É decorrente da insuficiência anatômica da junção Serratia sp. Definição ureterovesical ou do aumento da pressão vesical. A ITU consiste na proliferação de um único agente Candida albicans Em pcts imunossuprimidos e em uso Autossômico dominante patogênico em qualquer porção do trato urinário. de antibioticoterapia de amplo espectro. Permite que bactérias ascendam às vias urinárias, ocasionando a pielonefrite. A infeção pelo adenovírus (sorotipos 11 e 21 da espécie B) Classificação pode causar cistite hemorrágica em crianças. Trata-se de uma condição autolimitada, mais comum no sexo masculino e que se manifesta com disúria, polaciúria e hematúria (coágulos). Em adolescentes e mulheres jovens Staphylococcus saprophyticus.
Fisiopatologia Quadro Clinico
Observções: Pielonefrite Tanto a urina quanto o trato urinário são estéreis. Dor em flancos Dor abdominal ou lombar Epidemiologia A região perineal e o final da uretra de lactentes Febre Acomete 12% das crianças com até 12 com 3 picos de jovens e RNs são colonizadas por Escherichia Náusea incidência: coli, enterobactérias e a Enterococus sp. Vômito Nos lactentes A região prepucial de meninos não circuncidados Diarreia. Dos três a cinco de idade (quando a menina passa a se limpar sozinha) é colonizada por Proteus sp, princ. no 1° ano de vida. RNs: Adolescência: devido a alterações hormonais e o Inespecífico início precoce da atividade sexual. o Hipotermia ou hipertermia A ITU ocorre pela colonização da região periuretral por É 20x mais frequente no sexo feminino (uretra mais uropatógenos entérico processo de ascensão das o Vômito encurtada e o meato uretral feminino é mais próximo do bactérias ao TUS ligam-se ao epitélio urinário por meio o Distensão abdominal orifício anal). das pili ou fímbrias mediado por receptores o Icterícia glicosfingolipídicos processo inflamatório local pode o Perda de peso. Neonatos e lactentes até 1 ano de idade predomina no sexo masculino. gerar cicatrizes renais, que consistem na principal sequela da ITU. Lactentes: o Febre* (pode ser o único sintoma). Fatores de risco Vias de invasão do TUS: o Vômito Falta de circuncisão via ascendente o Diarreia Sexo feminino o Retenção urinária Fatores genéticos/ Etnia branca Via hematogênica. o Irritabilidade Obstrução do trato urinário: Estase urinária. Etiologia o Urina com odor fétido Constipação O acúmulo de fezes no reto pode A principal causa da ITU são as bactérias colônicas o Inapetência comprimir a bexiga, determinando retenção urinária. Escherichia coli (95%). Obs: Importante suspeitar de ITU em todos os lactentes com Cateterismo vesical. Proteus sp. Em quadros obstrutivos. febre há mais de 24 horas sem outros sinais localizatórios. Refluxo vesicoureteral: facilita a ascensão de bactérias. Crianças pré-escolares e escolares: Exame de urina!! pH: Nas ITUs causadas por Proteus sp, o pH Febre urinário geralmente é alcalino. Calafrio Outras alterações laboratoriais: Dor lombar Leucocitose Neutrofilia Urocultura* Náusea e vômito Aumento da velocidade de hemossedimentação Adinamia (VHS) Alteração do aspecto da urina. Aumento da proteína reativa C e procalcitonina.
Cistite Métodos de coletas para exame de urina
Disúria Crianças com controle do esfíncter vesical: Tratamento Urgeincontinência Jato médio com antissepsia adequada. Sintomas sugestivos e alterações no exame de sedimento Dor suprapúbica urinário são suficientes para o início de antibioticoterapia. Alteração do aspecto da urina. Crianças sem controle esfincteriano urinário adequado: NÃO aguarde o resultado da urocultura para Geralmente não há febre ou encontramos febre Cateterismo vesical* 2° melhor método de iniciar o tratamento! baixa. coleta O início de antibioticoterapia após 72 horas do Punção suprapúbica (PSP)** possui a maior início do quadro pode causar cicatrizes renais, que Em RN e lactentes Falta de sintomas específicos relacionados sensibilidade, visto que a taxa de contaminação é podem levar à HAS e IRC. ao trato urinário dificulta a diferenciação clínica entre cistite e praticamente nula. pielonefrite. Método clean-catch (jato médio) Objetivos: Alívio dos sintomas Bacteriúria assintomática A partir da coleta de urina análise do sedimento urinário Erradicação do agente infeccioso Crianças sem sintomas + Bactérias (>100.000UFC/ml de e da urocultura com antibiograma. Prevenção de cicatrizes renais um único agente) Bacteriúria assintomática. Mais comum em pcts com bexiga neurogênica e Analise da urina Escolha do antibiótico meningomielocele. Os parâmetros analisados no exame de urina tipo I são: É empírica, até o resultado da urocultura (após 24 a 48 Apresenta melhora espontânea. Leucócitos: bom