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26/03/2024

MICROBIOLOGIA RUMINAL E
CARBOIDRATOS NA NUTRIÇÃO
DE RUMINANTES

Microbiologia Ruminal

 70%da energia que o animal utiliza provém da


fermentação ruminal dos microorganismos
(MO’s)

MICROBIOLOGIA RUMINAL
Principais MO envolvidos com a digestão
de carboidratos
 Bactérias

 Protozoários (> tamanho)

 Fungos (< qtdd).

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BACTÉRIAS
 Celulolíticas (digerem celulose)
 Hemicelulolíticas (hemicelulose)
 Amilolíticas (amido)

 Utilizadoras de açúcares simples

 Metanogênicas (produzem metano)

 Sintetizadoras de vitaminas

FATORES QUE INFLUENCIAM NO NÚMERO E


NATUREZA DAS PROPORÇÕES DE
MICROORGANISMOS

 Alimentação – dieta – frequência e composição


 Defaunação – AGV, pH, NH3, Digestibilidade e
alimentação

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BACTÉRIAS

 Metanogênicas → representam perdas de energia

↑fibras ↑ bact que degradam fibra → H2


Metanogênicas usam para produzir CH4
Ionóforos (monenzina) - Animais confinados, não para
animais pastejo → mo’s degradadores de fibra

PROTOZOÁRIOS

 Digerem 1/3 das fibras


 Degradam muitas toxinas, reduzem nitritos e nitratos
 Auxiliam na degradação da proteína no rúmen

 São fonte de proteína microbiana

 Controlam bactérias amilolíticas - prevenção de acidose

FUNGOS

 Agem nas frações de menor digestibilidade


 Dependem da fermentação realizada pelas bactérias
(como fonte de energia)
Aderem-se a fibra e quebram a Parede celular vegetal
 Micelas – enzimas -> disponibilizando o conteúdo
celular

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ESTABELECIMENTO DOS MO’S


a) Contato Animais – mamada
b) Alimentos contendo os microorganismos
c) Via salivar (ato da mãe lamber a cria ou
em pastagens) protozoários
d) Esterco Ambiente – fungos
e) Vias respiratórias – zoósporos e
bactérias

COLONIZAÇÃO
 Lactobacillus sp – 1º colonizar o rúmen – úbere

Microorganismos produzem bacteriocina (peptídeos


cadeia curta) que auxiliam no equilíbrio de
bactérias patogênicas

 A monensina sódica é uma aditivo não alimentar


que pode ser incluído em dietas de gado leiteiro.
Ela provoca alterações na flora ruminal,
resultando em maior produção de ácido
propiônico, em detrimento do acético, e
diminuição das perdas de fermentação
(especialmente gás metano). Dessa forma a
eficiência energética da dieta é aumentada.

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CONSEQUÊNCIAS DO USO DE IONÓFOROS


a) Melhora o consumo MS
b) Melhora GP
< perda E
↓competição e ↑amilolíticas

c) Reduz 30 a 40% CH4

d) Altera relação acetato:propionato


Normal 4:1 Ionóforo 2,5:1
e)
> nº bactérias propionato > produção (leite)

 Forragens são o alimento preponderante para ruminantes


em condições naturais. Mas os ruminantes aproveitariam
muito pouco se dependessem apenas
de suas próprias enzimas, incapazes de quebrarem as
ligações químicas formadoras dos carboidratos estruturais.

Neste ponto é que entra a retribuição dos


microrganismos que habitam o rúmen. São eles
que degradam os carboidratos estruturais,
junto com os carboidratos não estruturais,
transformando-os em açúcares simples,
retirando destes a energia que precisam
através da fermentação.

