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INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS NA DISFAGIA

OBJETIVO ESPECÍFICO 01: REOGARNIZAÇÃO MOTORA DA MO A FIM DE PROMOVER MAIOR CONTROLE ORAL DO BOLO ALIMENTAR E REDUÇÃO
DE RESÍDUO EM CAVIDADE ORAL.

ESTRATÉGIA DESCRIÇÃO EFEITO DA ATIVIDADE

1 – Elevação de língua – solicitar que o paciente mantenha a boca aberta, protrua e eleve a 1. Aumento da amplitude de movimento anterior
língua ao máximo e segure por um segundo. Em seguida, solicitar que o paciente abra a de língua – melhora do trânsito oral e controle
boca, eleve o dorso da língua ao máximo possível e segure por um segundo e solte. de língua e do bolo durante a deglutição.
2. Aumento da amplitude e força do dorso de
Exercícios motores 2 – Lateralização de língua – solicitar que o paciente lateralize (alongando) a língua para língua – melhora da propulsão do bolo
para amplitude e cada lado da boca, como se realizasse a limpeza dos sulcos latereais, e em seguida protrua e alimentar.
movimento de retraia, segurando um segundo em cada direção. 3. Aumento da amplitude do movimento de
língua.
língua.
(A série deve ser realizada durante 5 minutos em uma sessão – 5 vezes ao dia)

1 – Protrusão e retração labial – o paciente deve realizar protrusão e retração labial (“bico e Aumento da amplitude e força de orbicular dos lábios –
sorriso”). melhor contenção do alimento em cavidade oral.
Exercício de
amplitude e 2 – Repetir o exercício anterior e durante o movimento oferecer uma força contrária ao
movimento de lábios. movimento – contra resistência. À medida que a força e amplitude aumentem, a força
contrária e/ou tamanho do objeto deve ser reduzido. (Três blocos com 10 repetições cada;
dar intervalo de 30 segundos entre cada bloco).

1 – Contrair o músculo bucinador do lado mais fraco contra uma espátula posicionada entre Aumento da mobilidade e força de bucinadores –
a face interna das bochechas e a face vestibular dos dentes. Os dentes devem ser mantidos melhor contenção do alimento em cavidade oral.
em oclusão e o objetivo é aproximar a espátula dos mesmos.

Exercícios de 2 – Repetir o exercício anterior (lado paralisado) durante o movimento, oferecendo uma
amplitude e tensão força contrária ao movimento – contra resistência.
de bochechas
(bucinadores). (Três blocos com 10 repetições cada; dar intervalo de 30 segundos entre cada bloco).
Exercício de Manipulação do alimento dentro da cavidade oral, sem deglutir – o paciente é treinado a Aumento da mobilidade e propriocepção dos músculos
coordenação de realizar mastigação bilateral alternada. O exercício supervisionado consiste na mastigação orbicular dos lábios e bucinador – manutenção do
língua e mastigação. alternada de alimento (exemplo: pão francês, chiclete) – envolvido em gaze (para controle alimento dentro da cavidade oral.
do terapeuta pela porção externa da gaze) ou livre (sem controle pelo terapeuta, quando
houver a melhora do controle oral).

Obs: os exercícios para manipulação do alimento coeso em cavidade oral devem ser
progredidos, quando o paciente demonstrar habilidade para manipular o material mais
coeso primeiro.

Remoção do resíduo Após a deglutição solicitar que o paciente movimente a língua pelos sulcos laterais e Remoção do resíduo alimentar em cavidade oral.
em cavidade oral. anteriores, para recolher o alimento que permanecer acumulado, deglutir novamente.

OBJETIVO ESPECÍFICO 02: REDUÇÃO DE ESTASE EM VALÉCULA.

ESTRATÉGIA DESCRIÇÃO EFEITO DA ATIVIDADE

Solicitar que o paciente abaixe a cabeça encostando o queixo o mais próximo do peito, antes Evita o escape prematuro; amplia o espaço valecular a
de engolir. fim de evitar a entrada do bolo alimentar nas vias aéreas
Manobra postural de (VAs); coloca a epiglote em posição que oferece maior
queixo no peito. proteção das VAs; favorece a aproximação da base de
língua contra a faringe.

Deglutição com Solicitar que o paciente engula com força (“fazer força em todos os músculos da boca e O esforço aumenta os movimentos posteriores de base de
esforço. garganta para engolir”). língua e assim, facilita e remoção do bolo alimentar em
valécula.
OBJETIVO ESPECÍFICO 03: AUMENTO DA MOVIMENTAÇÃO E ELEVAÇÃO HIOLARÍNGEA.