marcador. horas). o Leucocitúria na ausência de piúria sugere ITU. A eficácia do tratamento oral é a mesma do parenteral. Diagnóstico o Se pct sintomática Sugere ITU mesmo sem Anamnese e exame físico leucocitúria. Indicações de terapia parenteral: Febre Idade menor do que 3 meses PA Hematúria: pode estar presente na cistite. Quadro de sepse Ganho ponderal o Sobretudo na cistite hemorrágica. Vômito e intolerância ao tratamento oral Exame abdominal: Sinais de pielonefrite avaliar Desidratação presença de dor, sinal de Giordano, aumento do Nitrito: Frequentemente positivo em ITU. Risco de falta de adesão ao tratamento volume renal e retenção de fezes. o As bactérias Gram-negativas são capazes de Quadro clínico sugestivo de pielonefrite Avaliação da região genital: detectar a presença de converter o nitrato urinário em nitrito. Falha no tratamento ambulatorial hipospádia, fimose e vulvovaginites. o Caso a criança apresente micções frequentes, o Bactéria que seja sensível apenas a Avaliação lombar: avaliação da presença de nitrito pode estar negativo. antimicrobianos utilizados por via parenteral. meningomielocele, que se associa a bexiga neurogênica. Esterase leucocitária: Reavaliar após 48 a 72 horas para troca da antibioticoterapia. o É uma enzima encontrada em glóbulos brancos, Tempo de tratamento: Pielonefrite 7 a 14 dias e Cistite: 7 dias. Dx Laboratorial que pode ser detectada pela fita reagente na urina. Padrão-ouro: Urocultura o Ela indica inflamação no trato urinário. Antibióticos internação: Urosepse Responsáveis por dois quadros clínicos principais: Ceftriaxona Abscesso renal faringoamigdalites e infecções de pele. Cefotaxima HAS secundária Ceftazidima Cicatrizes renais Fisiopatologia Gentamicina IRC 1. Mimetismo molecular: Tobramicina Nosso sistema imune confunde os antígenos dos Amicacina Síndrome Nefritica estreptococos com antígenos presentes no próprio Piperacilina. glomérulo! Definição São formados anticorpos e os imunocomplexos É uma das apresentações clínico-laboratoriais das doenças Antibióticos orais: que se depositam no tecido renal causando toda a glomerulares, e caracteriza-se, conceitualmente, pela Amoxacilina-clavulanato inflamação! presença obrigatória de: Sulfametoxazol-trimetroprim Edema Cefalexina 2. Aprisionamento dos antígenos: Hipertensão arterial Axetilcefuroxima Com a infecção, há liberação na circulação de fragmentos Hematúria glomerular Cefprozil. antigênicos da bactéria. Alguns desses fragmentos podem ficar retidos no Dependendo do seu espectro clínico, pode vir Evolução glomérulo, levando à formação local de anticorpos contra acompanhada de: A melhora do estado geral e o desaparecimento da febre eles. Piora transitória da função renal indicam que a resposta ao tratamento está adequada. Redução do débito urinário Essa resposta ocorre, em geral, após 48 horas do início do 3. Imunocomplexos a distância: Leucocitúria tratamento. Reconhecimento da bactéria induz a imunidade adaptativa Proteinúria em níveis subnefróticos. à formação de anticorpos contra seus antígenos. Profilaxia Esses imunocomplexos circulantes podem depositar-se no Ocorre pela lesão nas principais estruturas do glomérulo, Objetivo: reduzir recorrência e cicatrizes renais. rim. notadamente endotélio e mesângio, envolvendo, normalmente, mecanismos imunes de agressão. A reação inflamatória da GNPE ativa a via alternativa do As indicações atuais para o uso de profilaxia na ITU são: Um recrutamento de células inflamatórias causa a injúria complemento! Lactentes que apresentaram alterações na local, que se manifesta clinicamente de acordo com o grau ultrassonografia renal antenatal ou atual de acometimento glomerular. Quadro clinico ITU febril com elevação da proteína C reativa Sinais e sintomas: RVU graus 4 e 5 Etiologias Síndrome nefrítica clássica Uropatias obstrutivas Pode ser causada por glomerulopatias primárias ou Edema ITU recorrentes (2 ou mais episódios de ITU alta, secundárias. Redução do débito urinário 1 episódio de ITU baixa e 1 de ITU alta, 3 ou mais Hematúria macroscópica episódios de cistite). Glomerulonefrite pós-estreptocócica (GNPE) Hipertensão Epidemiologia Sinais de hipervolemia. Antibiótico por 6 meses: Homens, com idade variando entre 6 e 10 anos Cefalexina (neonatos e lactentes até dois meses) Maior prevalência em populações de baixo nível Laboratório: Nitrofurantoína (contraindicada abaixo de dois socioeconômico e nos países em desenvolvimento. Anemia normo/normo por hemodiluição meses) Consumo de C3 e CH50 do complemento Sulfametoxazol-trimetoprima (atenção ao perfil de Etiologia Hematúria dismorficas e cilindros hemáticos resistência bacteriana). Ocorre devido a uma resposta