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METABOLISMO DE COMPOSTOS NITROGENADOS NO RÚMEN

Kyone Oliveira
Zootecnista, M. Sc.
ROTEIRO DA AULA DE HOJE
» 1 INTRODUÇÃO

♠ PROTEÍNAS

♠ São nutrientes orgânicos nitrogenados presentes em todas as


células vivas, portanto, essencial à vida do animal. Depois da
água, são os compostos mais abundantes.
♠ Indispensável para o crescimento, reprodução e produção.
» 1 INTRODUÇÃO

♠ Evolução dos conceitos de nutrição proteica de ruminantes;

Desempenho
♠ Final da década de 70
Digestibilidade
Manutenção – Perdas metabólicas fecais, urinárias e por
♠ Década de 80 Método fatorial descamação.

Produção – Feto, crescimento e produção final.


» 1 INTRODUÇÃO

♠ Avanços no conhecimento das exigências em aminoácidos;


♠ Ganhos de produtividade  Otimização da síntese de proteína
microbiana;
♠ Adequação da quantidade e qualidade da proteína;
♠ Redução de perdas de compostos nitrogenados e redução do
impacto negativo da liberação desses compostos para o meio
ambiente.
» 2 CARACTERIZAÇÃO E FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS

♠ Proteínas  Unidade formadoras (Aminoácidos);

♠ Ligações peptídicas  Ligação dos AA;

♠ Proteínas simples  Somente AA;

♠ Proteínas complexas  AA + Ouros compostos.

♠ Heme proteínas, lipoproteínas, glicoproteínas.


» 2 CARACTERIZAÇÃO E FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS

ESSENCIALIDADE DOS AMINOÁCIDOS

Lisina Alanina
Triptofano Ácido aspártico
Metionina Asparagina
Valina Cisteína
Aminoácidos Essenciais ou Leucina Aminoácidos Não Essenciais ou Ácido glutâmico
Indispensáveis Isoleucina, Dispensáveis Glutamina
Fenilalanina Glicina
Treonina Prolina
Ariginina Serina
Histidina Tirosina
» 2 CARACTERIZAÇÃO E FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS

♠ 1. Glucogênicos: importantes precursores para a síntese de glucose,


através da gliconeogênese hepática em ruminantes;
Alanina, Ariginina, Asparina, Cisteína, Glutamina, Glicina, Histidina, Metionina, Prolina, Serina, Treonina, Valina

♠ 2. Cetogênicos: preocursores para a síntese de ácidos graxos;

Leucina

♠ 3. Glucogênicos e Cetogênicos: precursores tanto de glucose como de


ácidos graxos.
Isoleucina, Lisina, Tirosina, Fenilalanina, Triptofano
» 2 CARACTERIZAÇÃO E FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS

• O ciclo de Krebs é o ponto comum para o catabolismo dos AA;


• A Leucina é o único AA não glucogênico  entrada no ciclo
através do metabólito Acetil-CoA;
Além da
• AA Oxidação CO2 e H2O síntese
Energia Glucose e dos
AG.
» 2 CARACTERIZAÇÃO E FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS

Proteína Eficiência
de de
Qualidad utilização
e da Proteína
DESEMPENHO
Excreção de
Teor de ureia e
outros
proteína compostos
de N
» 2 CARACTERIZAÇÃO E FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS

CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS

♠ 1. Solubilidade; Globulares: Insulina, albuminas


plasmáticas, globulinas e diversas
♠ 2. Estrutura dimensional; enzimas.
Fibrosas: elastina, queratina, miosina,
♠ 3. Função; colágeno e fibrina.

♠ 4. Propriedades Físicas;

♠ 5. Formato geral;
» 2 CARACTERIZAÇÃO E FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS

Informação para
toda a vida: 6,25

AA livres e 10 a 15%
NNP
Nitratos
» 3 DEGRADAÇÃO RUMINAL DAS PROTEÍNAS

♠ Quando falamos em metabolismo nitrogenado, estamos falando


de um mecanismo que tem, no mínimo, três bilhões e 400
milhões de anos e que corresponde a cerca de 90 % do período
total da vida no planeta.

♠ Animais ruminantes podem receber tanto proteína verdadeira


como compostos nitrogenados não-protéicos.
» 3 DEGRADAÇÃO RUMINAL DAS PROTEÍNAS
Figura 1 – Esquema do metabolismo de proteínas em ruminantes.

Fonte: Adaptado de Teixira (1992).


» 3 DEGRADAÇÃO RUMINAL DAS PROTEÍNAS
Figura 1 – Esquema do metabolismo de proteínas em ruminantes.

