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Tiago Cunha Rocha

RUMINANTES

• Existem mais de 150 espécies de ruminantes,


poucos são domesticados:

- Bovinos

- Ovinos

- Caprinos

- Búfalos

- Rena

- Yaks (Iaque  boi Tibetano)


Sub ordem

Tylopoda Ruminantia
Família
Camelidae
Giraffidae
Alpaca, lhama, camelos Cervidae
Bovidae

Camelideos – pseudo-ruminantes
Apresentam estômagos multicavitários similar aos ruminantes
Microrganismos fermentadores
Não tem capacidade de ruminar
Aproveitamento não é simlar aos ruminantes, principalmente grandes partículas
Ruminant Digestion: assisted by microbes
in four-chambered stomach
Vantagens dos Ruminantes

• Utilização de alimentos fibrosos

• Síntese de vitaminas do complexo B e K

• Síntese de AAS a partir de NNP


Desvantagens dos Ruminantes

Perda de energia na forma de metano

• Perda de AAS (Fermentação proteína)

• Papel essencial dos microrganismos no trato

digestivo dos ruminantes


•As quantidades dos ácidos acético, propiônico e

butírico (AGV) produzidas são suficientes para

satisfazer as exigências energéticas dos

ruminantes em casos específicos

•AGV – Estímulo ao crescimento papilar


6 SEMANAS
LEITE +
GRÃOS

6
SEMANAS
APENAS
LEITE
RUMEN DE BEZERRO COM 4 SEMANAS
RECEBENDO LEITE, FENO E GRÃOS

Fonte: PENNSTATE
RUMEN DE BEZERRO COM 4 SEMANAS
RECEBENDO LEITE E FENO SOMENTE

Fonte: PENNSTATE
AO AUMENTAR A PROPORÇÃO DE
SÓLIDOS NA DIETA, RUMEN-RETICULO
CHEGAM A REPRESENTAR 85% DA
CAPACIDADE TOTAL DE R-R-O-A
12 SEMANAS

Fonte: PENNSTATE
Animais Microrganismos Localização

Aves Bactérias Pós-gastrica

Pós-gástrica com
Coelhos Bactérias
coprofagia

Elefante, cavalo,
Bactérias e ciliados Pós-gastrica
zebra

Bovinos, ovinos Bactérias, ciliados


Pré-gástrica
e caprinos e fungos
CARACTERÍSTICAS DO RÚMEN COMO
CÂMARA DE FERMENTAÇÃO

1. Bactérias  1010/g de conteúdo ruminal

2. Protozoários  106/g de conteúdo ruminal

3. Fungos  102 a 104/g de conteúdo ruminal

4. Baixa concentração de O2

5. Constância de pH 5,5 a 7,0

6. Constância de temperatura 38 a 42 (39 ºC)

7. Suprimento contínuo de sólidos e líquidos


CARACTERÍSTICAS DO RÚMEN COMO
CÂMARA DE FERMENTAÇÃO

1. Motilidade ruminoreticular promove a mistura do

alimento com a microbiota

2. Oxigênio que entra no rúmen é expelido pela eructação

ou utilizado por pequena população de anaeróbios

facultativos

3. 75% microbiota ligada à partículas e 25% livre

4. Água e saliva mantém a humidade da dieta e favorece

atuação dos microrganismos


CARACTERÍSTICAS DO RÚMEN COMO
CÂMARA DE FERMENTAÇÃO

1. Ambiente altamente reduzido, potencial oxi-redutor

negativo, produtos finais não sofrem oxidação.

