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Manejo Nutricional de Bovinos de Corte

Dr. Vinicius da Silva Oliveira


Genética Nutrição

Manejo Sanidade
2
70% dos custos variáveis da produção são com alimentação

3
Perdas financeiras devido ao manejo nutricional incorreto

Excesso ou falta de nutrientes

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Estomago dos ruminantes

Deriva embrionariamente de um estomago


simples

 Divisão:
• Rúmen
• Reticulo
• Omaso
• Abomaso

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Estratificação do rúmen

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Estomago dos ruminantes

• Produtos da fermentação ruminal:


 AGCC (Acético; Propiónico; Butírico);
 Vitaminas do complexo B, K e C;
 Proteína microbiana;
 CH4 e CO2.

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Estomago dos ruminantes

• Equações:
- Glicose -> 2 acetato + 2CO2 + 8 H2 + 4 ATP;
- Glicose + 4H -> 2 propionato;
- Glicose -> butirato + 2 CO2 + 4H.

• Metano:
- CO2 + H2 -> CH4 + 2H2O
- Representa de 2 a 12% de perda de energia

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Fases de desenvolvimento do rúmen:
- pré-ruminante (do nascimento até 3 semanas de idade);
- período de transição (de 3 a 8 semanas de idade);
- ruminante funcional (após 8 semanas de idade).

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Microrganismos ruminais

• Bactérias
9 10
 Maior população 10 a 10 /ml de líquido
ruminal.
 Aderem ao substrato.

• Protozoários
 10 a4 10 /ml
6
de líquido ruminal,
 Entodiniomorfos e os Holotrichas.

• Fungos:
 Anaeróbicos obrigatórios,
 Colonizam a fibra.
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Água
Nutriente essencial para bovinos de leite:
• manutenção dos fluidos corporais balanço iônico;
• digestão, absorção e metabolização de nutrientes;
• Regular o calor produzido pelo corpo;
• transporte de nutrientes para os tecidos corporais (NRC, 1989).

Uma bovino pode consumir de 80 à 190 L de água por dia

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Consumo de MS

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PREDIÇÃO DO CONSUMO DE MS

Variável mais importante que afeta o desempenho (Waldo e Jorgensen, 1981; Forbes, 2007).

Se houver limitação no CMS as demais exigências não são atendidas.


CMS

Desempenho
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Os principais fatores que afetam o consumo:
• nível de produção (45%),
• alimentos utilizados e o manejo adotado
(22%),
• peso corporal (17%),
• ambiente (10%),
• condição corporal (6%).

• FDN;
• Teor de umidade;
• Tamanho de partícula;
• Nível energético.

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Fibra

• Definição:
 FDN (hemicelulose + celulose + lignina),
 FDA (celulose + lignina),
 Lignina (composto fenólico).
• Classificação:
 Fibra efetiva;
 Fibra fisicamente efetiva (FDNfe).
 A FDNfe estimula a ruminação - atua na manutenção do pH ruminal (acima de 6).

• FDA – 23% mínimo (NRC, 2001);


• Tamanho de partícula > 4 mm;
• FDN – influencia no consumo;
• FDA – influencia na digestibilidade.
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Tamanho de partícula sistema Penn State

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Proteína Bruta

• Nutriente mais caro da dieta


• Funções da proteína:
 Estrutural, defender-se de agentes externos, reguladora (hormonal), regular expressão génica,
defesa (imunoglobulinas), transporte, atua na contração muscular e função enzimática.

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Proteína degradável e não degradável no rúmen

Nitrogênio não proteico – síntese de


proteína microbiana

PDR: disponível para síntese Não essenciais Essenciais


microbiana Glicina Histidina Fenilalanina
12 a 13% do NDT Alanina Asparagina Valina
Serina Glutamina Triptofano
Cisteína Prolina Treonina
PNDR: fonte de aminoácidos pós
degradação ruminal Tirosina Lisina
Ácido Aspártico Leucina
Proteína microbiana – alto valor Ácido
Isoleucina
biológico Glutâmico
Arginina Metionina

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Ciclo da ureia

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• Problemas do excesso de proteína:
 Aumento do custo da ração
 Reduz a produção desempenho, devido a gasto energético para utilizar a
proteína
 Reduz a taxa de concepção, aumenta o pH uterino, aumenta secreção de Na
e PGF2α (Elrod, 1993; Butler, 1997).

