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O USO DE ALIMENTAÇÃO NATURAL X RAÇÃO CONVENCIONAL ASSOCIADAS

À PREVENÇÃO E MANUTENÇÃO DA VIDA DE CÃES

Eduarda Vitoria
R.Barbosa.1 Mariana
Alves Monteiro2 Thais S.
A. Gomes3

1 INTRODUÇÃO

No final do século xx o conhecimento limitado sobre as necessidades nutricionais de cães, fez


com que durante décadas, fizesse com que animais de companhia fossem alimentados principalmente de
sobras de mesa, restos de casa e subprodutos de consumo humano, como vísceras. Desde então, houve
evolução tanto no pensamento quanto nas áreas da nutrição e ciências do alimento que passam por
grandes avanços e tem melhorado as questões de saúde e bem-estar dos pets.
Os pequenos animais, conhecidos como pets, trazem diversos benefícios ligados à convivência
humana; assim, é importante que os mesmos recebam os devidos cuidados a sua saúde com o objetivo
de trazer o aumento da longevidade, melhor qualidade e bem-estar do cão.
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo estabelecer o custo-benefício do uso de
alimentação natural ou da ração convencional, cuja metodologia se apoiará na comparação entre
alimentação natural e alimentação industrializada. consequentemente, uma melhor proteção e prevenção
contra doenças das quais estão aumentando pelo consumo excessivo de alimentos ultraprocessados que
contém aditivos químicos e alto teor de carboidratos, responsáveis pelas alterações no funcionamento
metabólico, reduzindo assim, a expectativa de vida do animal.

2 OBJETIVO GERAL
Mostrar os diversos benefícios da Alimentação natural comparada a ração convencional.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1
Acadêmico(s) do 3 período do curso de Medicina Veterinária – Centro Universitário Anhanguera de Marabá.
2
Orientador(a)/ Professor(a) Aracy Helena Marques do curso de Medicina Veterinária – Centro Universitário Anhanguera de
Marabá.
3
1. Demonstrar que alimentação natural é mais saborosa, fresca e rica em nutrientes.
2. Mostrar os malefícios que a ração convencional pode acarretar ao cão.

3 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

3.1 ASPECTOS GERAIS DA NUTRIÇÃO ANIMAL


Diversos fatores influenciam a nutrição desses animais, tendo destaque os ligados ao animal, a
dieta em si, ao manejo alimentar e ao ambiente. Os ligados ao animal englobam a idade, estado
fisiológico, grau de atividade do paciente, enquanto que os ligados a dieta se referem a segurança e
adequação a exigência de determinado animal e os de manejo e ambiente são a frequência, horários das
refeições, local, método de alimentação, espaço e qualidade do ambiente em que o animal vive
(WSAVA, 2020).
De acordo com Carciofi et al. (2009), no que tange a alimentação convencional, existem rações
econômicas, premium e super premium, sendo que apesar de não haver legislações que categorizam
essas rações, é senso comum no segmento de sua utilização, sendo que a diferença entre elas se dá pela
qualidade das matérias-primas utilizadas em sua fabricação.
“O termo “natural” deve ser usado apenas
para descrever substâncias em alimentos para animais de estimação (derivadas de plantas,
animais, microrganismos ou minerais) aos quais nada foi acrescentado e que tenham sido
submetidos apenas a processamento físico que os torne adequados para a produção de alimentos
para animais
de estimação e composição natural.” (FEDIAF, p. 43, 2018)

