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Cirurgias Intestinais
Juliana Crucinsky – Nutricionista
Mestre em Alimentação, Nutrição e Saúde (UERJ)
2
Funções do Intestino
Funções
Absortiva
Delgado Grosso
Duodeno (0,3 a Local de fermentação dos CHO não
0,5m) digeridos e fibras e produção de AGCC
Digestão e absorção dos (pelas bactérias intestinais)
Jejuno (2 a 3m) nutrientes (CHO, PNT, Absorção de água e eletrólitos
LIP)
Íleo (3 a 4m) Formação do bolo fecal e
Eliminação das fezes
Barreira entre o meio externo e o interno
4
Função: Motilidade
oPropulsão do conteúdo luminal (peristalse) + Ação de mistura do
conteúdo motilidade intestinal
oControlada por hormônios locais:
o Motilina e
o CCK
Enteroglucagon
• Secretado pelas células neuroendócrinas no cólon e delgado.
• Possível papel na adaptação intestinal e homeostase da glicose
CCK (Colecisticinina)
• Liberada por células enteroendócrinas em resposta à presença de AA e AGCM e AGCL
• Atua sobre a vesícula biliar e esfíncter de Oddi, contraindo e relaxando, para aumentar a
mistura de bile na luz intestinal
• Estimula a secreção de enzimas pancreáticas, o crescimento celular da mucosa e a
motilidade intestinal
• Secreção inibida pela presença de tripsina e sais biliares na luz intestinal
Função Neuroendócrina
Somatostatina
• Peptídeo com ampla variedade de funções inibitórias no TGI
• Liberada por células enteroendocrinas especializadas
• Atua de forma parácrina inibindo as secreções intestinais, gástricas e pancreático-biliares e o
crescimento celular.
Peptídeo YY
• Secretado pelo intestino distal
• Inibe as secreções ácidas gástricas e pancreáticas
• Inibe a secreção de hormônios intestinais e a reduz a motilidade intestinal
Motilina
• Secretada pelo duodeno e jejuno proximal
• Aumenta a contratilidade e acelera o esvaziamento gástrico
Neurotensina
• Produzida no íleo e em nervos entéricos
• Afeta diversas funções entéricas, como a secreção ácida gástrica, o esvaziamento gástrico, a motilidade
intestinal e a secreção
Função de Barreira
Tight junctions
(TJ)
14
Leaky gut (hiper permeabilidade
intestinal) e Endotoxemia
Zonula
occludens
Lúmen intestinal
Alérgenos
Dieta hiperlipídica Bactérias alimentares AINEs / PPIs
Gliadina Butirato
comensais
Funções:
• Inibir a adesão dos MO
• Diminuir a absorção de antígenos e alérgenos
Deficiência de IgA Secretória
Sintomas:
• Assintomáticos
• Infecções de repetição no TGI (diarreias, parasitoses), trato respiratório
(amidalites, otites, sinusites, pneumonias), meningite.
Rúpolo BS, et al. Deficiência de IgA. Jornal de Pediatria - Vol. 74, Nº6, 1998
Microbiota intestinal
O intestino humano contém grande quantidade de bactérias, além de outros MO
(fungos, leveduras e vírus)
oFirmicutes, Bacteroides, Bifidobacterias e Enterobacterias
• Tipo/via de parto
• LM / fórmulas lácteas
• Alimentação
• Uso de antibióticos – população habitual e crescimento de Clostridium.
• No cólon, bactérias anaeróbias produzem AGCC, como ácido butírico, substrato preferido pelos
colonócitos.
20
Microbiota intestinal normal
Compete por nutrientes intraluminais.
Principais causas:
• Alimentação (↑industrializados, ↑ açúcar, ↓fibras, etc)
• Uso de antibióticos
• Resíduo de antibióticos presentes nos alimentos
Problemas relacionados:
• Acne
• RI / Obesidade / DMII
• Aterosclerose / Doenças cardiovasculares – produção de trimetilamina (TMA) a partir da L-
carnitina (carne vermelha)
• Esteatose hepática não alcoolica / cirrose hepática
• Doenças autoimunes
• Alergias
• Distúrbios intestinais
Circulação
23
Disfunções na Barreira (Leaky Gut)
24
COMO OS LPS E MACROMOLÉCULAS
PODEM CHEGAR A CIRCULAÇÃO?
