Thaís de Assis Lopes 4509371 Wviniiê Koage Rabelo Medeiros 4509372
1. Quanto a malária, responda:
a. Descreva o ciclo pré-eritrocítico e eritrocítico que o parasito realiza no seu
hospedeiro.
O Ciclo do Plasmodium no hospedeiro se inicia com a inoculação dos esporozoítos
infectantes no homem pelo inseto vetor, permanecendo na circulação por pouco tempo. Após invadir o hepatócito, os esporozoítos se diferenciam em trofozoítos pré-eritrocíticos que se multiplicam por reprodução assexuada do tipo esquizogonia, dando origem aos esquizontes teciduais e posteriormente a milhares de merozoítos que invadirão os eritrócitos. Após invadir os eritrócitos, estes transformam-se em trofozoítos jovens e posteriormente em trofozoítos maduros. O desenvolvimento intra-eritrocítico do parasito ocorre por esquizogonia, com consequente formação de esquizontes dando origem aos merozoítos que irão invadir novos eritrócitos. Após algumas gerações de merozoítos sanguíneos, ocorre a diferenciação em em estágios sexuados, os gametócitos.
b. Qual o gênero de vetor responsável pela transmissão do Plasmodium spp?
Cite o ciclo evolutivo no hosp. invertebrado informando a forma de inoculação em hospedeiro vertebrado.
O vetor é o mosquitos do gênero Anopheles
c. Qual a forma de diagnóstico da malária?
O diagnóstico é feito pela demonstração do parasita ou de antígenos relacionados no
sangue periférico do paciente, visualizado por microscopia óptica. Entretanto, em situação de epidemia, nas áreas de difícil acesso da população à serviços de saúde, todo paciente com febre é considerado portador de malária. Isso ocorre porque os sintomas da malária são inespecíficos e os portadores podem ser assintomáticos
d. Explique como ocorre no paroxismo malárico as reações de febre
comparando com o ciclo do Plasmodium falciparum no hospedeiro vertebrado.
O P. falciparum invade hemácias de todas as idades e seu ciclo sanguíneo ocorre a
cada 48 horas. O acesso malárico ocorre com caráter intermitente, sendo o decorrente da infecção pelo P. falciparum, a cada 48 horas. A intermitência da febre está relacionada com o tempo de ruptura de hemácias contendo esquizontes maduros.
e. Por que na África existe maior resistência para infecções por Plasmodium vivax?
A maior resistência às infecções pelo Plasmodium vivax ocorre porque algumas
populações negras africanas não possuem o antígeno de grupo sanguíneo Duffy (Fy Fy). Deste modo, nota-se que fatores geneticamente determinados podem influenciar a suscetibilidade ao contágio da malária.
2. Quanto a Trichomonas vaginalis:
a. Qual o habitat do T. vaginalis?
O trichomonas vaginalis habita o trato genitourinário do homem e da mulher, onde produz a infecção e não sobrevive fora do sistema genitourinário.
b.Qual a importância do pH vaginal para o desenvolvimento de T. vaginalis?
O estabelecimento do T. vaginalis na vagina inicia-se com o aumento do pH, já que o
pH normal da vagina é ácido (entre 3,8 e 4,5) e o organismo cresce em pH maior que 5. Assim, a elevação do pH vaginal por motivos adversos vai tornar o ambiente propício para o parasita.
c.Qual o papel dos lactobacilos para a proteção contra T. vaginalis?
No pH ácido da vagina, proliferam os bacilos de Döderlein, que metabolizam o
glicogênio e produzem ácido lático; nessas condições, não se observa em geral a presença de T. vaginali. Apesar disso, se esse pH for alterado, o ambiente se torna bom para a proliferação do parasita.
d. Quais as formas de transmissão de T. vaginalis?
O T. vaginalis é transmitido através da relação sexual e pode sobreviver por mais de
uma semana sob o prepúcio do homem sadio, após o coito com a mulher infectada. O homem é o vetor da doença; com a ejaculação, os tricomonas presentes na mucosa da uretra são levados a vagina pelo esperma. Atualmente, admite-se que a transmissão não sexual é rara. A tricomoníase neonatal em meninas é adquirida durante o parto. e.Qual a forma de diagnóstico para T. vaginalis? O quadro clínico, ainda que muitas vezes sugestivo (corrimento esbranquiçado, cremoso e espesso, acompanhado de forte prurido, e vaginite com pontilhado hiperêmico), não é constante nem específico. A demonstração do parasito é essencial para um diagnóstico seguro. A técnica empregada consiste na coleta de um pouco de secreção vaginal, recolhida preferivelmente com pipeta grossa e após colocação de espéculo; misturar com soro fisiológico em uma lâmina, cobrir com lamínula e examinar ao microscópio, para buscar os tricômonas vivos e em movimento. Nos homens, a pesquisa é feita no sedimento urinário, na secreção uretral ou prostática, após massagem da próstata
f. Onde são encontrados os cistos de T. vaginalis?
Contrariando o que ocorre na maioria dos protozoários, não há formação de cistos.
No entanto, muitos autores têm descrito estruturas arredondadas, imóveis, aparentemente com os flagelos internalizados, como pseudocistos ou mesmo formas degenerativas.
3. Com relação à Leishmaniose, responda:
a. Qual o ciclo evolutivo realizado no hospedeiro vertebrado e invertebrado?
O ciclo evolutivo no hospedeiro invertebrado inicia-se quando a fêmea do mosquito
flebotomíneos, durante o repasto sanguíneo em animal infectado, alimenta-se do hospedeiro vertebrado infectado, ingerindo sangue contendo macrófagos com a forma amastigota. Estas são transformadas em promastigotas no intestino do mosquito e, nesse mesmo local, elas sofrem multiplicação por divisão binária e migram para o probóscide. Dessa forma, na próxima alimentação dessa fêmea, ela já transmitirá as promastigotas para o próximo hospedeiro vertebrado. O ciclo evolutivo no hospedeiro vertebrado inicia-se durante a picada das fêmeas de insetos flebotomíneos infectadas, em que as formas promastigotas metacíclicas serão regurgitadas e introduzidas na epiderme do hospedeiro. Assim que atingem a corrente sanguínea, as formas promastigotas sobrevivem à lise celular, que será ativada pelo sistema complemento e, devido a esse mecanismo protetor, a leishmania consegue invadir macrófagos através da manipulação de receptores celulares. Uma vez dentro dos macrófagos são encontradas condições necessárias para multiplicação e transformação em amastigotas, os quais vão se multiplicar mais, romper a célula hospedeira e, consequentemente, infectar outras células. Logo, o hospedeiro torna-se reservatório do agente.
b. Qual o vetor transmissor da Leishmaniose no novo e velho mundo?
O vetor transmissor da Leishmaniose no novo mundo é do gênero Lutzomyia, e o
vetor transmissor da Leishmaniose no velho mundo é do gênero Phlebotomus.
c. Quais as formas de patologia encontrada na leishmaniose?
As formas de patologia da leishmaniose podem ser duas:. Na Leishmaniose Visceral, após a entrada do parasito nos tecidos do hospedeiro vertebrado, ocorre a ativação das células imunes locais indicadas pelo afluxo de células fagocitárias, principalmente macrófagos. Na Leishmaniose Tegumentar o indivíduo infectado pode desenvolver desde manifestações cutâneas mais comuns, caracterizadas por úlceras indolores, até comprometimento mais grave, com destruição de cartilagens e mucosas. A LT pode se manifestar de três maneiras clínicas: Leishmaniose cutânea localizada, Leishmaniose Cutaneomucosa e Leishmaniose cutânea difusa,
d. Qual o tipo de célula parasitada e de que forma o parasito escapa do sistema
imunológico?
Os macrófagos que são infectados, eles fagocitam o promastigota metacíclico que
penetra na lesão da picada e os fagócitos tentam digerir o parasita. Porém, quando entram nas células, se modificam para a forma amastigota (forma de resistência), iniciando sua multiplicação e a destruição dos macrófagos. O parasito escapa do sistema imunológico do hospedeiro e habita-se dentro de uma célula do sistema.
e. Por que o teste de Montenegro é negativo em Leishmania cutânea difusa e
visceral? Em que condições se torna positivo?
A Intradermorreação de Montenegro é um teste diagnóstico para infecção por
Leishmania spp realizado pela inoculação intradérmica do antígeno da Leishmania spp, gerando inflamação local. Contudo, durante o curso da Leishmania cutânea difusa e visceral, elas apresentam um tipo de resposta imunológica predominante, TH1 na cutânea e TH2 na visceral, gerando uma resposta imunológica fraca, logo, o exame pode ser negativo. Além disso, caso se forme uma resposta TH1 predominante após a cura, a forma visceral da doença pode apresentar teste positivo.
f. Qual a forma de diagnóstico na fase aguda da Leishmaniose Cutânea?
A forma principal de diagnóstico na fase aguda da Leishmaniose Cutânea é através
do colhimento do material biológico da lesão ou pela cultura para análise laboratorial, a qual apresentará macrófagos contaminados pelo amastigota. O teste de Montenegro pode ser realizado, porém pode dar negativo nas primeiras 4 a 6 semanas.
REFERÊNCIAS
NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. In: Parasitologia humana. 2004. p.
428-428.
Rey, L. Parasitologia, 4ª edição. : Grupo GEN, 2008. 978-85-277-2027-4. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2027-4/. Acesso em: 30 Mar 2022
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose
Visceral, Brasília, 2014
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose