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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE ENFERMAGEM

NAYANE TRENTO RIBEIRO

CADERNO DE ROTEIROS PARA CONSULTAS DE ENFERMAGEM

Jataí/GO
2022
HIV/AIDS

• Identificação: (nome, idade, sexo, estado civil, endereço e grau de instrução).


ENTREVISTA/ANAMNESE:
HOUVE PRESENÇA DE:
• Alguma situação de exposição ou relação sexual sem uso de preservativo.
• Mal-estar.
• Perda de peso.
• Febre ou sudorese noturna.
• Diarreia.
• Fadiga.
• Infecções recorrentes (Hepatite viral, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose ou alguns
tipos de cânceres).

EXAME FÍSICO:
• Verificação dos sinais vitais;
• Pulso;
• Respiração;
• P.A.
• Temperatura;
• Dor;
• Aparência (postura e posição; movimentos corporais; vestuário, asseio e higiene);
• Nível de consciência, expressão facial, fala, humor e afeto;
• Cognição;
• Sinais de dermatite seborreica, foliculite, micose cutânea, molusco contagioso,
Sarcoma de Kaposi.
• Cor, áreas com alteração de coloração, temperatura, umidade, turgor, vascularização,
ou hematomas, lesões (local, tamanho, exsudato, leito da lesão, margem e pele
perilesional);
• Inspeção de cabelo e unhas (contorno, formato, consistência e cor);
• Na orofaringe, pesquisar candidíase oral e/ou leucoplasia pilosa Abdome: (Pesquisar
hepatomegalia ou esplenomegalia)
• Inspeção: contorno, simetria, pele, pulsação ou movimento.
• Ausculta: ruídos hidroaéreos, vasculares.
• Percussão: percutir todos os quadrantes, margem do fígado e do baço.
• Palpação: atentar para massas, regiões dolorosas, deformidades, herniações. - Homens:
• Inspeção e palpação: observar o pênis, o escroto, na presença de massa, úlceras,
verrugas, observar os sinais associados. Verifique se há hérnia inguinal e/ou linfonodos.
• Mulheres: Inspeção: observe a genitália externa, os lábios vaginais e as glândulas
uretrais e vestibulares maiores. Se necessário, use o espéculo para inspecionar o colo do
útero e vagina. Observe úlceras, verrugas. - Região perianal: observe presença de
fissuras, lesões, hemorroidas.

FISIOPATOLOGIA:

O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus


compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do
surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema
nervoso e supressão do sistema imune. As células mais atingidas são os linfócitos T
CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de
se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. O HIV
geralmente entra no hospedeiro pela mucosa anogenital. A proteína do envelope viral, a
glicoproteína 120 (GP 120), liga-se à molécula CD4 nas células dendríticas. As células
dendríticas intersticiais são encontradas no epitélio cervicovaginal, bem como no tecido
tonsilar e adenoidal, que podem servir como células-alvo iniciais em infecções
transmitidas por sexo genital-oral. A infecção por HIV recém-adquirida é mais
comumente devido à transmissão de vírus com tropismo para macrófagos do que com
tropismo para células T CD4 +.  As células infectadas pelo HIV se fundem com as
células T CD4 +, levando à disseminação do vírus. O HIV é detectável em linfonodos
regionais dentro de dois dias da exposição da mucosa e no plasma dentro de outros três
dias. Assim que o vírus entra no sangue, ocorre uma disseminação generalizada para
órgãos como o cérebro, o baço e os gânglios linfáticos.
TESTES DIAGNÓSTICOS
Os testes para detecção da infecção pelo HIV podem ser divididos basicamente em
quatro grupos:
● detecção de anticorpos;
● detecção de antígenos;
● cultura viral; e
● amplificação do genoma do vírus. As técnicas rotineiramente utilizadas para o
diagnóstico da infecção pelo HIV são baseadas na detecção de anticorpos contra o vírus.
Estas técnicas apresentam excelentes resultados e são menos dispendiosas, sendo de
escolha para toda e qualquer triagem inicial. Porém detectam a resposta do hospedeiro
contra o vírus, e não o próprio vírus diretamente. As outras três técnicas detectam
diretamente o vírus ou suas partículas. São menos utilizadas rotineiramente, sendo
aplicadas em situações específicas, tais como: exames sorológicos indeterminados ou
duvidosos, acompanhamento laboratorial de pacientes, mensuração da carga viral para
controle de tratamento etc.

 ELISA (ensaio imunoenzimático): essa técnica vem sendo amplamente


utilizada na triagem de anticorpos contra o vírus, pela sua facilidade de
automação, custo relativamente baixo e elevada sensibilidade e especificidade.
 Imunofluorescência indireta: é um teste utilizado na etapa de confirmação
sorológica.
 Western-blot: esse teste é considerado “padrão ouro” para confirmação do
resultado reagente na etapa de triagem. Tem alta especificidade e sensibilidade,
mas, comparado aos demais testes sorológicos, têm um elevado custo.
 Testes rápidos: dispensam em geral a utilização de equipamentos para a sua
realização, sendo de fácil execução e leitura visual.