Histamina e
proteases
Células dendríticas Plasmócitos
Células T
Lâmina própria
Deficiências nutricionais
Ingestão de álcool
Aditivos alimentares
Dietas hiperlipídicas
Proteínas alergênicas
Disbiose / SIBO
Traumas mecânicos
• Impacto de corridas, quedas, etc
Aumento do cortisol
• Ativação sistema nervoso simpático – “luta ou fuga”
Dokladny K, Moseley PL, Ma TY. Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol. 2006 Feb;290(2):G204-12
AINES AGRAVAM AUMENTO DA PERMEABILIDADE
INTESTINAL E ENDOTOXEMIA
Açúcar / glicose
Possíveis mecanismos de
Sal / NaCl em alimentos processados ação:
1)Mimetismo molecular
• Aumenta inflamação
entre aditivos e auto-
antígenos
Emulsificantes e surfactantes 2)Alterações na
microbiota intestinal
• Diminuem a hidrofobicidade da camada mucosa e
desestabilizam as TJ
Acetaldeído – metabólito do etanol
• Reduz integridade das TJ. Carcinógeno do TGI superior
(ação cumulativa)
Lerner e Mathias, 2015. Changes in intestinal tight junction permeability associated with industrial food additives explain
the rising incidence of autoimmune disease. Autoimmunity Reviews 14 (2015) 479–489
Compostos de glicação avançada e compostos de peroxidação lipídica,
gerados durante o preparo/processamento dos alimentos, aumentam a
inflamação e a permeabilidade intestinal.
DIETAS HIPERLIPÍDICAS
Favorecem a circulação dos LPS, pelos linfáticos, a
partir do transporte de lipídios pelos quilomícrons.
PROTEÍNAS ALIMENTARES
Saponinas
• Presentes nas leguminosas e nas solanáceas – ação protetora contra
predadores (insetos e MO)
Lectinas
• Presentes nos cereais, leguminosas e nas solanáceas
Prolaminas
• Presentes nos cereais: Gliadina, hordeína, secalina, avenina
• Aumentam a permeabilidade intestinal em celíacos e não celíacos
Ativação da Zonulina
Segmento citotóxico
Fasano A Physiol Rev 2011;91:151-175
PAR2EGFr
DPP-IV
Alergias alimentares
Síndrome metabólica
Obesidade
Doença de Parkinson
Sepse
Perdas gestacionais
O QUE FAZER
Como restaurar a integridade
da barreira intestinal?
Diminuir ou excluir fatores que aumentam a permeabilidade intestinal
o Reduzir ingestão de glúten, frituras e produtos processados e ultraprocessados
o Evitar tabagismo
o Evitar automedicação
o Reduzir consumo de bebidas alcoolicas
Avaliar e tratar possíveis hipersensibilidades alimentares
Substrato
energético
Células
Enterócitos
tumorais
Detoxificação da amônia
↑ produção de amônia
• ↑↑↑ encefalopatia em hepatopatas
• ↑ retenção de escórias nitrogenadas em nefropatas
Glutamina pode ↑ crescimento de células tumorais
• Não há consenso – usar BOM senso
Holecek, 2013
Probióticos
Bactérias patogênicas
Produzem AGCC
Acidificação do intestino
• Melhor absorção de minerais – cálcio, zinco, ferro, magnésio
Estimulação imunológica
• Melhora de alergias
• Atividade antitumoral
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Principais Probióticos Prontos:
Nome comercial Composição Dose Apresentação
66
Prebióticos
A.C.F de Moraes. Microbiota intestinal, dieta e risco cardiometabólico. Arq Bras Endocrinol Metab.
2014;58/4
Ação dos Prebióticos:
Ação laxativa
↑Crescimento de Bifidobactérias
LACTASE
Heyman, M B. Lactose intolerance in Infants, Children and Adolescents. Pediatrics (2006); 118; 1279-1286
Lomer, M C E. Review article: lactose intolerance in clinical practice – myths and realities. Aliment. Pharmacol Ther (2008)27, 93-103
Deficiência
congênita de lactase
Primária Principal
causa
Hipolactasia
primária
IL Doença celíaca
DIIs / ressecções
intestinais
Secundária
Infecções intestinais
agudas
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Teste de glicemia para pesquisa de
tolerância à lactose
oTeste de tolerância a lactose
oMaterial: sangue
Considerar a diferença entre a glicemia basal e o maior valor da
glicose em qualquer momento da curva
Normal Diferença > 30 mg/dL
Inconclusivo Diferença de 20 a 30 mg/dL
Intolerante Diferença < 20 mg/dL
76
Teste do Hidrogênio
Expirado
Preparo na véspera:
78
Exame genético
79
Intolerância a
lactose ≠ alergia às
proteínas do
leite!!!