ASPECTOS FUNCIONAIS DOS VOLUMOSOS


a) Funcionamento, movimentos ruminais.
b) Consumo importante produção – Vol, [ ]
c) Estimula secreção salivar – pH ruminal
d) Estimula síntese de AGV’s – acético,
butírico

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ASPECTOS FUNCIONAIS DOS VOLUMOSOS

ASPECTOS FUNCIONAIS DOS VOLUMOSOS

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FONTE: Agroceres Multimix

ASPECTOS FUNCIONAIS DOS VOLUMOSOS


CAUSA EFEITO
Volumoso baixa < tx passagem – demoram rúmen
qualidade Baixa produção – baixa prod de AVG
e energia
Excesso de Tx passagem, diminui dig < ataque mo
concentrados > Propiônico e lático
ou < motilidade ruminal
Partículas de Lesão papilas – ác. Lático
volumoso mto finas < produção

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TAMANHO DAS PARTÍCULAS


CEREAIS MOÍDOS VOLUMOSO
INTEIROS
aumenta reduz mastigação aumenta mastigação
mastigação
> Prod saliva < prod saliva > Prod saliva
pH 6 – 6,5 pH 5,5 pH 6,5 a 6,9
Baixo risco acidose Alto risco acidose Não probabilidade
acidose
baixa tx passagem alta tx passagem baixíssima tx
passagem
alta digestibilidade baixa alta digestibilidade
digestibilidade

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE
CARBOIDRATOS

 Rúmen – formar AGV’s => Energia

 Digestão
CHO –mastigação, amilase salivar (↓ em
ruminantes)

 Ruminação e fermentação pelos microorganismos


(mo’s)
ruminais - enzimas – Glicose, AGV’s

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE
CARBOIDRATOS
 Tipos de AGV’s
Acético, propiônico, butírico, valérico,
isovalérico, ácido fórmico, ácido hexanóico,
ácido heptanóico.

 Principais substratos para a


fermentação
Celulose, hemicelulose, pectina, amido e
monossacarídeos.

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ABSORÇÃO DOS AGV


 Proporção de AGV’s
Acético:Propiônico:Butírico
Alto teor volumoso - 65:25:10
Alto teor [ ] - 45:40:15
50%V e 50%[ ] - 50:35:15

 pH ruminal influencia produção


AGV
6,5 acético
5,5-6 propiônico e butírico
<5,5 lático

VIA BIOQUÍMICA DA FERMENTAÇÃO


Amido Celulose Hemicelulose Pectina
Amilase Metilesterase
Celulase Hemicelulase
Maltose Celobiose Xilobiose Ác. Péctico

Pentoses Hexoses
Ác. Galacturônico
Glucose - 6 - P

Triose- P Xilulose

Frutose - 6 - P
Frutose - P

VIA BIOQUÍMICA DA FERMENTAÇÃO

Amido Celulose Hemicelulose Pectina

Frutose - 6 - P Triose- P Frutose - P

conversão de hexoses fosfato em


Piruvato

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Piruvato

Acetil CoA
Acetil CoA até
Acético Acetoacetil -CoA
Lactato Succinato
Propiônico Butírico

ABSORÇÃO DOS AGV


 88% absorvidos e 12% passam adiante
 Absorvidos na parte superior parede ruminal
 Quanto mais ácido, maior a absorção

ABSORÇÃO DOS AGV


Sangue
CHO Ingeridos Eructação
Portal
Rúmen
CHO Gases
Biomassa
Microbiana AGV AGV

Volumosos: papilas curtas


[ ] : papilas longas AGV absorvidos
≠ [ ] epitélio da parede
Mudança Dieta: ruminal
Adaptação flora
Abs de AGV papilas produção.

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METABOLIZAÇÃO ACÉTICO
 1– 4%CC no Epitélio Ruminal
 93% Tecidos muscular e mamário
 2% fígado

 Necessita Acetil -Co-A sintetase

 Muscular – Co2 – ATP

 Glândula mamária - Lipogênese

Mitocôndria Transformado a acetil-coenzimaA (CK).