TRATAMENTO/PROFILAXIA:
O tratamento é feito por meio do uso de antivirais contra o HIV
Não existe cura para a AIDS, mas uma adesão estrita aos regimes antirretrovirais
(ARVs) pode retardar significativamente o progresso da doença, bem como prevenir
infecções secundárias e complicações.
HEPATITES VIRAIS
Identificação (nome, idade, sexo, estado civil, endereço, grau de instrução) Motivo da
consulta:

ENTREVISTA/ANAMNESE:
• Indivíduo que desenvolveu icterícia? (recente ou não) - a história pregressa de
hepatites virais ou icterícia?
• Histórico familiar de hepatite?
• Fatores de risco: Uso de drogas injetáveis?
• Prática sexual não segura? Várias parceiras(os)? Contato com pacientes portadores de
hepatite? - Com ou sem sintomas como: Febre? Mal-estar? Náuseas? Vômitos?
Mialgia? Colúria e hipocolia fecal?
• Sintomático anictérico: - Indivíduo sem icterícia, que apresente um ou mais sintomas
como: Febre? Mal-estar? Náuseas? Vômitos? Mialgia? (investigação laboratorial que
apresente valor aumentado das aminotransferase)
• Assintomático: Indivíduo exposto a uma fonte de infecção bem documentada (na
hemodiálise, em acidente ocupacional com exposição percutânea ou de mucosas, por
transfusão de sangue ou hemoderivados, procedimentos
cirúrgicos/odontológicos/colocação de piercings/tatuagem com material não
esterilizado, por uso de drogas com compartilhamento de instrumentos).
• Comunicante de caso confirmado de hepatite, independentemente da forma clínica e
evolutiva do caso índice.
• Indivíduo com alteração de aminotransferases no soro igual ou três vezes maior que o
valor máximo normal dessas enzimas, segundo o método utilizado.
• Local de moradia: Possui saneamento básico?
• Exame físico:
• Verificação dos sinais vitais e classificação
• Pulso
• Respiração
• Pressão arterial
• Temperatura
• Dor Observar higiene pessoal;
• Observar a presença de lesões sugestivas de uso de drogas, tatuagens e piercings; -
Ausculta cardíaca e pulmonar - Avaliação do sistema gastrointestinal

FISIOPATOLOGIA:
As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com
tropismo primário pelo fígado, que apresentam características epidemiológicas, clínicas
e laboratoriais distintas. A distribuição das hepatites virais é universal, sendo que a
magnitude varia de região para região, de acordo com os diferentes agentes etiológicos.
No Brasil, esta variação também ocorre. As hepatites virais têm grande importância para
a saúde pública e para o indivíduo, pelo número de indivíduos atingidos e pela
possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas.
Quanto às formas de transmissão, as hepatites virais podem ser classificadas em dois
grupos: o grupo de transmissão fecal-oral (HAV e HEV) tem seu mecanismo de
transmissão ligado a condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da
água e dos alimentos. A transmissão percutânea (inoculação acidental) ou parenteral
(transfusão) dos vírus A e E é muito rara, devido ao curto período de viremia dos
mesmos. O segundo grupo (HBV, HCV e HDV) possui diversos mecanismos de
transmissão, como o parenteral, sexual, compartilhamento de objetos contaminados
(agulhas, seringas, lâminas de barbear, escovas de dente, alicates de manicure),
utensílios para colocação de piercing e confecção de tatuagens e outros instrumentos
usados para uso de drogas injetáveis e inaláveis. Há também o risco de transmissão
através de acidentes perfurocortantes, procedimentos cirúrgicos e odontológicos e
hemodiálises sem as adequadas normas de biossegurança. Hoje, após a triagem
obrigatória nos bancos de sangue (desde 1978 para a hepatite B e 1993 para a hepatite
C), a transmissão via transfusão de sangue e hemoderivados é relativamente rara. A
transmissão por via sexual é mais comum para o HBV que para o HCV. Na hepatite C
poderá ocorrer a transmissão principalmente em pessoa com múltiplos parceiros,
coinfectada com o HIV, com alguma lesão genital (DST), alta carga viral do HCV e
doença hepática avançada. Os vírus das hepatites B, C e D possuem também a via de
transmissão vertical (da mãe para o bebê). Geralmente, a transmissão ocorre no
momento do parto, sendo a via transplacentária incomum. A transmissão vertical do
HBV ocorre em 70% a 90% dos casos de mães com replicação viral (HBeAg positivas);
nos casos de mães sem replicação viral (HBeAg negativas) a probabilidade varia entre
30% a 50% – o que não altera a conduta a ser adotada para a criança (vacinação e
imunoglobulina nas primeiras doze horas de vida). Na hepatite C, a transmissão vertical
é bem menos frequente, podendo ocorrer em aproximadamente 6% dos casos.
Entretanto, se a mãe for co-infectada com o HIV, este percentual sobe para até 17%. A
transmissão vertical não tem importância para os vírus A e E.
EXAMES DIAGNÓSTICOS:
TRATAMENTO/PROFILAXIA:
Imunização – o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil disponibiliza
vacinas contra as hepatites A e B. - A vacina de Hepatite A foi introduzida no
calendário infantil em 2014, para crianças de 1 a 2 anos de idade. O encaminhamento,
quando indicado, deverá ser feito pelo médico, está disponível nos Centros de
Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) e está indicada para pacientes
suscetíveis à hepatite A, com hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, inclusive
portadores do HCV e/ou do HBV, coagulopatias, fibrose cística, trissomias,
imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora, hemoglobinopatias,
doenças de depósito. Também para crianças menores de 13 anos com HIV/aids, adultos
com HIV/AIDS com doença crônica pelo HBV ou HCV, candidatos a transplantes de
órgão sólidos, cadastrados em programas de transplantes, transplantados de órgão sólido
ou de medula óssea e doadores de órgão sólido ou de medula óssea, cadastrados em
programas de transplantes. - A vacina contra hepatite B é administrada em 3 doses, com
os intervalos de 0, 1 e 6 meses. O PNI normatiza a vacinação universal dos recém-
nascidos e indivíduos menores de 49 anos e, independentemente da idade, para grupos
populacionais mais vulneráveis, tais como: profissionais de saúde, bombeiros, policiais
militares, civis e rodoviários envolvidos em atividade de resgate, carcereiros de
delegacias e penitenciárias, caminhoneiros, doadores de sangue, vítimas de abuso
sexual, usuários de drogas injetáveis e inaláveis, pessoas privadas de liberdade,
pacientes psiquiátricos, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo,
populações indígenas, comunicantes domiciliares de portadores de HBsAg positivos,
pacientes em hemodiálise, politransfundidos, talassêmicos, portadores de anemia
falciforme, portadores de neoplasias, portadores de HIV, portadores de hepatite C,
coletadores de lixo hospitalar e domiciliar, profissionais do ramo da beleza.
• Imunoglobulina – a imunoglobulina humana anti-hepatite tipo B (IGHAB) é indicada
para pessoas não vacinadas, ou com esquema incompleto, após exposição ao vírus da
hepatite B.
• Os trabalhadores da saúde devem obedecer às normas universais de biossegurança e
imunização contra a hepatite B.
• Recém-nascidos de mães portadoras do vírus da hepatite B devem receber a 1ª dose
da vacina contra hepatite B e imunoglobulina preferencialmente nas primeiras 12 horas
de vida. Se estas normas forem devidamente obedecidas, a amamentação não é
contraindicada.
• Realização de ações de educação: além das medidas de controle específicas para as
hepatites virais, ações de educação em saúde devem ser desenvolvidas para os
profissionais de saúde e para a comunidade em geral