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Consumo de Energia

O que é energia?

Potencial para realização de trabalho

Quantidade de calor liberado para aquecer a água de


14,5°C para 15,5°C

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Conversão das unidades de energia

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Nutriente que mais limita a produção animal

Partição da energia

ELm
EB ED EM EL

ELg

Perdas Perdas na
urina e Incremento
nas fezes calórico
metano

28
NDT

NDT = PBD + CNFD + FDNpD + 2,25 x EED

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Formas de obter o teor de NDT dos alimentos

NDT= ED/4,409 (k/dia)

Dietas Totais.
NDT= 91,0246 – 0,571588 × FDN

Volumoso
NDT= 99,39 – 0,7641 × FDN

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Formas de obter o teor de NDT dos alimentos

Concentrado
NDT= 60,04 – 0,6083 × FDA

Silagem
NDT= 99,39 – 0,7641 × FDN

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Minerais

A deficiência se reflete em redução na produção de leite, baixos índices reprodutivos, alto índice de
repetição de estro e abortos.

Os microrganismos ruminais dependem dos minerais para o crescimento e metabolismo, baixa


concentração deprimem a degradação da fibra e síntese de proteína microbiana.

Macrominerais: cálcio, fósforo, sódio, cloro, potássio, magnésio e enxofre.


Microminerais: cobalto, cobre, iodo, ferro, manganês, molibdênio, selênio, e zinco.

Os macrominerais são utilizados principalmente em funções estruturais e balanço ácido-base do


organismo.
Os microminerais são utilizados principalmente como co-fatores de enzimas, vitaminas e hormônios.

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Minerais
1. Estrutural: composição dos órgãos e tecidos corporais, como: Ca, P, Mg, F e Si nos ossos e dentes.

2. Fisiológico: constituintes dos tecidos e fluidos corporais responsáveis pela manutenção da pressão
osmótica, equilíbrio ácido-base, permeabilidade de membrana e irritabilidade do tecido, como: Na, K,
Cl, Ca e Mg no sangue, fluido cérebro-espinhal e suco gástrico.

3. Catalítico: catalizadores de sistemas enzimáticos e hormonais, sendo desempenhado basicamente


pelos microminerais. Dentre os inúmeros exemplos, a regulação exercida pelo Cu no metabolismo e
síntese de lipídeos, e do Zn na espermatogênese.

4. Regulatório: regulação da replicação e diferenciação celular, como os íons Ca, que influenciam na
transdução de sinais e as selenocisteínas que influenciam na transcrição genética

5. Resposta imune: a suplementação de Cu para bezerros aumenta a sua concentração no fígado


durante desafios respiratórios, resultando em impactos positivos na resposta imune durante um
período de estresse.

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Vitaminas
Sob condições normais, os alimentos naturais fornecem a maioria das vitaminas ou de seus precursores
em quantidades satisfatórias (Ensminger e Olentine, 1978). Animais de grande desempenho necessitam
suplementação.

As vitaminas são classificadas como lipossolúveis ou hidrossolúveis. Bovinos leiteiros de todas as idades
requerem fontes dietéticas de vitaminas A e E.

As do complexo B e vitaminas K são sintetizadas no retículo-rúmen, enquanto a vitamina C é sintetizada


nos tecidos.

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Vitaminas

• Catalizadores que atuam nas reações bioquímicas do metabolismo.


 Vitamina A
 Encontrada na maioria das forrageiras, deve ser suplementada durante a seca. Sua
deficiência causa redução no crescimento, problemas reprodutivos, cegueira noturna e
aumento de infecções.

 Vitaminas do complexo B
 Os ruminantes sintetizam facilmente as vitaminas do complexo B por meio das
bactérias ruminais.

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Vitaminas

 Vitamina D
 A absorção de cálcio e fósforo no intestino é facilitada pela vitamina D, assim como o
transporte no sangue e a fixação nos ossos. A exposição ao sol ajuda na sintetização
dessa vitamina por meio da pele.

 Vitamina E
 A vitamina E atua como antioxidante no organismo dos animais. Sendo encontrada na
maioria das forrageiras frescas.