81
Dieta sem lactose
“Leites” vegetais (soja, amêndoas, Manteiga ghee
coco, castanhas, aveia, arroz, etc)
Iogurtes vegetais Maionese / Abacate
Tofu / pasta de soja Creme de soja
Sorvete sem lactose “Queijos” veganos
Queijos sem lactose Creme de “leite” de arroz
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Leites vegetais industrializados:
Produto Marca Cálcio (mg)/porção
Bio V leite de arroz em pó Jasmine 240 mg (em 3 col. sopa)
Bebida de arroz, em pó Sanavita 321 mg (1 medidor = 20g)
Leite de arroz Original Risovita 240 mg (em 200 ml)
Leite de arroz Original (pó) Risovita 240 mg (2 col. sopa = 30g)
Leite de coco pronto para beber Ducoco 250 mg (em 200 ml)
Leite de coco / amêndoas Vida Veg 330 mg (em 200 ml)
Iogurte vegano, vários sabores Vida Veg 330 mg (em 200 ml)
Obs: Outras marcas: não tem adição de cálcio ou valores não informados.
Bebidas vegetais preparadas em casa, contém quantidades muito baixas de
cálcio (<240 mg por 600 Kcal).
Cálcio – Fontes Alimentares
Alimento Porção Quantidade Biodisponibilidade Cálcio Porções necessárias
para equivaler a 1
• Fontes de(g)cálciocálcio (mg)
alimentares (%) absorvível
copo de leite
(mg)
Brócolis 71g 35 61,3 21,5 4,5
Couve 65g 47 58,8 27,6 3,5
Repolho 85g 79 52,7 41,6 2,3
Leite de 240 ml 300 32,1 96,3 1,0
vaca
Tofu 126g 258 31 80 1,2
Feijões 177g 50 15,6 7,8 12,3
secos
Feijão 175 g 40,5 24,4 9,9 9,7
vermelho
Espinafre 90g 122 5,1 6,2 15,5
84
Nicklast.A. et al- The role of dairy in meeting the recommendations for shortfall nutrients in the American Diet. J.Am.Coll.Nutr. 28 (1), 73S-81S,
2009.
87
Heaney, RP. Dairy intake, Dietary Adequacy, and Lactose Intolerance. Adv Nutr 4: 151-156, 2013
Cálcio
Cálcio → ingestão média brasileira varia de 300 a 500 mg.
◦ O uso de suplemento de cálcio foi referido por apenas 6% dos
indivíduos
Pinheiro, MM et al. O impacto da osteoporose no Brasil: dados regionais das fraturas em homens e mulheres adultos - The Brazilian Osteoporosis
Study(BRAZOS). Rev. Bras. Reumatol. vol.50 no.2 São Paulo May/Apr. 2010
Miller GD, Jarvis JK, McBean. The Importance of Meeting Calcium Needs with Foods. J Am Coll Nutr 2001;20(2):168S-85S 88
COZZOLINO, S.M.F. (org) - Biodisponibilidade de nutrientes. Manole, 2009, SP, 1172p.
Entretanto...
oPara garantir uma adequada mineralização óssea, não
basta ter apenas cálcio!