2. Oxigênio é tóxico às bactérias anaeróbias pois não

podem combater o oxigênio reativo

3. Deficiência de enzimas como a catalase e superóxido

dismutase que neutralizam estes compostos


CARACTERÍSTICAS DO RÚMEN COMO
CÂMARA DE FERMENTAÇÃO

1. Produção de grandes quantidades de H2 que tornam o

ambiente muito reduzido

2. Na presença de Oxigênio:

O2 + 2H+ + 2e- = H2O2

H2O2 = H20 + ½ O2 CATALASE

3. A falta desta enzima pode acarretar em acúmulo de

água oxigenada que causa danos a membrana celular

bacteriana (Dano oxidativo) – oxidação dos

componentes da membrana
CARACTERÍSTICAS DO RÚMEN COMO
CÂMARA DE FERMENTAÇÃO

1. Potencial redox entre -250 e -450 mV, o que reflete a

ausência de oxigênio

2. Microrganismos não tem opção de reoxidar o

equivalentes redutores (NADH  NAD+) via cadeia

transportadora de elétrons

3. Para promover esta reoxidação e dar continuidade às

reações metabólicas reduzem os compostos

disponíveis: CO2 + H2 = CH4 e biohidrogenação de

ácidos graxos
Fase gasosa
Pool de partículas grosseiras
Pool de pequenas partículas
Fase líquida
Microrganismos do rúmen

• Bactérias  Mais de 200 espécies

• Protozoários  Mais de 20 espécies

• Fungos  Menos de 10 espécies

• Estabelecimento  colonização de partículas


• POPULAÇÃO MICROBIANA É REGULADA POR:

• Competição por substrato

• Resistência a diferentes faixas de pH

• Susceptibilidade a subprodutos acumulados

• Eficiência bioquímica

•Bacteriocinas

•Associação de fermentadoras primárias e

secundárias – filme microbiano


Características dos Microrganismos

1. Anaerobiose ou aerobiose facultativa

2. Devem ser isolados pelo menos 10 vezes em 2

ou mais animais

3. Devem ser isolados em pelo menos 2

localidades geográficas

4. Produzir subprodutos encontrados no rúmen


Protozoários

• Descobertos por Gruby e Delafond (1843)

• Tamanho: de 20 a 200 µm unicelulares

Funções

Fagocitose de amido, açúcares e bactérias

Se associam à grandes partículas (Fase sólida –

gasosa)

Alto tempo de duplicação (24h)


Protozoários flagelados e Ciliados

Ciliados
• Subclasse Holotricha (Cílios em toda parte)
• Utilizam açucares simples e amido
• Subclasse Spirotricha (Cílios concentrados em
torno da boca)
• Digerem amido, hemicelulose
• Nutrição nitrogenada
• Bactérias como fonte de Nitrogênio
Protozoários flagelados e Ciliados

• Geralmente protozoários estão aderidos às partículas

alimentares de grande tamanho, o que os impede de sair

do rúmen junto com a fase líquida.

• O tempo médio de vida dos protozoários é de 24 horas

• O fenômeno de aderência é indispensável para sua

sobrevivência
Protozoários flagelados e Ciliados

•Engolfamento do amido – auxilia o controle de acidose

ruminal

• dietas ricas em amido – engolfamento descontrolado –

lise e morte de protozoário.

• Digerem microganismos como fonte de amônia para

síntese proteica

•Podem ter microrgasnimos vivos no seu interior e

metanogênicas associadas a sua superfície


BACTÉRIAS:

1. rápido tempo de geração (30 min)

2. se adaptam a diferentes substratos

3. alto rendimento bioquímico e enzimático

Funções:

•Digestão enzimática de carboidratos (fibrosos e não-

fibrosos) e proteínas

•Síntese de vitaminas do complexo B e K

•Síntese de AAs a partir de NNP (nitrogênio não-protéico)


Gram posistivas são mais sensíveis a alterações no pH
Lipopolissacarídeos de membrana elevam a resistência celular – Gram negativas
BACTÉRIAS:

1. Fermentadoras primárias – degradam polímeros até

monómeros ex: amido e celulose

2. Fermentadoras secundárias – aproveitam os produtos

das fermentação das primárias ex: glicose e frutose

3. Formação do filme nas partículas de alimento para

iniciar a digestão – secundárias + primárias

(associação de bactérias)
Classificação: em função do substrato ou
produto final

Celulolíticas e hemicelulolíticas (aderência às partículas fibrosas

para atuação de celulases hemicelulases)

