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VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
SEXUAL
Versão 3 - 2019
1ª Revisão/Março 2019 - Versão 2
SIGLAS
3TC - Lamivudina
ATV/r - Atazanavir/Ritonavir
CC - Cadeia de Custódia
CID 10 - Código Internacional de Doenças versão 10
DTG - Dolutegravir
HMOB - Hospital Metropolitano Odilon Behrens
IML - Instituto Médico Legal
PCMG - Polícia Civil de Minas Gerais
PEP - Profilaxia Pós Exposição
PS- Pronto Socorro
RAL - Raltegavir
SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação
TDF - Tenofovir
VVS - Vítimas de Violê
Superintendente do HOB
Dr. Danilo Borges Matias
Revisão
Dr. Felipe José Almeida de Melo
Dr Marcos Evangelista de Abreu
Médicos colaboradores
Dr. Bruno Belezia
Dra. Cristiani Regina dos Santos de Faria
Enf. Debora Carla Soares Meira
Enf. Renata de Almeida Silva
Farmacêutica Juliana Sad
Assistente Social Eliana Maria Mendes
Psicóloga Sarah Batista Freire Morais
Revisões
1ª maio/2015
2ª março/2019
OBJETIVO:
METODOLOGIA:
Este protocolo foi elaborado baseado nas Diretrizes para o Atendimento a Vítimas de Vio-
lência Sexual do Ministério da Saúde, do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
Profilaxia Pós-exposição do Ministério da Saúde e do Programa de Humanização do
Atendimento à Vítima de Violência Sexual da Polícia Civil de Minas Gerais.
PÚBLICO ALVO:
Introdução e Metodologia 01 a 03
Índice 04
Fluxograma Geral de atendimento Inicial 05
Fluxograma de cadeia de custódia 06
Fluxograma: Mulheres e meninas de mais de 13 anos 07
Fluxograma: Meninas de menos de 13 anos 08
Fluxograma: Meninos de menos de 13 anos 09
Fluxograma: Meninos de mais de 13 anos 10
Profilaxia e Exames 11
Anticoncepção de Emergência 12
Profilaxia das DSTs não virais 13
Profilaxia de HIv para adultos e adolescentes (medicamentos e doses) 14
Profilaxia de HIv para Neonatos e Crianças (medicamentos e doses) 15
Profilaxia de Hepatite B 16
Profilaxia de HPV 17
Dispensação de Medicamentos (Farmácia ) 18
Protocolo de cadeia de custódia (kits, formulários, fluxo) 19
Fluxo de Atendimento do serviço social e Psicologia 20 e 21
Profilaxia HIV em Gestantes. (Anexo 1 ) 22 e 23
Orientações Médico Legais 24 a 37
PROTOCOLO PARA PACIENTES
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL
MULHERES E
CRIANÇAS DO SEXO CRIANÇAS DE TODOS PESSOAS DO SEXO
FEMININO COM OS SEXOS COM MASCULINO COM
IDADE >= 13 ANOS IDADE < 13 ANOS IDADE >= 13 ANOS
MULHERES E HOMENS E
CRIANÇAS DO CRIANÇAS DO
SEXO FEMININO SEXO MASCULINO
CIRURGIA GERAL/
GINECOLOGIA PEDIÁTRICA
HOB
RECEPÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DE
RISCO
CENTRO OBSTÉTRICO
Consulta médica e
avaliação multiprofissional Notificar
Realizar profilaxia
conforme fluxogra- PROFILAXIA Se condições de
ma e encaminhar SIM INDICADA NÃO alta, encaminhar
para o ambulatório
para o ambulatório
RECEPÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DE
RISCO
PEDIATRIA
Consulta médica e
avaliação multiprofissional Notificar
Realizar a coleta
de material no BO INDICAÇÃO DE Se condições de
CADEIA DE alta, encaminhar
e retornar a pedia- SIM NÃO para o ambulatório
tria para encami- CUSTÓDIA
nhamentos
RECEPÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DE
RISCO
CIRURGIA GERAL
Consulta médica e
avaliação multiprofissional Notificar
Realizar profilaxia
PROFILAXIA Se condições de
conforme fluxogra-
ma e encaminhar
SIM INDICADA NÃO alta, encaminhar
para o ambulatório
para o ambulatório
RECEPÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DE
RISCO
PEDIATRIA
Consulta médica e
avaliação multiprofissional Notificar
Encaminhar a
cirurgia para a INDICAÇÃO DE Se condições de
coleta de material CADEIA DE alta, encaminhar
e encaminhar para SIM NÃO para o ambulatório
CUSTÓDIA
o ambulatório
PROFILAXIA E EXAMES
Anti-Hbs, HBsAg,
B-Hcg VDRL Anti-HIV Anti Hbc
Anti-Hbs e HBsAg
negativos Ver pag. 19
Anti-HIV negativo, Autor desconheci-
Individualizar
Se negativo autor desconhecido do ou HBAg+
ou HIV+ decisão
Ver pag. 18
Solicitar hemograma
Anticoncepcional
Ver pag. 15 TGO, TGP, GGT, FA,
Emergencia pag. 14 uréia, creatinina.