HANSENÍASE

Identificação (nome, idade, sexo, estado civil, endereço, grau de instrução) Motivo da
consulta:
Entrevista/Anamnese:

- Histórico clínico

- Aspectos socioeconômicos e demográficos

- Rede de apoio domiciliar

- Cartão vacinal

- Histórico

- Tosse por três semanas ou mais?

Acompanhado de:

- Perda de peso

- Falta de apetite

- Sudorese noturna

- Episódio de hemoptise (casos graves)

Exame físico:

Verificação dos sinais vitais e classificação

● Pulso

● Respiração

● Pressão arterial

● Temperatura

● Dor

● Saturação - Ausculta cardíaca e pulmonar - Avaliação sistema respiratório

➔ Solicitar da baciloscopia de escarro e/ou teste rápido molecular;

➔ Solicitação de cultura de escarro ao LACEN-GO nos casos de retratamento de


tuberculose e de populações vulneráveis;

➔ Realização e leitura do teste tuberculínico (PPD) se capacitado e quando necessário;


➔ Notificação do caso em ficha específica preconizada pelo Ministério da Saúde.
FISIOPATOLOGIA:
Suspeita clínica Suspeita clínica é definida com a presença de tosse por no mínimo 3
semanas e/ou qualquer um dos seguintes sintomas: febre persistente (normalmente
vespertina) por pelo menos 2 semana, perda de peso ou dispneia (normalmente com
dor), sudorese noturna ou hemoptise (tosse com sangue). Observar diagnóstico
diferencial para pacientes com diagnóstico de asma, DPOC e broncopneumonia.
Atenção especial deve ser dada nos seguintes casos: comunidades fechadas; etilistas;
usuários de drogas; imunodeprimidos (câncer, doença autoimune, HIV/AIDS e DM mal
controlados, doença renal e hepática), trabalhadores em contato com TB, pacientes que
já abandonaram tratamento anterior; moradores de rua; privados de liberdade;
indígenas; e pessoas institucionalizados. Nestes casos, investigar TB com tosse
persistente a partir de uma semana. Na suspeita clínica o enfermeiro deverá solicitar 2
amostras de escarro (para baciloscopia, cultura e teste de sensibilidade) e raio-X de
tórax. As amostras de escarro devem ser uma na consulta e outra a ser coletada na
manhã (ao acordar) do dia seguinte. Se o diagnóstico for evidenciado pela baciloscopia
e/ou cultura, iniciar tratamento. Em caso negativo, encaminhar para interpretação de
raio-X de tórax pelo médico.

EXAMES DIAGNÓSTICOS:
Confirmação de caso de tuberculose:

Considera-se confirmação de caso de Tuberculose pulmonar com, pelo menos:

1. Uma ou ambas as amostras de baciloscopias diretas positivas; ou

2. Uma cultura positiva, indiferentemente dos resultados das baciloscopias; ou

3. Imagem radiológica sugestiva de tuberculose

Nos casos contemplados pelos itens 1 e 2 o enfermeiro poderá realizar a confirmação


diagnóstica de tuberculose. Para todos os usuários com TB confirmada deve-se ofertar
teste rápido HIV (ou teste laboratorial, na impossibilidade de realização do teste rápido).
O afastamento das atividades laborais ou estudantis se faz necessário de imediato. Dessa
forma, solicitar interconsulta com médico para emissão de atestado. Se o paciente não
se enquadrar nos três casos descritos acima, mas persistir com clínica sugestiva de TB, o
médico poderá fechar diagnóstico para TB, independentemente dos resultados de
exames laboratoriais/imagem
TRATAMENTO/PROFILAXIA:

O enfermeiro poderá prescrever somente o esquema básico de tratamento para


tuberculose pulmonar, incluindo a fase intensiva e fase de manutenção. A prescrição do
tratamento (início ou renovação) só poderá ser realizada nas seguintes situações:

• Nos casos novos - paciente que nunca usou medicamento anti-TB ou usou por menos
de 30 dias.