 Vitamina K
 Atua no processo de coagulação sanguínea. Sua deficiência praticamente é inexistente
em ruminantes.

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Prática importante de ser adotada na
propriedade

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Divisão em lotes

• Objetivos:
 Minimizar impactos das interações;
 Aumentar a homogeneidade por grupo;
 Diminuir perda de nutrientes e desperdícios.
Avaliação do escore de condição corporal (ECC)

Razões para medir o ECC

Maneira mais confiável de avaliar o estado nutricional, o que o peso vivo ou a mudança no peso vivo.
O peso vivo também é muito afetado pelo enchimento intestinal, estado de prenhez, qualidade da
forragem e disponibilidade de forragem. A técnica do EEC é fácil de aprender e pode ajudar nas decisões
de gestão.

magro (1 a 3),
moderado (4 a 6),
gordo (7 a 9).
Avaliação de carcaça
Características de algumas forrageiras para utilização em Bovinos
de Corte

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• Gramíneas do gênero Urochloa (Brachiaria ):
são gramíneas de alta produção de massa seca;
as principais espécies são estoloníferas;
adaptam adaptam -se a uma grande gama de tipos de solos;
não apresentam problemas limitantes de doenças e seu
crescimento é bem distribuído durante a maior parte do ano.

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• Problemas:
1. Baixo nível de nutrientes;
2. Baixa digestibilidade;
3. Baixo nível de ingestão;
4. Consequentemente, baixo valor nutritivo;
5. Susceptibilidade à cigarrinha
• Aspecto agravante: FOTOSSENSIBILIZAÇÃO

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• Brachiaria purpurascens (Forsk) Stapf (anterior: Brachiaria mutica)

 "Para grass", "Mauritius grass", "Angola grass", capim angola e capim bengo.
 É uma espécie perene.
 Facilidade de propagação vegetativa, vigor competitivo, altas produções e boa qualidade de
forragem.
 Não pode ser cultivada com sucesso em solos secos e áreas semi-áridas.
 É adequada para cultivo e áreas úmidas ou solo irrigado.

10,5% de PB

Entrada – 15 a 20 cm
Saída – 10 cm

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Brachiaria ruziziensis cv. BRS - alto valor nutritivo, comparativamente às outras
espécies do gênero. A única cultivar disponível no mercado (Kennedy) tem baixa
tolerância à seca e alta susceptibilidade às cigarrinhas das pastagens. Produção 14 a 15 t
MS/ha/ano.

8 a 11% de PB

Entrada – 30 cm
Saída – 10 a 25 cm

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 Brachiaria decumbens - bem adaptada a solos ácidos e de baixa fertilidade, manejo
baixo, tolerância razoável à seca, relacionada principalmente com seu sistema radicular;
eficiência na cobertura do solo, principalmente pela sua capacidade de rebrota; Boa
relação folha/haste; melhor composição mineral, apresente graves problemas na nutrição
dos animais. Produção

6,4% a 7,3% de PB

Entrada – 30 cm
Saída – 15 cm

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• FOTOSSENSIBILIZAÇÃO
 Esporos do fungo Pithomyces chartarum, na presença de umidade, se desenvolvem e
tornam-se potenciais agentes de problemas hepáticos em bovinos.
 “Os animais passam a sofrer de fotossensibilização”.
 O fungo é responsável pela produção da micotoxina esporidesmina, que ingerida
provoca lesões nos ductos biliares, prejudicando o fluxo da bile, indispensável ao
processo digestivo.
 Paralela à doença hepática, a micotoxina esporidesmina também é a causa de uma
dermatite, que provoca lesões cutâneas semelhantes a queimaduras, especialmente nas
orelhas, flanco, base da cauda e região glútea.
 Com a impossibilidade de ser eliminado junto com a bile, o pigmento filoeritrina,
resultante do metabolismo normal da clorofila presente no capim, se acumula na
corrente sanguínea, principalmente na circulação cutânea. Por ser fotossensível, ao
receber luz solar, esse pigmento reage fotoquimicamente e libera substâncias nocivas à
derme. “Daí a origem do nome da doença”

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 Brachiaria humidicola - adaptação em solos encharcados, com tolerância até de quatro
meses. Destacando-se também em extensão de área plantada e adaptando-se bem a solos
de baixa fertilidade, tem crescimento estolonífero, com grande número de gemas rente ao
solo, o que explica sua tolerância a manejo baixo e intensivo, suportando altas cargas
animais, apresenta cobertura densa.

4,9% a 6,1% de PB

Entrada – 30 cm
Saída – 22 cm

51
 Capim Mombaça - alto valor nutritivo, elevada produção de massa seca e ampla
adaptabilidade ás diversas condições edafoclimáticas. Produzem melhor em solos de
média à alta fertilidade (ALCÂNTARA et al., 1993) e são menos flexíveis que as gramíneas
do gênero Brachiaria por apresentarem limitações e/ou dificuldades para serem
manejadas sob lotação contínua, prevalecendo, de modo geral, o seu uso na forma de
pastejo rotacionado.

10,4 a 11,1% de PB

Entrada – 90 cm
Saída – 40 cm

52
 Capim Tanzânia - é uma alternativa para áreas de solo com maior fertilidade, diversificar
as espécies de capins disponíveis para a intensificação da produção de carne; substituir a
braquiária em processo de degradação. Apresenta resistência à cigarrinha-das-pastagens
e maior produção foliar com maior ganho de peso pelo gado.

6,8% de PB

Entrada – 70 a 75 cm
Saída – 30-35 cm

53
BRS Kurumi - destaca por apresentar alto potencial de produção de forragem 16 t
MS/há/ano, adaptada a maior parte das regiões brasileiras. A BRS Kurumi caracteriza-se
pela elevada proporção de folhas e pequenos alongamento de colmo. Exigente em
fertilidade do solo, necessidade hídrica acima de 1000 mm.

PB entre 18 e 20%

Entrada – 75 a 80 cm
Saída – 35 a 40 cm

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Capim pangola - forragem rasteira e perene. Suas folhagens tenras e finas
crescem rapidamente e ocupam o terreno. Com talo ereto, ele consegue
atingir a altura de 80 centímetros. Possui bom valor nutricional, produz
cerca de 2 t/ha.

PB - 5,23%

Entrada – 60 cm
Saída – 25 a 35 cm

55
Capim Massai - híbrido espontâneo entre Panicum maximum e P. infestum. O crescimento
formando touceiras com altura média de 60 cm. Possui excelente produção de forragem com
grande velocidade de estabelecimento e de rebrota, com média tolerância ao frio e boa
resistência ao fogo. Adaptado às condições de baixa fertilidade do solo, com boa resistência
ao ataque da cigarrinha-das-pastagens. Avaliado sob pastejo rotacionado por quatro anos,
suportou 3,1 e 1,2 UA/ha durante o período das águas e da seca, respectivamente.

PB - 7,46%

Entrada – 55 cm
Saída – 25 cm

56
Capim Aruana - uma gramínea que apresenta grande quantidade de colmos finos e tenros,
sendo bem aceitos pelos animais. Produz bastante sementes, dessa forma sua propagação
é fácil, rápida e de menor custo. Destaca-se por grande capacidade e rapidez de
perfilhamento.

PB – 10,39%

Entrada – 30 cm
Saída – 15 cm

57
Capim MG 12 paredão - alta produção de forragem com folhas largas e compridas que
facilitam a ingestão pelos animais. Recomendado para silagens e para o pastejo direto.

PB – 18,41%

Entrada – 80 a 90 cm
Saída – 20 a 25 cm

58
BRS Capiaçu - é um clone de capim-elefante de alto rendimento para suplementação volumosa na
forma de silagem ou picado verde. Elevado potencial de produção (50t/ha/ano), porte alto (até 4,20
m de altura). Exigente em fertilidade do solo, necessidade hídrica acima de 1000 mm.

2,65 t/ha de PB e 23,61 t/ha de NDT

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Efeitos da suplementação de bovinos de corte a pasto

• Melhorar o desempenho individual dos animais;


• Aumentar a taxa de lotação dos pastos;
• Aumentar a produção total de carne por unidade de área;
• Melhorar a qualidade da carcaça obtida;
• Favorecer a preparação dos animais que serão terminados em confinamento, além de
encurtar o período do mesmo.