Ver pag. 16
1- As amostras serão colhidas em todos os pacientes até 10 dias da suspeita da agressão a fim de se identificar o agressor.
2- Para coleta de material deverá ser seguido o protocolo da PCMG/IML para cadeia de custodia que se encontra no anexo I.
3- Solicitar o Kit IML (Farmácia do 2º andar)(O Kit IML somente será utilizado para os pacientes que forem se submeter a coleta
de vestígios). Fazer solicitação em receituário com o nome completo da paciente, nome, assinatura e carimbo do médico.
1- Preencher no ALERT todo o atendimento (anamnse, exame clínico e conduta). Informar se foi colhido material para coleta e
em quais sitios. Registrar no ALERT o número do código de barras contido no KIT IML.
2- Preencher a ficha de notificação original SINAN do KIT IML. (Providenciar 2 cópias xerográficas desta após preenchidas).
3- Preencher ficha de atendimento a vítima de Violência Sexual. (Complementação da ficha de notificação - SINAN).
4- Preenchera ficha para entrega ao cliente.
5- Preencher e assinar a capa do envelope (médico assistente).
6- Preencher a autorização para coleta e utilização de material biologico que se encontra no verso do envelope KIT IML.
COLETA DE MATERIAL
FORMULÁRIOS HOB
1- Uma cópia xerográfica da ficha SINAN deverá ser armazenada em local específico em cada setor (BO e Coordenação PS) para
recolhimento pela CCIRAS e posteriormente ser encaminhada ao ambulatório de VVS. A outra cópia deverá ser encaminhada a
farmácia para fornecimento dos medicamentos.
ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
Levonorgestrel 0,75mg
02 comprimidos dose única
* O metronidazol pode ser receitado para ser ingerido até 7 dias depois o que
acarretará na diminuição da intolerância gástrica.
Zidovudina (AZT)
Até 4kg: 4mg/kg/dose 12/12h
4kg a 9kg: 12mg/kg 12/12h
9kg a 30kg: 9mg 12/12h (dose máxima 150mg 12/12h)
> 30kg: 300mg 12/12h
Lamivudina (3TC)
RN: 2mg/kg 12/12h
4mg/kg de 12/12h (dose máxima 150mg 12/12h)
Lopinavir/Ritonavir (LPV/r)
Solução Oral: 80/20mg/mL
TABELA 6 – PROFILAXIA
Objetivo Via de Administração Posologia
1 ml Intramuscular (IM) 3 doses:
Vacina anti-hepatite B* Imunização ativa em deltoide para > 20 0,1 e 6 meses após a
anos e 0,5 ml (IM) violência sexual
para < 20 anos
Imunoglobulina
humana Imunização passiva Intramuscular (IM)
0,06 ml/Kg dose única
anti-hepatite B# em glúteo
O HPV é transmitido preferencialmente por via sexual, sendo responsável por verrugas
na região anogenital e até em áreas extragenitais como conjuntivas e mucosa nasal, oral
e laríngea , além de estar relacionado ao câncer de colo de útero, colo retal, pênis, vulva
e vagina.
Para as mulheres que evoluem sem lesões, é fundamental reforçar a importância de reali-
zar periodicamente o exame preventivo de colo de útero (conhecido também como
Papanicolau), o que pode ser feito na Atenção Básica.
O PNI indica vacinação para meninos e meninas. O esquema é composto de duas doses,
com intervalo de seis meses. Para PVHIV, pessoas transplantadas de órgãos sólidos ou
medula óssea e pacientes oncológicos, a faixa etária indicada para imunização é de nove
a 26 anos, sendo o esquema de vacinação composto por três doses (0, 2 e 6 meses).
IMPORTANTE
O assistente social deverá comunicar o Conselho Tutelar, caso o paciente VVS seja criança ou
adolescente. Já os casos de pacientes VVS mulheres deverão ser orientados
a procurar a Delegacia de Mulheres.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
DEMID – Delegacia de Mulheres: Rua Aimorés, 3005 – Bairro Barro Preto (esquina com Av. Barbacena)
– Atendimento de 2ª a 6ª feira de 9 às 16 horas.
Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente: Av. Afonso Pena, 4028 – Bairro Cruzeiro –
Tels: (31) 3236-3808 ou 3809.
Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso e Portador de Necessidades Especiais: Rua Paracatu, 822
– Bairro Barro Preto – Tel: (31) 3236-3010.
Vara da Infância e Adolescência: Av. Olegário Maciel, 600 - Bairro Centro – Tel: (31) 3207-8100
Instituto Médico Legal (IML): Rua NíciasContinentino, 1291 – Bairro Gameleiras – Tel: (31) 3379-5090
Preâmbulo:
2. MATERIAIS UTILIZADOS:
Para aplicação deste protocolo deverão ser utilizados os materiais constantes no kit atual,
fornecidos pelo Instituto Médico Legal de Belo Horizonte. Serão eles:
- Autorização de coleta de amostras e informações – impressa no envelope do kit.
- Um formulário de notificação de agravos de violência – SINAN.
- Um formulário de complementação de informações médico-legais do IML-BH.
- Um formulário para informar a autoridade policial de que o exame médico e coleta de ves-
tígios já foi realizada.
- Um porta-lâminas com 02 (duas) lâminas para esfregaços a fresco.
- Oito swabs de algodão estéreis.
- Quatro envelopes para acondicionamento de swabs.
3 – DO PROCEDIMENTO:
3.1- Recepção da paciente.
Deve ser feita a conferência da identificação da paciente. Na falta de documento oficial com
foto, deverá ser colhida a impressão digital do polegar direito em espaço reservado na parte
inferior do termo de autorização, impresso no envelope do KIT. A ausência de documento de
identidade não deve impedir ou retardar a realização do exame. Inicia-se a coleta de infor-
mações para anamnese, com preenchimento parcial dos formulários, que serão concluídos
após a realização do exame.
3.2- Orientação sobre o exame e autorização para coleta.
Como todo exame médico, a paciente deve ser informada sobre a finalidade, a técnica a ser
utilizada, os eventuais desconfortos atinentes ao exame, etc. Deve-se ter em mente que
trata-se não somente de um exame íntimo, mas de um exame em uma pessoa vitimada
recentemente pela violência. A autorização para coleta de informações e de materiais para
exames complementares para uso da Polícia Civil se refere às lâminas de esfregaço e aos
swabs, bem como às informações contidas nos formulários. Este conjunto poderá servir de
base para pesquisa de esperma, identificação do perfil genético de um agressor e elabora-
ção de laudo pericial indireto, instruindo um eventual inquérito criminal, o que deve
também ser informado à paciente.
Caso a paciente não concorde com o “termo de autorização” e não deseje assiná-lo, todas as
medidas médicas assistenciais devem ser implementadas e ela deve ser orientada a procu-
rar uma Unidade Policial (Delegacia).
Para preservação das evidências, considerando que as medidas a serem tomadas visam pro-
teção da própria vítima, pacientes menores de idade desacompanhadas e que aceitam se
26 Versão 2 Revisão 1 Março/2019
PROTOCOLO PARA PACIENTES
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL
submeter aos exames devem ter os vestígios colhidos, as adolescentes assinando o termo
de autorização e as crianças tendo o termo assinado por testemunhas do próprio atendi-
mento.
3.4- Identificação do local de coleta de amostras referentes ao item 3.11 “outro local”.
Nos casos onde houver relato de ejaculação ou possibilidade de ejaculação, contato de
secreções (como saliva do agressor, por exemplo) em outras topografias mais específicas
(superfície corporal de determinada parte do corpo, como mamas, por exemplo),
excetuando-se região perianal e vagina, ou mesmo resquícios de tecido do agressor
(subungueais), a amostra coletada através dos swabs umedecidos deve ser acondicionada
no envelope nominado “outro local”. Tendo a anamnese direcionado para esta suspeita, este
é o momento de identificar o envelope “outro local”, escrevendo-se a topografia onde será
coletado o material, ainda antes da colocação das luvas de procedimento.
Trabalharemos sempre com o conjunto de dois swabs. Desta forma, deve-se abrir os dois
swabs individuais e juntá-los.
