considerada como um “mal silencioso”. Essas informações estão disponíveis no
link a seguir:
Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/crianca-2/hipertensao-arterial-infantil/>. Acesso
em: 11 ago. 2016.

Depois de entender, caro acadêmico, que a hipertensão arterial é uma


doença grave e que devemos preveni-la desde a infância e que os exercícios físicos
agem também como tratamento, na sequência você compreenderá diabetes na
infância e adolescência, outra doença classificada como DCNT.

O diabetes é uma doença crônica séria autoimune que demanda preocupação


pelas consequências que pode desencadear. Causada pela deficiência na produção
de insulina, gera um distúrbio metabólico grave (MICULIS et al., 2010). Estudos
comprovam que a prevalência e incidência dessa doença vêm aumentando em
todo o mundo, é uma doença que acomete principalmente o público infantojuvenil
(SPARAPANI et al., 2011). Como você viu no Tópico 1, o diabetes possui dois
tipos, diabetes tipos I e II, sendo o tipo I comum em crianças e adolescentes, e o II
em adultos. E quanto mais cedo o diabetes for diagnosticado, melhores serão as
condições de tratamento, evitando suas graves complicações. Antes de seguirmos
com o conteúdo, vamos relembrar como ocorre o diabetes. Veja a seguir, em uma
figura, um resumo esquematizado.

206
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

FIGURA 95 - DESENCADEAMENTO DO DIABETES

FONTE: Disponível em: <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/08/dicas-simples-permitem-


identificar-sinais-de-diabetes-em-criancas.html>. Acesso em: 11 ago. 2016.

Depois de diagnosticado o diabetes infantojuvenil por meio de consulta ao


endocrinologista e exames específicos, o tratamento deve ser iniciado de imediato
para controlar a glicemia, com aplicações diárias de injeções de insulina; o número
de aplicações o médico orienta. E para completar o tratamento, o exercício
físico é novamente um grande aliado nessa batalha, e mais uma vez se justifica
a importância do professor de Educação Física, que, pelo convívio diário com a
criança e o adolescente, pode auxiliar na detecção precoce do diabetes e também
na monitorização. Para tanto, os professores em geral devem estar orientados e
saber identificar os sinais e sintomas clássicos que essa doença demonstra, como:
sede excessiva, frequência em urinar, cansaço, desânimo e emagrecimento brusco
(MICULIS et al., 2010).

Veja no quadro a seguir os parâmetros para controle da glicemia para a


população infantojuvenil com diabetes do tipo 1, estabelecida pela Associação
Americana de Diabetes.

207
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

QUADRO 24 - PARÂMETROS PARA CONTROLE DE DIABETES INFANTOJUVENIL

FONTE: American Diabetes Association (2013)

No tratamento do diabetes, para ser bem-sucedido, deve haver


comprometimento e autogerenciamento por parte do indivíduo e um amplo
suporte de uma equipe multiprofissional que auxilia na manutenção da doença,
unidos na intenção de diminuir os riscos e as complicações que o diabetes acarreta.
E quando voltamos o olhar para a população infanto-juvenil, todos esses cuidados
e intervenções requerem mais atenção e dedicação, pois a criança e o adolescente
são mais resistentes ao entendimento das restrições em que são submetidos para
alcançar um controle glicêmico adequado, manutenção da pressão arterial e um
índice de massa corporal normal (MICULIS et al., 2010).

Ademais, a prevenção e o tratamento do diabetes estão pautados numa


alimentação balanceada, na reposição das doses de insulina, controle da glicemia e
prática de exercícios físicos. Os exercícios oferecem grandes benefícios no controle
do diabetes, como melhora da capacidade cardiorrespiratória, melhora dos níveis
da insulina, equilibra a glicemia durante a realização, e também a glicemia de
jejum, reduzindo os eventos de hipoglicemia, diminuindo os riscos de desenvolver
doenças micro e macrovasculares (MICULIS et al., 2010).

Miculis et al. (2010) mostram que estudos contemporâneos recomendam


exercícios regulares, alternados de moderados a intensos, do tipo aeróbicos
combinados com os exercícios resistidos, como sendo os ideais para o tratamento
do diabetes em crianças e adolescentes, porque seus efeitos provocam menor
queda da glicose sanguínea, incitam as respostas hormonais e metabólicas
opostas à diminuição da glicemia, elevando os níveis de ácido lático no sangue,
aumentando as catecolaminas, estimulando a produção hepática da glicose
assistido pela insulina. E também a prática regular deste combo de exercícios
resulta em respostas positivas para o aumento da força muscular, gasto energético
e massa óssea. São exemplos de exercício: natação, vôlei, futebol, corrida, surf,
lutas marciais, caminhadas, brincadeiras escolares e dança.

208
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

DICAS

Caro acadêmico e futuro professor! Existe um programa chamado Kids & Diabetes
in Schools, desenvolvido pela Federação Internacional de Diabetes, que leva informações a
escolas de como manejar esta doença dentro da escola. É uma ação muito relevante, vale a
pena conhecer. Você poderá acessar o link a seguir: Disponível em: <http://www.idf.org/kids-
um-pacote-educativo-para-informar-sobre-diabetes-nas-escolas?destination=node/28261>.
Acesso em: 11 ago. 2016.

Agora, para concluir, veremos a síndrome metabólica na infância e


adolescência. E, como nas outras doenças classificadas DCNT, que vimos acima,
os exercícios físicos fazem parte do tratamento.

A síndrome metabólica é uma associação de fatores de risco que


potencializam o aparecimento de doenças cardiovasculares, tendo início na
infância e se agravando pelo longo da vida (TUMAS, 2012). As doenças classificadas
como componentes da síndrome metabólica infantojuvenil frequentemente são
obesidade, dislipidemia, resistência à insulina e a hipertensão arterial sistêmica, a
associação e as consequências decorrentes da síndrome metabólica são enormes,
silenciosas e evoluem com o passar dos anos se não tratadas adequadamente.
Este combo de doenças é desencadeado, uma em consequência da outra, por
exemplo, o excesso de gordura visceral desenvolvida pela obesidade desencadeia
o aparecimento da diabetes, que por sua vez desenvolve predisposição para
hipertensão e completa com ocorrência da dislipidemia. Para melhor elucidarmos
a síndrome metabólica, há uma cascata de eventos metabólicos, e atualmente
estudos corroboram para afirmação de que a síndrome metabólica já é considerada
uma epidemia, acometendo crianças, adolescentes, adultos e idosos (PERGHER et
al., 2010).

FIGURA 96 - SEDENTARISMO, MÁ ALIMENTAÇÃO E FALTA DE


EXERCÍCIOS CONFIGURAM SÍNDROME METABÓLICA

FONTE: Disponível em: <https://scontent.cdninstagram.com/hphotos-


xpf1/t51.2885-15/s640x640/sh0.08/e35/10914629_6235219244
17856_2098121276_n.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2016.

209
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

Veja na tabela a seguir a classificação da síndrome metabólica em crianças


e adolescentes segundo os critérios da Federação Internacional de Diabetes (IDF).

TABELA 11 - CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA PELA IDF

CA: circunferência abdominal; HDL: colesterol HDL; PA: pressão arterial.


FONTE: Pergher et al., (2010)

Em função das diferenças entre as crianças, adolescentes e adultos, a IDF


redefiniu a classificação da síndrome metabólica para a população infantojuvenil
e elencou esse conjunto de critérios da tabela acima. Crianças menores de seis
anos, segundo estudos, não desenvolvem características que configurem síndrome
metabólica, mas os cuidados com os fatores de risco devem existir, principalmente
a obesidade com predominância de excesso de gordura abdominal agregada a
dois ou mais critérios clínicos (PERGHER et al., 2010).

Diante dessas evidências, devemos ressaltar a importância dos exercícios


físicos como tratamento para a prevenção e controle de tais doenças, pois é fato
que o número de crianças e adolescentes que estão cada vez mais expostos a essa
epidemia está aumentando consideravelmente e tem como ponto desencadeador
a obesidade, sendo premissa de um futuro de graves complicações de saúde
(PERGHER et al., 2010). E também nesse contexto evidenciamos a importância
e a responsabilidade do professor de Educação Física em fomentar o gosto e o
prazer das atividades físicas para a população infantojuvenil com a qual convive
diariamente. Entre as ações preventivas estão hábitos alimentares saudáveis,
diminuição do sedentarismo por meio de atividades físicas regulares, diminuição
de colesterol, sal, açúcar e gorduras (BRANDÃO et al., 2005).

