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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁGIAS – CECA


BIOQUÍMICA

RESPIRAÇÃO CELULAR

Rio Largo, 2021


UMA VISÃO DO METABOLISMO CELULAR

METABOLISMO: Atividade celular altamente coordenada na qual diversos


sistemas multienzimáticos (vias metabólicas) atuam conjuntamente para
realizar as seguintes funções:

a. Obter energia química (energia solar, degradação de nutrientes)

b. Converter as moléculas dos nutrientes em moléculas com características de cada


célula

c. Polimerizar precursores monoméricos em macromoléculas

d. Sintetizar e degradar biomoléculas necessárias a funções celulares especializadas


METABOLISMO: VIAS CATABÓLICAS E ANABÓLICAS

Catabolismo
 Fases do Metabolismo
Anabolismo

Catabolismo: Fase de degradação do metabolismo. As macromoléculas nutrientes ricas


em energia são convertidas em produtos finais menores e mais simples (liberação de
energia)

Anabolismo: Fase de construção do metabolismo (biossíntese). As moléculas precursoras


pequenas e simples são unidas entre si formando moléculas maiores e mais complexas
(fornecimento de energia)

Ex: grupos fosforilas (ATP), poder redutor de NADH, NADPH ou FADH2.


METABOLISMO: Relações energéticas entre as vias catabólicas e anabólicas
METABOLISMO: Reações energéticas entre as vias catabólicas e anabólicas

Via divergente (ramificada)


anabolismo
Via convergente (linear)
catabolismo

Via cíclica – um composto inicial da


via é regenerado por meio de uma
série de reações que convertem um
outro composto inicial em produto
RESPIRAÇÃO CELULAR

 Respiração celular – processo pelo qual


moléculas ricas em energia são completamente
oxidadas em CO2 e H2O com consumo de O2 e
produção simultânea de ATP

Estágios da respiração celular

 Produção de Acetil-CoA (glicólise)


 Oxidação de Acetil-CoA (Ciclo de Krebs)
 Transferência de elétrons e fosforilação oxidativa
PROCESSO DE RESPIRAÇÃO CELULAR A PARTIR DOS CARBOIDRATOS

 Polissacarídeos (amido e glicogênio)


 Dissacarídeos (maltose, sacarose, lactose)
 Monossacarídeos
METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS: Digestão e absorção

 Boca – α amilase salivar (ptialina)


Amido

Pontas Pontas
Não-redutora redutoras

Amilose (polímero de D-glicose)

Ponto de
Ramificação Amilose
Ramificação (α 1 6)
Pontas
redutoras
Pontas
Não-redutora
Amilopectina

Cadeia
principal

Amilopectina
CARBOIDRATOS: Digestão e
absorção
DESTINOS DA GLICOSE PRODUZIDA PELA HIDRÓLISE DE CARBOIDRATOS

Matriz extracelular,
polissacarídeos da Glicogênio, amido
parede celular sacarose

Síntese Armazenagem

Glicose
Oxidação pela via Oxidação pela via
Das pentoses fosfato glicolítica

Ribose 5-fosfato Piruvato


ATP, intermediários
metabólicos para célula
A GLICÓLISE E O CATABOLISMO CENTRAL DAS HEXOSES

 Glicose :

 Rica em energia potencial (-2.840 KJ/mol) – principal combustível dos


organismos vivos

 Polímero de armazenamento (glicogênio, amido e sacarose) – ATP de forma


aeróbia ou anaeróbia

Precursor biossintético de intermediários metabólicos em reações biossintéticas -


(E. coli);
GLICÓLISE ou VIA GLICOLÍTICA
(glykys: açúcar; Lysis: quebra)

Reações 1-5
FASE PREPARATÓRIA

 Glicólise – energia metabólica (eritrócitos, medula


renal, cérebro, esperma); tecidos vegetais modificados
para armazenamento de amido (tubérculos e grão);
plantas aquáticas e microrganismos anaeróbios
(fermentação)

Reações 6-10
FASE DE PAGAMENTO
GLICÓLISE – FASE PREPARATÓRIA OU FASE DE INVESTIMENTO (passos 1-5)
BALANÇO GERAL DA GLIGÓLISE

Equação final da glicólise em condições aeróbicas Ganho de ATP

Glicose + 2 NAD+ + 2ADP + 2 Pi 2 piruvatos + 2NADH +2H+ + 2ATP + 2H2O

Produtos finais na glicólise


VIAS ALIMENTADORAS DA GLICÓLISE

Outros carboidratos são


degradados e entram na
fase preparatória da via
glicolítica
GLICÓLISE: Destinos do Piruvato em condições aeróbias e anaeróbias
VIA ANAERÓBICA DA GLICÓLISE: FERMENTAÇÃO LÁCTICA

Durante a contração muscular vigorosa;


hemácias, tecidos de plantas submersos ou Piruvato é reduzido a lactato
em bactérias lácticas

O piruvato é o aceptor final de elétrons na fermentação láctica

Um grande número de microrganismos fermenta a glicose e outras hexoses até


lactato (Fermentação da lactose do leite em ácido Láctico – Lactobacillus)
VIA ANAERÓBICA DA GLICÓLISE: FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA

Na fermentação alcoólica, leveduras (Saccharomyces cerevisiae) e


outros microrganismos fermentam a glicose em Etanol e CO2

Na fermentação alcoólica o acetaldeído é o aceptor de elétrons de


NADH + H
Lactobacillus bulgaricus Proprionibacterium sp.