Fonte: Adaptado de Teixira (1992).


» 3 DEGRADAÇÃO RUMINAL DAS PROTEÍNAS

♠ Proteínas de baixa qualidade poderão, se fermentados no rúmen,


terem o valor biológico aumentado pela transformação em proteína
microbiana;
♠ O reverso da moeda também é válido, ou seja, se a proteína
dietética for de elevado VB, a fermentação anaeróbica não será
vantajosa para o animal.
» 3 DEGRADAÇÃO RUMINAL DAS PROTEÍNAS

• A uréia possui características específicas:


– Deficiente em todos os minerais;
– Não possui valor energético próprio;
♠ Extremamente solúvel e no rúmen é rapidamente convertida em
amônia, no entanto se fornecida em doses elevadas pode ocasionar
toxidez.
• A uréia, entretanto, é transformada rapidamente à amônia,
tendo um custo energético menor que o despendido pela
proteína bruta.
» 3 DEGRADAÇÃO RUMINAL DAS PROTEÍNAS
Figura 2 – Concentração de N-amoniacal, pH e AGV’s no rúmen de bovinos após a alimentação.

Fonte: Adaptado de Owens e Zinn (1988).


» 4 SÍNTESE DA PROTEÍNA MICROBIANA (Pmic)

♠ 4.1 IMPORTÂNCIA DA PMIC


♠ A Pmic é a principal fonte de proteína metabolizável para
ruminantes;
♠ 45 a 55% da PM no intestino de vacas leiteira  Alta produção;
♠ 55 a 65% da PM  Bovinos de corte confinados;
♠ > 65% da PM  Bovinos mantidos exclusivamente em
pastagens;
♠ Programa nutricional  Otimização da Pmic Sucesso!
» 4 SÍNTESE DA PROTEÍNA MICROBIANA (Pmic)

♠ 4.2 VALOR NUTRICIONAL DA PMIC


♠ A exigência do ruminante é por AA  Metabolismo;
♠ Valor nutricional depende do seu perfil em AA essenciais;
♠ Escore químico do AAE
» 4 SÍNTESE DA PROTEÍNA MICROBIANA (Pmic)
OTIMIZAR A SÍNTESE DE PROTÉINA MICROBIANA NO RÚMEN

Uso eficiente da PDR Perda de amônia


Fluxo de proteína Excreção de uréia
metabolizável
Necessidade de
Perfil de AAE para o PNDR
intestino
» 5 DIGESTÃO E ABSORÇÃO INTESTINAL

♠ Fatores mecânicos - mastigação, deglutição, regurgitação,


motilidade gástrica e intestinal e defecação.
♠ Fatores secretórios - atividades das glândulas digestivas.
♠ Fatores químicos - enzimas, e substâncias químicas (ex: HCl),
produzida pela mucosa gástrica.
♠ Fatores microbianos - atividades secretoras dos
microorganismos (bactérias, protozoários, fungos) presentes no
estômago e intestino.
» 5 DIGESTÃO E ABSORÇÃO INTESTINAL

♠ O processo de digestão no abomaso e intestino dos ruminantes


é muito semelhante ao processo em não ruminantes;
♠ Exceto pela neutralização lenta da acidez da digesta duodenal;
♠ A digestão da proteína se inicia, pós rúmen, com a ação da
pepsina no abomaso;
♠ Prolongada no duodeno pela neutralização lenta da dieta nesse
compartimento.
» 5 DIGESTÃO E ABSORÇÃO INTESTINAL

PEPSINA  PROTEÍNAS  PEPTÍDEOS NO


GERAL
TRIPSINA E PROTEÍNAS E POLIPEPTÍDEOS E
QUIMOTRIPSINA PEPTÍDEOS  DIPEPTÍDEOS
CARBOXIPEPTIDASES  POLIPEPTÍDEOS  PEQ. PEPTÍDEOS E
AA LIVRES
AMINOPEPTIDASES  POLIPEPTÍDEOS  PEQ. PEPTÍDEOS E
AA LIVRES
DIPEPTIDASES  DIPEPTÍDEOS  AA LIVRES
» 5 DIGESTÃO E ABSORÇÃO INTESTINAL

♠ Intestino Delgado  Mucosa;

♠ Absorção de peptídeos;

♠ Peptídeos  Fígado.
» 6 METABOLISMO DE AA PELOS TECIDOS

♠ Após absorção os AA são usados pelos tecidos  Síntese de


proteínas;
♠ Porção considerável  Fígado (gluconeogênese);
♠ Conversão em lipídios e outros compostos de grande
importância;
» 6 METABOLISMO DE AA PELOS TECIDOS

♠ Alguns AA exercem funções reguladoras;


♠ Interação do metabolismo entre os tecidos periféricos e o fígado;

♠ Hormônios coordenam o metabolismo de alguns AA;


♠ Ingestão de proteína abaixo da exigência de mantença 
principalmente a insulina;
♠ Ingestão de proteína acima  Sistema hormônio do crescimento;
» 6 METABOLISMO DE AA PELOS TECIDOS

♠ Uso intenso  Síntese


de tecido e de glucose.