No decorrer desse nosso aprendizado, enfatizamos e compreendemos os


benefícios dos exercícios físicos para cada doença crônica que compõe as DCNT.
Para a síndrome metabólica não é diferente, a conduta segue a mesma, pois, como
a obesidade é um ponto desencadeador de doenças, os benefícios dos exercícios
físicos atuam na contramão destes fatores, desencadeando melhorias nos níveis
de glicemia, reduzindo colesterol e triglicerídeos, controlando a pressão arterial
e a resistência à insulina, proporcionando uma melhora geral no funcionamento

210
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

do organismo, diminuindo os riscos de futuras complicações cardiovasculares,


promovendo uma vida saudável e aumento da expectativa de vida com qualidade,
garantindo uma idade adulta e envelhecimento sadio (BRANDÃO et al., 2005).

ATENCAO

Precauções necessárias para realizar exercícios

 Não realizar exercícios em jejum.


 Evitar a chamada Manobra de Valsalva (segurar o ar durante a realização de um exercício ou
contração muscular).
 Usar vestimenta adequada.
 Manter o organismo hidratado.
 Aquecer o corpo antes da prática e alongar depois.

TUROS
ESTUDOS FU

Após termos estudado a relação do tipo de atividade física escolar e suas


implicações com a saúde no desenvolvimento do ser humano em crianças e adolescentes,
vamos entender as relações entre a atividade física nos idosos.

4 EXERCÍCIO PARA OS IDOSOS: RELAÇÃO DO TIPO


DE ATIVIDADE FÍSICA E SEUS BENEFÍCIOS NAS DCNT,
MANUTENÇÃO E QUALIDADE DE VIDA
Caro acadêmico! Vimos que os benefícios dos exercícios físicos são
extremamente positivos para o crescimento e desenvolvimento normal saudável
da criança e do adolescente e que agem como fator protetor de futuras doenças. A
partir de agora entenderemos que esses mesmos benefícios da prática de atividade
são eficazes para a população idosa, prevenindo e tratando doenças já instaladas e
diminuindo o risco de futuras.

211
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

FIGURA 97 - GRUPO DE IDOSAS ALONGANDO

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_God3sVKwlfI/TNWOL8XO-GI/


AAAAAAAAADA/uyXU-H_xCns/s1600/ginastica1.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2016.

Estudos comprovam, juntamente com dados do IBGE (Instituto Brasileiro


de Geografia e Estatística), que com o passar do tempo a população brasileira
está envelhecendo, sendo inúmeras as variáveis que fomentam essa evolução,
tais como a diminuição da natalidade, crescimento vegetativo, a melhoria nos
serviços de saúde, aumento da expectativa de vida, ampliando por consequência
a idade produtiva. E os avanços da biotecnologia confirmam essa tendência de
envelhecimento acelerado (IBGE, 2002).

Dentro dessa perspectiva de envelhecimento acelerado, surge a preocupação


não só em envelhecer, mas envelhecer com qualidade de vida, podendo usufruir
de boa saúde deixando as doenças para trás. E quando pensamos nessas doenças
que acometem a população idosa, entre tantas, as mais comuns constituem o
chamado combo cascata: obesidade, hipertensão, diabetes e síndrome metabólica,
responsáveis por desencadear inúmeros agravamentos e complicações que acabam
por culminar em óbito (BORGES; MOREIRA, 2009).

O relatório mundial de envelhecimento e saúde da Organização Mundial


da Saúde – OMS (2015) entende como idosos indivíduos que atingiram os 60 anos
em países em desenvolvimento, como no Brasil, e a partir dos 65 anos em países
desenvolvidos. E ainda define um envelhecimento saudável como a consciência
de que as capacidades intrínsecas (habilidades físicas e mentais íntegras) e a
capacidade funcional (realizar coisas que as motivem) tendem a diminuir e perder
sua constância, mas são essas capacidades que determinarão o traçado do decorrer
de suas vidas. A qualidade de vida é o que possibilita um envelhecimento saudável
(OMS, 2015).

De acordo com o envelhecimento, é quase inevitável que a saúde se


mantenha intacta, o organismo envelhece e começa a aumentar o aparecimento de
doenças crônicas. Um dos grandes aliados para alcançarmos um envelhecimento

212
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

saudável é a prática de exercícios físicos, pois os benefícios são enormes e atuam


no controle e/ou diminuição do risco dessas doenças (OMS, 2015).

FIGURA 98 - PREVENÇÃO PARA ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL

FONTE: OMS (2015)

A figura acima demonstra o nível das capacidades funcionais e intrínsecas


no decorrer do envelhecimento, evidenciando que o ponto-chave desse controle
para uma saúde ativa é investir na prevenção de doenças e, dentro dessa
perspectiva, incentivar a prática de exercícios físicos, mudando o comportamento
de sedentários para hábito ativo de exercitar-se, tendo assim precauções a longo
prazo, incentivando e garantindo a possibilidade de aproveitar uma velhice
ativamente, aptos de suas capacidades (OMS, 2015).

Mas você deve se perguntar, caro acadêmico: o que fazer para alcançar tais
objetivos? Que tipos de exercícios são os mais indicados? Qual é a frequência e
intensidade? Todos esses questionamentos serão respondidos a seguir.

O entendimento de que a prática regular de exercícios físicos é essencial para


a manutenção da vida e envelhecimento saudável está abrangendo cada vez mais
a população brasileira, pois é comprovado que o corpo necessita de movimento, e
assim, a crescente população de idosos está aderindo a programas de exercícios em
busca do restabelecimento da aptidão física, estilo de vida ativo, manutenção da
autonomia física, com as capacidades funcionais atuantes e diminuição dos riscos

213
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

de doenças e acidentes por quedas, desequilíbrios, fraqueza, entre outros sinais e


sintomas pertinentes ao envelhecimento (FREITAS et al., 2007).

Segundo Freitas et al. (2007), estudos corroboram para evidenciar que


os tipos de exercícios mais apropriados para a população da terceira idade são
exercícios programados que fiquem dentro da faixa de nível moderado, pois nessa
intensidade os benefícios dos exercícios para os sinais e sintomas das doenças não
transmissíveis crônicas, que acarretam em disfunções cardiovasculares, são mais
efetivos. O mais complicado é manter a motivação do idoso em persistir numa
regularidade de exercícios, por isso o fator motivação é importantíssimo para o
êxito dos exercícios.

E ciente disso, podem ser elaborados programas de exercícios focados na


coletividade, no lúdico, muitas vezes ao ar livre, pois isso incita as motivações
internas e externa capazes de modificar o comportamento do idoso, transformando
esse bem-estar em hábito. E a partir daí ele consegue regular e manter seu
condicionamento físico, e ainda, além dos benefícios físicos, há inúmeros ganhos
psicossociais, como novas amizades, convívio das mesmas dificuldades, interação
e participação com o meio ambiente e vida social, mantendo um estilo de vida
ativo e não mais a antiga visão de que tornar-se idoso era sinônimo de permanecer
recluso em casa (FREITAS et al., 2007).

Os programas de exercícios físicos são elaborados com base em uma


avaliação prévia por parte de uma equipe médica que o libere para a prática de
exercícios. E cabe avaliar quais são os níveis de dependência funcional de cada idoso
que irá compor seu grupo, assim é possível um direcionamento específico para
as necessidades daquele grupo de idosos. Enfatizando a manutenção e melhora
da aptidão física do idoso, priorizando a promoção da saúde durante o processo
de envelhecimento, a estruturação desses programas de exercícios deve objetivar
exercícios que estimulem o equilíbrio, coordenação, agilidade, fortalecimento,
flexibilidade, resistência cardiovascular. As respostas são positivas e melhoram não
apenas a sua condição física, mas também fatores como concentração, memória,
atenção, raciocínio, autoestima e bem-estar, afastando, além das DCNT, as
doenças emocionais como ansiedade e depressão, grandes vilãs que potencializam
o agravamento de doenças, principalmente em idosos.

Veja no quadro a seguir a relação dos níveis de capacidade física do idoso,


classificado quanta à sua execução das AVD (atividades de vida diária) e AIVD
(atividades instrumentais da vida diária).

214
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

QUADRO 25 - NÍVEIS DE CAPACIDADE FUNCIONAL PARA AVD E AIVD

FONTE: Tribess; Virtuoso Júnior (2005)

Os propósitos de uma avaliação funcional antes do início da execução


do programa de exercícios são para garantir que o idoso pratique exercícios
adequados para as suas necessidades e deficiências, assim é possível obter mais
respostas fisiológicas e psicológicas, além, é claro, de eliminar possíveis riscos
de acidentes ou desencadeamento de doenças ou agravamento das mesmas já
instaladas (TRIBESS; VIRTUOSO JUNIOR, 2005).

