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PARASITOLOGIA

Professora Ma. Suzana Bender


Malária na história

● No Brasil, no final do século XIX, a malária estava em todo


território nacional. Grande epidemia na Amazônia .

●Após a segunda guerra, houve uma campanha de


combate à malária financiada por Getúlio e pela Fundação
Rockfeller (DDT).

●A malária sumiu das cidades porém não da Amazônia


(floresta grande reservatório do mosquito assim como
nativos assintomáticos).
Malária na história

O termo malária (do italiano Mala-aria), significa “mau ar,


porque acreditava-se que a causa da doença eram os
vapores vindos dos pântanos.

A doença também é conhecida como paludismo,impaludismo,


sezão, tremedeira e febre palustre
( Neves, 2000).
Incidência da Malária no Mundo

Em relação às doenças infecciosas transmitidas por insetos, a


malária é responsável por cerca de 350 a 500 milhões de
casos clínicos anuais, permanecendo como um dos maiores
problemas de saúde mundial, afetando a saúde e a economia,
principalmente nas comunidades mais pobres do globo
INCIDÊNCIA DA MALÁRIA NO BRASIL

Mapa de risco de transmissão de malária por município de infecção no Brasil em


2014. Fonte: MS (2015).

No Brasil, a malária é um grave problema de saúde pública, com


predominância de casos na área da Amazônia Legal.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2011, aproximadamente 99,7% dos


casos de malária se concentraram nos sete estados da região amazônica:
Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima (Figura 4)
(MS, 2015)
Taxonomia dos plasmódios
Reino Filo Classe Ordem Gênero Espécie
Protozoa
Apicomplexa
Conoidasida
Haemospororida

Caracterizados pela presença de Plasmodium


um complexo apical em algum P. vivax
dos estágios do seu ciclo de vida P. falciparum
P. ovale
P. malariae

Vetor e hospedeiro definitivo: Anopheles spec.

Na África: Anopheles gambiae


No Brasíl: Anopheles darlingii
Diferentes espécies de Plasmodium, seus
hospedeiros e localização geográfica
Espécie Hospedeiro Natural Localização geográfica
P. falciparum Homem Regiões Tropicais
P. vivax Homem Regiões Tropicais e Sub-tropicais
P. malariae Homem/Chimpanzé Regiões Tropicais e Sub-tropicais
P. ovale Homem Trópicos da África e Ásia
P. reichenowi Chimpanzé África Central
P. cynomolgi Macacos do Velho Mundo Sudeste Asiático
P. fieldi Macacos do Velho Mundo Malásia
P. inui Macacos do Velho Mundo Índia e Sudeste Asiático
P. knowlesi Macacos do Velho Mundo Malásia
P. simiovale Macacos do Velho Mundo Sri Lanka
P. gonderi Macacos do Velho Mundo África Central
P. yoelii Roedores África Central
P. berghei Roedores África Central
P. gallinaceum Galinha Ásia
Diferentes espécies de Plasmodium
MAIS IMPORTANTES

Cerca de 150 espécies podem causar malária em


diferentes hospedeiros vertebrados.
4 principais parasitam o homem:
Plasmodium vivax
antes consideradas benignas, são vistas hoje como possíveis causadoras
de quadros graves e eventualmente letais
Plasmodium falciparum
forma mais grave da doença, devido a sua capacidade de aderir ao
epitélio dos capilares, podendo ocasionar falha renal aguda, malária
cerebral e edema pulmonar.
Plasmodium malariae E Plasmodium ovale
O P. ovale e P. malariae causam quadros menos severos e raramente
mortais
Anofelinos

A grande maioria dos mosquitos depende da ingestão de carboidratos,


usualmente provenientes de seivas, flores e frutos como sua principal
fonte de alimento.

Somente as fêmeas são hematófagas e o repasto sanguíneo está


relacionado ao desenvolvimento dos ovos

No momento do repasto sanguíneo, o mosquito injeta sua saliva no


vertebrado, e nessa saliva pode ser encontrado parasitos caso esse
mosquito esteja infectado.
Anofelinos

●desenvolvimento em diferentes tipos de


coleções de água - salobra, doce
●adulto: hábitos noturnos ou crepusculares
●±350 espécies (± 30 a 50 são capazes de transmitir o
plasmódio)
Espécies transmissoras de malária no Brasil:

Anopheles (Nyssorhynchus) darling


Anopheles(Nyssorhynchus) aqualasis
Anopheles (Kerteszia) cruzii
Anopheles (Kerteszia) belator
Vetores e não-vetores de P. vivax e falciparum

Anopheles darlingi

Anopheles gambiae
fase sexual exógena, na qual ocorre a multiplicação dos
parasitos no mosquito
fase assexuada endógena, onde ocorre a multiplicação no hospedeiro
vertebrado em células parenquimatosas do fígado (esquizogonia hepática)
ou nos eritrócitos (esquizogonia eritrocitária)
https://youtu.be/xyc4gZsHEGQ
PICADA DA FEMEA- ESPOROZOÍTOS- HEPATÓCITO- ESQUIZOGONIA-
MEROZOÍTOS- INVADE A HEMÁCIA- HEMÁCIA- ESQUIZONTE-
ESQUIZOGONIA- MEROZOÍTO- OUTRA HEMÁCIA OU HEPATÓCITO OU
GAMETÓCITO
https://youtu.be/s-SKYfERZd4
MOSQUITO INGERE GAMETÓCITO- DIFERENCIAÇÃO-MACRO E
MICROGAMETÓCITO- FECUNDAÇÃO- ZIGOTO-OOCINETO-OOCINETO
PERFURA INTESTINO- FORMA OOCISTO- DIVISÃO CELULAR-
ESPOROZOÍTOS- ROMPE OOCISTO- MIGRA ATÉ GLANDULAS
SALIVARES-
https://youtu.be/YQrGhhnvwRQ
MORFOLOGIA

Formas eritrocíticas – diferentes em cada espécie.