oSão necessários:
✓Vitamina D
✓Magnésio
✓Vitamina K
✓Boro
✓ Potássio (diminui a excreção de cálcio urinário)
✓ Sódio (muito sódio, a excreção de cálcio urinário
http://www.floridacoastalcooking.com/2012/03/how-important-is-ph-in-body.html
Tratamento – Lactase exógena
Reposição enzimática com lactase exógena (β-galactosidase), obtida de leveduras ou
fungos, constitui uma possível estratégia para a deficiência primária de lactose
Estes produtos não são capazes de hidrolisar completamente toda a lactose da dieta
com resultados variáveis em cada paciente
92
Tratamento
Cápsulas de lactase – prontas ou manipuladas
◦ Lactaid Fast act – 9000 FCC ou 600mg
◦ Lactrase / Say Yes to Dairy – 3000 FCC ou 200mg
◦ Lacdose – 1750 FCC ou 125 mg
Tratamento
Atenção:
94
Considerações a respeito do Leite
95
Considerações a respeito do Leite
Discussões atuais principais:
96
Constipação Intestinal
Constipação
Critérios de Roma III, para ser considerado constipado, um
paciente deve preencher dois ou mais dos seguintes critérios:
Dificuldade em 25% das defecações
Manobras manuais para facilitar a evacuação em pelo menos 25% das evacuações
Dietas hipocalóricas
Baixa hidratação
Inatividade física
Tensão nervosa
100
Tratamento da Constipação
Aumentar ingestão de líquidos
Dieta
• Laxativa / rica em fibras
• Avaliar (e tratar) possíveis alergias, hipersensibilidades e intolerâncias alimentares
Melhorar microbiota intestinal
• Dieta + Probióticos
Suplementação:
• Fibras e prebióticos
103
Teor de Fibras nos cereais
Alimento Quan(g) Kcal HC (g) PTN (g) LIP (g) Fibra (g)
Aveia flocos 30 105 17,2 4,5 2,25 3
Aveia farelo 30 120 20 5,1 2,1 3,2
Aveia farinha 30 108 18 4,2 2,4 1,8
Farelo arroz 30 117 12,9 4,5 3,9 6,0
Farelo trigo 30 45 6,6 6 0 12,9
Barra cereal 30 111 22,5 1,5 1,5 0,75
Granola 30 103,5 21 2,1 1,27 2,25
Linhaça farinha 30 158 9 6 10,6 7,8
Linhaça semente 30 86 2 4 6 6
Quinua real 30 293 49,5 9 3,2 3,4
Sucrilhos 30 110 27 1 0 1
All bran 30 75 13,5 3,75 0,75 9
Corn flackes 30 110 24 2 0 1
Nesfit 30 104 22 2,8 0,5 2,8
104
Fibras em frutas e oleaginosas
Porção Fibras (g)
Abacaxi 1 fatia (130g) 1,55
Abacate 1 fatia (160g) 2,78
Amora 1 xícara (100g) 3,14
Banana prata 1 unidade (70g) 1,30
Baru (semente) 100 g 13,40
Castanha de caju 10 unidades (20g) 0,90
Kiwi 1 unidade (77g) 1,77
Laranja pêra 1 unidade (137g) 2,69
Maçã 1 unidade (130g) 2,93
Mamão papaia 1 fatia (110g) 2,56
Manga picada 1 xícara (240g) 7,87
Pêra 1 unidade (1,33g) 3,62
http://www.intranet.fcf.usp.br/tabela/buscar_alim.asp 105
Fibras em hortaliças
Porção Fibras (g)
Abobora madura 1 fatia (100g) 2,74
Alface 1 xícara de chá (42g) 0,53
Beterraba 1 xícara (159g) 3,50
Brócolis 1 xícara (63g) 2,01
Cenoura crua 1 unidade (82g) 2,30
Chuchu cozido 1 xícara (155g) 2,70
Couve manteiga cozida 100g 5,44
Couve flor 1 xícara (136g) 3,39
Repolho cru 1 xícara (94g) 2,12
Rúcula 100g 3,13
http://www.intranet.fcf.usp.br/tabela/buscar_alim.asp 106
Fibras em tubérculos, cereais e
leguminosas
Porção Fibras (g)
Batata doce crua 100g 3,77
Batata inglesa cozida 1 unidade média (140g) 2,24
Mandioca crua 100g 2,44
Arroz integral cozido 1 escumadeira (112g) 1,68
Feijão preto cozido 1 xícara (176g) 16,86
Ervilha (em conserva) 100g 5,10
Milho cozido (grão) 1 xícara (115g) 4,71
Pipoca (microondas light) 1 xícara (211g) 19,88
Farinha de mandioca (crua) 100g 5,66
Grão de bico cozido 1 xícara 11,56
http://www.intranet.fcf.usp.br/tabela/buscar_alim.asp 107
Suplementos de fibras comerciais mais comuns
108
Constipação – Suplementos Auxiliares:
109
Constipação – Probióticos:
Correção da disbiose
110
Diverticulose
111
Diverticulose - Etiopatogenia
• Dismotilidade colônica
112
Diverticulose
Formação de divertículos
113
Diverticulose – Sintomas:
80% dos pacientes são assintomáticos.