Seguindo o contexto de elaboração desses programas, é fundamental


ponderar para a frequência, intensidade, duração, progressão e modalidade
ajustada para cada idoso, considerando e incluindo exercícios que promovam
melhora no desempenho cardiorrespiratório, por exemplo: os areóbicos, caminhar,
nadar, dançar, com uma frequência de no mínimo três vezes por semana com
máximo de sete vezes por semana, com uma intensidade moderada em torno de
45 minutos a uma hora, com exercícios de aquecimento e alongamento no início
e no final de cada rotina. Podendo ser intercalados com exercícios resistidos para
a manutenção e aumento de força, numa frequência de duas vezes por semana,
séries de cinco a 10 exercícios, com repetições de oito a 10 vezes cada grupo, com
dois dias de repouso para o restabelecimento das fibras musculares (TRIBESS;
VIRTUOSO JUNIOR, 2005).

Já os exercícios de flexibilidade podem ser desenvolvidos no momento


dos alongamentos, com orientação para fazê-los de forma lenta e duradoura
para melhor resposta, em torno de três a cinco repetições em cada exercício, com
duração de 10 a 30 segundos. Os exercícios de equilíbrio podem ser dinâmicos
ou estáticos, com duração de 10 a 30 minutos também, com três repetições cada

215
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

exercício. E à medida que o indivíduo idoso for dando respostas positivas, as


dificuldades podem ser acrescentadas, por exemplo: inclusão de giros e ausência
do campo visual. E ainda, os exercícios para trabalhar agilidade deverão iniciar
com composições de baixa complexidade, evoluindo de acordo com a evolução
do idoso, propondo atividades paradas, de deslocamento, giros, obstáculos e
velocidade. É fator determinante para qualquer execução de exercícios o nível de
fadiga de cada idoso (TRIBESS; VIRTUOSO JUNIOR, 2005).

DICAS

Caro acadêmico! Veja nos vídeos a seguir exemplos de exercícios para idosos
que ajudam a manter e/ou recuperar o bem-estar físico e aumentam a qualidade de vida.
Disponíveis em: <http://g1.globo.com/globo-reporter/videos/t/edicoes/v/florianopolis-ocupa-
primeiro-lugar-entre-capitais-mais-ativas-do-brasil/1933870/
http://g1.globo.com/globo-reporter/videos/t/edicoes/v/atividade-fisica-ajuda-idosos-a-
recuperar-agilidade-e-energia/1933634/>. Acesso em: 16 set. 2016.

216
TÓPICO 2 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA PRÁTICA DESPORTIVA RELACIONADA À PROMOÇÃO DA SAÚDE, VOLTADA AO P. E.

LEITURA COMPLEMENTAR

Leia parte de um artigo publicado na revista “Convibra”, escrito por Matias


et al., 2013.

Prática de atividade física para a pessoa idosa: revelando a importância

Se quiser visualizar o estudo na íntegra, está disponível em: <http://www.


convibra.com.br/upload/paper/2013/78/2013_78_7561.pdf>. Acesso em: 18 ago.
2016.

Segundo pesquisa, a atividade física é um importante meio de prevenção e


promoção da saúde dos idosos, através de seus inúmeros benefícios. A atividade
física é apontada como uma política propícia para minimizar os indicadores de
morbimortalidade dos idosos.

Práticas de atividade física: o que motivou? A visão dos participantes da


pesquisa a respeito dos motivos que levaram à realização de exercícios físicos é
demonstrada nas falas a seguir, estando evidente a associação da prática com a
necessidade devido a algum problema de saúde existente.

Devido à minha diabetes e pressão alta, e fui orientado bem direitinho


(ID. 7).
Foram meus problemas nas pernas, que inchavam muito, não tava
circulando o sangue direito (ID. 8).
Devido à minha depressão, a minha filha me orientou a praticar
atividades físicas (ID. 4).

Observou-se que os idosos só procuraram realizar estas práticas quando


avaliados e encaminhados por médicos, não sendo orientados quanto à prevenção
e promoção da saúde, podendo ser um reflexo da visão destes do próprio sistema
de saúde, pois, muitas vezes, buscam o serviço apenas quando estão doentes.
Corrobora-se com Freitas et al. (2007) ao afirmarem que a busca pela
prática de exercícios físicos se dá pelos programas de promoção em saúde que
vêm crescendo na atualidade, porém a procura pelos indivíduos idosos ainda
é menor quando comparado com indivíduos mais jovens. Salvador et al. (2009)
afirmam que a atividade física proporciona aos idosos oportunidades para uma
vida mais ativa e independente, contribuindo para a manutenção da autonomia
e melhor qualidade de vida. Apesar do processo de envelhecimento não estar,
necessariamente, relacionado a doenças e incapacidades, as doenças crônico-
degenerativas são frequentemente encontradas entre os idosos. Assim, a tendência
atual é ter um número crescente de indivíduos idosos que, apesar de viverem mais,
apresentam maiores condições crônicas.

E o aumento no número de doenças crônicas está diretamente relacionado


com maior incapacidade funcional (ALVES et al., 2007), o que condiciona a
necessidade de prática de atividade física para controle e promoção da saúde. Nesse
contexto, observa-se que algumas doenças crônicas não transmissíveis, como as

217
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

cardiovasculares, seus fatores de risco metabólicos (diabetes mellitus, hipertensão


arterial sistêmica e dislipidemias) e a incapacidade funcional tornam-se, muitas
vezes, causas de morbidade e mortalidade entre adultos e idosos (SILVEIRA;
PASQUALOTTI; COLUSSI, 2012).

Práticas de atividade física: como percebem?

Ao se indagar sobre a percepção dos idosos acerca da importância da prática


de atividade física, pôde-se observar que estes demonstraram ter conhecimento
sobre os benefícios que a prática de exercícios físicos traz de melhoria para sua
saúde, revelando que a falta de movimentos corporais pode acarretar danos à
saúde, como ilustram os depoimentos abaixo.

Porque tenho melhorado bastante dos problemas de saúde, uma


melhora considerável, principalmente a circulação (ID. 2) Porque faz
bem à saúde, eu me sinto muito bem com a prática, e também pela
convivência com as colegas (ID. 6).
Se a gente ficar em casa sentada, acumula depressão [...] é muito
importante (ID. 7).
É estimulante para a pessoa, a pessoa se sente mais útil... é bom para a
saúde (ID. 9).

Para a Organização Mundial de Saúde (2002), a participação em atividades


físicas leves e moderadas pode retardar os declínios funcionais. Assim, uma vida
ativa melhora a saúde mental e contribui na gerência de desordens como a depressão
e a demência. Existe evidência de que idosos fisicamente ativos apresentam menor
prevalência de doenças mentais do que os nãos ativos.

218
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você viu que:

• O crescimento é um aumento quantitativo em tamanho ou magnitude, que


compreende desde o período da concepção até o final da adolescência ou início
da segunda década de vida.

• As fases de crescimento da criança seguem uma ação contínua e dinâmica, que


exigem muita atenção, estímulo, movimento e socialização, e estão expostas a
inúmeras influências.

• Fatores intrínsecos envolvem toda a função orgânica, a herança genética, sexo,


etnia.

• Fatores extrínsecos remetem a influências ambientais, evidenciando a dieta


convencional que possibilita elementos fundamentais para um crescimento
classificado como normal.

• O crescimento funcional da criança é monitorado pelos profissionais da saúde,


por meio de um instrumento muito útil, chamado de Caderneta de Saúde da
Criança – Passaporte da Cidadania.

• O desenvolvimento remete ao incremento da capacidade do indivíduo em


executar novas atividades e funções complexas. Refinamentos e maturação
do controle neuromuscular, motricidade fina e traços de caráter englobam os
processos fisiológicos, psicológicos e ambientais, que vão ser assistidos por toda
a vida.

• As atividades práticas desenvolvidas pelo professor durante as aulas de Educação


Física estimulam e beneficiam vários aspectos dos processos de crescimento e
desenvolvimento da criança e do adolescente.

• Com envelhecimento acelerado, surge a preocupação não só em envelhecer, mas


envelhecer com qualidade de vida.

• A prática de exercícios físicos proporciona vários benefícios e atua no controle e/


ou diminuição do risco dessas doenças.

219
AUTOATIVIDADE

Agora responda às questões a seguir e teste seu conhecimento.

1 Sobre os fatores intrínsecos e extrínsecos da fase de crescimento da criança,


assinale V para verdadeiro e F para falso sobre as informações a seguir:

( ) Os fatores intrínsecos envolvem toda a função orgânica, a herança genética,


sexo, etnia e, principalmente, a evolução dos sistemas neurológico e
endócrino, interagindo com a regulação hormonal, atuando ativamente no
crescimento e desenvolvimento do indivíduo.
( ) Os fatores extrínsecos não remetem às influências ambientais, evidenciando
a dieta convencional que possibilita elementos fundamentais para um
crescimento classificado como anormal.
( ) Os fatores intrínsecos envolvem toda a função inorgânica, a herança
genética, sexo, etnia e, principalmente, a evolução dos sistemas ecológico e
endócrino, interagindo com a regulação hormonal, atuando ativamente no
crescimento e desenvolvimento do indivíduo.
( ) Os fatores extrínsecos remetem às influências ambientais, evidenciando
a dieta convencional que possibilita elementos fundamentais para um
crescimento classificado como normal.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) V – F – F – V.
b) ( ) F – V – F – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – V – F.