•Fibrobacter succinogenes

• Ruminococcus albus

• Ruminococcus flavefaciens

•AGV, CO2 , H2, etanol e lactato


•Fermentadoras de carboidratos não-estruturais:

• Amilolíticas  Ruminobacter amylophylus,


Streptococcus bovis, Bacteroides amylophilus
•Utilizam amido, glicose, monossacarídeos,
produzindo acetato, lactato e etanol

•Lipolíticas – pouco encontradas – ambiente não


favorece oxidação (ambiente reduzido-anaeróbico) –
ocorrência apenas de biohidrogenação –captura de H2
•Lipolise não é favorecida no
rúmen pois NADH e FADH2 não
tem condições de serem
reoxidados
• Proteolíticas  Bactérias exclusivamente proteolíticas são
escassas (deaminadoras)
•Utilizam AA como fonte de energia

• Ureolíticas  Aerobacter aerogenes (anaeróbios facultativos)


associadas à parede ruminal parcialmente oxigenado. Papel
importante na captura de O2 ruminal, digerem celulas mortas

• Metanogênicas  Archea
•Capta H2 para manter o ambiente ruminal reduzido, sem O2
(Regeneração NAD+ e NADP+)
Nutrição proteica

• Microrganismos que fermentam carboidratos

estruturais: utilizam somente NH3 como fonte

de nitrogênio

• Microrganismos que fermentam carboidratos

não–estruturais: utilizam NH3, Peptídeos e

AAs para seu crescimento


Colonização de partículas

•Associadas ao fluido – sobrevivem de compostos


solúveis e não se aderem a grandes partículas

•Levemente aderidas às partículas – colonizam


superficialmente a superfície

•Firmemente aderidas às partículas – colonizam o


interior das grandes partículas

•Primeiro acesso e penetração nas partículas -


justaposição de enzimas digestivas por bactérias
fermentadoras primárias – fase de latência da
degradação
Colonização de partículas

•Tecidos forrageiros são protegidos por uma cutícula


resistente à digestão
•Cutícula – 18-24% de sílica - indigestível

Liberação de
produtos
Colonização de partículas

Adentram por orifícios pré-formados como estômatos,


partes danificadas na parede celular ou partes já
aderidas por fungos

Abaixo da camada de sílica está a lamela média que é


um tecido externo lignificado e pode reduzir a taxa de
adesão e degradação

Mesófilo é a parte mais digestível


Fungos

• Apresentam parede celular

• Acumulam glicogênio

• Possuem substância quitinosa na parede celular

• Isolados em 1975 – ORPIN

• Papel importante mas não essencial

• Auxiliam na digestão da fibra e da proteína

• Digestão pela quebra física (adesão) rizóides de fora

para dentro

•Seu isolamento é mais fácil que dos protozoários


2 fases:

• Móvel zoósporo – fase vegetativa – por anos

confundido com prtz

• Imóvel–reprodutiva. Esporângio com rizóide que

penetra nos tecidos

Os fungos colonizam preferencialmente tecido lignificado 

Aqueles de maior tempo de retenção no rúmen

• Maturidade do esporângio  24 a 32 horas


FUNGOS

1. Elevam a superfície de contato na partícula para

entrada das bactérias

2. Cistos de fungos na fezes resistem alguns das e

podem inocular outros animais


Efeito da Dieta

• População de fungos é mais abundante

quando a dieta é rica em fibra

• Mais concentrados : menor número  Menor

pH – inibição (menos substrato para

colonização)
Produção de Biomassa Microbiana

Composição:
MO = 77,5 % MS (60,8 a 92,2)
Nitrogênio (MS) = 7,71 % (4,83 a 10,58)
Lipídios (MS) = 7,0 %
CHO’s (MS) = 21,0 %
Proteína verdadeira: 80% do N bacteriano
Dúvidas?
OBRIGADO

tiagocunroc@gmail.com

22 9 9961 9962

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