ESTRATÉGIA DESCRIÇÃO EFEITO DA ATIVIDADE

Solicitar que o paciente eleve a laringe e a mantenha elevada (na posição mais alta) até o Melhora a movimentação laríngea, a coordenação e os
final da deglutição. Se for preciso, mostrar para o paciente a elevação da cartilagem cricóide tempos dos eventos de deglutição; fortalece os músculos
Manobra de (“Pomo de Adão”) durante a deglutição. responsáveis pela elevação laríngea.
Mendelsohn.

Produção de vogal /i/ Prolongada emissão da vogal /i/ agudo (pitch elevado) – falseto. Durante a produção do falseto a laringe eleva, no mesmo
prolongada movimento produzido na deglutição.
(Três séries com 5 repetições cada; dar intervalo de 30 segundos entre cada).

OBJETIVO ESPECÍFICO 04: REDUÇÃO DA ESTASE FARÍNGEA

ESTRATÉGIA DESCRIÇÃO EFEITO DA ATIVIDADE

Solicitar que o paciente puxe a língua para trás o máximo possível e segure por um segundo Aumento da amplitude do movimento e retração da base
(simulando o gargarejo). de língua.
Exercício para base
de língua. (Três blocos com 10 repetições cada; dar intervalo de 30 segundos entre cada bloco).

Manobra de Massako. Manter a língua entre os dentes (ponta de língua fica para fora) e solicitar deglutição. Aproximação da parede faríngea e base de língua.

Alternar dieta. Alternar a oferta de dieta mais espessa com a oferta de dieta de viscosidade mais fina (por Favorecimento da remoção de estase na segunda
exemplo, sólido/semi sólido e pastoso; pastoso e líquido). deglutição.
OBJETIVO ESPECÍFICO 05: REDUÇÃO DA ESTASE EM RECESSOS PIRIFORMES.

ESTRATÉGIA DESCRIÇÃO EFEITO DA ATIVIDADE

Os pacientes são orientados a permanecerem deitados na posição supina (costas voltadas Fortalece os músculos suprahióideos e dessa forma,
para baixo) e levantar a cabeça o suficiente para observar os dedos dos pés sem tirar os maior abertura do Esfincter Esofágico Superior (EES).
Exercício de Shaker. ombros do chão. Manter a cabeça sustentada nessa posição por 1 minuto e repetir 3 vezes,
intercalado por 1 minuto de descanso. Em seguida devem ser realizadas 30 repetições (A sequência deve ser repetidas 3 vezes ao dia, no
consecutivas de cabeça na mesma posição supina. período de 6 semanas).

Rotação de cabeça O paciente deve virar a cabeça para o lado mais comprometido antes de deglutir. Direciona o bolo alimentar para o lado mais forte (menos
para o lado comprometido), fechando o recesso piriforme do lado
comprometido. mais fraco; aumenta a abertura do esfíncter cricofaríngeo
em comprimento e diminui a pressão cricofaríngea em
repouso.

Exercício para Citado anteriormente. Citado anteriormente.


elevação laríngea.

OBJETIVO ESPECÍFICO 06: ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO – MOTORA

ESTRATÉGIA DESCRIÇÃO EFEITO DA ATIVIDADE

Oferta de alimento com concentradas características sensoriais como temperaturas frias ou Aprimorar a percepção do alimento em cavidade oral.
quentes, texturas diferenciadas, sabores fortes. Inicia-se com pequenos volumes e a
Estimulação progressão se dá conforme habilidade do paciente e manipular o estímulo em cavidade oral e
gustativa. degluti-lo.

Estimulação termo- 1 – Pressionar a colher contra o dorso de língua quando o bolo for ofertado. Aumentar o input sensorial e a percepção de alimento em
tátil-gustativa. 2 – Usando uma espátula ou cotonete embebido em líquido cítrico, toque regiões orais, cavidade oral – melhora da propulsão do bolo.
nasofaríngea, base de língua, parede posterior da faringe, usando diferentes pressões e em
diferentes pontos.

OBJETIVO ESPECÍFICO 07: ADAPTAÇÃO DE DIETA

ESTRATÉGIA DESCRIÇÃO EFEITO DA ATIVIDADE

Modificação de Modificar a consistência da dieta a ser ofertada, conforme a habilidade de deglutição segura Estratégias compensatórias, a fim de facilitar a dinâmica
consistência. do alimento. da deglutição e promover a redução das estases de
alimento, de forma a favorecer a deglutição segura.
Modificação de Aumentar ou reduzir o volume do alimento
volume

Modificação de Determinar o modo e utensílio (canudo, colher etc), velocidade de oferta e frequência da ser
modo, velocidade e ofertada.
frequência de oferta.

Fonte: Planos Terapêuticos Fonaoudiólogos, 2013.

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