• No 1º retratamento após cura - indivíduo com tuberculose pulmonar em atividade que


já se tratou anteriormente com esquema básico e recebeu alta por cura. Neste caso o
enfermeiro poderá reiniciar o tratamento básico e solicitar Cultura e Teste de
Sensibilidade, porém deverá agendar consulta médica no mês subsequente para
reavaliação.

• No retratamento após abandono – doente que após iniciado o tratamento básico de


tuberculose pulmonar, deixou de realizar o tratamento por mais de 30 dias consecutivos
após data de início dele. Neste caso o enfermeiro poderá reiniciar o tratamento básico e
solicitar Cultura e Teste de Sensibilidade, porém deverá agendar consulta médica no
mês subsequente para reavaliação.
• O enfermeiro poderá iniciar tratamento básico para tuberculose pulmonar em
dependentes químicos nos casos novos, 1º retratamento ou retratamento após abandono
de tratamento básico, porém deverá agendar consulta médica subsequente para
reavaliação. O acompanhamento destes casos deverá ser compartilhado com o médico.
O enfermeiro não poderá iniciar o tratamento para tuberculose pulmonar nas seguintes
situações: menores de 18 anos; gestantes; pacientes com história de doença hepática
prévia; pacientes com história de nefropatias; pacientes com idade avançada (60 anos ou
mais); pacientes com desnutrição severa; coinfecção por HIV; e TB multirresistente.
Nestes casos, o enfermeiro poderá realizar acompanhamento compartilhado com o
médico e solicitar exames de controle/acompanhamento (baciloscopias e cultura).

A vacina BCG é prioritariamente indicada para crianças de 0 a 4 anos de idade,


conforme as recomendações a seguir:

• Recém-nascidos com peso maior ou igual a 2kg devem ser vacinados ao nascer, o
mais precocemente possível, ainda na maternidade ou na primeira visita ao serviço de
saúde.

• Crianças vacinadas na faixa etária preconizada que não apresentam cicatriz vacinal
após 6 meses da administração da vacina devem ser revacinadas apenas uma vez. Para
indivíduos expostos ao HIV, devem ser consideradas as seguintes condições:

• Crianças filhas de mãe HIV positiva podem receber a vacina o mais precocemente
possível até os 18 meses de idade, se assintomáticas e sem sinais de imunodeficiência;

• Crianças com idade entre 18 meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias, não vacinadas,
somente podem receber a vacina BCG após sorologia negativa para HIV; para estes
indivíduos, a revacinação é contraindicada;

• A partir dos 5 anos de idade, indivíduos portadores de HIV não devem ser vacinados,
mesmo que assintomáticos e sem sinais de imunodeficiência.

CONSULTA A PESSOA IDOSA

Histórico de Enfermagem e Exame Físico


Histórico de Enfermagem deve conter dados que permitam uma análise geral e prática
das alterações apresentadas pelo idoso.

Dados pessoais: Nome do idoso, número do Cartão SUS e prontuário, sexo, idade e
estado civil, religião, instrução, ocupação anterior, ocupação atual; endereço (investigar
informações sociais e familiares e características da habitação); e motivo da consulta.
Avaliação da pessoa idosa:

Medicações e tratamentos (prescritos ou por conta própria): Pesquisar medicamentos em


uso (quantidade, horário, associações) e investigar a automedicação. Se atentar para os
casos de interação medicamentosa. Perguntar sobre possíveis tratamentos para casos
específicos.

Antecedentes de diagnósticos clínicos: Pesquisar por condições crônicas como:


Acidente Vascular Cerebral; Anemia; Asma; Diabetes mellitus; Doença arterial
coronariana; Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; Epilepsia; Hipertensão Arterial;
Insuficiência cardíaca; Úlcera gastrointestinal, e condições frequentes: Depressão;
Incontinência Urinária; Incontinência Fecal; Declínio cognitivo e outras condições.

Antecedentes cirúrgicos: questionar sobre antecedentes cirúrgicos, ano de realização,


possíveis complicações e outras observações. Reações adversas ou alergia a medicação:
registrar o nome do medicamento, a data, e as reações adversas ou alergias relatadas.

Dados antropométricos: verificar o peso, altura IMC, Circunferência Abdominal e


Circunferência de panturrilha esquerda conforme a figura abaixo.

Investigar quanto a cognição e humor: investigar perda de memória e desinteresse em


atividades prazerosas.
Condições de comunicação: perguntar sobre possíveis dificuldades de comunicação que
podem ocorrer devido a alterações na visão, audição, comprometimento da memória e
raciocínio.

Realizar avaliação ambiental: questionar áreas de locomoção dentro de casa, iluminação


do ambiente, condições do banheiro, cozinha e quartos. Verificar também se há
presença de escada.

Avaliação de quedas: pesquisar a causas mais comuns relacionadas às quedas de


pessoas idosas na comunidade (ambiente de moradia; fraqueza/distúrbios de equilíbrio e
marcha; tontura/vertigem; alteração postural/hipotensão ortostática; lesão no SNC;
síncope; redução da visão).

Identificação de dor crônica: perguntar sobre a presença de dor igual ou superior a 3


meses, sua característica, o que piora ou melhora a dor.

Hábitos de vida: investigar o interesse social e lazer, atividade física, alimentação, sono
e repouso.

Controle de sinais vitais: deve ser feita de forma cuidadosa, atentando-se para
hipotensão ortostática que é comum na idade avançada.

Condições de Higiene: observar as condições de higiene para obter dados que reflitam o
grau de autocuidado, nível de dependência e sistema de apoio que o idoso costuma
contar. Na inspeção inicial, verificar as condições de higiene desde o cabelo até as
unhas dos pés.