Quando sintomáticos:
• Dor no quadrante inferior direito do abdômen
• Cólicas
• Mudanças no hábito intestinal.
Complicações:
• Diverticulite (inflamação) que pode levar a perfuração, formação
de abscesso e peritonite.
• Também pode ocorrer sangramento.
114
Diverticulose – Tratamento:
Dieta rica em fibras
• reduz o aparecimento dos sintomas
• não regride os divertículos
Aumentar ingestão de líquidos VO
• Para melhorar o trânsito intestinal, e tornar as fezes mais macias
Probióticos:
• L. casei pode prevenir a recorrência dos sintomas na diverticulose
• Melhora da função intestinal
115
Diverticulose e o Consumo de Sementes!
Recomendações Habituais
116
Diverticulite no Consultório
Líquidos claros:
• Primeiros dias do antibiótico
Dieta normal:
• Otimizar função intestinal
117
Dieta de Baixo Teor de Resíduos
(restrição de fibras)
119
Diarreia
120
Diarreia
Antibióticos → Disbiose → Diarreia
121
Diarreia
Diarreia é sintoma!
122
Tipos e características das diarreias:
Tipo Características Patologias associadas
Osmóticas Presença de solutos osmoticamente ativos Intolerância a lactose
pouco absorvidos no lúmen intestinal Síndrome de dumping
Responde ao jejum
Secretórias Secreção ativa de eletrólitos e água pelo epitélio Causadas por exotoxinas bacterianas,
intestinal vírus e secreção aumentadas de
Não responde ao jejum hormônios intestinais
Aumentar hidratação VO
• Água
• Água de coco
• Chás
Suplementar com fibras solúveis – aumentar progressivamente a quantidade
de fibras na dieta
• Goma guar
• Inulina / FOS
• Pectina
125
Diarréia
Ação dos probióticos:
126
Diarréia
127
Síndrome
do Intestino
Irritável
Transtorno intestinal
funcional caracterizado
por alteração no hábito
intestinal, associado à
dor, distensão e/ou
desconforto abdominal.
Síndrome do Intestino Irritável
129
SII – Critérios para Diagnóstico (ROMA III)
130
Síndrome do Intestino Irritável
132
Síndrome do Intestino Irritável
SII com diarréia (SII-D):
• Fezes moles > 25% das defecações e fezes duras < 25% das defecações.
• Até um terço dos casos.
• Mais frequente entre homens.
oMal compreendida
oPossível participação de 3 fatores:
o Alterações de motilidade
o Alterações sensoriais
o Alterações do processamento sensorial pelo SNC das
atividades motoras do TGI
134
SII – Fatores Envolvidos:
Alterações na barreira intestinal
• Hiperpermeabilidade intestinal
Estresse emocional
• ↑ Cortisol, adrenalina, noradrenalina e EROs
Alteração em neurotransmissores
• Ansiedade / depressão
Fatores dietéticos
• Hipersensibilidades alimentares (mediadas por IgG, intolerância a histamina)
• SGNC
• Intolerância às gorduras
135
Estresse
Hipersensibili-
dade a SIBO
histamina
Possíveis
Intolerâncias
causas
de SII
SGNC
alimentares
137
Síndrome do Intestino Irritável
138
Síndrome do Intestino Irritável
2/3 dos pacientes com SII tem pelo menos 1 intolerância alimentar e alguns
apresentam intolerâncias/sensibilidades múltiplas
Mais frequentes:
◦ Alimentos ricos em carboidratos
◦ Alimentos gordurosos
◦ Café
◦ Álcool
◦ Alimentos ricos em histamina
◦ Produtos lácteos
◦ Pimentas
◦ Alimentos ricos em FODMAPs
139
SII x Histamina
Alimentos Ricos em Histamina Alimentos que estimulam liberação de
Histamina
Alimentos fermentados Banana
Álcool Chocolate
Picles Tomate
Chucrute Mamão papaya
Ostras/mariscos Nozes
Nozes Germes de trigo
Castanha de caju Feijões
Produtos a base de trigo Aditivos
Feijões Sulfitos
Produtos cárneos prontos defumados e Benzoatos
enlatados Nitrito
Queijos maturados Glutamato
Frutas cítricas Corantes alimentares
Vinagre Fermento
142
SIBO (Small Intestinal Bacterial
Overgrowth)
SIBO
Crescimento anormal / excessivo de bactérias Gram - no TGI superior
Causas:
• Dismotilidade ou hipomotilidade do TGI – DM, hipotireoidismo, neuropatias,
• Constipação intestinal
• Redução da acidez gástrica – gastrite atrófica, cirurgia bariátrica, uso de antiácidos e
inibidores da bomba de prótons
Husebye, E. The pathogenesis of gastrointestinal bacterial overgrowth. Chemotherapy. 2005;51 Supple 1:1-22
Pimentel, M. A new IBS solution. 2006. 144
Shepherd, S. e Gibson, P. The complete low-fodmap diet. 2013
SII – Disbiose e SIBO
oAumento da produção e distribuição dos gases ao longo do intestino;
oDistúrbios na motilidade do intestino delgado;
oAlterações no metabolismo da serotonina;
oProdução de citocinas associada à desregulação entre citocinas pró e anti-
inflamatórias.