Trofozoíto jovem
Trofozoíto maduro
Esquizonte
Gametócitos
MORFOLOGIA
Microgameta – flagelado com mb envoltória.
Macrogameta- célula com estrutura para
fecundação.
Oocineto – alongado, móvel, 10 a 20μm, núcleo
central.
Oocisto – esférico, 40 a 80μm, grânulos
pigmentados. Tamanho diferenciado em grandes
infecções.
Sintomas

P. falciparum- febre terça maligna a cada 48h


P.vivax-febre terçã benigna a cada 48h
P.ovale-febre terça benigna a cada 48h
P.malaria –febre quartã com acesso de febre a cada 72h

RUPTURA DAS HEMÁCIAS


Sintomas
As pessoas podem ter:
Dores locais: no abdômen ou nos músculos
No corpo: febre, calafrios, fadiga, mal-estar, suor noturno,
tontura, tremor ou suor
No aparelho gastrointestinal: diarreia, náusea ou vômito
Também é comum: dor de cabeça, falta de ar, palidez, pele e
olhos amarelados ou ritmo cardíaco acelerado
Sintomas

P. vivax e P. ovale alguns esporozoítos podem permanecer


latentes no hepatócito por semanas ou mesmo anos e eles
seriam responsáveis pelos episódios de recaída tardia da
doença.

Essas formas latentes, denominadas hipnozoítos, são


resistentes a maioria dos fármacos utilizados e
representam um fator agravante no controle da doença.
DIAGNÓSTICO
Clínico:

Baseado nos sintomas.

Febre intermitente, anemia hipocrômica( hemácia se rompe)


,várias hemácias se rompem e ficam aderidas aos vasos
sanguíneos o que pode causar aumento dos órgão- baço
aumentado e doloroso.

Anamnese é fundamental.
DIAGNÓSTICO
 Laboratorial
Gota espessa e estirada (coloração por Giemsa ou
Leishman)
Diferenciar as espécies de plasmódios pela morfologia
e alterações nos eritrócitos.

* Importante determinar a espécie de plasmódio envolvida,


visto que os esquemas terapêuticos diferem entre as
espécies.
TRATAMENTO
Interromper ciclo de reprodução sanguínea, impedir
recidivas (hipnozoítos) e interromper a transmissão.

Avaliar: gravidade da doença, espécie do plasmódio, idade


do paciente, exposição anterior, suscetibilidade a
antimaláricos, custo da medicação.
TRATAMENTO

O tratamento da malária é feito com medicamentos antimaláricos que


são gratuitos e fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

O tratamento tem o objetivo de impedir o desenvolvimento do parasita e


a dose pode variar de acordo com a gravidade da doença, espécie do
parasita e idade e peso do paciente.
TRATAMENTO

Quando o tratamento é feito rapidamente, e de forma correta, a malária


tem cura.
Quando o tratamento não é instituído imediatamente, a pessoa pode
desenvolver malária grave e complicada, principalmente se tiver sido
picado pelo mosquito que transmite o Plasmodium falciparum, podendo
ter complicações graves como danos no fígado, rins e cérebro ou até
morrer.
PROFILAXIA

- Quimoprofilaxia é possível mas deve ser limitada a casos


emergenciais (pessoas esplenectomizadas- SEM O BAÇO)
- Usar repelente quando possível, uso de mosquiteiros
impregnados com piretroides(DELTAMETRINA)
- Uso de luvas no tratamento cirúrgico de maláricos
- Teste de contaminação em bancos de sangue
- Tratar os assintomáticos
-  roupas que protejam pernas e braços,
- telas em portas e janelas
PROFILAXIA

Medidas ambientais
- Tratar igarapés com óleo (larvicidas),
- criar tilápias para combater procriação de anofelinos
- Desmatar o terreno ao redor de moradias
- Borrifação intradomiciliar
- pequenas obras de saneamento para eliminação de
criadouros do vetor,
- aterro,
- limpeza das margens dos criadouros
Bibliografia

●Rey, L. (2002) - Parasitologia - Parasitoses e doenças parasitárias do


Homem nas Américas e na África - 3º ed. - Guanabara Koogan.

●Ferreira MU, Foronda AS & Schumaker TTS (2003) - Fundamentos


Biológicos da Parasitologia Humana. São Paulo, Manole

●Roberts, L.S.; Janovy Jr, J. & Schmidt, P. (2004). Foundations of Parasitology.


Seventh Edition. McGraw-Hill Science/Engineering/Math, USA

●. http://www.cdc.gov/malaria

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