2 A obesidade é caracterizada como uma das doenças que compõem as DCNT.


Assinale a alternativa correta:

a) ( ) Estudos mostram uma rápida diminuição da prevalência de obesidade


nas fases da infância e adolescência, que é motivo de grande preocupação
não só para os profissionais de saúde, mas também para os profissionais da
Educação Física, que visualizam nos efeitos positivos da prática de exercícios
físicos a saída para a diminuição dos riscos de doenças crônicas, como a
obesidade.
b) ( ) Estudos mostram um aumento rápido da prevalência de obesidade nas
fases da infância e adolescência, que é motivo de grande preocupação não
só para os profissionais de saúde, mas também para os profissionais da
Educação Física, que visualizam nos efeitos positivos da prática de exercícios
físicos a saída para a diminuição dos riscos de doenças crônicas, como a
obesidade.
c) ( ) Estudos mostram um aumento rápido da prevalência de obesidade nas
fases da infância e adolescência, não sendo motivo de grande preocupação
não só para os profissionais de saúde, mas também para os profissionais da

220
Educação Física, que visualizam nos efeitos positivos da prática de exercícios
físicos a saída para a diminuição dos riscos de doenças crônicas, como a
obesidade.
d) ( ) Estudos mostram um aumento rápido da prevalência de obesidade
nas fases da infância e adolescência, esse vem sendo motivo de grande
preocupação não só para os profissionais de saúde, mas também para os
profissionais da Educação Física, que visualizam nos efeitos negativos da
prática de exercícios físicos a saída para a diminuição dos riscos de doenças
crônicas, como a obesidade.

3 Os exercícios físicos são peças-chave para a prevenção e tratamento da


obesidade infantil e adolescente.

O professor de Educação Física pode contribuir muito planejando suas aulas


de educação, elencando exercícios que preconizem o gasto energético.

COMO:

Com exercícios aeróbicos (natação, corrida, ciclismo, jogos com bola, circuitos
etc.) de força e resistência, exercícios posturais preventivos para o estirão de
crescimento (SOARES; PETROSKI, 2003).

a) ( ) As duas são verdadeiras, mas não têm relação uma com a outra, são
assuntos distintos.
b) ( ) Ambas as afirmações são falsas.
c) ( ) A primeira e a segunda afirmações são verdadeiras e uma complementa
a outra.
d) ( ) A primeira afirmação está correta e a segunda é complemento oposto da
primeira.

4 São exercícios mais apropriados para a população idosa:

a) ( ) Somente exercícios de nível leve.


b) ( ) Não é recomendado esforço para a população idosa.
c) ( ) Somente exercícios de níveis intensos.
d) ( ) Exercícios de níveis moderados.

221
222
UNIDADE 3
TÓPICO 3

ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS


MODALIDADES ESPORTIVAS

1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, caro acadêmico, você entenderá os aspectos fisiológicos de
algumas modalidades esportivas, por fazerem parte da prática diária dos esportes
aplicáveis na escola. Não cabe aqui, nesse tópico, discutir os aspectos técnicos,
táticos, mas dar ênfase aos aspectos fisiológicos para, assim, criar um conhecimento
da grandiosidade fisiológica que envolve a prática de cada modalidade esportiva.
Aprendendo que, independentemente do desporto, veremos que a alteração dos
marcadores fisiológico-bioquímicos é modulada pelo tipo específico do esporte,
carga de treinamentos e jogos, sendo constituída pelo volume, intensidade e
frequência de solicitação das atividades (FOSCHINI et al., 2008).

As modalidades esportivas entram como conteúdos dos PCN do Ensino


Fundamental em Educação Física no bloco de esportes, jogos, lutas, ginásticas.
Começaremos entendendo as características desse bloco, definido pelos PCN
(BRASIL, 1997, p. 23):

Os jogos podem ter uma flexibilidade maior nas regulamentações,


que são adaptadas em função das condições de espaço e material
disponíveis, do número de participantes, entre outros. São exercidos
com um caráter competitivo, cooperativo ou recreativo em situações
festivas, comemorativas, de confraternização ou ainda no cotidiano,
como simples passatempo e diversão. Assim, incluem-se entre os jogos
as brincadeiras regionais, os jogos de salão, de mesa, de tabuleiro, de rua
e as brincadeiras infantis de modo geral. Uma prática pode ser vivida
ou classificada em função do contexto em que ocorre e das intenções
de seus praticantes. Por exemplo, o futebol pode ser praticado como
um esporte, onde se valorizam os aspectos formais, considerando as
regras oficiais que são estabelecidas internacionalmente (e que incluem
as dimensões do campo, o número de participantes, o diâmetro e o peso
da bola, entre outros aspectos), com plateia, técnicos e árbitros. Pode ser
considerado um jogo, quando ocorre na praia, ao final da tarde, com
times compostos na hora, sem árbitro nem torcida, com fins puramente
recreativos. E, em muitos casos, esses aspectos podem estar presentes
simultaneamente.

2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO FUTEBOL


Alvo de milhares de espectadores, o futebol é um dos esportes mais
populares do mundo e, como um desporto coletivo, apresenta características
particulares (SCHULTZE; LIBERALI, 2011). Ocupa um lugar importante no

223
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

contexto esportivo contemporâneo, não apenas por ser um mero espetáculo,


mas um meio de Educação Física esportiva e um campo de aplicação da ciência,
praticado por homens, mulheres, crianças e adultos (LIMA et al., 2009).

O Brasil conta hoje com cerca de 11 mil jogadores federados, 800 clubes de
futebol e mais de dois mil atletas atuando em todo o mundo, e mais de 13 mil times
amadores participando de jogos organizados e mais 30 milhões de praticantes
(SCHULTZE; LIBERALI, 2011). O futebol sofreu modificações no decorrer do
tempo, nas normas esportivas, avanço das estratégias do jogo, preparação física
etc., influenciando, principalmente, os times profissionais e exigindo treinos
exaustivos para a busca de melhor performance do atleta (DELAZER et al., 2008).

Dentro da equipe, cada jogador ocupa uma posição específica, como:


zagueiros, meio-campistas, goleiros, atacantes e laterais e, de acordo com cada
posição, a distância total percorrida por cada jogador é diferente dos demais, bem
como o tipo e a intensidade das ações realizadas, exigindo diferentes características
fisiológicas, solicitação metabólica, que exige e gera adaptações diferenciadas nos
processos de produção de energia (SCHULTZE; LIBERALI, 2011).

Em uma partida, um atleta de alto nível desempenha durante uma partida


aproximadamente 1.350 ações, dentre as quais acelerações, saltos, mudanças
de direção e desarmes, corre em média 11.393 ±1.016m, variando entre 5.696m
a 1.3746m. Assim, o futebol apresenta uma demanda fisiológica que requer
atletas competentes em vários aspectos: técnicos, táticos, físicos e psicológicos
(FLORIANO et al., 2009). BRAZ (2009, p. 9) mostra em seu estudo as distâncias
percorridas divididas por posição de jogo, veja na tabela a seguir:

TABELA 12 - DISTÂNCIAS PERCORRIDAS POR POSIÇÃO

FONTE: Braz (2009, p. 9)

224
TÓPICO 3 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS MODALIDADES ESPORTIVAS

O futebol é uma modalidade extremamente complexa do ponto de vista


fisiológico, esporte intermitente em que se alternam momentos de sprints de alta
intensidade e períodos mais longos de baixa intensidade, além de mudanças
bruscas de direção, intensidade, flexibilidade, capacidade de aceleração e de
velocidade (LIBERALI; WILHELM FILHO; PETROSKI, 2016). Três vias metabólicas
são requisitadas no futebol: aeróbias e anaeróbias láticas e aláticas.

DICAS

Veja, no endereço a seguir, vídeos sobre “Os desafios fisiológicos do jogo de


futebol no calor – Orlando Laitano – F –Marc Brazil 2014. Football Medicine Conference Brazil
2014”: Vídeo: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=R86yFWbDA9E>.

Em função da duração da partida (90 minutos), o futebol é uma modalidade


dependente, principalmente do sistema aeróbio, e por isso a maioria dos estudos
faz referência ao consumo máximo de oxigênio (VO2máx), pois é a variável que
melhor representa a capacidade máxima de integração do organismo em captar,
transportar e utilizar o oxigênio nos processos de produção de energia durante
a contração muscular ; e ao limiar anaeróbio (Lan), que seria a quantidade total
de energia que pode ser fornecida pelo sistema aeróbio (capacidade aeróbia)
(FLORIANO et al., 2009).

