Actinobaciloses

Bactérias do gênero Actinobacllus causam doenças

caracterizadas pela formação de nódulos e abscessos
cutâneo-linfáticos, em tecidos moles da cavidade bucal
e em órgãos.
Também chamada de:

 Língua de madeira
 Língua de pau

Etiologia:  Lesões na língua e linfadenopatia na face;

 A primeira espécie descrita foi Actinobacillus
equuili
 As bactérias do gênero Actinobacillus são
anaeróbias facultativas e cocobacilos Gram
negativos.
 As linhagens virulentas são providas de
cápsula e fímbrias, além de produzirem
citotoxinas (citolisinas). A. pleuropneumoniae
apresenta vários sorotipos e produz citotoxinas
(Apx) relacionadas com a patogenicidade da
bactéria na pleuropneumonia dos suínos.
Epidemiologia:
linfonodos da região da cabeça (retrofaríngeos,
parotídeos e submandibulares)
Erupção dos dentes e inflamações periodontais
podem favorecer a infecção na cavidade oral.
Deficiência de minerais, como cobre, que provoca
depravação do apetite também.
Lesões ou soluções de continuidade em tecido
cutâneo ou subcutâneo decorrentes de traumatismos
favorecem a infecção cutânea
Nos animais de companhia, casos cutâneos estão
relacionados com mordeduras por outros animais e
veiculação da bactéria pela saliva.

 É de ocorrência esporádica nos animais

domésticos
 Bovinos e pequenos ruminantes são as
espécies mais suscetíveis
 No Brasil, a actinobacilose predomina em
bovinos
 Ocorre independente de idade e raça
O gênero Actinobacillus tem como habitat as mucosas
dos animais.
Em potros, a infecção umbilical é a principal via de
 A. lignieresii pode ser encontrado na mucosa ingresso do microrganismo (hipogamaglubulinêmicos)
da cavidade oral, ruminal e intestinal de
ruminantes domésticos. Suínos de todas as faixas etárias são acometidos por
 A. equuili se encontra no trato reprodutivo e pleuropneumonia causada por A. pleuropneumoniae. A
entérico de equinos bactéria é eliminada por aerossóis; a doença está
 A. suis é encontrado no trato respiratório alto relacionada com deficiências no manejo e fatores
de suínos e equinos específico como introdução de animais infectados, alta
 A. seminis é isolado da região prepucial de densidade populacional, deficiências na nutrição e no
carneiro controle do conforto térmico, umidade e ventilação.