Pele: observar aspectos relativos à umidade, textura, turgor e presença de lesões. O


turgor diminuído pode indicar desidratação. Se atentar para possíveis lesões na pele que
indiquem maus tratos.

Cabeça e pescoço: anotar alterações referentes a qualquer um destes segmentos, como


no cabelo, couro cabeludo, pálpebras, nariz, boca e mucosa, lábios, dentição, orelhas,
face, garganta e pescoço. Perda de dentes ou dentaduras adaptadas inadequadamente são
responsáveis por vários problemas em idosos.

Audição: avaliar através do instrumento proposto. Idosos com 65 ou mais anos


apresentam diminuição de audição (Presbiacusia). Se atentar para os problemas
psicossociais e acidentes que podem acontecer em função dessa alteração.

Visão: avaliar a partir do instrumento proposto. São cinco as principais causas de baixa
visão em idoso: presbiopia, catarata, degeneração de mácula, glaucoma e retinopatia
diabética.

Tronco anterior e posterior: realizar ausculta pulmonar e cardíaca; registrar os


problemas referentes às alterações detectadas no tórax, abdômen e nas costas.
Modificações anatômicas no tórax, como na medida do diâmetro transverso podem
aparecer.

Genitais: pode aparecer atrofia testicular (diminuição do tamanho do testículo).


Membros: avaliar membros de forma geral. Temperatura e aspectos das mãos, incluindo
deformidades articulares devem ser observados. Atrofia lenta e constante dos músculos
pode aparecer, ocasionando diminuição da força, resistência e agilidade e agravos
relativos à incapacidade.

Edemas de MMII e em particular “pés inchados” não são alterações exclusivas da


Insuficiência Cardíaca, mas podem indicar também falta de locomoção, varizes de
membros inferiores e permanência excessiva em posição sentada.

Postura e marcha: na velhice podem existir alterações típicas de postura as quais variam
a época e a velocidade que estas modificações ocorrem e até onde elas serão
influenciadas por doenças, medicamentos e sequelas de doenças. A marcha senil
caracteriza-se por aumento da flexão dos cotovelos, cintura e quadril. Diminui também
o balanço dos braços, o levantamento dos pés e o comprimento dos passos (marcha de
pequenos passos). A marcha alterada pode surgir em decorrência de doenças
neurológicas e/ ou osteomusculares.

Diagnósticos de enfermagem

Fadiga

Hipertensão

Intervenções de enfermagem

Seguir protocolo de Hipertensão Arterial; incentivar mudanças de estilo de vida;


orientar ingesta de dieta hipossódica; Controlar o excesso de peso; Monitorar Pressão
Arterial frequentemente, Realizar atividades físicas regulares.

Investigar causas. Solicitar exame. Orientar quanto a alimentação saudável.

HANSENÍASE

• Identificação (nome, idade, sexo, estado civil, endereço, grau de instrução ocupação)
Diagnóstico? Suspeita? Motivo da consulta:

ENTREVISTA/ANAMENSE:
• Febre, mal-estar, dor?
• Sintomas - Dermatológicos: - Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas
• Papilas, infiltração - Tubérculos, nódulos Neurológicos:
• Cefaleia; tonturas; desmaios outros?
• Dor e/ou espessamento de nervos periféricos
• Diminuição e/ou perda de sensibilidade e força muscular, principalmente nos olhos,
mãos e pés - A neurite pode ser aguda, crônica ou silenciosa Cardiovascular:
• Palpitação, dor precordial, formigamento, falta de ar?
• Digestivo: Náuseas; vômitos; pirose; dor abdominal? Ginecológico e urológico: -
DUM; menopausa; contraceptivo Eliminações fisiológicas: frequências? consistência?
diarréia? Eliminações urinárias: frequência? constipação? Sistêmicos:
• Manifestações viscerais (febre, mal-estar, dor) órgãos:
• Globo ocular
• Faringe
• Fígado
• Baço
• Sistema vascular periférico
• Linfonodos
• Testículos
•Condições sociodemográficas: - Tipo de moradia? - Quantas pessoas coabitam a sua
residência? - Número de cômodos? - Destino do lixo? Energia e iluminação?
Antecedentes:
• Possui alguma outra doença?
• Medicamentos (contraceptivos)
• Alergia medicamento; Doença na família? H.A, DM, C.A
•Histórico de hanseníase na família? Hábitos de vida:
• Alimentação saudável/adequada? - Fumante? - Etilista? - Drogas? - Atividade física
(regular)?
• Padrão do sono?
Imunização: Esquema completo? Data da última dose? Conhecimento acerca da
doença? Já ouviu falar sobre Hanseníase? Sinais e sintomas? Transmissão? Tratamento?
Exame físico:
• Verificação dos sinais vitais e classificação
● Pulso
● Respiração
● Pressão arterial
● Temperatura
● Dor
● Saturação - Ausculta cardíaca e pulmonar
• Avaliação neurológica Palpação dos Nervos Avaliação da força muscular (sempre
comparar lados) Teste de sensibilidade (dolorosa, tátil, térmica)
• Dermatológico: Pele: - Alteração na pigmentação? - Quantidade de manchas/lesões <
5 ou > 5 localizações
• Características das manchas/lesões: Turgor Lesões Edema Fissura Nódulos
• Olhos:
- Acuidade visual
- Prurido
- Lagoftalmo
- Triquíase; ectópico; madarose
- Aparência corneana
- Alteração na sensibilidade corneana
- Paresia do músculo orbicular
- Coloração conjuntiva Nariz:
- Desabamento do nariz - Perfuração do septo
- Obstrução nasal Membros inferiores e superiores: Membros inferiores e superiores:
- Alteração da marcha
- Sensibilidade (alteração)
- Neurite - Mão racional
- Garra ulnar/mediano
- Mão caída
- Pé racional
- Artelhos em garra
- Pé caído
– Lesões

FISIOPATOLOGIA:

Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta uma ou mais de uma das seguintes
características e que requer quimioterapia:

•lesão (ões) de pele com alteração de sensibilidade;

•acometimento de nervo(s) com espessamento neural;

•baciloscopia positiva.

