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A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível que está entre os problemas de saúde
pública mais comum em todo o mundo. Essa doença tem como agente etiológico a bactéria
gram-negativa Neisseria gonorrhoeae, um microrganismo restrito aos seres humanos. Por
se apresentar como uma infecção frequente, a N. gonorrhoeae evidencia uma extraordinária
capacidade de desenvolver resistência a múltiplas classes de antibióticos, tornando-se um
agente patológico de extrema importância e preocupação da saúde pública (ARAUJO,
2021).
A transmissão acontece por meio de relação sexual desprotegida, em quaisquer das formas
com penetração. Assim como de forma vertical, da mãe para o bebê, durante o parto. Os
homens geralmente apresentam sintomas do trato urinário inferior atribuído à uretrite,
epididimite, prostatite, com secreção uretral mucopurulenta associada. Muitas mulheres
são assintomáticas. Mas, ocasionalmente, elas têm sintomas de desconforto vaginal e
pélvico de disúria, e essas infecções podem levar à doença inflamatória pélvica. Trata-se de
uma IST muito conhecida e controlada ao longo do tempo com a administração do
antimicrobiano específico. No entanto, recentemente, a alta prevalência de isolados de
Neisseria gonorrhoeae resistentes a agentes antimicrobianos é um problema sério no
tratamento (TANAKA, 2009).
De acordo com Rodrigues (2017)., a mulher possui naturalmente um trato genital com
maior predisposição a infecções, como a gonocócica. Enquanto o comportamento sexual
dos homens permaneceu intacto, no das mulheres houve um aumento das suas liberdades e
actividades sexuais com o decorrer do tempo, principalmente nos países desenvolvidos. O
epitélio colunar presente no colo uterino das mulheres, que possui a capacidade de
defender o organismo através destas células, na puberdade, pode ser o fator responsável
pelos crescentes casos de infecções entre as adolescentes por gonorreia e outras doenças
sexuais, pois o epitélio fica mais aparente no ambiente vaginal.
Específicos:
HIPÓTESES
A hipótese é uma afirmação que antecede uma questão de pesquisa e propõe um resultado
esperado.
Hipótese 1: É provável que o não uso do preservativo durante o acto sexual seja um dos
causas ou factor que influência no surgimento de gonorréia em pacientes atendidos nas
consultas externas do H.M.N;
Gonorréia é uma doença infecciosa bacteriana transmitida, princialmente, por via sexual,
sendo considerada, portanto, uma IST (infecção sexualmente transmissível). Ela é
considerada a segunda IST bacteriana mais prevante em todo o planeta. (UNICEF, 2015).
EPIDEMIOLOGIA
De acordo a Organização Mundial da Saúde a epidemiologia da gonorreia possui
apresentação estatística semelhante à de outras infecções sexualmente transmissíveis, como
a sífilis. A gonorreia é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais frequentes no
mundo e os dados mostram que há quase 200 milhões de casos novos todos os anos.
Após a etapa inicial de fixação, a bactéria inicia sua técnica de invasão tecidual pelo
método de transcitose, mediada pelas proteínas Opa. Assim a infecção que era apenas nas
células epiteliais, atinge o espaço intratecidual e nesse local será reconhecida pelas células
inflamatórias, ativando a liberação do TNF alfa. Com a liberação do TNF-alfa acontecerá o
processo de apoptose das células epiteliais ocasionando umalesão tecidual. Além do mais,
o TNF-alfa intensifica a liberação de citocinas no local, das quais se deve destacar o papel
da interleucina-8, que é responsável pela quimiotaxia neutrofílica.
TRANSMISSÃO
QUADRO CLÍNICO
O quadro clínico é predominantemente caracterizado por manifestações mucosas no local
da infecção que podem levar a complicações locais, bem como infecções ascendentes ou
infecções gonocócicas disseminadas. Além disso, ocorrem muitos casos assintomáticos
(aproximadamente 50%) (BUDER, 2019). A gonorreia é geralmente é sintomática em
homens, mais frequentemente como uretrite, com dor ou sensação de queimação ao urinar,
secreção uretral e testículos doloridos.
Em contraste, as mulheres desenvolvem cervicite gonocócica sintomática com menos
frequência, apresentando um ligeiro aumento no corrimento vaginal e sangramento vaginal
raro não relacionado a menstruações ou dor e sensação de queimação ao urinar. A ausência
de sintomas em homense mulheres pode levar a infecções prolongadas. A gonorreia
complicada pode causar infertilidade (LORENZOl, 2017).
Os epitélios urogenitais são os principais locais de infecção, mas a gonorreia também pode
infectar a conjuntiva, faringe e a mucosa retal. Além disso, quando não tratadas, as
infecções gonocócicas podem resultar em problemas de longo prazo, como uretrite
persistente, cervicite, proctite, doença inflamatória pélvica, infertilidade, aborto no
primeiro trimestre, gravidez ectópica e morte materna. Elas também aumentam o risco de
adquirir e transmitir o HIV. Nos casos de gravidez, as infecções por N. gonorrhoeae podem
causar graves danos à saúde neonatal (VIGUE, 2019).
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Os humanos são o único reservatório natural de N. gonorrhoeae. O período de incubação é
de 1–14 dias.
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE
O risco de transmissão de um parceiro infectado a outro é de 50% por ato. Pode durar de
meses a anos, se o paciente não for tratado. O tratamento eficaz rapidamente interrompe a
transmissão.
COMPLICAÇÕES DA GONORRÉIA
Se a gonorreia não for tratada, a bactéria pode se espalhar pelo trato reprodutivo ou, mais
raramente, entrar na corrente sanguínea e infecta as articulações, válvulas cardíacas ou
cérebro” (GENDRON, 1972).
Balanopostite: é uma reação inflamatória da glande por dor peniana aguda (balanite) e
prepúcio (postite). A balanite pode ocorrer isoladamente e é comum o comprometimento
simultâneo do prepúcio, já a balanopostite é caracterizada por eritema, edema, prurido,
disúria, sangramento, erosão, ulceração da glande e presença de exsudato subprepucial.
Os sintomas irritativos locais podem variar de acordo com a gravidade da infecção, e
acredita-se que essas infecções crônicas podem gerar carcinoma de células escamosas do
pênis.
Litrites: Infecção nas glândulas de Littré (glândulas acinosas que existem nas faces
laterais e superiores da uretra esponjosa). O principal sintomaé representado por
dorpeniana aguda.
Cowperites: Infecção nas glândulas de Cowper (glândulas acinosas que ficam entre a
uretra membranosa e o bolbo). O principal sintomaé representadopor dor perineal, que se
acentua na defecação ou ao simples acto de sentar.
Salpingite: também conhecida como anexite é uma inflamação pélvica das tubas uterina se
provoca endometrite, oforite, abscessos tubo-ovariano e peritonite. Acomete um milhão de
mulheres por ano nos Estados Unidos e trata-se de causa significativa de infertilidade,
gravidez ectópica e dor pélvica crônica. Pode ocasionar afamosa DIP doença inflamatória
pélvica que é observada em 90% dos casos. Os sintomas nesses casos incluem dor na
mobilidade cervical, dor uterina, corrimento vaginal secundário, endometrite e cervicite.
Faringite Gonocócica: é uma infecção na faringeque acomete entre 10% a 20% das
mulheres que tem contato sexual com homens infectados por N. Gonorrhoeaee cerca de
70% dos casos de faringite gonocócica são assintomáticos, porém se essa infecção se
tornar crônica pode causar conjutivite crônica e endocardite bacteriana.
PREVENÇÃO