Os swabs devem ser introduzidos na vagina até o encontro de resistência (quando da ausên-
cia de espéculo) ou diretamente até o fundo de saco (quando do uso de espéculo). Neste
ponto deve-se fazer movimentos giratórios dos swabs sobre seus próprios eixos, interrom-
pendo o movimento e retirando-os ao final, tendo-se em mente que o objetivo não é forçar
os swabs contra a parede vaginal, e sim a captura do material depositado, motivo pelo qual
o movimento deve ser suave, pois o descolamento de muitas células da mucosa da vagina
pode prejudicar a realização dos exames.
Cuidado especial deve ser tomado na abertura do porta-lâminas, observando-se sua posi-
ção com etiqueta de identificação voltada para cima e local de pressão do travamento, con-
forme figura abaixo.
Ainda com os swabs unidos, deve-se tocar suavemente a lâmina de vidro identificada como
“V”, com leve arrasto na superfície em movimento único.
A lâmina “V” deve ser reposicionada no porta-lâminas, e os dois swabs em conjunto devem
ser colocados dentro do envelope com a inscrição “vaginal”.
Caso não sejam realizados outros esfregaços, conferir o travamento da tampa do porta-
lâminas, para evitar sua abertura acidental.
Desta forma podem ser coletados swabs de manchas na pele, de locais de contato da boca
do agressor (mamilo da vítima, por exemplo), subungueais e até dos espaços dentários, nos
casos de suspeita de ejaculação oral.
Não há confecção de lâmina com esfregaço para esta coleta. Os dois swabs em conjunto
devem ser colocados dentro do envelope com a inscrição “outro local”, já devidamente infor-
mando o local escrito, conforme item 3.4.
A coleta de swabs orais padrão se presta para definir o perfil genético da própria paciente.
Para isto, deve-se introduzir os dois swabs simultaneamente no vestíbulo bucal (espaço
entre os dentes e a bochecha internamente), girando-os de forma a atritar com a mucosa,
desta forma transferindo células para os swabs.
Não cabe a confecção de lâminas de esfregaço para este procedimento. Os dois swabs em
conjunto devem ser colocados dentro do envelope com a inscrição “oral”.
O porta-lâminas deve ser fechado e deve-se certificar de seu travamento para evitar abertu-
ra acidental. Todos os envelopes de swabs e o porta-lâminas devem ser devolvidos para o
envelope principal, mesmo se não tiverem sido utilizados. O envelope principal deve ser
fechado por grampeamento de sua borda.
No formulário complementar deve ser citado todo o material colhido.
Os formulários originais devem ser colocados dentro do envelope branco do Kit, para serem
enviados, junto com o material coletado, ao Instituto Médico Legal de Belo Horizonte.
4- PONTOS CRÍTICOS:
4.2- Vestes:
Nos casos em que as vestes possuam vestígios do delito, deve-se coletá-las e contactar o
email sexologiaforense.iml@policia civil.mg.gov.br, ou comunicar por telefone o setor de
Sexologia Forense do IML pelo número: 33795042, para que o material possa ser recolhido
pelo IML para providências legais cabíveis.
Cabe lembrar que o acondicionamento destas vestes deve ser feito em invólucros de papel,
para que o material seque, o que é fundamental para a preservação do DNA.
Nos casos em que a paciente relate no hospital já ter sido atendida no serviço Médico Legal,
tendo coletado amostras para exame, fica dispensada a nova coleta para fins de investiga-
ção policial, e esta informação deverá constar no prontuário da paciente, não sendo neces-
sária a abertura do Kit.
O formulário do SINAN, no entanto, deverá ser preenchido com cópia fornecida pelo próprio
hospital, como de costume, sem necessidade de envio deste documento ao Instituto
Médico Legal.
5- ABORTO LEGAL
A qualidade, a exatidão e a confiabilidade dos resultados obtidos nas análises destes vestí-
gios biológicos dependem de procedimentos próprios que devem ser adotados no momen-
to na coleta, acondicionamento, identificação e na preservação das amostras.
Acompanhando o material, resultado de abortamento, deve-se utilizar um KIT padrão do
Protocolo de Atendimento a Vítimas de Violência Sexual, contendo:
- Preenchimento da Ficha Sinam (caso ainda não tenha sido preenchida em outro momento
do acompanhamento da paciente) e se já preenchida, constar esta informação;
- Encaminhar restos embrionários ou o feto. No segundo caso, o material a ser enviado para
DNA será retirado no IML;
- O material deve estar criteriosamente identificado (nome da paciente, data da coleta, local
da coleta, número do KIT);
- Comunicar ao IML BH pelo telefone 33795042, no próximo dia útil, para agendamento do
transporte do material, por agente policial designado, ao IML, dentro de caixa térmica com
refrigeração (providenciado pelo IML).
6- CONTATO.
Em caso de dúvidas: