Página 88 e 89 – Gonçalo Martins, Inês cerdeira, João Rodrigues e Manuel Mota.
1. Os esporozoítos, após a infeção, deslocam-se para o fígado, onde se
reproduzem, dando origem a uma abundante quantidade de merozoítos. Estes são inicialmente produzidos em células hepáticas por reprodução assexuada, nomeadamente divisão/fissão múltipla. Uma vez na corrente sanguínea, os merozoítos multiplicam-se novamente por divisão múltipla ou esquizogonia, no interior de eritrócitos, produzindo ainda mais merozoítos. Deste modo um esporozoíto pode dar origem a numerosos merozoítos.
2. A esquizogonia inicia-se com sucessivas mitoses do núcleo da célula,
produzindo vários núcleos-filhos sem que haja citocinese. Posteriormente, cada núcleo-filho, rodeado de uma porção de citoplasma, é envolvido em membrana plasmática e, quando a membrana da célula-mãe se rompe, liberta-se, constituindo um novo indivíduo. Este processo ocorre apenas em seres unicelulares eucariontes sendo comum em algumas algas unicelulares e em protistas endoparasitas protozoários (como os do gênero Plasmodium e Esporozoários) ocorrendo durante a fase assexuada do ciclo de vida do organismo. Um único organismo origina, numa geração, não dois, mas vários descendentes. Assim, este processo permite uma taxa de replicação muito elevada no espaço de uma única geração.
3. Os picos de febre alta coincidem com a libertação de inúmeros
merozoítos por rotura da membrana dos eritrócitos onde houve previamente multiplicação por esquizogonia dos merozoítos.
4. O mosquito Anopheles esteve sempre em Portugal, no entanto, nunca
houve uma situação catastrófica como a que existe atualmente em África, pelo facto de no nosso país o clima frio não permitir a multiplicação de um número suficiente de mosquitos. Com as alterações climáticas, e a respetiva subida de temperatura, Portugal ficará propício à reprodução do mosquito. E juntamente com a existência de casos (de infeções) importados de outros países, estas subidas de temperatura aumentarão a probabilidade de indivíduos infetados serem picados pelo mosquito. Mosquito este que se alimentará de sangue com o parasita, desencadeando assim uma nova cadeia de transmissão da infeção em Portugal, e fazendo ressurgir a doença. 5. Foram feitos ensaios em tantas crianças, porque para os resultados dos ensaios serem válidos, estatisticamente, é necessário um vasto número de participantes. Foram também feitos ensaios a crianças não inoculadas com a vacina de forma a existir um grupo de controlo do estudo. Deste modo é possível avaliar a segurança e eficiência da vacina, assegurando assim um menor número de vítimas graves e potenciais mortes durante os ensaios.
6. A infeção é provocada pelos esporozoítos que se multiplicam no fígado,
formando assim merozoitos. É importante o alvo da vacina ser os esporozoítos pois deste modo a vacina consegue impedir a proliferação da infeção mais cedo, pois fá-lo antes que o plasmódio se multiplique por esquizogonia no fígado e no sangue. O que não aconteceria se o alvo fosse os merozoitos.
7. A vacinação contra a malária é fundamental para o individuo e para a
população uma vez que, ao apresentar ao sistema imunitário do individuo parte da proteína que cobre os esporozoítos, este passa a reconhecê-la e da próxima vez que a proteína entrar no organismo o sistema imunitário responderá de imediato à presença de esporozoítos, impedindo que se inicie o eficaz ciclo de reprodução assexuada que o Plasmodium realiza no corpo humano, ciclo este que é fatal á nossa espécie. Sendo difícil a reprodução assexuada do Plasmodium num individuo, passa também a ser difícil a transmissão da doença para o resto da população.