imune a cepas Creatina alta nefritogênicas de estreptococos beta-hemolíticos do grupo Proteinúria (< 3,5g/dia) Complicações A (Streptococcus pyogenes). Leucocitúria. o O antiDNAse B e o anti-hialuronidase, que são Pico entre os 2 – 3 anos positivos tanto após faringoamigdalites quanto Prognóstico após infecções cutâneas. Patogênese Durante o curso natural da doença: A principal alteração na GLM é a perda dos processos Normalização do débito urinário na 1° semana Quando biopsiar? podálicos dos podócitos. Hipertensão nas 2° primeiras semanas Anúria ou alteração grave da função renal nas Função renal normaliza-se ao longo de 1 mês. primeiras 48 a 72h A teoria mais aceita atualmente é: Os níveis de complemento voltam aos valores Consumo de C3 por mais de 8 semanas É a desregulação das células T normais em até 8 semanas Ausência de melhora da função renal por 2 Essa desregulação levaria à produção de um fator Hematúria microscópica pode persistir nos semanas circulante responsável pela lesão nos processos exames de urina por até 6 meses a 1 ano. Persistência de hipertensão arterial por mais de 2 podocitários, promovendo seu apagamento ou fusão e a 4 semanas culminando em dano glomerular. Complicações Presença de sinais de doença sistêmica que As principais complicações da GNPE são relacionadas à sugiram outra etiologia (anemia hemolítica, Esse fator teria a capacidade de neutralizar a carga hipervolemia emergências hipertensivas: artralgia, leucopenia e lúpus). aniônica natural da membrana basal glomerular (negativa) Encefalopatia hipertensiva Rebaixamento de levando à perda maciça de albumina na urina (proteínas consciência, cefaleia, torpor e até crises Tratamento de carga negativa) Proteinúria seletiva! convulsivas. Não existe tratamento específico para a GNPE. A meta é deixar o pct euvolêmico. Quadro Clinico Edema agudo de pulmão dispneia, Gatilhos Infecções virais e vacinação dessaturação e sinais de insuficiência respiratória. Suporte: Restrição hidrica Síndrome nefrótica com: Diagnóstico Restrição de sal da dieta Baixa ou nenhuma hipertensão arterial Pensar: Uso de diuréticos de alça (furosemida). Hematúria Tempo condizente entre uma infecção Suspeita de infecção bacteriana vigente Função renal conservada. estreptocócica e a nefrite Penicilina benzatina. Edema periorbitário (cacifo positivo) de instalação Ter certeza de que houve a exposição ao rápida. estreptococo Seguimento Urina espumosa Confirmar que se trata de uma síndrome nefrítica. Dosagem de C3! Achados laboratoriais: Tempo: As faringoamigdalites costumam anteceder os Síndrome Nefrótica Hipoalbuminemia quadros de GNPE em 7 a 14 dias. Proteinúria nefrótica Definição As infecções de pele, em média 14 a 28 dias. Dislipidemia Definida pela tríade de achados clínicos e laboratoriais a Lipidúria. seguir: Detecção de exposição: Proteinúria nefrótica Culturas de orofaringe e de pele que, devido ao Sinais de gravidade: Hipoalbuminemia tempo têm baixa taxa de positividade e não são Hipotensão Edema usadas de rotina. Ascite importante com restrição da mecânica Anticorpos específicos contra os estreptococos** ventilatória levando a dispneia Glomerulopatia por lesões mínimas o O anticorpo ASLO (antiestreptolisina O), que se Edema escrotal. Lesão mínima: biópsia renal normal na microscopia óptica eleva após os quadros de infecção de vias. Causa mais comum de síndrome nefrótica em Diagnóstico crianças Sexo masc. (1 a 10 anos). O diagnóstico é presuntivo, sem que haja a necessidade de Micofenolato mofetila, 50 a 100 mg 2 vezes/dia, biópsia renal. por 1 a 2 anos.
Proteinúria de 24 hrs nefrótica > 50 mg/kg/dia ou
40mg/hr/m² e seletiva por albumina.
Relação proteína/creatinina em amostra de urina isolada
> 2,0
Albumina plasmática reduzida valores inferiores a < 3
ou < 2,5 g/dℓ.
Hiperlipidemia mista
Sedimento urinário normal/ cilindros gordurosos
Níveis séricos dos componentes do complemento (C3 e C4)
e biopsia renal Normais.
Critérios para indicar biópsia renal em uma síndrome
nefrótica na infância: Idade < 1 ano e > 10 anos Presença de hematúria macroscópica ou persistente Consumo das frações do complemento Piora importante da função renal Hipertensão não relacionada ao uso do corticoide Ausência de resposta à corticoterapia Sinais de doença sistêmica (como lúpus).
Tratamento Prednisona/ prednisolona 2mg/kg/dia ou 60mg/ m2 /dia diariamente por 4 a 6 semanas.
Recidivas frequentes e corticodependência:
Ciclofosfamida oral, 2 a 2,5 mg/kg/dia durante 8 semanas. Ciclosporina (3 a 5 mg/kg/dia) Tacrolimo (0,05 a 0,1 mg/kg/dia) divididos em duas doses diárias, por um período de 1 a 2 anos.
Intolerantes aos corticosteroides, à ciclofosfamida e aos