A infecção ocorre por causa de traumas na mucosa da
orofaringe, pela ingestão de corpos estranhos ou pastos
ressecados e forragens grosseiras. Em regiões secas a
actinobacilose tem um aspecto sazonal.
A.suis pode ser encontrado no trato respiratório de
porcas e os leitões podem se infectar por aerossóis ou
abrasões na pele
A. equuili pode infectar feto de éguas por via
sistêmica e causa abortamentos ou provocar
contaminação umbilical levando a mortalidade
neonatal. Esse microrganismo pode ser encontrado no
trato genital e intestinal de éguas, favorecendo a
infecção de animais neonatos por via intrauterina ou
após o parto.
O gênero Actinobacillus possui pouca resistência no
ambiente; fica até 1 semana em feno e palha.
Patogenia:
A patogenicidade do microrganismo está relacionada
com a presença de fatores de virulência das linhagens e
indução de reação granulomatosa.
 As linhagens virulentas apresentam cápsula,
feita de polissacarídeos e proteínas,
dificultando a fagocitose do microrganismo.
 A infecção de células epiteliais ocorre pelas
fímbrias, que fazem a adesão bacteriana nas
células-alvo.
 As citolisinas promovem a formação de poros
nas membranas das células, levando a
destruição celular.
Após a infecção, inicia-se reação inflamatória intensa
que evolui para processo graulomatoso. A disposição
clássica das reações granulomatosas consiste na
presença da bactéria no centro da lesão, circundada por
macrófagos modulados em células epitelioides e
formações em clava disposta de modo radiado,
constituídas por microcolônias da bactéria.
 A quimiotaxia do microrganismo por
neutrófilos formam lesões abscedantes e
fístulas em certos locais de infecção.
 A produção de citolisinas e a degranulação dos
fagócitos determinam a destruição tecidual.
A manifestação disseminada ou visceral ocorre após a
infecção umbilical ou pela circulação linfo-hemática,
secundária às lesões de cavidade ora ou cutânea. Nessa
forma, o microrganismo pode acarretar pneumonia,
meningoencefalite, poliartrite, nefrite, hepatite,
peritonite e enterite.
A infecção mamária é comum em suínos e causa
destruição do parênquima mamário, formação de
fístulas e redução da capacidade funcional da mama.
Clínica:
Principal sinal clínico é a formação de nódulos e
abscessos em cavidade oral, seguida, em menor
frequência, de lesões cutâneas e linfáticas
(linfangite), disseminando-se para outros órgãos.
Lesões na cavidade oral:
A bactéria A. lignieresii causa lesões na cavidade bucal
de ruminantes, formado nódulos e abscessos na língua,
menos frequentemente no palato, bochechas, nas
mucosas das narinas, faringe, etc. Observa-se:
 Endurecimento da língua
 Dificuldade na deglutição e alimentação
 Intensa salivação
 Movimentos mastigatórios
 Emagrecimento
 Língua pode ter corpos estranhos e lacerações
A infecção na cavidade oral pode evoluir para:
 Linfadenopatia regional (submanidubalres,
parotídeos e retrofaíngeos); aumento de
volume, consistência firme e indolores;
retrofaringeos  aumenta dificuldade na
deglutição e pode causar dispneia
 Nódulos no esôfago  timpanismo
 Formação de fístulas na musculatura das
ganachas e da face
 Ulcerações nas narinas e lacrimejamento
 Drenagem de pus espesso com pequenos
grumos
Ruminantes com lesão oral pode progredir para
formação de nódulos nos pré-estômagos e enterite
Lesões cutâneas e linfáticas:
A bactéria A. lignieresii é a principal do gênero
associada às lesões cutâneas e linfáticas em
ruminantes.
Essas lesões são nódulos e abscessos em tecido
cutâneo ou subcutâneo, linfanginte e linfadenopatia
regional
Em bovinos ocorrem na face (narinas, pálpebras e
região periocular), região torácica e nos membros.
Nos ovinos predominam lesões na mandíbula,
comissura labial, narinas, pele da cabeça. Nas costuma
ser acompanhada com as lesões da cavidade oral.
Mastite:
A bactéria A. lignieresii é causa incomum de mastite
em ovelhas.
Forma nódulos, abscessos e fístulas nas mamas das
porcas, resultante de lesões no tecido mamário
provocadas pelos dentes dos leitões. A actinobacilose
mamária nas porcas determina queda na produção
leiteira e a recusa das fêmeas em amamentar os leitões,
também desuniformidade na leitegada.
A bactéria A. suis em suínos está relacionada com
casos de septicemia e artrite em leitões, além de
pneumonia e pericardite em animais adultos.
Diagnóstico:
Exames microbiológicos, citológicos
histopatológicos e manifestações clínicas.
Manifestações clínicas:
No exame clínico de bovinos e equinos, ocorre
nódulos endurecidos na base da língua, aumento de
linfonodos submandibulares, parotídeos e 
retrofaríngeos. Lesões nodulares ou abscedantes na
pele da cabeça acompanhadas de lesões na cavidade
oral.
Nos suínos, a doença se manifesta com formação de
nódulos fistulosos em mamas.
Exame microbiológico:
Método de rotina
 Secreção proveniente de nódulos e abscessos
(na cavidade oral), de fístulasou de lesões
cutâneas de mamas
 Líquido sinovial
 Lavado transtraqueal
 Fragmentos de órgãos
 É necessário o diagnostico diferencial com
Actinomyces, Nocardia e S. aureus
Citologia/histopatologia:
O achado histopatológico mais evidente é presença
de clavas, dispostas de modo radiado nas lesões,
circundadas por células epitelioides e menor
contingente de células gigantes, plasmócitos,
neutrófilos e linfócitos, envoltos por capsula fibrosa.
Lesões post mortem:
 Em bovinos e equinos as principais são lesões
na região bucal, nódulos firmes na língua, se
estendendo até o esôfago e palato.
 Manifestação cutânea: cabeça, tórax e membro
 Manifestação disseminada: pneumonia com
áreas de consolidação, congestão acentuada,
nódulos e abscessos lobulares, linfadenopatia
mediastínica e nódulos no fígado e epidídimo
 Manifestação septicêmica: petéquias, sufusões,
e microabscessos em serosas e órgãos
(coração, pulmão e rins) além de enterite.
 Nas infecções articulares se encontra liquido
sinovial es aspecto turvo e destruição da
superfície articular.
 Em potros com acometimento hepático
observa-se icterícia e focos necróticos no
fígado.
Tratamento:
e Varia bastante porque os fármacos sificilmente
atravessam os focos granulomatosos.
Os animais com lesões abscedadas devem ser isolados.
 Tetracilcina
 Penicilina benzatina
Sulfadoxina/trimetropima
 Estreptomicina
Tratamento tópico das fístulas: infusão de solução
antisséptica à base de iodo ou iodopovidona
Profilaxia e controle:
 Fornecer alimento de boa qualidade
 Monitoramento das porcas recém-paridas para
observar lesões nas mamas causadas pelos
leitões
 Éguas próximas ao parto, devem ser
higienizadas a região da cauda
 Assepsia umbilical em animais recém-nascidos
 Animais positivos devem ser separados