NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DA

DIGESTÃO DE RUMINANTES
Características que diferenciam os ruminantes

MICROBIOTA
EM SIMBIOSE
COM O
HOSPEDEIRO

➢ Digestão das paredes celulares das plantas

➢ Utilização de NNP
Tubo digestório de um bovino adulto (Adaptado de FOUCHER, 1992).
E: Esofágica
C: Cárdica
F: Fúndica
P: Pilórica
GOTEIRA ESOFÁGICA
Retículo-rúmen-omaso
Rúmen:

AGV´s – principal fonte de energia para ruminantes

São absorvidos e transferidos pelas papilas ruminais na forma gasosa

para o sangue:
Retículo: atua como uma “bomba”, estimulando o fluxo
líquido para dentro e para fora do rúmen
Omaso: fermentação e absorção contínua de nutrientes

Superfície com “pregas”, aspecto “folhoso” (“livro”)

Alimento é “prensado”/espremido, perdendo boa parte

da sua fração: água
MOTRICIDADE NO ESTÔMAGO DOS RUMINANTES
 PAREDE CELULAR DE FORRAGEIRAS
Parede celular primária

Parede celular secundária

PAREDE CEL.
LÚMEN CELULAR Celulose
Açúcares Hemicelulose
Lipídios Pectina
Espessam. Amido Lignina
Ácidos orgânicos Sílica
Proteínas solúveis Proteína
Nitrogênio não proteico. NNP ligado
à fibra

%
Lignina
Desenvolvimento da parede secundária (JUNG e ALLEN, 1995)
Amilases produzidas pelo
ruminante e por
microrganismos

Celulases
produzidas só
por
microrganismos
DIGESTÃO FERMENTATIVA NO RÚMEN
• ENZIMAS MICROBIANAS
• GRAU DE ALTERAÇÃO DOS SUBSTRATOS
 MEIO RUMINAL
• Meio aquoso
• Temperatura +/- constante (39-42 o C)
• Baixo teor de oxigênio, mantendo uma anaerobiose quase permanente
• Fluxo regular de substratos
• Partículas de tamanho é reduzido pela mastigação
• pH mantido em uma zona estreita (6.2 a 6.7), ação tampão da saliva (pH 8.2)
• Mistura permanente, assegurada pela motricidade do retículo- rúmen

FAVORÁVEL AO DESENVOLVIMENTO DE UMA POPULAÇÃO

MICROBIANA MUITO DENSA E MUITO ATIVA
 OS MICRORGANISMOS: Vivem em simbiose com o ruminante

• Transformam a matéria orgânica dos alimentos em ácidos = energia

dos ruminantes
• As proteínas dos microrganismos = a maioria dos aminoácidos
absorvidos no intestino.

• Bactérias :
• 50% da microbiota
Categoria mais complexa e mais importante (1010 – 1011 células/ml de
conteúdo ruminal), com mais de 200 espécies.
• Pelo menos 28 espécies funcionalmente diferentes
v Protozoários :
• 105 – 106 células/ml de conteúdo ruminal
• Não são indispensáveis, porém sua presença favorece a digestão e a
saúde animal
• Digerem proteínas, lipídeos e paredes celulares
• Podem ingerir compostos proteicos, bactérias e grãos de amido
• Somente 50% do nitrogênio bacteriano ingerido é retido
v
Fungos :
• 103 unidades por ml de conteúdo ruminal
• Fixam-se sobre as superfícies rígidas (esclerênquima) e digerem
celulose e hemicelulose, apesar da presença de lignina
• Atividade proteolítica ainda não é bem conhecida (in vitro)
 Elétron-micrografias de varredura do grão de milho moído, antes e após incubação no rúmen de caprinos: A) não incubado (escala:
10 m); B) três horas de incubação (escala: 10 m.); C) seis horas de incubação (escala: 5 m); D) 12 horas de incubação (escala: 10 m); E)
24 horas de incubação (escala: 10 m); F) anel de xilema observado com 12 horas de incubação (escala: 10 m)
Processo de digestão dos carboidratos
 PRODUTOS DE FERMENTAÇÃO DOS CARBOIDRATOS

Butirato
C4

Propionato Acetato
Piruvato C2
C3

metano CO2
Processo de digestão de proteína e nitrogênio não protéico
Digestão após o retículo-rúmen
O que sai do retículo-rúmen :
• A maior parte dos corpos bacterianos
• Uma menor parte dos protozoários
• 35-40 % da matéria orgânica digestiva da ração, sobretudo constituída de
proteínas alimentares e glicídios parietais que escaparam da degradação
microbiana

A digestão no abomaso e intestino delgado é praticamente semelhante a do porco,

porém existem algumas particularidades :
• Os glicídios são representados por glicídios parietais (que não são digeridos aí)
e eventualmente um pouco de amido
• As matérias nitrogenadas são de dois tipos : alimentares e microbianas.

A digestão no intestino grosso também é microbiana e mais importante que nos

monogátricos