3.2 MERCADO PET DE ALIMENTAÇÃO


O Brasil é o segundo país no quesito faturamento anual no setor de alimentação para cães,
ficando atrás somente dos Estados Unidos. No ano de 2018, a indústria de produtos para animais de
estimação faturou R$20,3 bilhões (ABINPET, 2022).
Durante a Primeira Guerra Mundial surgiram alimentos enlatados para alimentar esses animais,
sendo comumente utilizada a carne de cavalo como 8 matéria prima, sendo que esse tipo de alimento
possuía grande durabilidade, permitindo produção em escala e exportação (KULICK, 2009).
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, o alumínio, antes utilizado na embalagem dos
alimentos para pets, passou a ser utilizado como material de artefatos importantes durante a guerra,
dando origem às rações secas, sendo que no ano de 1946, esse tipo de alimento correspondia a 85% do
mercado. Em 1950, foi criado o processo de extrusão, permitindo expansão do alimento a altas
temperaturas e permitindo alta durabilidade, fomentando ainda mais o segmento (KULICK, 2009).
De acordo com Perrota (2016), no período pós guerra as relações entre humanos e animais
foram ainda mais estreitadas, promovendo à indústria um processo de intensificação e especialização da
cadeia, visando atender as exigências do mercado.
Assim, Carciofi e Jeremias (2010), mencionam que atualmente a busca por alimentação natural
vem sendo evidenciada, já que os tutores passaram a mudar seu olhar sobre a alimentação dos pets,
trazendo a percepção de que assim como para os humanos, os alimentos naturais se apresentam mais
saudáveis do que os industrializados, configurando-se como importante aliada da prevenção de
enfermidades e manutenção de vida de animais portadores de algumas doenças, promovendo
longevidade.

3.3 ALIMENTAÇÃO NATURAL


Segundo Saad e França (2010), a dieta natural compreende a alimentação ausente de processos
químicos, conservantes artificiais e aditivos. Sua utilização é fomentada principalmente pela
preocupação dos tutores quanto à qualidade dos alimentos empregados por algumas indústrias
alimentícias. Ludwig (2000), define que esta pode ser entendida como todo alimento que preserva seus
aspectos naturais, não sendo processado e não possuindo aditivos que modifiquem suas características
reais, sem conservantes. Deve ser baseada em alimentos que já possuem seus valores nutricionais
conhecidos e sem fatores antinutricionais, estando atento ao modo de preparo, oferta de ingredientes e
forma de armazenamento (OLIVEIRA; SANTOS, 2014).
Para que seu uso traga benefícios reais ao cão ou gato que irá consumir, 9 é essencial que haja
proporção adequada de nutrientes, atendendo às devidas exigências do animal, levando em consideração
o peso, porte, idade, raça, espécie e objetivo da dieta empregada; sendo reforçado por França
(2009), que o médico veterinário desempenha um papel fundamental nesse processo, auxiliando na
orientação do melhor caminho para o animal após o diagnóstico clínico do mesmo. A autora ainda
afirma que a dieta natural e personalizada auxilia no atendimento das particularidades do animal,
podendo adaptar os níveis energéticos e proteicos de acordo com o momento de vida do pet.
Em seus estudos, Saad e França (2013), mencionaram que a alimentação natural, quando bem
manejada, apresenta níveis adequados de cálcio, fósforo, potássio, sódio, probióticos, enzimas e são
livres de processos que interfiram no equilíbrio natural do alimento, transmitindo a imagem saudável
e
atende às expectativas dos proprietários quanto à qualidade de vida de seus animais.
Nos estudos de Araújo et al. (2018), ao comparar o uso de dieta natural em relação ao uso da ração à
granel e fechada, obteve menores índices glicêmicos, principalmente devido ao fato de fontes naturais
de carboidratos auxiliar no controle da glicemia, por levarem as mesmas à corrente sanguínea
gradativamente.
Apesar dos benefícios acima listados, é fundamental estar atento às limitações de seu uso, uma vez
que ao processar esses alimentos de forma inadequada, há riscos à saúde, devido à possibilidade de
contaminação biológica, bem como o tempo demandado para o preparo adequado e a possibilidade de
trazer um déficit nutricional, desde que não seja devidamente acompanhada por um profissional
qualificado (LUDWIG, 2000).