METABOLIZAÇÃO PROPIÔNICO

 > Fígado 70% e < parte epitélio Ruminal –CC


 Ovinos 50%: 50%
 Propionil -Co-A sintetase [ fígado] => propionato CK e
forma glicose
 Jejun fígado quebra propionato 90% glicose
(gliconeogênese) e 10%CC

GLICONEOGÊNESE
 PROPIONATO
 OXALOACETATO
 GLICOSE

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METABOLIZAÇÃO PROPIÔNICO
 ↑[ ] propionato, ↑glicose sanguínea,
↑insulina => deposição glicose gordura
 Jejun - glucagon

BUTÍRICO
 Epitélio Ruminal → CC
Metabolizados – Glicose e AG cadeia longa

DIETAS RICAS EM CONCENTRADOS E


RISCO DE ACIDOSE
 Relação volumoso:concentrado
 30: 70
 A maior quantidade de concentrado favorece o
aumento de propionato, e devido a as capacidade
em produção de energia, promove maior
deposição de gordura
 A alta quantidade de alimentos concentrados
direcionam o pH abaixo 6,0 não indicado para
celulolíticas e hemicelulolíticas (bactérias
digestoras de fibras) o que pode comprometer o
aproveitamento do alimento volumoso da dieta

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DIETAS RICAS EM CONCENTRADOS E


RISCO DE ACIDOSE
 Com o pH baixando, aumenta-se a população de Streptococus
bovis que começa a produzir mais lactato e o pH cai para 5,7
 Há melhores condições e maior desenvolvimento de bactérias
láticas que levam o pH a valores < 5,5, resultado em diminuição
da população/morte de demais bact.

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS NUTRIENTES

 Carboidratos que escapam da fermentação serão digeridos no intestino


delgado
 Mucosa intestinal – epitélio formado por vilosidades e microvilosidades
 Vilosidades – projeções epiteliais, aumentam sup de contato.

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DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CNF PÓS -


RUMINAL
 Digestão: Quebra física e química de substâncias complexas
em substâncias simples.

 Enzimas lúmen – quebram longas cadeias

 Enzimas membrana epitélio – quebram em monômeros

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CNF PÓS -


RUMINAL
 HIDRÓLISE

Ligações glicosídicas e rompidas pela inserção de


uma molécula de água.

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CNF PÓS -


RUMINAL

• CNF
Amido que passa pelo rúmen sem ser digestível

• Abomaso
• Digestão Luminal, duodeno → α-amilase
pancreática, na ligação α 1,4 da amilose →
dextrina ↓
Maltose e maltotriose

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ENZIMAS MEMBRANA
 Produzidas pelos enterócitos
Maltase
Sacarase
Lactase

PRODUTOS FINAIS
Fase Luminal Fase Absorvidos
α amilase Membranosa
Amido
α dextrina α dextrinase Glicose+Glicose
maltose Maltase

Sacarose (pouca) Sacarase Glicose + frutose

Lactose Lactase Glicose+galactose

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CNF PÓS -


RUMINAL

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DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CNF PÓS -


RUMINAL
 Absorção intestinal - proteínas
transportadoras membranares

Fonte: Adaptado de ARAUJO & MARTEL (2009).

DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CNF PÓS -


RUMINAL
 Amido que escapa da digestão enzimática no ID
pode ainda ser fermentado ate AGV’s no IG, ou
ser eliminado pelas fezes.

Sangue Portal
Int.
CHO Grosso
Biomassa AGV
Microbiana AGV

Fezes
Células Bacterianas e Resíduos indigestíveis

CHO Eructação Sangue


Ingeridos Rúmen Portal
CHO Gases
Biomassa
Microbiana AG AGV
V
Int.
Delgado
CHO Amilase

Glicose Glicose

Int.
CHO Grosso
Biomassa AGV
Microbiana AGV

Fezes
Células Bacterianas e Resíduos indigestíveis

Processo de Digestão dos CHOS (Fonte: KOZLOSKI, 2002)

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