145
SIBO (SMALL INTESTINE BACTERIAL OVERGROWTH)
A) Distribuição normal de bactérias no intestino
Concentração de
bactérias no intestino/ mL
B) SIBO
A) No intestino normal, o amido é facilmente digerido e absorvido no intestino delgado proximal, não ficando disponível para
fermentação no íleo distal e cólon, onde a colonização bacteriana é maior. Em contraste, há produção de gás decorrente da fermentação
bacteriana do amido resistente no intestino proximal.
B) Na SIBO, a concentração de bactérias na microbiota aumenta a fermentação de todo tipo de amido.
Sintomas:
• ↑↑↑Gases
• Distensão e dor abdominal
• Piora dos sintomas na SII, DII, IL e Dç celíaca
• Sintomas extra-intestinais – bexiga irritável, fadiga, náuseas, enxaqueca,
dores musculares e articulares (relacionadas à translocação de toxinas
bacterianas)
Características:
◦ São pouco absorvidos no intestino delgado
◦ São rapidamente fermentados pelas bactérias colônicas
◦ Aumentam o fluxo de água para o lúmen intestinal devido ao seu efeito osmótico
149
Lactose Frutanos Polióis ↑ Frutose Gos
Rapidamente
fermentados pelas
bactérias –
↑produção de gases Efeito osmótico
Distensão luminal
Motilidade
Excesso de gases Distensão
alterada
abdominal
Dor
abdominal
150
SIBO - tratamento
Antibioticoterapia
• Rifaximina (1200 mg/dia por 7 dias)
Oligossacarídeos
Rafinose
Galactanos
(frutose + glicose
Cujas ligações + galactose)
glicosídicas não são Estaquiose
hidrolisadas no TGI
humano
Glicose +
Lactose
galactose
Glicose +
Dissacarídeos Sacarose
frutose
Glicose +
Maltose
glicose
155
Hiperuricemia
Esteatose hepática
não alcoólica
Consumo excessivo
de frutose
Hipertrigliceridemia
Síndrome
metabólica
Monossacarídeos
Álcool de
Dissacarídeos
açúcares
Ocorrência
natural em
alimentos
Stipanuk & Caudil, 2013..
FODMAPs
158
FODMAPs e suas principais fontes
alimentares:
FODMAP Principais fontes
Frutanos TRIGO, centeio, cebola, alho, alcachofra, Yacon
162
Reações adversas à dieta:
Piora da constipação
intestinal
Possíveis deficiências
nutricionais
↑ hidratação VO / ↑ lipídios
Adequar dieta / Suplementação
Fatores Fatores
Dç
genéticos
Dç Crohn dietéticos
Croh
RCUI
n/
RCUI Fibra
Açúcar
Gordura
animal
Fatores Fatores
imunológicos emocionais
167
Eur J Gastroenterol Hepatol 3:93-95; 2000
Doenças Inflamatórias Intestinais
Etiologia desconhecida
Caracterizadas por períodos de atividade intercalados com fases de remissão dos sintomas
168
Fisiopatologia das DIIs
Fatores genéticos:
• DC: mutações no gene NOD2/CARD15 localizado na região
IBD1 do cromossomo 16, presente em 15-30% dos pacientes
• RCU: provável região de suscetibilidade (IBD2) no
cromossomo 12
• Parentes assintomáticos de pacientes com Crohn apresentam
aumento da permeabilidade intestinal e anticorpos ASCA
(anti-saccharomyces cerviceae);
• Parentes assintomáticos de pacientes com RCU apresentam
aumento do p-ANCA (anticorpos contra estruturas
citoplasmáticas do neutrófilo)
169
Fisiopatologia das DIIs
Fatores luminais
• A etiologia das DIIs parece estar relacionada a má
tolerância à microbiota intestinal.