3.4 A IMPORTÂNCIA DE UMA DIETA FORMULADA POR UM MÉDICO VETERINÁRIO.


A alimentação natural é uma dieta balanceada e variada, formulada pelo médico veterinário, o qual
obtém do conhecimento das exigências nutricionais adequadas do animal de forma equilibrada. É
considerado o peso, porte, idade, raça e espécie, tornando uma dieta personalizada para cada indivíduo
que atenda às necessidades específicas daquele animal, na maioria das vezes com uso de suplementos
(FRANÇA, 2009).
A dieta crua com ossos formulada e balanceada é a mais completa para um carnívoro tendo em vista
que há todos os nutrientes essenciais com níveis equilibrados de sódio, potássio, cálcio, fósforo,
enzimas, probióticos e antioxidantes biológicamente apropiados, sem exceder ou faltas nutricionais.
Além disso, contém níveis baixos de carboidratos e cloretos, não havendo substâncias químicas
artificiais ou condimentos com processamento de calor que perde os nutrientes como vitaminas,
desnaturação proteica e a reação de Maillard (BILLINGHURST, 1993).
A avaliação nutricional 28 promove recomendações dietéticas para a manutenção da saúde, prevenção
e tratamentos de patologias, se adequando essa triagem como o quinto parâmetro vital do exame físico
da prática médica. Além disso, o resultado eficaz para tornar pacientes mais saudáveis necessita da
participação entre o médico veterinário juntamente com os tutores (ANCLIVEPA, 2020).
É necessário frisar que a alimentação natural ao longo da vida, respeitando as faixas etárias do animal,
possibilita prevenir doenças, como também oferece um suporte relevante, através da dieta formulada e
personalizada, para animais que apresentam enfermidades.
Há fatores que influenciam no planejamento alimentar a fim de atender as necessidades específicas de
cada paciente como, a idade, estado fisiológico e o nível de atividade do animal, além das limitações
nutricionais de intolerâncias, alergias e patologias de algum órgão. De acordo com as restrições do
animal é fundamental o acompanhamento do médico veterinário qualificado para uma elaboração
específica da dieta terapêutica, e para formulação nutricional (ANCLIVEPA, 2020).
Portanto, as necessidades proteicas variam em função a resistência de esforço físico e a faixa etária do
cão relacionado ao estado de saúde, produção de anticorpos, crescimento, formação de músculos,
gestação, lactação, dentre outros. As fontes de proteína vegetal existem variações de composições
químicas que possuem elementos antinutricionais, inibindo enzimas, lectinas, tanino, dentre outros que
influencia desfavoravelmente na disposição dos nutrientes (BEDNAR et al., 2000; SEIXAS et al., 2003
e CARCIOFI, 2008).

4. MATERIAIS E MÉTODOS
Para levantamento dos dados foi utilizado guias, manuais e dados obtidos de forma
virtual. As bases de pesquisa de trabalhos científicos foram dspace.unirb.edu.br; repositorio.ufu.br;
Revista Brasileira de Zootecnia, 2010 - SciELO Brasil

REFERÊNCIAS

MLA Saad, Flávia Maria Oliveira Borges, and Janine França. "Novas alternativas alimentares para

cães e gatos:-Alimentos livres de grãos (grain free)." Congresso Brasileiro de Zootecnia. 2013.

NBR 6023 SAAD, Flávia Maria Oliveira Borges; FRANÇA, Janine. Novas alternativas alimentares para

cães e gatos:-Alimentos livres de grãos (grain free). In: Congresso Brasileiro de Zootecnia. 2013.

APA Saad, F. M. O. B., & França, J. (2013). Novas alternativas alimentares para cães e

gatos:-Alimentos livres de grãos (grain free). In Congresso Brasileiro de Zootecnia.


MLA Espir, Ana Laura Silva. "Comparativo entre o uso de alimentação natural e ração
convencional associados à prevenção e manutenção da vida de cães de pequeno porte portadores de
doenças crônicas." (2022).

NBR 6023 ESPIR, Ana Laura Silva. Comparativo entre o uso de alimentação natural e ração
convencional associados à prevenção e manutenção da vida de cães de pequeno porte portadores de
doenças crônicas. 2022.

APA Espir, A. L. S. (2022). Comparativo entre o uso de alimentação natural e ração


convencional associados à prevenção e manutenção da vida de cães de pequeno porte portadores de
doenças crônicas.

MLA Santos, Letícia Ribas dos. "Os benefícios de uma alimentação natural para cães: revisão
de literatura." (2023).

NBR 6023 SANTOS, Letícia Ribas dos. Os benefícios de uma alimentação natural para cães:
revisão de literatura. 2023.

PA Santos, L. R. D. (2023). Os benefícios de uma alimentação natural para cães: revisão de


literatura.

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