Fermentação
para produção e
conservação de
alimentos
 Na indústria – microrganismos fermentam amido ou melaço em ácidos (fórmico,
acético, propiônico, butírico) e alcóois (etanol, glicerol, metanol, isopropanol e butanol)

Na agricultura – fermentação de subprodutos


vegetais (silagem) – ração animal
GLICÓLISE EM PLANTAS
GLICÓLISE EM PLANTAS
VIA DA GLICONEOGÊNESE

Períodos de jejum mais longos;


atividade física vigorosa

Converte piruvato em glicose


(não carboidratos de 3 a 4 C)

Mamíferos – ocorre no fígado, córtex renal


células epiteliais do intestino
Plantas – sementes durante a germinação

Plantas
Glicose – Sacarose, parede celular,
nucleotídeos e coenzimas
SÍNTESE DE CARBOIDRATOS A PARTIR DE PRECUSSORES SIMPLES NA GLICONEOGÊNESE
Via oxidativa das pentoses fostato

Fígado, gônadas,
glândulas
suprarrenais,
tecido adiposo e
glândulas
mamárias em
lactação

(pele, mucosa intestinal, medula óssea, tumores)


PRODUÇÃO DE ACETIL-COA A PARTIR DO PIRUVATO

Piruvato Complexo da piruvato-desidrogenase Acetil-CoA e CO2


(PDH)
 Localizado – mitocôndrias (eucariotos) e citosol (bactérias)

Reação geral da PDH – descarboxilação oxidativa

Complexo da
Pivuvato-desidrogenase
Piruvato (E1 + E2 + E3) Acetil-CoA
Produção de Acetil-CoA

Complexo da piruvato-desidrogenase (PDH) consiste de três enzimas distintas

E1 – Piruvato desidrogenase; E2 – Diidrolipoil transacetilase ; E3 – Diidrolipoil desidrogenase


Produção de Acetil-CoA
Condensação
Ciclo do Ácido Cítrico

Oxidação do
Desidratação
Acetil-CoA Desidrogenação

Hidratação
Hidratação

Descarboxilação
oxidativa
Desidrogenação

Fosforilação Descarboxilação
oxidativa
Oxidação de Acetil-CoA

Produtos de uma volta no ciclo do ácido cítrico


Oxidação de Acetil-CoA
Oxidação de Acetil-CoA
Função do ciclo do ácido cítrico no anabolismo

Fígado
e rins

Coração e
músculo
Plantas,
leveduras
e bactérias

eucariotos
e bactérias
Oxidação de Acetil-CoA via ciclo do glioxilato

Ciclo do glioxilato

 Sementes oleaginosas durante a


germinação (glioxissomo)
Oxidação de Acetil-CoA

Succinato entra no ciclo do


ácido cítrico para produzir
oxaloacetato que serve como
precursor da gliconeogênese
Fosforilação Oxidativa
Fosforilação Oxidativa
 Síntese de ATP (ADP + Pi) governada pela força próton motriz gerada pela
transferência de elétrons de NADH, NADPH e FADH2 produzidos durante oxidação de
compostos ricos em energia (glicose, ácidos graxos e aminoácidos)

Transporte de elétrons
Redução de O2 em H2O de NADH e FADH2 via
Etapas cadeia respiratória
Síntese de ATP na
Via quimiosmose

 Plantas realizam fotofosforilação – oxidação de H2O a O2 (NADP+) - NADPH


 Local :
Animais – membrana interna da mitocôndria = crista mitocondrial
Plantas - cloroplastos
ATP sintase Membrana externa
Fosforilação Oxidativa
Crista

Membrana Interna
 1948 – Kennedy e Lehninger

Fosforilação oxidativa na mitocôndia

na Matriz

Ribossomos

Canais de Porina
Fosforilação Oxidativa

Cadeia transportadora de elétrons

na

Complexo I – NADH: ubiquinona oxidorredutase ou NAD desidrogenase


Complexo II – succinato desidrogenase
Complexo III – Ubiquinona: citocromo c oxidorredutase
Complexo IV – citocromo c oxidase
Fosforilação Oxidativa

Modelo quimiosmótico para síntese de ATP (Peter Mitchell, 1961)

na

FADH2 FAD

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