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Pertencem à ordem Diptera, família Culicidae, gênero Anopheles Meigen, 1818. Este gênero
compreende, aproximadamente, 400 espécies, das quais cerca de 60 são encontradas no
Brasil.
A espécie Anopheles darlingi é o principal vetor da malária no Brasil. A fêmea desta espécie
tem um comportamento extremamente antropofílico (preferem se alimentar de humanos e
não de animais) e endofílico (tendencia do mosquito permanecer dentro de casa após se
alimentar do sangue, ao inves de sair de casa). Entre as espécies brasileiras vetoras de malária,
esta espécie tem hábitos de picar no interior das residencias ( endofagia ) e nas proximidades
das residências ( exofagia ).
O Anopheles darlingi mantém altos níveis de transmissão de malária, mesmo com densidades
reduzidas, e é encontrado em quase todo o Brasil, exceto em regiões de altitude elevada (mais
de 1.000 metros), no sertão nordestino e no estado do Rio Grande do Sul. Por essa razão, o
país é considerado área receptiva de malária.
Entretanto, em situações de alta densidade, o Anopheles darlingi ocupa vários outros tipos de
criadouros, incluindo pequenas coleções hídricas e de caráter temporário. As coleções hídricas
artificiais, como barragens ou tanques de piscicultura, também se configuram como
importantes criadouros do mosquito.
O ciclo de vida do Plasmodium sp apresenta uma fase sexuada exógena (esporogonia), com a
multiplicação dos parasitos nas fêmeas do mosquito do gênero Anopheles, e uma fase
assexuada, endógena (esquizogonia), com multiplicação no hospedeiro humano. Esta última
fase inclui o ciclo que ocorre nas células do parênquima hepático (FIGADO) (esquizogonia
tecidual) e o ciclo que se desenvolve nos glóbulos vermelhos (esquizogonia eritrocítica).
Assim, após uma fêmea do mosquito Anopheles ingerir sangue de um hospedeiro humano
contendo as formas sexuadas do parasito (gametócitos), inicia-se uma fase sexuada no interior
de seu estômago com a fecundação e a formação de um ovo ou zigoto. Posteriormente, o
zigoto migra através da camada única de células do estômago do mosquito, posicionando-se
entre esta e sua membrana basal. Desse modo, por esporogonia, resultam centenas de formas
infectantes (esporozoítos) que migram para as glândulas salivares do inseto, as quais poderão,
no momento da picada, ser inoculadas no ser humano.
Após a inoculação das formas infectantes pela picada de um mosquito contaminado, passa-se
um breve período de cerca de 30 minutos em que os esporozoítos circulam livres pelo sangue.
Nesse curto período, alguns deles são fagocitados; porém, vários deles podem alcançar o
fígado e, no interior das células hepáticas, os Plasmodium passam por uma primeira divisão
assexuada (esquizogonia tecidual). Decorridos alguns dias, tendo sido produzidos alguns
milhares de novos parasitos, a célula do fígado não se rompe, são formadas e liberadas
vesículas chamadas merossomas na corrente sanguínea, dentro das quais existem milhares de
elementos-filhos chamados merozoítas, que vão invadir hemácias dando início à fase
eritrocítica (ou esquizogônica sanguínea). Novamente, multiplicam-se de forma assexuada
(esquizogonia eritrocítica), em ciclos variáveis (de 24 a 72 horas). Cada parasito produz de oito
a 32 novos exemplares, em média, e de acordo com a espécie envolvida.
Depois de alguns ciclos (três ou quatro), surgem os sintomas da doença. Esse intervalo, que vai
desde a picada infectante até o início dos sintomas, é chamado de período de incubação e
dura, em média, 15 dias.
A infecção inicia-se quando os parasitos (esporozoítos) são inoculados na pele pela picada da
fêmea do mosquito, os quais invadem as células do fígado, os hepatócitos.
Quanto mais cedo o paciente for tratado, maior a possibilidade de não ter ainda ocorrido
produção de gametócitos e, assim, não haverá condições para infecção do mosquito e
perpetuação da transmissão da malária.
O P. falciparum produz gametócitos após o início dos sintomas; já o P. vivax inicia a produção
antes de o paciente apresentar sintomas, o que dificulta o controle da sua transmissão.
O que deve ser levado em conta na decisão sobre qual tratamento deve ser prescrito ao
paciente:
3. Peso do paciente
RECAIDA:
Uma situação diferente pode ocorrer nos casos de infecção por P. vivax e P. ovale. Os
esporozoítos se internalizam no interior do hepatócito e permanecem em estado de latência
por períodos que variam de um mês a um a dois anos. Devido a essa característica, recebem o
nome de hipnozoítos. Nesses casos, a pessoa infectada volta a apresentar a doença por uma
ou mais vezes após o tratamento inicial, mesmo que não tenha frequentado áreas com
transmissão, devido à reativação dos hipnozoítos.
ADESAO
Recomendações insuficientes ou pouco claras dadas aos pacientes pelos profissionais de saúde
durante a prescrição do medicamento é fato reconhecido como importante causa de baixa
adesão ao tratamento antimalárico. Por esta razão, é extremamente importante que o
profissional explique em detalhes como tomar os medicamentos e a importância de tomá-los
corretamente até o final do tratamento, mesmo que não haja mais sintomas.
Deve-se levar em conta que o paciente pode estar apresentando febre, dor e mal-estar
causados pela doença e, por isso, pode ter dificuldades em prestar atenção às explicações.
Pode, também, não se lembrar de todas as instruções posteriormente.