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Dr. Glaucio coyupey – Fonoaudiólogo.

ORIENTAÇÕES FONOAUDIOLÓGICAS PARA OS DISTÚRBIOS DA


DEGLUTIÇÃO

Existem patologias que podem afetar a sensibilidade ou a coordenação dos músculos


responsáveis pelos movimentos da deglutição.
O problema pode ocorrer desde a introdução de alimentos na boca até sua entrada no
estômago. Esta alteração ao deglutir é o que chamamos de

DISFAGIA.
COMO A FAMÍLIA PODERÁ AUXILIAR?

As condutas específicas variam de acordo com cada caso, mas existem orientações básicas ao
alimentar-se um paciente que apresenta disfagia e devem ser seguidas pela família e/ ou pelo
cuidador. Devem ser observadas as consistências dos alimentos liberadas pela equipe, o que
será decidido, principalmente, após a avaliação fonoaudiológica e/ou exames objetivos da
deglutição.
No caso em questão, os “espessantes”, serão utilizados nos alimentos líquidos, a fim de
minimizar a possibilidade de bronco aspiração. Estes, apresentam dosagens estabelecidas nas
embalagens para garantir determinada consistência, o que auxilia a preparação da refeição. A
princípio, não será administrado alimentos amassados e/ou triturados. Mas, tão somente,
pastosos.
É importante que o estado nutricional geral e a hidratação do paciente sejam acompanhados
pela equipe de nutrição. Sinais de desidratação incluem pele ressecada, ausência de suor e, às
vezes, alterações no estado mental.

ORIENTAÇÕES DOMICILIARES PARA UMA REFEIÇÃO SEGURA

 O paciente acamado deve ser mantido em decúbito elevado: posicionar com travesseiro ou
elevar a cama. Pode ser colocado um travesseiro sob os joelhos do paciente, para evitar que
escorregue, e outro atrás da cabeça que ficará levemente inclinada para frente protegendo a
via aérea.
 Quando o paciente pode permanecer sentado, deve ser mantido em posição ereta durante a
refeição, corrigir os desvios com travesseiros ou toalhas enroladas; a cabeça também deve
ficar levemente inclinada para frente.
 Quem estiver administrando o alimento deve estar posicionado na mesma altura do paciente
e, em caso de hemiplegia/ hemiparesia (limitação dos movimentos de um dos lados do corpo),
deve-se posicionar no lado do corpo que está comprometido para oferecer o alimento ao
paciente. Ele deve manter a cabeça virada para este lado ao engolir, assim o bolo alimentar
desliza preferencialmente pelo lado bom;
 pode-se posicionar a cabeça do paciente levemente para frente e para baixo;
 introduzir o alimento com o talher à linha média (bem à frente) em relação à boca;
 sempre observar a quantidade a ser introduzida: em caso de dúvida, sempre oferecer
pequenas colheradas (quantidade) e com velocidade mínima possível;
 pedir sempre a atenção do paciente quando ele estiver sendo alimentado (mas não distraí-lo
nunca);
 solicitar que mastigue bem;
 solicitar que não fale enquanto come;
 não apressar a introdução do alimento, certificar-se de que o paciente deglutiu toda a
porção antes de oferecer outra “colherada”;
 retirar a prótese dentária quando estiver frouxa;
 solicitar a “tosse” quando ele apresentar pigarro ou engasgo;
 alimentar em ambiente tranqüilo, sem distrações (TV, grupo conversando);
 realizar a higiene oral sempre após cada refeição e verificar o estado dentário do paciente
(mau estado dentário aumenta o risco para broncopneumonia).
 se a saliva se acumula na cavidade oral, deve ser aspirada ou absorvida com uma compressa
ou gaze, assim evita-se os engasgos caso escorra para a faringe;
 como a paciente não consegue controlar a quantidade de líquido que coloca na boca, os
líquidos devem ser oferecidos com colher, engrossados com espessante. (nunca oferecer
líquidos com canudo),

O principal risco da disfagia é a entrada de resíduos alimentares nos pulmões, o que pode
causar uma pneumonia aspirativa. Além disso, devido à dificuldade de deglutir, e
principalmente por terem noção deste risco, os pacientes evitam algumas consistências e,
com isso, vários alimentos, podendo ficar desidratados e/ ou desnutridos.

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