Vários elementos dos componentes da aptidão física são requisitados


ao jogador de futebol, destacando-se a potência e capacidade aeróbia, potência
anaeróbia (velocidade), força muscular e a capacidade de sprints repetidos (CSR)
(FLORIANO et al., 2009). Veja no quadro a seguir as demandas fisiológicas exigidas.

QUADRO 26 - DEMANDAS FISIOLÓGICAS EXIGIDAS POR POSIÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://universidadedofutebol.com.br/wp-content/uploads/2009/11/


mat_art15_03.jpg>. Acesso em: 11 ago. 2016.
225
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

Na execução das ações motoras de baixa intensidade, os músculos


produzem energia predominantemente pelo sistema aeróbico; nas ações motoras
de moderada intensidade, a produção de energia é proveniente do sistema aeróbico
e anaeróbico (misto); e nas ações motoras de alta intensidade, a fonte energética é
do sistema anaeróbico (SCHULTZE; LIBERALI, 2011).

DICAS

Vimos, caro acadêmico, que o futebol é um esporte de alta exigência fisiológica.


Aproximadamente 88% de uma partida de futebol envolvem atividades aeróbicas, e os 12%
restantes, atividades anaeróbicas de alta intensidade (SCHULTZE; LIBERALI, 2011).

O futebol é um esporte de competição, mas ao mesmo tempo contribui


para o desenvolvimento físico, emocional e intelectual de crianças e adolescentes,
“podendo ainda desenvolver a autoconfiança e estimular o comportamento social,
é um ótimo instrumento de motivação e deve ser incentivado com o propósito de
criar um ambiente fisicamente ativo, aumentar o gasto calórico e as atividades
metabólicas” (OLIVEIRA et al., 2009, p. 22).

TUROS
ESTUDOS FU

Agora que vimos que o futebol é um esporte que utiliza os três sistemas
energéticos e exige do jogador várias valências físicas, iremos estudar agora os aspectos
fisiológicos do futsal e a diferenciação com o futebol.

3 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO FUTSAL


O futebol de salão (futsal) é um esporte que está em ascensão, estimando-se
que mais de 12 milhões de brasileiros praticam esta modalidade, e com tendência de
aumento a cada ano do número de praticantes, “tanto de futebol quanto de futsal,
aumentando a qualificação e o nível de rendimento a partir da profissionalização
de inúmeros atletas” (GENEROSI et al., 2009, p. 10).

Como mais um tipo de modalidade desportiva, o futsal surgiu na década


de 30 e abrange elementos em comum com outros esportes, como inteligência,
movimentação tática e agilidade dos atletas, além de ser caracterizado pela sua
extrema velocidade e intensidade de disputa de bola (GENEROSI et al., 2009).

226
TÓPICO 3 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS MODALIDADES ESPORTIVAS

O futsal cada vez mais tem se tornado dinâmico e atraente, pelas


reformulações periódicas nas regras da modalidade (CRATTY, 1983). As equipes
de futsal são compostas por cinco posições de jogadores, como o pivô, fixo, ala
direita, ala esquerda e goleiro, onde cada qual possui particularidades físicas de
acordo com sua posição. Segundo Bicalho, Paula e Cotta (2007, p. 1), cada posição
tem as seguintes características:

- pivô = jogador de extrema velocidade, agilidade e força, está sempre


envolvido em jogadas de pique, explosão e divididas de bola; - alas com
boa resistência e precisão no passe, pois se deslocam entre a área de
defesa e a marcação; - fixo = deve ter força e firmeza nas tomadas de
bola, além de dar cobertura e comandar a marcação; - goleiro = possuir
boa colocação, agilidade, reflexo, ousadia, flexibilidade, também deve
conhecer todo o posicionamento tático e jogadas de sua equipe e prever
as do adversário.

Assim como o futebol, o futsal também se caracteriza por esforços


intermitentes, de extensão variada e de periodicidade aleatória, exigindo esforços
de grande intensidade e curta duração, “e a agilidade dos acontecimentos e ações
durante uma partida exige que o jogador esteja preparado para reagir aos mais
diferentes estímulos, da maneira mais rápida e eficiente possível” (LIMA et al.,
2005, p. 1).

Uma das principais ações nesse esporte é a agilidade dos acontecimentos


e ação durante uma partida, com variações de velocidade e, assim, o atleta
acaba usando todas as vias de energia, tanto anaeróbicas quanto aeróbicas,
proporcionando um trabalho muscular intenso de deslocamentos com e sem bola,
fazendo que os estoques de glicogênio sejam bastante depletados (GENEROSI et
al., 2009).

NOTA

Vimos, caro acadêmico, que o futsal também é um esporte de alta exigência


fisiológica.
Os praticantes de futsal necessitam fundamentalmente de resistência muscular localizada,
endurance, velocidade, potência muscular, agilidade, flexibilidade, coordenação, ritmo e
equilíbrio (LAUDIER FILHO, 1998).

Veja no quadro a seguir um resumo das valências físicas e sistemas


energéticos inerentes ao futsal, que são diversos e influenciados diretamente pelo
tempo em que o atleta atua em uma partida e pela posição e função tática que
desempenha em quadra:

227
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

QUADRO 27 - VALÊNCIAS FÍSICAS E SISTEMAS ENERGÉTICOS INERENTES AO FUTSAL

FONTE: Rodrigues; Navarro (2009, p. 82)

Alguns estudos são realizados para comparar as diferentes características


e exigências físicas entre o futebol e o futsal. Já vimos que, assim como no futsal,
o futebol também é um esporte com características intermitentes, de intensidade
extenuante, com ênfase nos componentes de força, velocidade e resistência
(NUNES et al., 2012).

Diferente do futsal, o futebol apresenta maiores dimensões e prolongado


tempo de jogo, maior quantidade de atletas e com poucas paradas do cronômetro;
além disso, apresenta um número limitado de substituições. “Devido ao longo
período de uma partida de futebol, grande parte da sua liberação de energia
provém do metabolismo aeróbio; além disso, durante um jogo os atletas percorrem
em média 10 km em uma intensidade próxima ao limiar anaeróbio ou 80%-90% da
frequência cardíaca máxima” (NUNES et al., 2012, p. 105). Veja, na tabela abaixo,
alguns estudos comparativos entre futebol e futsal, em relação aos aspectos
fisiológicos.

QUADRO 28 - COMPARAÇÃO ENTRE FUTEBOL E FUTSAL

Sujeitos/
Estudo Intervenções - Duração Resultados
Idade (anos)

VO2pico (L/min)
31 homens.
Futebol = 4.20(0,3)
Protocolo de avaliação
Futsal = 3.89(0.43).
(19 atletas cardiorrespiratória
Leal Junior
profissionais de progressiva
et al. (2006) Limiar anaeróbico (L/
futebol e 12 atletas pelo método
min)
profissionais de ergoespirométrico.
Futebol = 3.46(0,35)
futsal).
Futsal = 2.97(0.44).

228
TÓPICO 3 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS MODALIDADES ESPORTIVAS

- Duas sessões
VO2max (ml∙kg-1∙min-1)
experimentais:
11 jogadores de futsal Futebol = 62.5(4,3)
(I) avaliação
(idade 24,1±2,4anos) Futsal = 5.21(4.6).
antropométrica, teste
Nunes et al. 21 jogadores de
de esforço máximo
(2012) futebol Potência Média (Watts)
em esteira (II) teste de
(idade 22,6±3,6anos) Futebol = 642.3(146.3)
velocidade de 30 metros
do sexo masculino. Futsal = 637.5(73.6).
(capacidade de
sprint repetido, CSR).

FONTE: Leal Junior et al. (2006); Nunes et al. (2012)

Veja que os autores no estudo de Leal Junior et al. (2006) concluíram que,
mesmo os atletas de futebol e o futsal terem diferentes características, os atletas
de ambos os grupos possuem valores similares de consumo de oxigênio, porém,
o limiar anaeróbio entre os dois grupos não apresentou a mesma similaridade,
sugerindo maior predominância do metabolismo anaeróbio durante o exercício
nos atletas de futsal. No estudo de Nunes confirma-se que o consumo de oxigênio é
maior nos atletas de futebol, mas que a potência é maior no futsal, pela característica
fisiológica do esporte.

NOTA

Veja, no endereço a seguir, vídeo sobre “Guilherme Rodrigues, Seleção Brasileira de


Futsal, falando de fisiologia e preparação física, monitoração de treinos por GPS, biomarcadores
sanguíneos”:
Vídeo: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zkE_PWVIATA>.

