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Nas DP, tanto a resposta inata quanto a adaptativa dispõem de células de defesa
que respondem à agressão tecidual. Na imunidade inata, temos: células epiteliais;
células de Langerhans (dendríticas – CD83+) da mucosa oral; macrófagos teciduais;
neutrófilos; células dendríticas da lâmina própria gengival ou periodontal, como
células do ligamento periodontal e células mesenquimais.
Em geral, a imunidade mediada por células tem início quando o antígeno da placa
subgengival penetra no tecido conjuntivo através do epitélio juncional. As células que
apresentam o antígeno, como, por exemplo, as células de Langerhans no epitélio,
processam o antígeno, alterando-o para uma forma que é reconhecível pelo sistema
imune, isto é, um peptídeo antigênico une-se ao complexo principal de
histocompatibilidade classe II (MHC). A célula Thelper (CD4+) reconhece esta
associação do antígeno estranho com o próprio MHC, fica estimulada, prolifera e
libera citocinas. As citocinas, por sua vez, agem sobre outras células linfóides
(macrófagos, células B e outras células T), de modo a causar dano ao tecido,
inflamação e reabsorção óssea. Os linfócitos encontram-se agora sensibilizados e,
diante da reexposição aos antígenos da placa, respondem com a proliferação e
sintetização das citocinas. Eles podem também produzir citocinas quando estimulados
pelas substâncias mitogênicas liberadas pela microbiota subgengival ou por outras
células na reação inflamatória.
As células T-helper (TH1 e TH2) são linfócitos no interior dos tecidos que regulam
as respostas imunes celular e humoral através das citocinas. A resposta imune
humoral é promovida pela TH2, que produz citocinas características, denominadas IL-
4, IL-5, IL-10 e IL-13. Os linfócitos TH1 liberam IL-2 e interferon (IFN)-IFNγ, o que
intensifica as respostas mediadas pela célula. Estas citocinas proporcionam um
mecanismo preciso para o controle da resposta imune, de modo que uma resposta
suficiente é produzida para enfrentar o patógeno invasor. As citocinas podem
influenciar a resposta imune determinando a classe da imunoglobulina produzida, o
que pode ter efeitos profundos sobre a função do anticorpo. Por exemplo, as
moléculas IgM são mais efetivas na bacteriólise e as moléculas IgG na opsonização.
Os anticorpos IgG dividem-se em quatro subclasses distintas (IgG 1-4), de acordo
com as diferenças na porção Fc destas moléculas. A subclasse do anticorpo tem
influência na sua função, IgG2 sendo menos potente na aderência ao antígeno do que
a IgG1. Diversos pesquisadores constataram ser a IgG2 elevada em relação à IgG1,
em pacientes que apresentavam periodontite grave, e propuseram que os níveis das
subclasses da IgG são fatores importantes na suscetibilidade à periodontite. As
células TH2 intensificam a resposta imune humoral em vez das respostas mediadas
pela célula e isto reforça o conceito de que estas lesões são dominadas por
plasmócitos e de que, na periodontite crônica, a resposta imune humoral é mais
evidente do que a resposta mediada por células.
REFE