A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que é um


parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos
nervos periféricos, que se instala no organismo da pessoa infectada, podendo se
multiplicar. O tempo de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em média, de
11 a 16 dias. O M. leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, isto é, infecta
muitas pessoas, no entanto só poucas adoecem. O homem é reconhecido como única
fonte de infecção (reservatório), embora tenham sido identificados animais naturalmente
infectados.

EXAMES DIAGNÓSTICOS:

A hanseníase manifesta-se através de lesões de pele que se apresentam com diminuição


ou ausência de sensibilidade. As lesões mais comuns são:

• Manchas pigmentares ou discrômicas: resultam da ausência, diminuição ou aumento


de melanina ou depósito de outros pigmentos ou substâncias na pele.

• Placa: é lesão que se estende em superfície por vários centímetros. Pode ser individual
ou constituir aglomerado de placas.

• Infiltração: aumento da espessura e consistência da pele, com menor evidência dos


sulcos, limites imprecisos, acompanhando-se, às vezes, de eritema discreto. Pela
vitropressão, surge fundo de cor café com leite. Resulta da presença na derme de
infiltrado celular, às vezes com edema e vasodilatação.

• Tubérculo: designação em desuso, significava pápula ou nódulo que evolui deixando


cicatriz.
• Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cm de tamanho. É processo
patológico que se localiza na epiderme, derme e/ou hipoderme. Pode ser lesão mais
palpável que visível.

Essas lesões podem estar localizadas em qualquer região do corpo e podem, também,
acometer a mucosa nasal e a cavidade oral. Ocorrem, porém, com maior frequência, na
face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas.

O diagnóstico clínico é realizado através do exame físico onde procede-se uma


avaliação dermatoneurológica, buscando-se identificar sinais clínicos da doença. Antes,
porém, de dar-se início ao exame físico, deve-se fazer a anamnese colhendo
informações sobre a sua história clínica, ou seja, presença de sinais e sintomas
dermatoneurológicos característicos da doença e sua história epidemiológica, ou seja,
sobre a sua fonte de infecção. O roteiro de diagnóstico clínico constitui-se das seguintes
atividades:

• Anamnese - obtenção da história clínica e epidemiológica;

• avaliação dermatológica - identificação de lesões de pele com alteração de


sensibilidade;

• avaliação neurológica - identificação de neurites, incapacidades e deformidades;

• diagnóstico dos estados reacionais;

• diagnóstico diferencial;

• classificação do grau de incapacidade física.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

A baciloscopia é o exame microscópico onde se observa o Mycobacterium leprae,


diretamente nos esfregaços de raspados intradérmicos das lesões hansênicas ou de
outros locais de coleta selecionados: lóbulos auriculares e/ou cotovelos, e lesão quando
houver. É um apoio para o diagnóstico e serve como um dos critérios de confirmação de
recidiva quando comparado ao resultado no momento do diagnóstico e da cura. Por nem
sempre evidenciar o Mycobacterium leprae nas lesões hansênicas ou em outros locais de
coleta, a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico da hanseníase. Mesmo sendo a
baciloscopia um dos parâmetros integrantes da definição de caso, ratifica-se que o
diagnóstico da hanseníase é clínico. Quando a baciloscopia estiver disponível e for
realizada, não se deve esperar o resultado para iniciar o tratamento do paciente. O A
ausência de resposta ao toque da ponta da caneta esferográfica indica comprometimento
da sensibilidade protetora.

- Pesquisa de sensibilidade da córnea, com uso de fio dental

- Pesquisa da sensibilidade térmica com tubo de ensaio

- Pesquisa da sensibilidade tátil com algodão seco


- Pesquisa de sensibilidade protetora com uso de caneta esferográfica

Guia para o Controle da Hanseníase Cadernos da Atenção Básica tratamento é iniciado


imediatamente após o diagnóstico de hanseníase e a classificação do paciente em pauci
ou multibacilar baseado no número de lesões de pele.

TRATAMENTO/PROFILAXIA:

O tratamento específico da pessoa com hanseníase, indicado pelo Ministério da Saúde,


é a poliquimioterapia padronizada pela Organização Mundial de Saúde, conhecida como
PQT, devendo ser realizado nas unidades de saúde. A PQT mata o bacilo tornando-o
inviável, evita a evolução da doença, prevenindo as incapacidades e deformidades
causadas por ela, levando à cura. O bacilo morto é incapaz de infectar outras pessoas,
rompendo a cadeia epidemiológica da doença. Assim sendo, logo no início do
tratamento, a transmissão da doença é interrompida, e, sendo realizado de forma
completa e correta, garante a cura da doença. A poliquimioterapia é constituída pelo
conjunto dos seguintes medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina, com
administração associada.