• Numerosas alterações na microbiota intestinal de
pacientes com DIIs com ou sem atividade foram
descritas como concentração de bactérias e
• número de bacteróides, E. coli e fusobactérias
• do número de lactobacilus e bifidobactérias
171
Fisiopatologia das DIIs
Fatores relacionados à barreira intestinal
• Nas DIIs há redução do efeito de barreira
intestinal (diminuição de defensina, mucina,
substância secretagoga MMs-68, alteração do
fator trefoil e do TGF- e possivelmente de
proteínas do citoesqueleto).
• Há diminuição da produção de butirato e
• permeabilidade intestinal
172
Fisiopatologia das DIIs
Alteração na imunorregulação:
• Na DII, redução da imunidade inata - fator inicial para
hiperestimulação da imunidade adaptativa;
• Na DII, especialmente na DC ocorre redução da
apoptose de células T da lâmina própria e, portanto,
prolongamento de sua ação imunológica/inflamatória.
• Na DII a apresentação de antígenos é encaminhada
preferencialmente para as células CD4 e não CD8 como
seria o normal – que então amplificam a resposta
imune/inflamatória
173
174
Características Comuns das DIIs
Intolerâncias alimentares
Diarréia
Febre
Perda de peso
Deficiência de crescimento
Manifestações extra-intestinais
175
Doença de Crohn
Doença de Crohn
Inflamação segmentar
177
Retocolite ulcerativa
Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI)
179
Manifestações clínicas
Sintomas D. CROHN RCU
Diarréia 89,5 % 96,4 %
Sangramento 27,3 % 89,3 %
Dor 86,9 % 81,3 %
Mal-estar geral 81,7 % 40,2 %
Perda de Peso 59,6 % 38,4 %
Dor nas Articulações 29,2 % 27,7 %
Febre 24,7 % 20,5 %
Mudanças na pele 14,2 % 15,2 %
Anorexia 18,7 % 11,6 %
Doenças visuais 3,80 % 7,10 %
Náusea 28,1 % 6,3 %
Vômitos 20,2 % 4,5 %
Abcessos 25,8 % 3,6 %
Fístulas 39,3 % 3,6 %
180
Diagnóstico
Suspeita clínica:
Sintomas anteriores +
Anemia +
Hipoalbuminemia +
VHS +
Ptn C reativa +
Leucocitose
181
Diagnóstico – Exames
Endoscopia – dúvida de sintomas mais altos
Retossigmodoscopia
Colonoscopia
182
Tratamento Clínico
183
Doenças Inflamatórias Intestinais
Alterações nutricionais são comuns
• Etiologia multifatorial
risco de fratura
• → uso de corticóides, baixo peso, má-absorção de cálcio e vitaminas lipossolúveis, processo inflamatório.
184
Etiologia das Alterações Nutricionais nas DIIs
◼ Ingestão oral inadequada → dor abdominal, diarréia, anorexia
(citocinas), vômitos, restrições alimentares, efeitos colaterais das
medicações;
◼ Má-absorção → doença intestinal extensa, ressecções, deficiência de
sais biliares, supercrescimento bacteriano, fístulas digestivas e efeitos
colaterais das medicações;
◼ Perdas Intestinais → sangramento, fístulas digestivas, enteropatia
perdedora de proteínas e sais biliares, perdas de minerais e eletrólitos;
◼ Necessidades Nutricionais → período de crescimento, inflamação
aguda, sepse, fístula, febre, atividade de doença.
Baillière’s Clinical Gastroenterology; 12(1): 93-114, 1998 / Rev Hosp Clin Fac Med S Paulo 57(4):187-198, 2002
185
Principais problemas nutricionais nas DIIs
1. Anemias relacionadas à perda de sangue e pouca ingestão alimentar.
2. Estreitamento GI que levam ao inchaço, náusea, crescimento bacteriano excessivo e
diarréia.
3. Inflamação e ressecções cirúrgicas resultando em diarréia e má absorção de sais biliares,
micronutrientes e macronutrientes.