4 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO VOLEIBOL


O voleibol, esporte coletivo, assim como o futebol, é uma modalidade
esportiva popular em todo o mundo e tem como objetivo fazer com que a bola
passe por cima da rede e caia na quadra da equipe adversária. Surgiu em 1895,
pela iniciativa de Willian G. Morgan, nos Estados Unidos, “como uma atividade
recreativa para atingir pessoas com idades avançadas e acima do peso corporal,
para substituir o basquete, que tem um ritmo mais pesado” (LEVANDOSKI;
CARDOSO; CIESLAK, 2007, p. 311).

O voleibol exige esforços próximos ao nível máximo de intensidade,


alternados com esforço de atividade muscular significante alternado com períodos
de relaxamento ativo. A intensidade do jogo oscila de moderada a máxima (SILVA;
TUMELERO, 2007).

229
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

A capacidade de executar os movimentos exigidos no jogo durante um


longo tempo com velocidade é denominada resistência submáxima. Aqui também
predomina o “trabalho anaeróbio, mas do tipo lático, produzido pela maior
duração dos movimentos ou pelo grande número de repetições de movimentos
breves, com pequena pausa de recuperação entre eles” (SILVA; TUMELERO, 2007,
p. 1).

O voleibol exige trabalhar resistências específicas, por exemplo: “-


resistência de velocidade máxima, que é a capacidade de executar as habilidades
técnicas e os movimentos do jogo com alta velocidade durante todo o jogo. Este
aspecto da resistência aparece em movimentos múltiplos de execução rápida,
como nos ataques e bloqueios seguidos do voleibol; - trabalho muscular, para
produzir resistência de velocidade máxima, ocorre em condições anaeróbias”
(SILVA; TUMELERO, 2007, p. 1).

DICAS

Veja, no endereço a seguir, vídeo sobre “A seleção de voleibol masculino segue


na preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016 e o CCFEx é um importante ponto de apoio
para esse treinamento. O técnico Bernardinho fala sobre as últimas semanas antes do início
dos Jogos e a importância do apoio do Exército Brasileiro”.
Vídeo: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Bj_kxfEQ4Tw>. Acesso em: 4 out.
2016.

Durante o jogo, para a pontuação, 90% dos pontos levam a esforços de


5-10 segundos e os 10% restantes excedem os 15 segundos e após períodos de
descanso, não incluindo substituições ou tempos de espera, que não passam de
12-14 segundos. Assim, tornando o voleibol um esporte de intensidade moderada
no consumo de oxigênio, 60% de VO2max, embora as ações sejam feitas em alta
intensidade (PÉREZ-LÓPEZ; CERRATO, 2013).

E nos 5-10 minutos de esforções as atividades são basicamente de agilidade


e potência, principalmente dos saltos máximos e submáximos. Outras ações de
potência são os ataques e o saque e a agilidade nas defesas. A capacidade aeróbica
e a força também devem ser consideradas, pois em potência aeróbica um jogador
tem entre 44.0-54.0 VO2 /kg/min (PÉREZ-LÓPEZ; CERRATO, 2013).

230
TÓPICO 3 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS MODALIDADES ESPORTIVAS

NOTA

Vimos, caro acadêmico, que o voleibol também tem alta exigência fisiológica.
O voleibol é um esporte intermitente, em que se realizam em média uns 50 “rallys” por jogo,
com duração média de seis segundos por ponto, sendo fosfocreatina o substrato energético
principal do sistema energético (anaeróbico alático) (PÉREZ-LÓPEZ; CERRATO, 2013, p. 32).

Observa-se assim, caro acadêmico, que o sistema energético aeróbico


também é importante no voleibol, uma vez que tem um importante fator na fase
de regeneração, “pois os indivíduos podem passar horas saltando e se deslocando
com máxima força e explosão, sendo que se não estiverem bem condicionados,
seus esforços ao longo da partida ou competição iriam diminuindo com o decorrer
do jogo ou da competição” (ZANELLA et al., 2015, p. 408).

Devido ao tempo de jogo e de duração do rally, todas as vias energéticas


se tornam importantes durante a realização do jogo do voleibol e dos
movimentos específicos do jogo. Assim, alguns parâmetros fisiológicos
são importantes para qualificar o nível de capacidade funcional em
jogos de voleibol e, dentre estes, a frequência cardíaca (FC) e a potência
aeróbica máxima (VO2máx) (ZANELLA et al., 2015, p. 408).

TUROS
ESTUDOS FU

Agora que vimos que o voleibol tem características específicas de requerimento


energético, vamos estudar o basquetebol.

5 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO BASQUETEBOL


O basquete é um esporte coletivo de cooperação e oposição, no qual duas
equipes com o mesmo número de jogadores, cinco em cada, se enfrentam com
iguais chances de vitória, compartilhando um espaço em comum e a participação
simultânea de ações, “com objetivos comuns de manter a posse de bola e fazer
o maior número de pontos, ou melhor, cestas possíveis. Enquanto uma equipe
realiza as ações de ataque, a outra equipe realiza ações para impedir este ataque, a
defesa” (CARMONA; GOLDSCHMIT FILHO, 2013, p. 1).

Conhecido como um dos esportes coletivos mais complexos, “o basquete


estabelece uma conexão entre todas as habilidades psicomotoras do atleta, pois
exige o fortalecimento de braços, pernas e do sistema cardiorrespiratório” (LEMKE;
REIS, 2016, p. 15).
231
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

O basquetebol é um jogo dinâmico que requer uma série de capacidades


técnicas, mentais, táticas e físicas, que exigem diversos tipos de capacidades
físicas, pois o jogador precisa atacar e voltar para defender, saltar, arremessar,
driblar, correr, parar. Caracterizado pela alternância entre períodos de atividade
com alta intensidade e curta duração de trabalho físico, intercalado com períodos
de recuperação, pois durante o jogo de basquetebol são realizadas diversas ações
motoras que exigem fontes rápidas de energia, utilizando “o sistema anaeróbio
alático como principal fonte para a ressíntese do trifosfato de adenosina (ATP),
em ações como saltos, lançamentos, movimentos explosivos e corridas rápidas em
várias direções” (LIRA et al., 2008, p. 149).

Basicamente, utiliza um fornecimento – misto – de energia, onde a própria


combinação dos esforços permite o envolvimento das três vias metabólicas
concomitantes, mas com predomínio de uma sobre as outras (ISNIDARSI;
OLIVEIRA, 2013). O jogo de basquete requer que o jogador se mova rapidamente
em espaços reduzidos da quadra com a posse, ou não, da bola, “com uma repetição
contínua dessa movimentação, com a pressão de um ou mais adversários e tempo
de recuperação muito curto quando se sucedem situações de ataque e defesa, sem
interrupção” (LAMAS, 2006, p. 93).

Como os gestos técnicos são realizados de forma continuada e com a menor


queda de desempenho possível ao longo de todo o jogo, “é necessário compreender
as interações energéticas e neuromusculares para que o rendimento seja mantido”
(LAMAS, 2006, p. 93). Segundo Mascarenhas (2013, p. 298), a capacidade física
requer:

...efeitos marcantes no nível de habilidade dos jogadores e também na


tática da equipe, porque o jogo de basquetebol demanda a repetição
máxima de movimentos como as corridas e os saltos. Portanto, os
jogadores devem ter a habilidade para executar movimentos rápidos
e potentes, e capacidades aeróbia e anaeróbia para que possam realizar
manobras ofensivas e defensivas prolongadas. Tais habilidades são
importantes para que o jogador possa realizar uma boa performance e
vencer a partida.

Assim, ações sucessivas de defesa e contra-ataque, com duração de


aproximadamente 30 segundos ou mais, “exigem o sistema anaeróbio lático, tendo
como fonte o ATP proveniente da via glicolítica” e em contraste com os períodos de
trabalho de menor duração. Situações mais prolongadas, como corridas moderadas
durante o jogo, dependem do sistema aeróbio, obtendo ATP preponderantemente
através da oxidação completa glicose e dos ácidos graxos (LIRA et al., 2008, p. 149).

Os jogadores percorrem cerca de 5,55 km durante uma partida de alto


nível, com alguma variabilidade, dependendo da posição/função do jogador em
quadra, segundo Isnidarsi e Oliveira (2013, p. 2):

232
TÓPICO 3 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS MODALIDADES ESPORTIVAS

em que armadores, geralmente com média 7% menor, em razão de


cobrirem distâncias delimitadas entre as linhas de três pontos defensiva
e ofensiva. Alas, cerca de 5% inferior, por atuarem nas laterais da quadra.
E os pivôs, podendo chegar até 12% superior, em face de correrem de
tabela-a-tabela. Em relação à quantidade de saltos, armadores costumam
saltar cerca de 25 vezes durante uma partida; laterais cerca de 30 vezes
e os pivôs cerca de 36 vezes.