Esquema Paucibacilar (PB)

Neste caso é utilizada uma combinação da rifampicina e dapsona, acondicionados


numa cartela, no seguinte esquema:

• medicação: - rifampicina: uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com
administração supervisionada, - dapsona: uma dose mensal de 100mg supervisionada e
uma dose diária autoadministrada; não é eticamente recomendável tratar o paciente com
hanseníase com um só medicamento. 32 Guia para o Controle da Hanseníase Cadernos
da Atenção Básica

• duração do tratamento: 6 doses mensais supervisionadas de rifampicina

. • critério de alta: 6 doses supervisionadas em até 9 meses


Esquema Multibacilar (MB)

Aqui é utilizada uma combinação da rifampicina, dapsona e de clofazimina,


acondicionados numa cartela, no seguinte esquema:

• medicação:

- Rifampicina: uma dose mensal de 600 mg (2 cápsulas de 300 mg) com administração
supervisionada;

- Clofazimina: uma dose mensal de 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) com administração
supervisionada e uma dose diária de 50mg autoadministrada; e

- Dapsona: uma dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária


autoadministrada;

• duração do tratamento: 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina;

• critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses.


TUBERCULOSE
ANAMNESE

O enfermeiro deve coletar o histórico pessoal e familiar do indivíduo, tendo como foco
os sinais e sintomas da doença e os hábitos do paciente.

Doença pulmonar: As manifestações clássicas são tosse persistente (> 15 dias), febre
vespertina, sudorese noturna e perda ponderal. A forma primária é mais comum em
crianças, sendo frequentemente insidiosa.

Os clientes idosos podem apresentar manifestações atípicas, como comportamento


incomum ou transtorno do estado mental, febre, anorexia e perda de peso. Em geral, os
clientes idosos exibem sintomas menos pronunciados do que os clientes mais jovens.

Os fatores de risco mais comuns são:

Contato íntimo com alguém que apresenta TB ativa;

Estado imunocomprometido (p. ex., indivíduos idosos, câncer, terapia com


corticosteroides e HIV);

Uso de drogas injetáveis e alcoolismo;

Cuidado de saúde inadequado (p. ex., moradores de rua ou extremamente pobres,


minorias, crianças e adultos jovens);

Condições clínicas preexistentes, incluindo diabetes mellitus, insuficiência renal


crônica, silicose e desnutrição;

Imigração de países com alta prevalência de TB (p. ex., Haiti, Sudeste Asiático);
Institucionalização (p. ex., instituições de cuidados prolongados, prisões);

Condições de vida (i. e., em residência abaixo dos padrões e em condições


aglomeradas);

Ocupação (p. ex., profissionais de saúde, particularmente os que realizam atividades de


alto risco).

Exame Físico:

Na doença pulmonar, o exame físico é, muitas vezes, inexpressivo. À ausculta pode


haver redução do murmúrio vesicular com redução do frêmito toracovocal quando há
derrame pleural e/ou pectoriloquia quando há consolidação parenquimatosa pulmonar.

Exames complementares devem ser solicitados:

Teste cutâneo para TB (teste de Mantoux); teste QuantiFERON-TB Gold (QFT- G),
teste QuantiFERON-TB Gold in-tube (QFT-GIT), teste para TB T-SPOT (T-Spot) e
teste Xpert MTB/RIF;

Radiografia de tórax;

Esfregaço de escarro para bacilo álcool-acidorresistente (BAAR), seguido de cultura se


o esfregaço for positivo;

Outras avaliações, incluindo história completa e exame físico e suscetibilidade a


medicamentos, se os resultados forem positivos....

Terapia Farmacológica:
As diretrizes recomendadas de tratamento para casos recém-diagnosticados de TB
pulmonar têm duas fases: uma fase de tratamento inicial (medicamentos administrados
diariamente durante 8 semanas) e uma fase de continuação (um período adicional de 4 a
7 meses).

O tratamento da fase inicial consiste em um esquema diário de múltiplos medicamentos


com agentes de primeira linha e vitamina B6. A fase de continuação do tratamento
inclui isoniazida (INH) e rifampicina ou INH e rifapentina
Os medicamentos de primeira linha incluem INH, rifampicina, pirazinamida (PZA) e
etambutol, diariamente, durante 8 semanas e com continuação por um período de 4 a 7
meses. Dispõe-se de combinações como INH e rifampicina, ou INH, PZA e rifampicina,
e medicamentos administrados 2 vezes/semana (p. ex., rifapentina) para ajudar a
melhorar a adesão do cliente ao tratamento; entretanto, essas combinações têm custo
elevado.
Os medicamentos de segunda linha incluem capreomicina, etionamida e ciclosserina
A INH também é usada como medida profilática para indivíduos que correm risco de
TB.

Diagnósticos de Enfermagem:
Nutrição Desequilibrada: menor do que as necessidades corporais;
Déficit de conhecimento;
Conhecimento deficiente sobre o regime terapêutico;
Dor aguda;
Ansiedade;
Intolerância a atividade a ser realizada pelo paciente;
Padrão respiratório comprometido;
Troca de gases prejudicada;
Hipertermia;
Mobilidade física prejudicada (dor);
Fadiga;
Controle de medicamentos;
Risco de Infecção.
Intervenções de Enfermagem:
Monitoração nutricional;
Controle nutricional;
Ensino: dieta prescrita;
Melhora da Educação em Saúde;
Ensino: indivíduo;
Ensino: processo da doença;
Educação em saúde;
Controle da dor;
Administração de medicamentos;
Redução da Ansiedade;
Apoio Emocional;
Toque terapêutico;
Monitorização dos sinais vitais;
Oxigenoterapia;
Assistência Ventilatória;
Cuidados com o repouso no leito;
Controle de medicamentos;
Tratamento da febre;
Controle do ambiente;
Resultados Esperados:
Conhecimento: comportamento da saúde;
Promoção da saúde;
Cuidados na doença;
Melhora do padrão respiratório
Controle da dor;
Nível de desconforto;
Tolerância a atividade;
Nível de Fadiga;
Conservação de energia;
Repouso;
Resposta à ventilação mecânica;
Estado respiratório: permeabilidade das vias aéreas;
Controle de riscos comunitários: doenças contagiosas.

COVID 19
A infecção humana provocada pelo SARS-CoV-2 é uma zoonose. O vírus é classificado
como um beta Coronavírus do mesmo subgênero da Síndrome Respiratória do Oriente
Médio (MERS), porém de outro subtipo. A transmissão do SARS-CoV-2 de humanos
para humanos foi confirmada na China e nos EUA e ocorre principalmente com o
contato de gotículas respiratórias oriundas de pacientes doentes e sintomáticos. A
transmissão do vírus por indivíduos assintomáticos segue em controvérsia até o presente
momento. Em média, o período de incubação é estimado em de 5 a 6 dias, podendo
variar de 0 a 14 dias.

SINAIS E SINTOMAS
O paciente com a doença COVID-19 apresenta geralmente os seguintes sintomas e
sinais:
• Febre (>=37,8ºC);
• Tosse;
• Dispneia;
• Mialgia e fadiga;
• Sintomas respiratórios superiores; e
• Sintomas gastrointestinais, como diarreia (mais raros).
DIAGNÓSTICO
O quadro clínico inicial da doença é caracterizado como Síndrome Gripal. O
diagnóstico sindrômico depende da investigação clínico-epidemiológica e do exame
físico. Conduta uniforme é sugerida para todos os casos de SG no contexto da
APS/ESF, dada a impossibilidade de atestar com 100% de segurança se a SG é causada
pelo SARS-CoV-2 ou por outro vírus. O diagnóstico laboratorial para identificação do
vírus SARS-CoV-2 é realizado por meio das técnicas de RT-PCR em tempo real ou
teste rápido sorológico validado pelas instituições de referência.

O manejo diagnóstico e terapêutico de pessoas com suspeita de infecção respiratória


caracterizada como Síndrome Gripal, causada ou não por COVID-19, no contexto da
APS/ESF incluiu os passos a seguir:
1. Identificação de caso suspeito de Síndrome Gripal e de COVID-19
2. Medidas para evitar contágio na UBS
3. Estratificação da gravidade da Síndrome Gripal
4. Casos leves: manejo terapêutico e isolamento domiciliar
5. Casos graves: estabilização e encaminhamento a serviços de urgência/emergência ou
hospitalares
6. Notificação Imediata
7. Monitoramento clínico
8. Medidas de prevenção comunitária e apoio à vigilância ativa
SÍNDROME GRIPAL – SG Indivíduo que apresente febre de início súbito, mesmo
que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta ou dificuldade respiratória, na
ausência de outro diagnóstico específico. Em crianças com menos de 2 anos de idade,
considera-se também como caso de Síndrome Gripal: febre de início súbito (mesmo que
referida) e sintomas respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal), na ausência de outro
diagnóstico específico.
SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE – SRAG Indivíduo de qualquer
idade, com Síndrome Gripal (conforme definição anterior) e que apresente os seguintes
sinais de gravidade: • Saturação de SpO2
CASOS LEVES: MANEJO TERAPÊUTICO E ISOLAMENTO DOMICILIAR
Manejo Terapêutico Casos leves devem ser manejados com medidas não-
farmacológicas como repouso, hidratação, alimentação adequada, além de analgésicos e
anti-térmicos e isolamento domiciliar por 14 dias a contar da data de início dos sintomas
(Tabela 8 Manejo terapêutico da SG na APS). Diante da possibilidade de síndrome
gripal por outros vírus, como a Influenza, indica-se o uso de Oseltamivir nos casos de
síndrome gripal e fatores de risco para complicações (Tabela 9). Na Tabela10 encontra-
se a dose de oseltamivir ajustada para pacientes com insuficiência renal. A vigilância
ativa e continuada desses pacientes que estão recebendo acompanhamento ambulatorial
é a principal ferramenta para o manejo. É necessária a comunicação plena com um
profissional de saúde da APS/ESF durante todo o cuidado doméstico do paciente até a o
fim do período de isolamento. A revisão dos sintomas e o seguimento da evolução do
quadro devem ser realizados por um profissional da APS, a cada 24hs em pessoas com
mais de 60 anos e portadores de comorbidades de risco e a cada 48hs nos demais, até
completar completar 14 dias do início dos sintomas. Caso seja necessário, realizar
atendimento presencial, idealmente no domicílio.
Isolamento Domiciliar Todas as pessoas com diagnóstico de Síndrome Gripal deverão
realizar isolamento domiciliar, portanto faz-se necessário o fornecimento de atestado
médico até o fim do período de isolamento, isto é, 14 dias a partir do início dos
sintomas.
REFERÊNCIAS

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
influenza_aprender_cuidar_banalizar_superestimar.pdf

https://www.sbmfc.org.br/wp-content/uploads/2020/06/BMJ-22-6-20.pdf

https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1785-quais-exames-sao-usados-para-o-
diagnostico-da-covid-19#:~:text=A%20Sociedade%20Brasileira%20de
%20Reumatologia,(anticorpos%20presente%20no%20sangue).

file:///C:/Users/nayan/Downloads/
TTO_Farmacologico_PacienteAdultoHospitalizado_Covid19_20052021-v2.pdf

https://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/dengue-chikungunya-e-zika.pdf

https://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/dengue-chikungunya-e-zika.pdf
PRADO, Marta Lenise do et al (org.). Fundamentos para o cuidado profissional de

enfermagem. 3. ed. Florianópolis: UFSC, 2013. 548 p. Revisada e ampliada.

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/07_0044_M2.pdf

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf

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