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A digestão em ruminantes

LUIS ALFARO CARDOSO


A digestão em ruminantes
 Especificidades
Síntese proteica a partir de N não proteico
Assimilação energia a partir da digestão de fibra
 
Meio
Fermentações microrganismos anaeróbios:
protozoários, 10 5/gr ingesta, com função incerta, efeito
retardatário da digestão ; bactérias 1010/gr ingesta, em
massa semelhante.

Bactérias celulolíticas, hemicelulolíticas, pectinolíticas,


amilolíticas, ureolíticas, proteolíticas, produtoras de
metano, de amónia, utilizadoras de açúcar, de ácidos
gordos, de lípidos.
A digestão em ruminantes
Substratos da alimentação dos ruminantes
 
Paredes celulares das plantas: Celulose,
hemicelulose, pectina (HC) – enzimas
hidrolíticas de origem microbiana celulases
Linhina – Substancias fenólicas apenas
parcialmente sensível a enzimas microbianas ou
animais. Envolvem os HC das paredes celulares,
> com temp. e idade.
A digestão em ruminantes
Metabolismo no rúmen
 
Hidratos de carbono (HC)
1ª fase – Transformação dos HC complexos em
hexoses simples por enzimas microbianas extra
celulares.
2ª fase: Rapidamente absorvidos pelos
microorganismos onde pela via glicolítica é
produzido o Piruvato (formação de 2 ATP).
Em anaerobiose fermentação. O piruvato é
oxidado com a formação acetato , proprionato e o
butirato, numa proporção 70:20:10 em dietas
forraginosas e de 60:30:10 em dietas ricas em grão.
A digestão em ruminantes

Destino dos ácidos gordos


 São a principal fonte de energia dos ruminantes. A
sua remoção e capacidade de tamponamento do
rúmen permite a manutenção de condições óptimas
de fermentação.
Propionato: Parede do rúmen - lactato. Maioria
para o fígado onde se dá uma glicogénese através
da conversão succinil CoA Ciclo de Krebs,
fosfoenolpiruvato, glicose que pela sua lise e
oxidação (ciclo de Krebs) produz de 17 moles de
ATP por mole de propionato
A digestão em ruminantes

Butirato: Conversão em D-B-hidroxibutirato na


parede ruminal. Este, no músculo e outros
tecidos converte-se em Acetil Co A – ciclo
tricarboxílico. Produção de 25 moles de ATP por
mole de butirato.

Acetato: o AGV mais importante e o único


presente em quantidades significativas no
sangue periférico. Através do Acetil Co A ciclo
tricarboxílico. 12 moles de ATP/mole.
A digestão em ruminantes
Proteínas
Proteases (endopeptidases) de origem
microbiana peptidos de cadeia curta
absorção microbiana pool de amino ácidos
bact. síntese de proteína bacteriana

 Destino do pool de NH3 no rúmen - síntese de


proteína microbiana; absorção e síntese de ureia
no fígado; Ciclo rumino-hepático-salivar;
excreção renal.
A digestão em ruminantes
Equilíbrio de fontes N e energéticas. Limite de
fontes N não aminadas na ração (30% do N total)

Glicose + peptídos = microrganismos + AGV +NH3


* CH4 + CO2
A digestão em ruminantes
Lípidos

Hidrólise dos triglicéridos pelas lipases


bacterianas, - esteárico.

Capacidade limitada de digestão lipídica no


rúmen (dieta com menos de 5% de gordura)
A digestão em ruminantes
Manutenção das condições de fermentaçáo
ruminal

Substrato fermentável suficiente; temperatura


cerca de 37º; Osmolalidade do líquido
ruminal mantida; potencial negativo de oxi-
redução; resíduo não digerível removido;
remoção de microorganismos compatível
com a crescimento de outros favoráveis; AGV
removidos e /ou tamponados.
A digestão em ruminantes

Motilidade ruminal 

Contracções primárias – mistura do ingesta e


separação de partículas (grandes e pequenas). 1 a
3 /minuto.

Contracções secundárias – Eructação. ½ da


frequência

Zona de acumulação: gasosa; sólida; pastosa;


líquida
 
Velocidade de entrada e de saída do ingesta varia
directamente com a digestibilidade (30 a 50 horas).
A digestão em ruminantes

Regurgitação: Contracção do retículo (antes da


contracção primária). Relaxamento do cárdia.
Depressão toráxica, peristaltismo do esófago.

Líquidos “re-engolidos”. Início da ruminação.

Fraccionamento das partículas, nova sujeição a


bactérias(fibras). Gãos (quase sem ruminação).
Fibras (10 h).
A digestão em ruminantes
Coordenação motora retículo-ruminal – vagal,
pH (5.5-6.8; abaixo de 5, imobilidade),
concentração de AGV, força iónica. 
Omaso
Folhas musculadas; absorção de AGV,
bicarbonato.
Abomaso
Estômago verdadeiro; funções semelhantes às
do estômago dos monogástricos.
A digestão em ruminantes
Goteira esofágica
Desenvolvimento dos pré estômagos (e seus
epitélios)– das 3 às 15 semanas dependendo
das dietas (> com sólidos e concentrados).
De início estéreis. Condições de anaerobiose –
bactérias. Desenvolvimento de protozoários –
contaminação por outros bezerros? (aerossóis?).
Goteira esofágica: prega no retículo – omaso –
abomaso. Reflexo vagal. Estímulo na
amamentação e hormona antidiurética (+
retenção hídrica).

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