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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA E IMUNOLOGIA


DISCIPLINA MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA

METABOLISMO
MICROBIANO

Profª. MSc. Josie Haydée L. Ferreira


METABOLISMO
 Conjunto de todas as reações químicas dentro de um organismo
vivo.
 Anabolismo: reações que necessitam de energia para sintetizar moléculas
complexas a partir de moléculas mais simples (REQUER ENERGIA,
endergônicas).
 Catalolismo: reações que liberam energia através da quebra de moléculas
orgânicas em moléculas mais simples. (reações de hidrólise, exergônicas)
CATABOLISMO
 Todas as reações catabólicas envolvem a transferência de
eletróns, que permitem a catura de energia em ligações altamente
energéticas no ATP e em moléculas similares.
 OXIDAÇÃO: perca ou remoção de elétrons.
- Aceptor de elétrons: substância que recebe os elétrons
perdidos - o oxigênio é um importante aceptor de elétrons.

 REDUÇÃO: ganho de elétrons.

 AGENTE OXIDANTE: faz alguma molécula sofrer oxidação e assim ganha


elétrons (aceptor);

 AGENTE REDUTOR: perde elétrons para outro ganhar.


CATABOLISMO

 Dentre todos os seres vivos, os microrganismos são


particularmente versáteis na forma de obter energia.

 As maneiras como os microrganismos captam energia e obtêm carbono,


podem ser classificadas como:

 AUTOTROFISMO: “auto-alimentação” – utilizam o dióxido de carbono


(substância inorgânica) para sintetizar moléculas orgânicas.

 HETEROTROFISMO: “alimentação externa” – utilizam moléculas orgânicas


previamente produzidas obtidas de outros organismos, vivos ou mortos.
Produção de energia
 QUÍMIO-HETEROTRÓFICOS: Nosso grupo de interesse – inclui os
microrganismos patogênicos. Quebra de compostos orgânicos através de
reações de oxidação-redução:
 Glicólise – oxidação da glicose até ácido pirúvico
anaeróbicos
• Fermentação – conversão do ácido pirúvico até álcool etílico,
ácido lático ou outros compostos orgânicos.
• Respiração aeróbica – oxidação do ácidos pirúvico a dióxido
de carbono e água.

QUIMIOAUTOTRÓFICOS: oxidam moléculas inorgânicas. Bactérias


nitrificantes e suforosas.

 FOTO-HETEROTRÓFICOS: Realizam fotossíntese mais necessitam de


compostos orgânicos para obter carbono.

 FOTOAUTOTRÓFICOS: Fotossíntese.
Respiração x Fotossíntese

Fotossíntese

Respiração
ENZIMAS
 São proteínas que catalisam reações químicas nos
organismos vivos através da diminuição da energia
de ativação necessária para ocorrência desta
reação.
PROPRIEDADES DAS ENZIMAS
 Sítio Ativo: local onde o substrato se liga para formar um complexo
enzima substrato.
 Substrato: substância na qual a enzima atua;
 As enzimas exibem alto grau de especificidade nas reações que
catalisam;
 coenzima (molécula orgânica não proteíca) + apoenzima (porção
proteíca da enzima) = holoenzima
Coenzimas são sintetizadas a partir de vitaminas. Ex: Coenzima A –
ácido pantotênico; NAD – niacina.
 Co-fatores: é geralmente um íon orgânico que melhoram a ligação
da enzima com substrato.
 Inibidores competitivos X inibidores não competitivos;
 Temperatura, pH e concentração de substrato, produto e da enzima
afetam a velocidade das reações enzimáticas;
AÇÃO DAS ENZIMAS
FATORES QUE AFETAM AS REAÇÕES
ENZIMÁTICAS
INIBIÇÃO ENZIMÁTICA
Processos bioquímicos na
produção de energia
ENERGIA DA CÉLULA
Uma célula viva requer energia para realizar
diferentes tipos de trabalho, incluindo:

-Biossíntese das partes estruturais da célula, tais como paredes


celulares, membrana ou apêndices externos;