As respostas à suplementação são maiores na época seca do ano, sendo principalmente


devido a incrementos de 45 a 65% na taxa de degradação da fibra.

Ter cuidado com efeito substitutivo

Fornecer até 0,5% do PC – não


reduz consumo de forragem
60
Efeitos da suplementação de bovinos de corte a pasto

Suplementação mineral – ano todo Suplementação proteica

Suplementação proteico-energética Suplementos de baixo consumo

61
Palma Forrageira

• Principais variedades:
- Gigante (santa, graúda):
- rende até 1 kg por raquete;
- Alta resistência a seca e cochonilha de escamas;
- Alta produtividade;
- Baixa resistência cochonilha do carmim;
- Menor aceitação dos animais;
- Menor valor nutricional.

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- Orelha de onça (redonda):
- Peso de raquete (1,8 kg);
- Alta resistência a seca;
- Baixa resistência a cochonilha do carmim.

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- Miúda (doce):
- Cultivar mais nutritivo;
- Menor resistência a seca;
- Resistente a cochonilha do carmin.

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- Orelha de elefante (mexicana e africana):
- Maior resistência a cochonilha do carmin;
- Menos exigência a nutrição do solo;
- Maior resistência a seca;
- Possui espinhos.

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Características das principais silagens

Aspectos econômicos da produção de silagem


Custos envolvidos

Preço da silagem: custo total/produção


Silagem de Milho
Vantagens da Silagem de milho:

• As indústrias produtoras de sementes de milho têm investido no melhoramento genético da cultura;

• Máquinas de pequeno e grande porte são capazes de realizar a colheita;

• Elevada produtividade de MS em um único corte;

• Excelente perfil de fermentação;

• Associa, em sua composição química, fibra e amido, essenciais na nutrição de vacas em lactação;

• Quando incluída em rações totais, adiciona umidade e consistência, reduzindo a seletividade dos animais.
Ponto de colheita:
• 30% a 35% de MS, grãos devem estar variando entre textura pastosa até farináceo-duro.

Desvantagem da Silagem de milho:


• Elevada exigência hídrica.

Estratégia:
• Utilizar variedades de ciclo precoce e superprecoce.
Composição química da silagem

MS (%) PB (%) NDT (%) EE (%) FDN (%) DMS (%) Ca P


Milho 31,17 7,18 63,22 2,86 53,98 59,58 0,28 0,19

Fonte: Cqbal 4.0


Silagem de Sorgo
Principal vantagem do menor custo de produção - produtividade maior que a do milho (15% a 25%
mais barato)

• Variedades de alta produção (sorgos forrageiros) que podem produzir cerca de 100 t/ha de massa verde,
em dois cortes;

• Menor exigência quanto ao tipo e à fertilidade do solo;

• Tolerância a temperaturas elevadas;

• Capacidade para suportar extensos períodos de falta de água;

• Rebrotar rapidamente após as chuvas que umedecem suficientemente o solo.


Desvantagens:

• O valor nutritivo da silagem de sorgo é muito próximo, porém inferior ao de uma boa silagem de
milho;

• Alguns híbridos podem ter elevado teor de tanino, que diminui a degradação de proteína e pode
afetar a produtividade;

• A silagem de sorgo tem o padrão de fermentação inferior ao da silagem de milho.


Dois cultivares de sorgo se destacam para produção de silagem:

1. Sorgo Granífero – silagens com excelente valor nutritivo; produção de massa verde é baixa, cerca de
30 t/ha;

2. Sorgo duplo propósito – produção de matéria verde é, em média, 50 t/ha, no primeiro corte, na
rebrota pode atingir até 50% da produção do primeiro corte.

Composição química da silagem


MS (%) PB (%) NDT (%) EE (%) FDN (%) DMS (%) Ca P
Sorgo 28,08 6,26 59,28 3,39 53,33 59,49 0,14 0,14
Fonte: Cqbal 4.0
Posso consorciar o milho com o sorgo
para silagem?

Kufeld (2014), avaliando o milho em consórcio com diferentes forrageiras (sorgo, milheto, brachiária e capim sudão)
concluiu que:
O consórcio milho com sorgo se destacou, pois, a produção de milho não diferiu do monocultivo, além de produzir a
maior massa vegetal de cobertura.
Ponto de colheita do milho para silagem.