Gentil et al. (2001) avaliaram em seu estudo 13 jogadoras de basquete


convocadas para disputa dos Jogos Olímpicos em Sidney – 2000. Encontraram em
média potência aeróbia de 49,9 ± 5,4ml/kg/min de consumo máximo de oxigênio
(VO2 máx) e os valores encontrados para armadoras e alas foram maiores que para
os pivôs. Se você observar, acadêmico, estes valores são similares aos da média
descrita acima no voleibol, que gira em torno de 44.0-54.0 VO2 /kg/min. Veja os
valores na tabela a seguir:

TABELA 13 - SISTEMAS ENERGÉTICOS INERENTES AO BASQUETEBOL

FONTE: Gentil et al. (2001, p. 55)

Resumindo o que vimos acima, caro acadêmico, 80% dos sistemas


energéticos predominantes do basquetebol são oriundos dos sistemas:

dos fosfatos de alta energia ou do sistema ATP/CP (Adenosina Tri


Fosfato/Creatina Fosfato), tanto no que diz respeito à sua primeira fase
[...] e os outros 20% restantes subdividem-se entre o segundo sistema
de transferência de energia – glicólise anaeróbia – de onde se extrai os
ATPs através da degradação de moléculas de glicose, sem a utilização
do oxigênio; e o sistema aeróbio propriamente, ou o terceiro sistema, de
onde os ATPs são obtidos através da integração dos metabolismos do
Ciclo de Krebs (degradação de moléculas de glicose para ácido pirúvico

233
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

e posteriormente para moléculas de Acetil-Coenzima A, que penetram


no ciclo e são convertidas em energia útil), da Cadeia Respiratória, que
constitui um processo de fosforilação oxidativa através do transporte
de elétrons, que resulta na liberação final de água e de ATPs, e da Usina
Metabólica, que funciona através da interconexão dos macronutrientes
(carboidratos, gorduras e proteínas) que se degradam para converterem-
se em moléculas de Acetil-CoA e oferecê-las ao ciclo de Krebs para a sua
posterior conversão em ATPs (ISNIDARSI; OLIVEIRA, 2013, p. 3).

TUROS
ESTUDOS FU

Assim como o futebol e o basquete, o “handebol é caracterizado como um


esporte de natureza intermitente” (atividade é realizada com períodos alternados de intensidade
intensa e descansos) (FERREIRA, 2010, p. 1)
Veremos agora a fisiologia do handebol.

6 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO HANDEBOL


A partir de agora iremos ver os aspectos fisiológicos do handebol.
Handebol é jogado por equipes formadas por 14 jogadores, sendo sete titulares
e sete suplentes, em uma quadra que tem 40 metros de comprimento e 20 metros
de largura, com tempo oficial de dois tempos de 30 minutos com 10 minutos
de intervalo (FRITZEN et al., 2010). As posições são: armadores, pivôs, pontas e
goleiros.

Durante uma hora de jogo, a distância total percorrida pelos jogadores


varia entre 2.000 a 6.000 metros, “baseada em diferentes situações, como: posição
na quadra, tática defensiva e ofensiva, característica do time, característica do jogo
e a proibição de que os jogadores mantenham a posse de bola por mais de três
segundos, incidem no aumento da velocidade do jogo” (FERREIRA, 2010, p. 1). No
handebol, com base na diversidade de posições e suas respectivas funções durante
o jogo, observa-se a utilização de uma variedade de qualidades físicas, sendo elas:
força, velocidade, resistência, flexibilidade, coordenação e equilíbrio.

Segundo Fritzen et al. (2010, p. 449), as posições básicas de jogo são duas
extremas: “direita e esquerda (a nomenclatura pode variar nas diferentes regiões
do país, também conhecido como ala ou ponta), três armadores: esquerdo, central
e direito (esquerdo e direito chamados também de meia), um pivô e um goleiro”.

Este esporte apresenta características de esforços físicos de alta intensidade


e de curta duração, principalmente nas capacidades motoras de velocidade e
força, com importância para a capacidade anaeróbia (ANDREATO et al., 2012).
E cada posição tem suas particularidades, onde os jogadores possuem algumas
características específicas que lhes garantem um melhor rendimento e adequação

234
TÓPICO 3 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS MODALIDADES ESPORTIVAS

conforme as exigências táticas e estratégicas do jogo, isso se dá em “caráter


morfológico, metabólico e fisiológico” (FRITZEN et al., 2010, p. 449).

O sistema energético que predomina no handebol é aeróbico, embora a


produção de energia anaeróbia seja de grande importância para os períodos de
esforços intensos, uma vez que favorece acelerações, mudanças de direção, saltos,
sprints e arremessos (FERREIRA, 2010).

Você sabe quanto cada jogador leva de tempo andando, trotando e


correndo no jogo de handebol e a distância percorrida pelos jogadores? Veja no
quadro a seguir os tempos:

QUADRO 29 - VOLUMES E INTENSIDADES DE CARGAS POR POSIÇÃO DO HANDEBOL

FONTE: Ferreira (2010, p. 2)

No handebol têm predomínio os deslocamentos “de baixa intensidade


(andar, trote, corrida moderada) perante os de alta intensidade (corrida submáxima,
piques)” (FERREIRA, 2010, p. 2). Durante movimentações de contra-ataque e
recuperações defensivas, arremessos e penetrações ofensivas, caracterizados como
movimentos de alta intensidade, ocorre a realização de sprints, e em outras situações,
movimentações de média e baixa intensidade, como nos ataques organizados e os
momentos de substituições e cobranças de diversos tiros (FERREIRA, 2010).

Cunha Junior et al. (2006, p. 85) avaliaram os aspectos fisiológicos de 19


atletas da seleção brasileira feminina de Handebol e concluíram que as atletas
apresentam os mesmos valores médios de consumo máximo de oxigênio (VO2
máx): de 45,3 ± 5,4ml/kg/min, dentro da média de outras modalidades, como
voleibol e basquetebol. Veja na tabela a seguir os valores encontrados no estudo:

235
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

TABELA 14 - ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ATLETAS FEMININAS DE HANDEBOL

FONTE: Cunha Junior et al. (2006, p. 85)

Não finaliza aqui o estudo da fisiologia dos desportos, prezado acadêmico.


Procure sempre por artigos que elucidem a fisiologia e como devemos trabalhar
como educadores físicos. Podemos verificar que os assuntos estudados neste tópico
podem ser utilizados nas aulas de Educação Física.

236
TÓPICO 3 | ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE ALGUMAS MODALIDADES ESPORTIVAS

LEITURA COMPLEMENTAR

Reportagem sobre ENTENDA O JOGO: as diferenças que fazem a diferença


entre o basquete da NBA e o basquete FIBA

Leia parte da reportagem sobre as regras e peculiaridades do jogo praticado


nos Estados Unidos e no resto do mundo, realizado pelo THE PLAYOFSS – O
portal dos esportes americanos – em 15 de novembro de 2014.

Certamente você, fã de basquete, já ouviu em algum jogo da NBA os


comentaristas dizerem que “no basquetebol FIBA é assim”, que “na NBA é assado,
destacando diferenças nas regras. Mas como assim? O esporte é o mesmo, mas as
regras são diferentes? Isso mesmo.

Pode parecer estranho, ainda mais para nós, brasileiros acostumados


com o futebol, que é jogado do mesmo jeito em qualquer parte do mundo, mas
no basquete existe essa flexibilidade. Ou melhor, a NBA criou tal flexibilidade,
sempre pioneira nas inovações do esporte.

O maior exemplo histórico dessas diferenças foi a criação da linha de três


pontos em 1979, na NBA. Sim, antes disso você podia arremessar de qualquer
lugar na quadra que valia apenas dois pontos. Vendo o sucesso da novidade, com
partidas muito mais emocionantes e sempre abertas até o último segundo, a FIBA
adotou a regra cinco anos depois.

Porém, é importante lembrar que NBA e FIBA não são mundos à parte.
Existem o Campeonato Mundial e as Olimpíadas, onde os atletas da NBA jogam nas
regras da FIBA. E também uma quantidade gigante de estrangeiros que atuam na
Liga Americana vindos de países que utilizam a regra da federação internacional.

Para você entender melhor as diferenças que existem hoje e o quanto


os atletas podem senti-las, separei as principais aqui e explico o quanto elas
influenciam para que um estilo seja bem diferente do outro.

Tempo de jogo: NBA 4 x 12 minutos – FIBA 4 x 10 minutos

Essa aqui, para mim, é fundamental. Pode não parecer, mas é muito
diferente jogar por 40 e 48 minutos. No geral, os astros de cada equipe jogam tempo
semelhante, pois mesmo participando da rotação com os reservas, ficam mais
tempo em quadra. Porém, analisando o elenco como um todo, as médias de minutos
de todos sobem num jogo de NBA. O desgaste é maior e, consequentemente, a
preparação física precisa ser maior.