-Síntese de enzimas, ácidos nucleicos, polissacarídeos, fosfolipídeos e


outros componentes químicos da célula;

-Reparo de danos e manutenção da célula em boas condições;

-Crescimento e multiplicação;

-Armazenamento de nutrientes e excreção de produtos de escória;

-Mobilidade
CATABOLISMO DE CARBOIDRATOS
 A maioria dos microrganismos oxida carboidratos como sua fonte
primária de energia celular;
 A glicose é a fonte mais comum de energia de carboidrato utilizada pelas
células;
 Os microrganismos também podem catabolizar diversos lipídeos e
proteínas para obter energia.

 ANAERÓBIA
• Ausência de O2 - GLICÓLISE
- FERMENTAÇÃO

 AERÓBIA
RESPIRAÇÃO
– Presença de O2 CELULAR
GLICÓLISE
• É a via metabólica utilizada pela maioria dos organismos
autotróficos e heterotróficos, tanto aeróbicos como
anaeróbicos, para começar a quebra a glicose.

• Também chamada de via Embden-meyerhof

• Etapas:
 Fosforilação ao nível de substrato;
 Quebra de uma molécula de seis carbanos (glicose) em duas
moléculas de três carbonos;
 A transferência de dois elétrons para a coenzima NAD.
 A captura de energia em ATP
• Gera 2 moléculas de ATP
– C H O 2C H O + 2ATP
GLICÓLISE
ALTERNATIVAS À GLICÓLISE
• VIA PENTOSE FOSFATO: ou ciclo da hexose
monofosfato. Funciona simultaneamente com a glicólise e fornece
condições para a quebra de açúcares de cinco carbonos (pentoses), bem
como da glicose.

– Uma importante característica desta via é que ele produz importantes


pentoses intermediárias utilizadas na síntese de (1) ácidos nucléicos;
(2) glicose à partir de dióxido de carbono na fotossíntese; (3)
aminoácidos;

– produtora de coenzima reduzida NADPH

– Ganho de 1 ATP por molécula de glicose oxidada;

– Bacillus subtilis, E. coli, Enterococcus faecalis.


ALTERNATIVAS À GLICÓLISE
• VIA ENTNER-DOUDOROFF: produz duas
moléculas de NADPH e uma molécula de ATP;

- As bactérias que utilizam esta via podem metabolizar a glicose


sem a glicólise ou na via pentose fosfato;

- É encontrada em algumas bactérias gram-negativas incluindo:


Rhizobium; Pseudomonas e Agrobacterium.

- Não é geralmente encontrada dentre as bactérias gram-positivas.


FERMENTAÇÃO
• Também chamada de fermentação (quebra parcial da glicose
na ausência de O2).

• A fermentação é o resultado da necessidade de reciclar a


quantidade limitada de NAD através da passagem de elétrons
do NAD reduzido para outras moléculas.

• Ocorre por muitas vias diferentes, em organismos unicelulares:


– Fermentação láctica
– Fermentação alcoólica
• Vinho, cerveja, aguardente
– Fermentação acética
• Vinagre
Nenhuma capta energia em ATP a partir do metabolismo do ácido
pirúvico, mas elas removem elétrons do NAD reduzido de modo que
este continue atuando como aceptor de elétrons.
FERMENTAÇÃO
RESPIRAÇÃO ANAERÓBIA
• Fermentação láctica

– Glicose (C H O) é degradada em duas


moléculas menores, com três átomos de
carbono, o ácido pirúvico (C H O)
glicólise
– Gera 2 moléculas de ATP
– C H O 2C H O + 2ATP
Fermentação Láctica

Microrganismos: Lactobacilos e estreptococos.


Fermentação Alcoólica

Microrganismos:
Leveduras e bactérias
do gênero Zimomonas.
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
• Etapas

– Glicólise

– Ciclo de Krebs

– Cadeia Respiratória
RESPIRAÇÃO AERÓBIA
• Glicólise

– Ocorre no citoplasma e consiste na quebra parcial da


molécula de glicose, carregando energeticamente
duas moléculas de ATP, liberando duas moléculas de
ácido pirúvico que serão utilizadas na próxima etapa.