Produção de massa verde kg/ha


Milho – 35518
Milho + Sorgo – 35879
Milho + brachiária – 32962
Milho + milheto – 30814
Milho + capim sudão – 23240

Vale ressaltar que:


Há competição por fatores de produção (luz, CO2, água e nutrientes minerais).

Composição química das silagem


MS (%) PB (%) NDT (%) EE (%) FDN (%) DMS (%) Ca P
Milho
consorciada com 40,46 9,65 - - 69,55 - 0,50 0,12
Sorgo
Fonte: Cqbal 4.0
Silagem de cana de açúcar
Vantagens da Silagem de Cana de açúcar:

• Alto potencial produtivo de MS (80 a 120 t/ha ano) e NDT (15 a 20 t de


NDT/ha);

• Alto teor de carboidratos para fermentação;

• Teor de MS em torno de 30% quando madura;

• Facilidade do cultivo.
Desvantagens:

• Baixo teor de PB e minerais;

• Ausência de amido e fibra de baixa digestibilidade;

• Perdas por fermentação alcoólica (uso de inoculantes para reduzir as


perdas);

• Idade ideal de corte 420 dias (Rossi Júnior et al., 2009).

Composição química das silagens

MS (%) PB (%) NDT (%) EE (%) FDN (%)


Cana de
26,2 3,44 48,30 1,38 65,20
açúcar
Fonte: Cqbal 4.0
Composição da dieta

81
MN

H2O MS

PB EE CNF FDN FDA MM


82
Onde conseguir a composição dos alimentos?

CqBal 4.0 (http://www.cqbal.com.br/#!/)

Artigos, livros ou comunicados técnicos de composição de alimentos

83
Nutrir Alimentar

84
Exigência de mantença
Exigência para ganho
(ARC, 1980)

85
Calor

Tecidos Gases
Ganho de peso

Fezes

Urina
Digestão e
Metab. Metabolismo
Basal
Energia
ingerida

Movimento

86
Métodos de determinação das exigências:

Método Dose Resposta Método Fatorial

ABATE COMPARATIVO

87
Método Dose Resposta
Desempenho Animal

Nível do nutriente

88
Método Fatorial

Baseado no princípio que a soma das CN = Nm + Nc


frações de mantença e produção CN – consumo do nutriente
constitui a exigência líquida total Nm – nutriente para mantença
Nc – Nutriente para crescimento

Método mais utilizado para


determinar exigência de minerais

89
Abate comparativo

Desenvolvido por Lofgreen e Garret (1968)

Método direto para determinar a composição do


ganho de peso corporal

Forma mais precisa e confiável

90
SISTEMAS DE PREDIÇÃO DE EXIGÊNCIAS

91
Equações para predição do consumo de MS, Energia e PB Bovinos de corte

92
Equações para predição do consumo de MS

• Bovinos de corte:
- Confinamento = -2,6098 + 0,08844 x PC 0,75 + 4,4672 x GMD - 1,3579 x GMD²
- Pasto = -2,7878 + 0,08789 x PC 0,75 + 5,0487 x GMD - 1,6835 x GMD²
Confinados puros e cruzados:

94
Pasto

95
Consumo de Proteína Bruta Bovinos de Corte

96
Confinados puros e cruzados:
Pasto

98
Tabelas de Exigências de bovinos de corte (BR-Corte)

99
100
101
102
103
Formulação de Ração

Balanceamento da dieta

Composição da Exigência
dieta Nutricional

104
Como formular as dietas?

105
Métodos de Formulação de Ração

Método Algébrico Quadrado de Pearson

Programação Linear Modelos Matemáticos

106
• Sistema de equações simultâneas.
• Ex: Formular concentrado com 18% de PB na MS. Utilizando milho
moído e farelo de algodão:
PB da dieta – 18%
PB Milho Moído (Mm, X) – 9%
PB Farelo de Algodão (Fa, Y) – 35%

Y + X = 100 x PB(dieta) -> X = 100 - Y


35 × (Fa) + 9 × (100 - Fa) = 18 × 100
Fa = 34,6% / Y = 100 – 34,6 = 65,4% Mm

107
• Método simples, permite calcular 2 componentes da dieta.
• Ex: Anterior:
PB da dieta – 18%
PB Milho Moído (Mm) – 9%
PB Farelo de Algodão (Fa) – 35%