Há quem ache que isso é vantagem para quem joga na Europa, por exemplo,
e chega numa competição internacional mais descansado. Eu vejo pelo outro lado,
acredito que quem participou de tantos jogos de 48 minutos encara numa boa
alguns jogos de 40 minutos.

237
UNIDADE 3 | FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADA A TÓPICOS ESPECIAIS

Vale lembrar que nesse caso a NBA é que estuda uma possível diminuição
no tempo dos jogos. Fez até um teste este ano, na pré-temporada, com o jogo de
44 minutos.

Distância da linha de 3: NBA 7,05m – FIBA 6,75m.

A diferença neste item já foi maior. Até pouco mais de cinco anos atrás, a
distância FIBA era de 6,25. Quase um metro a mais de chance para se meter uma
bola de três. Ou seja, se um cara da NBA era bom o bastante para converter uma
bola a 7,05m, quem dirá a 6,25m. Hoje a distância praticamente se equiparou, mas
ainda vejo vantagem para quem joga em solo americano.

Faltas flagrantes: NBA, só em caso de jogada antidesportiva por trás do


adversário – FIBA, em jogadas pesadas por trás e lateral ou qualquer situação em
que o jogador esqueça a bola e atinja o adversário de forma proposital para evitar
seu avanço.

Aqui eu vejo um ponto interessante e que também inclui uma regra não
escrita de estilos. Na NBA o jogo é mais físico. O contato acontece a todo momento
e se o jogador não tiver corpo, sente o jogo. Para a FIBA, o basquete deve ser mais
jogado e menos tocado.

Por isso, essa questão da regra da falta flagrante é um bom exemplo. A


NBA dá um pouco mais liberdade para um atleta impedir a continuação de outro
com falta. A FIBA pune quem faz isso.

Outras que acredito que influenciam menos são: tamanho da quadra;


número limite de faltas coletivas; três segundos no garrafão; alternância de bolas
presas; e interferência em bola que toca no aro.

Na minha visão geral, as regras da NBA, além de deixarem o jogo mais


atrativo, deixam os atletas que jogam lá prontos para encarar qualquer desafio
FIBA. Não é só isso, mas credito a essas questões um pouco da vantagem que a
seleção americana leva na hora de jogar uma competição internacional.

FONTE: Disponível em: <http://www.theplayoffs.com.br/entenda-o-jogo-diferencas-que-fazem-


diferenca-entre-o-basquete-da-nba-e-o-basquete-fiba/>. Acesso em: 16 ago. 2016.

238
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você viu que:

• O futebol é um dos esportes mais populares do mundo.

• As posições dos jogadores de futebol diferem na distância total percorrida, no


tipo e na intensidade das ações realizadas.

• Cada posição tem características fisiológicas diferenciadas e correm em média


11393 ±1016 m, variando entre 5696m a 13746m.

• O futebol é um esporte intermitente, alterando momentos de sprints de alta


intensidade e períodos mais longos de baixa intensidade.

• Três vias metabólicas são requisitadas no futebol: aeróbias e anaeróbias láticas e


aláticas.

• As equipes de futsal são compostas por cinco posições de jogadores, como o pivô,
fixo, ala direita, ala esquerda e goleiro, onde cada qual possui particularidades
físicas de acordo com sua posição.

• Assim como o futebol, o futsal também se caracteriza por esforços intermitentes,


de extensão variada e de periodicidade aleatória, exigindo esforços de grande
intensidade e curta duração.

• Uma das principais ações no futsal é a agilidade e ação durante uma partida,
com variações de velocidades e, assim, acaba-se usando todas as vias de energia,
tanto anaeróbicas quanto aeróbicas.

• O voleibol exige esforços próximos ao nível máximo de intensidade, alternados


com esforço de atividade muscular significante alternado com períodos de
relaxamento ativo. A intensidade do jogo oscila de moderada a máxima.

• A capacidade de executar os movimentos exigidos no jogo durante um longo


tempo com velocidade é denominada resistência submáxima.

• A capacidade aeróbica e a força também devem ser consideradas, pois em


potência aeróbica um jogador tem entre 44.0-54.0 VO2 /kg/min.
• O sistema energético aeróbico é importante no voleibol.

• O basquetebol é um jogo dinâmico, que requer uma série de capacidades técnicas,


mentais, táticas e físicas que exigem diversos tipos de capacidades físicas.

239
• No basquete o jogador precisa atacar e voltar para defender, saltar, arremessar,
driblar, correr, parar, alternando períodos de alta intensidade e curta duração
intercalados com períodos de recuperação.

• Basquete usa fornecimento – misto – de energia, onde a própria combinação


dos esforços permite o envolvimento das três vias metabólicas de forma
concomitante, mas com predomínio de uma sobre as outras.

• Os jogadores de basquete percorrem cerca de 5,55 km durante uma partida de


alto nível e média potência aeróbia de 49,9 ± 5,4ml/kg/min de consumo máximo
de oxigênio (VO2 máx).

• No handebol, a distância total percorrida pelos jogadores varia entre 2.000 a


6.000 metros.

• No handebol, com base na diversidade de posições e suas respectivas funções


durante o jogo, observa-se a utilização de uma variedade de qualidades físicas,
sendo elas: força, velocidade, resistência, flexibilidade, coordenação e equilíbrio.

• O handebol apresenta características de esforços físicos de alta intensidade e de


curta duração, principalmente nas capacidades motoras de velocidade e força,
com importância para a capacidade anaeróbia.

• O sistema energético que predomina no handebol é aeróbico, embora a produção


de energia anaeróbia seja de grande importância para os períodos de esforços
intensos.

240
AUTOATIVIDADE

Agora responda às questões a seguir e teste seu conhecimento.

1 O futebol é uma modalidade extremamente complexa do ponto de vista


.............................., esporte ......................... onde se alternam momentos
de sprints de alta ....................................... e períodos mais longos de baixa
intensidade, além de mudanças bruscas de ......................., intensidade,
flexibilidade, capacidade de aceleração e de .............................. (LIBERALI;
WILHELM FILHO; PETROSKI, 2016). Três vias metabólicas são requisitadas
no futebol: aeróbias e ......................... láticas e aláticas. Assinale a alternativa
correta que preenche a citação acima:

a) ( ) intermitente, fisiológico, intensidade, direção, velocidade, anaeróbias.


b) ( ) fisiológico, intermitente, velocidade, intensidade, direção, anaeróbias.
c) ( ) fisiológico, intermitente, intensidade, direção, velocidade, anaeróbias.
d) ( ) fisiológico, intermitente, direção, velocidade, anaeróbias, intensidade.

2 Em relação ao futsal, assinale V para verdadeiro e F para falso sobre suas


características:

( ) Caracteriza-se por esforços intermitentes, de extensão variada e de


periodicidade aleatória.
( ) Exigindo esforços de pouca intensidade e longa duração.
( ) Futsal requer resistência muscular localizada, endurance, velocidade,
potência muscular, agilidade, flexibilidade, coordenação, ritmo e
equilíbrio.
( ) O pivô é jogador de extrema velocidade, agilidade e força, está sempre
envolvido em jogadas de pique, explosão e divididas de bola.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:


a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) V – F – F – F.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) V – F – F – V.

3 Sobre o voleibol, assinale a alternativa verdadeira:

a) ( ) O voleibol exige esforços próximos ao nível mínimo de intensidade,


alternados com esforço de atividade aeróbica significante alternado com
períodos de corrida ativa. A intensidade do jogo oscila de moderada a
máxima.
b) ( ) O voleibol exige esforços próximos ao nível máximo de intensidade,
alternados com esforço de atividade muscular significante alternado com
períodos de relaxamento ativo. A intensidade do jogo oscila de baixa a
moderada.

241
c) ( ) O voleibol exige esforços próximos ao nível mínimo de intensidade,
alternados com esforço de atividade muscular significante alternado sem
períodos de relaxamento ativo. A intensidade do jogo oscila de moderada a
máxima.
d) ( ) O voleibol exige esforços próximos ao nível máximo de intensidade,
alternados com esforço de atividade muscular significante alternado com
períodos de relaxamento ativo. A intensidade do jogo oscila de moderada a
máxima.

4 Fazem parte das características do handebol, EXCETO:

a) ( ) A distância total percorrida pelos jogadores em um jogo varia entre 12.000


a 16.000 metros.
b) ( ) Utilização de uma variedade de qualidades físicas, sendo elas: força,
velocidade, resistência, flexibilidade, coordenação e equilíbrio.
c) ( ) Esforços físicos de alta intensidade e de curta duração, principalmente
nas capacidades motoras de velocidade e força.
d) ( ) Predominam deslocamentos de baixa intensidade (andar, trote, corrida
moderada), mais que os de alta intensidade.

242
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