4. Secreções GI aumentadas com inflamações e trânsito aumentados.
5. Dor abdominal, anorexia, náusea, vômito, inchaço e diarréia.
6. Aversões alimentares, ansiedade e medo de comer relacionado a experiências com os
sintomas citados no item 5.
7. Interações de droga-nutriente.
Corticóides (diminui absorção de cálcio e estimula perda de proteínas)
Sulfassalazina (inibe a absorção folato e é irritante gástrico)
Colestiramina – retentor de sais biliares ( diminui a absorção de gorduras e vitaminas
lipossolúveis)
8. Alergias alimentares diagnosticadas e percebidas
9. Restrições alimentares, ambas iatrogênicas e auto-impostas.
190
Doenças Inflamatórias Intestinais
191
DIIs – Projeto Diretrizes (AMB):
Em crianças com DC:
Em adultos com DC
As fórmulas com aminoácidos livres ou peptídeos não são recomendadas no tratamento da DC,
sendo preferidas as fórmulas poliméricas
193
Doenças Inflamatórias Intestinais
194
Ácidos Graxos Ômega-3 nas DIIs
Efeitos propostos:
• Alteração na síntese de eicosanoides (↑lipoxinas e resolvinas –
↓inflamação)
• Maior fluidez das membranas celulares
• Transdução de sinais celulares
Estudos → controversos
Feagan et al 2008;
• 3 (4g) x placebo → não preveniu a recidiva em 01 ano
JAMA. 2008;299(14):1690-7
Ácidos Graxos Ômega-3 nas DIIs
Poucos estudos relatam dose, tipo, e tempo de uso de -3 para permitir conclusões e
comparações.
Nestes estudos, outro aspecto que complica ou que não é avaliado na dieta é a relação
de ácidos graxos ômega 3 e ômega 6, pois este último tem ação potente pró-
inflamatória.
Am J Clin Nutr. 2005. 82: 611-619. British Journal of Nutrition (2012), 107: S240-S252
Ação dos W-3 na Resolução da
Inflamação
Lipoxinas
EPA / DHA
(A4 e B4) e
Resolvinas
Mudança na
síntese de
Eicosanóides
Resolução da
Inflamação
198
Doenças Inflamatórias Intestinais
199
Bolsite (Pouchite)
oProcesso inflamatório inespecífico (de causa ainda desconhecida) do
reservatório ileal empregado no tratamento cirúrgico da retocolite
ulcerativa
oÉ uma complicações tardia relativamente comum.
oÉ tratada com sucesso pelo emprego de antibióticos na maioria das
vezes.
oOs principais sintomas são cólicas abdominais, aumento do número de
evacuações e febre.
oA endoscopia da bolsa com obtenção de biópsias confirma o
diagnóstico.
Fibras Solúveis
Auxiliam:
• Na retenção de água nas fezes, no retardo do trânsito intestinal
e o controle da diarreia
• No metabolismo energético através da produção de AGCC →
também contribui para melhora clínica na RCU
Fibras utilizadas:
• Goma-guar (Fiber Mais – goma guar e inulina)
• Pectina
• Psyllium
• Dextrina do trigo (Benefiber)
Dieta sem glúten
Não há consenso quando a doença celíaca/SGNC não está
associada às DII
• DII quando associada à SGNC – casos mais graves
202
Aziz, I. Inflamm Bowel Dis. 2015 Apr;21(4):847-53
Suplementações de vitaminas e minerais
Vitamina/mineral Dose e observações
Ferro Oral – quelado (10-45mg)
Venoso se Hg <10 – melhor tolerância (prescrição médica)
Folato 1 mg/dia oral (repleção em 2-3 semanas)
Vitamina B12 Oral (1000-2000mcg, diária → semanal → mensal) ou IM –
prescrição médica
Profilaxia – 200mcg sublingual
Cálcio 1000 – 1500mg
Vitamina D3 (colecalciferol) 600-2000UI (15-50 mcg)
Magnésio Se deficiência (diarréia) – 5-20 mmol/dia ou 60 a 120 mg/dia
203
Suplementações de vitaminas e minerais
Vitamina/mineral Dose e observações
Zinco 20-40mg (elementar) por 2 a 3 semanas – cicatrização
Sulfato de zinco – 250mg (1-2x/dia)
204 204
Obrigada!
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