Mm 9% 35 – 18 = 17 Mm – 17/26 × 100 = 65,4%

Fa – 9/26 × 100 = 34,6%


18 17 + 9 = 26

Fa 35% 9 – 18 = 9

108
• Computador
• Lucro Máximo / Custo mínimo:

- Preço dos alimentos;


- Disponibilidade do alimento;
- Composição dos alimentos;
- Exigências Nutricionais;
- Restrição ou limitação dos alimentos.

Softwares comerciais
- SuperCrac; NutriMax; PPFR; RLM; BR-CORTE; Beef Cattle Nutrient
Requirements Model 2016 (NRC, 2016); etc...
109
Como descubro o teor de PB de um concentrado?

• Ex: 56 kg milho moído (MM)


25 kg farelo de soja (FS)
15 kg caroço de algodão (CA)
1 kg de ureia (U)
3 kg de núcleo (N)

56% MM – 56 x 9,01% = 5,04


25% FS – 25 x 48,8% = 12,2
15% CA – 15 x 22,9% = 3,44
1% U – 1 x 241% = 2,41
3% N – 0
Total de PB = 5,04+12,2+3,44+2,41 =
23,09
110
Importância da disponibilidade de sombra

Temperatura ambiente está entre 25 a 35 °C, temos a redução de 3 a 5% do consumo de matéria seca.
Efeitos do Estresse Calórico
Reduz do ganho de peso

Alcalose sanguínea

Afeta reprodução pH 7,31-7,53

• Aumenta frequência respiratória;


• Aumenta a excreção de CO2 pelos pulmões;
• Aumenta a liberação de HCO pelos ruins no sangue, para
manter o nível de CO2 constante;
• Consequência reduz o pH sanguíneo;
• Altera comportamento estral;
• Desenvolvimento folicular;
• Desenvolvimento do embrião;
• Função placentária;
• Crescimento fetal.
Planejamento estratégico de propriedades de bovinos de corte

113
SISTEMA EPMURAS
EPMURAS - estabelece correlações fenotípicas e genotípicas entre tipos morfológicos e tipos produtivo,
dentro das populações zebuínas. Assim como, evitar que animais com defeitos que prejudiquem a
funcionalidade ou a reprodução, mesmo tendo um alto valor genético, sejam usados como reprodutores.

E ? estrutura de 1 a 6 pontos
P ? precocidade de 1 a 6 pontos
M ? musculosidade de 1 a 6 pontos
U ? umbigo de 1 a 6 pontos
R ? características raciais de 1 a 4 pontos
A ? aprumos de 1 a 4 pontos
S ? características sexuais de 1 a 4 pontos

pontuação 1 ou 6 soma-se 1 ponto


pontuação 5 soma-se 2 pontos
pontuação 2 soma-se 3 pontos
pontuação 3 ou 4 soma-se 4 pontos
• O primeiro ponto é conhecer a propriedade. Levantar os dados:
• Dimensionamento do rebanho;
• Categorias animais;
• Sistema de produção adotado na propriedade (intensivo, semi-intensivo ou
extensivo);
• Taxa de natalidade do rebanho;
• Idade a 1 cria;
• Intervalo entra partos;
• Idade ao abate;
• Taxa de descarte de matrizes;
• Taxa de abate;
• Taxa de Lotação UA/ha;
• Capacidade de suporte pastagem.

115
Evolução do Rebanho (Cria)
• Nº total de Vacas
• Taxa de Natalidade Média
• Taxa de Prenhes e Natalidade •Multiparas
•Novilhas •Matrizes
•Primíparas • Intervalo entre partos
•Vacas
• Qtdd de vacas de 1º Cria
• Taxa de Mortalidade
•Pré desmama • Idade média das Matrizes
•Adulto
• Nº de crias por Vacas
• Relação Vaca Touro
• Vacas para descarte
• Idade a Primeira cria
• Etc...
• Taxa de Reposição de Matrizes
116
Índice de gestação (IG)

IG = N° VACAS GESTANTES X 100


N° DE VACAS COBERTAS

117
Taxa de natalidade (TN)

TN = N° bezerros nascidos X 100


N° DE VACAS COBERTAS

Natalidade % Matrizes necessárias para produzir 100 bezerros


85 118
75 134
60 167
40 250

118
Relação de desmame (RD)

RD = Peso do bezerro × 100


Peso da vaca

119
Intervalo entre partos

Produtividade do rebanho, considerando 1000 vacas em 3 anos

Intervalo entre partos (meses) Número de bezerros produzidos

20 1800
18 2000
14 2760
12 3000

120
Desfrute
Desfrute = Vendidos – comprados × 100
Total de animais

121
122
Objetivos da produção de bovinos de corte

Aumentar natalidade 1 bezerro/vaca/ano

Reduzir mortalidade

Reduzir idade de cobertura Redução da recria

Reduzir idade ao abate Redução da recria

Aumentar a taxa de lotação

Aumentar desfrute
123
Planejamento Forrageiro

124
Na escolha das espécies forrageiras deve-se levar em consideração:
• A área disponível para a produção de pasto;
• As condições climáticas da região;
• A topografia, fertilidade do solo e pedregosidade;
• A disponibilidade de mão de obra;
• O conhecimento técnico do produtor.
Objetivos do planejamento forrageiro:

Adequar a demanda de forragens à capacidade de


produção dos pastos;

Adequar a estrutura de rebanho à capacidade produtiva


dos pastos;

Aumentar a lotação de animais por área (/ha);

Maximizar a produtividade por área (kg/ha).

126
Etapas do planejamento forrageiro:

• Avaliar as áreas disponíveis da propriedade, a respeito da


declividade, localização, disponibilidade de água etc.;

• Avaliar as condições das pastagens existentes e da


fertilidade do solo;

• Dimensionar e estruturar o rebanho compatibilizando os


objetivos do produtor com a área e a capacidade de
produção dos pastos;

• Dimensionar as áreas e os tipos de pastos a implantar, de


acordo com as condições de clima, a área da propriedade,
a topografia, o tipo de solo e os objetivos do produtor.
127
Calcular o número de
UA
Fator de Número de
Categoria Cálculo UA
convenção animais
Vacas 1,0 30 30

Novilhos (1 a 2 anos) 0,50 8 4

Bezerros (0 a 1 ano) 0,25 15 3,75

Touro/boi 1,25 1 1,25

Total 54 39

128
Capacidade de suporte

A capacidade de suporte depende:


• potencial de produção;
• da fertilidade do solo;
• das condições climáticas;
• do manejo e do seu ciclo produtivo.

129
Calcular a capacidade de suporte

Calcular a oferta de forragem por ha;


Capacidade de consumo do rebanho (UA ou kg).

130
Fonte: Morais (1991).

131
Metodologias para calcular oferta de forragem

1. Massa de forragem:
Matéria verde 10.000 kg/ha
Matéria seca 18%
Oferta de forragem em MS= 1800 kg/ha

2. Taxa de crescimento estimada para o período:


50 kg de MS/ha/dia

3. Disponibilidade de forragem:
1800 kg de MS/ha + (50 kg de MS/ha/dia x 30 dias) = 110 kg de
MS/ha/dia
30 dias

132
4. Oferta de forragem
2,5% de MS por kg de peso vivo.
Para um animal de 450 kg de PV deve-se ofertar 11,25 kg
por dia.

5. Carga animal calculada:


11,25 kg MS -------------------- 450 kg PV
110 kg MS ----------------------- X
X= 4.400 kg/ha de peso vivo
Por UA = 9,7 UA/ha
Termos técnicos relacionados ao manejo de pastagens

• Manejo do pastejo - É a manipulação do processo de remoção da forragem


pelo animal. As características são: intensidade, frequência e seletividade.

• Sistema de pastejo - É a combinação definida e integrada do animal, da


planta, do solo e de outros componentes do ambiente.

• Método de pastejo - É o procedimento de alocação do rebanho na


pastagem.

134
Principais métodos de pastejo

- Lotação contínua;

- Lotação alternada;

- Lotação rotacionada.
Calcular número de piquetes

Período de descanso +1
Período de ocupação mm

136
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