– A glicólise da respiração é idêntica à da


fermentação.
- Ciclo de Krebs
- Ocorre no interior das mitocôndrias nos eucariontes e
citoplasma das células procarióticas.

- Neste ciclo, as duas moléculas de ácido pirúvico


(CHO) resultantes da glicólise, serão
desidrogenadas (perdem hidrogênio) e
descarboxiladas (perdem carbono). Os hidrogênios
retirados são capturados por aceptores de hidrogênio,
que podem ser o NAD (nicotinamida-adenina
dinucleotídio) ou FAD (flavina-denina dinucleotídio),
com a conseqüente formação de NADH e FADH.
• Ciclo de Krebs

– O ácido pirúvico, perdendo hidrogênio e carbono,


converte-se em aldeído acético.

– O aldeído acético se reúne a uma substância


denominada coenzima A (CoA), formando acetil-CoA

– A acetil-CoA combina-se a um composto de quatro


átomos de carbono, já existente na matriz
mitocondrial (eucarioto) ou no citoplasma para
procarioto, denominado ácido oxalacético.

– Nesse momento inicia-se propriamente o ciclo de


Krebs.
- Ciclo de Krebs
– A coenzima A apenas ajuda o aldeído acético a se
ligar ao ácido oxalacético, e não permanece no
ciclo.

– Forma-se um composto de seis átomos de


carbono, que é o ácido cítrico.

– Este ácido possui três carboxilas (-COOH); dessa


forma o ciclo de Krebs é também conhecido como
ciclo do ácido cítrico, ou seja, do ácido
tricarboxílico.
• Ciclo de Krebs

– O ácido cítrico sofre descarboxilações e


desidrogenações, resultando em vários compostos
intermediários.

– No final do processo, o ácido oxalacético é


regenerado e devolvido à matriz mitocondrial.

– Nesse processo, cada acetil-CoA degradada libera


três moléculas de NADH e uma molécula de FADH,
duas moléculas de CO, que são expedidas para o
meio, e uma molécula de ATP.
descarboxilação

CICLO DE
KREBS
• Cadeia Respiratória
– Esta etapa ocorre nas cristas mitocondriais do interior das
mitocôndrias em eucariontes e membrana celular de
procariontes.

– As moléculas de hidrogênio retiradas da glicose pelas


moléculas de NAD e FAD, produzindo NADH e
FADH,durante a glicólise e o ciclo de Krebs, serão
transportadas até o oxigênio, formando moléculas de
água, liberando energia para a produção de ATP.

– Na cadeia respiratória, as moléculas de NAD e FAD


funcionam como transportadoras de hidrogênio.

– A combinação de hidrogênio com oxigênio não se realiza


de forma direta.
• Cadeia Respiratória
– Existem então, proteínas intermediárias denominadas
citocromos, que permitem a liberação gradativa de
energia. As proteínas citocromos têm o papel de
transportar os elétrons dos hidrogênios
gradativamente.

– Os hidrogênios liberam energia, utilizada na


fosforilação (formação de ATP a partir de ADP+P).
Depois de descarregados, já no final da cadeia
respiratória, o hidrogênio combina-se com o oxigênio,
formando água .

– Por ocorrer na presença do oxigênio, a fosforilação é


denominada oxidativa.
CADEIA RESPIRATÓRIA
SALDO ENERGÉTICO
Etapa Hidrogênio ATP
Glicólise 2 NADH 4 ATP
Ciclo de Krebs (2 8 NADH 2 ATP
moléculas de ácido 2 FADH
pirúvico, portanto 2
voltas)
Cadeia respiratória 10 NADH 30 ATP
2 FADH 4 ATP

Total Geral 40 ATP

Gasto 2 ATP na glicólise -2 ATP

Saldo líquido 38 ATP

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