Fonte: http://www2.ibb.unesp.br/
» 7 SISTEMAS PROTÉICOS PARA RUMINANTES

♠ A PB, por muitos anos foi o principal parâmetro usado para determinação
das exigências protéicas na formulação de rações para ruminantes;
Acervo Pessoal
♠ Falta de informação sobre AA essencial;
♠ Falta de banco de dados com valores consistentes  Degradabilidade e
perfil de AA;
♠ Qualidade da Pmic  complementa deficiências das frações que escapam
Acervo Pessoal
da degradação ruminal;
♠ Fato que retardou o interessem em novos métodos de determinação de
exigência proteica;

Acervo Pessoal
» 7 SISTEMAS PROTÉICOS PARA RUMINANTES

♠ Anos 60  O rúmen foi capaz de suprir toda a proteína necessária para


a produção de até 4.500 kg leite/lactação : ureia como única fonte de N;
♠ Os avanços dos últimos anos em países desenvolvidos é comum os
verificar o dobro da produção citada acima;
♠ Do mesmo modo são com os ganhos consideráveis no potencial
genético de animais de corte.
» 7 SISTEMAS PROTÉICOS PARA RUMINANTES

♠ O sistema mais difundido da américa do norte  Sistema de


proteína metabolizável proposto inicialmente pelo NRC;
♠ Esse sistema divide a PB em degradável e não degradável no
rúmen;
♠ Individualizar os requerimentos para suprir as exigências de
proteína metabolizável;
♠ Método fatorial.
» 7 SISTEMAS PROTÉICOS PARA RUMINANTES

7.1 O SISTEMA DE CORNELL


1. O sistema de Cornell (CNCPS) é um modelo mecanístico para avaliação e
formulação de dietas;

2. Ele foi adotado como base do último manual de exigências de bovinos americano,
editado pela National Research Council daquele país e que é conhecido como NRC;
3. Este modelo permite a classificação da fração proteica de acordo com suas taxas de
degradação o que possibilita estimar a disponibilidade de N para crescimento
microbiano.
» 7 SISTEMAS PROTÉICOS PARA RUMINANTES

♠ 7.1 SISTEMA DE CORNEL;


Figura 3 - Esquema do N dietético segundo a divisão proposta do modelo de Cornell.

Fonte: Adaptado de Fox et al. (2000).


» 8 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES PROTEICAS

• A principal fonte de NNP utilizada nas rações para ruminantes


 Uréia;

NUTRICIONAL

OBJETIVOS

ECONÔMICO
» 8 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES PROTEICAS

• O uso eficiente da ureia exige cuidados:

1. Dose correta e mistura uniforme;


2. Disponibilidade de energia;
3. Adequação mineral.
» 8 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES PROTEICAS

• FONTES DE NITROGÊNIO
– Ricas em PDR: Soja (grãos e farelo), farelo de amendoim, farelo de
girassol;
– Farelo de algodão: Fonte intermediária;
– Ricas em PNDR: Farinha de peixe, farinha de carne e ossos, farinha de
pena, farinha de sangue, farelo de glúten de milho, resíduo de
cervejaria.
» 9 BALANCEAMENTO DE ANIMOÁCIDOS

• Evolução dos sistemas proteicos  balanceamento de proteína


bruta para sistemas mais precisos;
• Complementar quantitativamente a proteína microbiana que
chega ao intestino  (PNDR);
• Para otimizar é necessário determinar com PRECISÃO as
exigências em AAE;
» 9 BALANCEAMENTO DE ANIMOÁCIDOS

• Máxima síntese de proteína no leite  Metionina e Lisina;


• Relação ótima Lis:Met  3:1;
• Os trabalhos com balanceamento de bovinos de corte ainda
são poucos;
• Suplementação com lisina e metionina protegidas da
degradação ruminal  desempenho na fase de
crescimento;
RESUMO DA AULA DE HOJE

1.
Kyone Oliveira, M. Sc.

OBRIGADA!
kyoneoliveira@gmail.com

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